Meu Amigo me Amava – A Decepção
Qdo vejo o Jhonny, ali no meu quarto, não usando mais a cadeira de rodas e sim uma muleta, pra firmar umas das pernas, eu fico meio que sem ação, fico de pé na porta do meu quarto mesmo, com a porta já trancada para que ninguém ouvisse a conversa que no fundo não gostaria que tão cedo acontecesse, não naquele momento, estava muito decepcionado com ele, e tudo o que ele me dissesse, todas as justificativas, elas seriam nulas, pois eu vi, com meus próprios olhos, ninguém me falou, eu flagrei ele aos beijos com o Estevão, e não foi a força, foram beijos de paixão, de sentimento. A conversa começa.
Jhonny - Breno, queria te explicar.
Breno - Você não me deve explicações cara, vc não me deve nada.
Jhonny - Devo sim cara, e muito, Breno, cara eu não sei nem o que te falar.
Breno - Jhonny vc não precisa me falar nada cara, absolutamente nda, eu vi, e pronto. Olha a gente não consegue mudar o passado. Eu entrei no seu quarto e vi, na verdade flagrei, vc aos beijos com o marido da sua irmã, com ela em casa, dormindo, no quarto praticamente ao lado do seu.
Jhonny - Mas Breno.../
Breno - Não tem mais, nem meio mais cara, olha a ficha caiu. O otário aqui sou eu, e está tudo certo. Mas uma coisa tenho que te dizer cara, nunca imaginei, sério, vc Jhonny, tu cara, não tem noção da dor que senti, que estou sentindo. Foi demais cara.
Jhonny - Breno cara, tenta me entender.
Breno - Eu não tenho que entender nada. Fiquei lembrando, o dia lah na clínica, que vi seu e-mail, te pressionei, cara ali, naquele dia, naquela conversa e não faz tantos dias assim, vc mentiu pra mim certo.
Jhonny - Cara... vc está tornando as coisas difíceis pra nós dois.
Breno - Eu... eu estou facilitando pra vc cara. Só me responde, vc mentiu certo. Nem tudo aquilo que vc me disse sobre o Estevão foi verdade. Aquele monstro que vc fantasiou pra mim, me contou aquelas barbaridades, nem tudo aquilo é verdade?
Jhonny - Cara é verdade, Breno acredita em mim pelo amor de Deus.
Breno - Suponhamos que seja verdade, que vc não me enganou, não mentiu, beleza? Então, tenta me convencer, justifica aquele beijo, sem a hipótese de ter sido forçado, como na briga ontem aqui em casa, dele ter entrado, de vc ter pensando ser o Rick, pois tanto eu como vc sabemos que o Rick só vem pra casa a tarde, qdo a mamãe já está chagando. De até nisso vc ter conseguido me enganar, de vc ontem numa cadeira de rodas estar no meu quarto com ele, e aquela confusão toda, de ter sido vc o cara que ligou aquele vídeo e mostrou pra ele, de tudo isso cara que agora pensando eu lembrei, me diz, por que aquele beijo?
Jhonny - Breno, que isso cara, está parecendo que vc está achando que armei tudo isso, que enganei vc, o Pedro, que envolvi vcs num plano Breno.
Breno - E não cara? Será que estou viajando. Junta as peças cara. Porque aqueles e-mails, ainda ali guardados na sua caixa de entrada, recados por depoimentos no orkut que vc não apagou. E depois o diabo que vc pintou sobre a figura do Estevão, fica a pergunta cara. Será que vc não nos induziu a armar tudo isso com o Estevão, não nos ajudou pra no fundo chantegea-lo, por que na verdade o cara que vc ama até hoje seja ele, mesmo esse cara sendo seu cunhado?
Jhonny - Breno, hoje não dá mais pra conversar com vc, vc está alterado, conversamos depois.
Breno - Não vai ter mais depois cara, não se ilude, qdo vc sair por essa porta eu não quero NUNCA MAIS, ouviu bem, NUNCA MAIS OLHAR PRA ESSA SUA CARA NOJENTA. Eu ODEIO vc, estou com NOJO de vc.
Jhonny - Breno, cara que isso, para com isso.
Breno - sai daqui, vaza, sai daqui.
Começo a gritar, a chorar, tudo ao mesmo tempo, agarro o Jhonny pelo braço, vem o Rick, minha mãe, não entendem nda, eu puxo o Jhonny da cadeira da minha escrivania e o arrasto, o Rick começa a ficar nervoso, segura o Jhonny, a minha mãe, me segura, o Jhonny nesse momento começa a chorar tbm, foi algo horrível e eu continuo a gritar.
Breno - Eu pensava que vc era meu amigo, eu gostava de vc cara, confiei em vc, mais vc é FALSO, JUDAS, TRAIDOR, mentiroso. Eu te acolhi aqui em casa, abrimos as portas pra vc cara, e vc me paga assim
Zilda - Meu filho, Breno, meu Deus do céu, o que está acontecendo com vcs.
Rick - Breno, é o Jhonny, para com isso.
Breno - Sai daqui seu canalha, vc é tão podre como ele, sai daqui.
Em poucos momentos, isso já estávamos na varanda e maior gritaria, mais pela minha parte que me descontrolei fácil, juntam os curiosos, Dona Nuancy sai de camisola de casa, seu Henrique sem entender nda. O Estevão fica da janela, Estela, sua esposa entra no meu quintal e segura o Jhonny que estava sendo carregado pelo meu mano com dificuldade, pois o Jhonny era bem mais forte e pesado do que meu mano de 15 anos. Qdo noto o show que estava dando, eu tento me acalmar, olho fixamente pro Estevão, percebo nos seus lábios um sorriso sarcástico pra mim, eu o encaro e ele fita seu olhar em mim, dando a entender que estava gostando, e que isso tudo era só o começo.
Entro pro quarto, eito na cama e começo a chorar, logo vem meu mano, sem entender nada, ele estava tremendo tbm, nunca me viu assim, descontrolado.
Rick - Breno, fala pra mim, o que foi, o que o Jhonny fez com vc?
Breno - Não liga não Rick, ele não fez nada.
Rick - Breno eu não sou bobo, fala, vai diz, o que ele fez?
Breno - Esquece Rick Leonardo, me deixa cara, na boa. Não foi nada.
Rick - Como nada se vc está chorando Breno.
Logo em seguida chega minha mãe, pede pro Rick sair, nem minha mãe entendeu nada, estava meio tonta, ela nunca tinha me visto irritado, mesmo com o irmão que eu tenho nunca me descontrolei em casa, não daquela maneira.
Zilda - Meu filho, o que foi aquilo, eu não estou entendendo nada.
Breno - Mãe por favor, me deixa sozinho, por favor mãe, eu ao estou agüentando mais, eu quero sumir mãe, morrer, eu não agüento mais a minha vida.
E começo a chorar, lembro que nessa noite eu chorei muito e minha mãe ficou ali, tentando me consolar, sem entender nada.
Zilda - Meu filho, Meu Deus. Vocês tão amigos, o que foi que aconteceu?
Breno - Nada mãe, não foi nada.
Zilda - Tudo bem meu filho, vc já tem 23 anos, é um filho que nunca me deu problemas, muito pelo contrário, se não quer falar o que aconteceu tudo bem, respeito sua opinião. Nem vai jantar neh?
Breno - Não mãe, estou sem fome.
Zilda - Certo meu filho. Olha durma com Deus, não se esqueça de fazer suas orações.
Breno - Boa noite mãe.
Minha mãe me dá um beijo na testa e sai do quarto. Fico ali naquele silencio, começo a chorar na cama, mas, pior estava mesmo meu peito, foi uma dor horrível, doía muito, uma junção de sentimentos, ódio, raiva, tudo, e as lágrimas descendo.
Não consigo dormir, acordo seis e meia, tento não fazer nenhum barulho, tomo um banho e saio de casa antes de todo mundo acordar, não queria ver ninguém, dar explicações a ninguém. Vou caminhando pelas ruas do Rio, até que paro na praia, isso devia ser umas sete da manha, sete e vinte no máximo. Sento ali na calçada e fico olhando o mar, estava bonito, um dia de sol, já tinham pessoas correndo, principalmente os idosos, e eu ali, de calça jeans, camisa, mochila, sentado, olhando pro mar, tentando absorver sua energia, sua força pra mais um dia, que tudo me dizia que não seria nada fácil. Tomo um lanche numa padaria mesmo ali por perto e pego o buzão pro serviço, chego lah, sento na minha mesa, qdo sou chamado pelo dono do escritório para ir até o centro onde ele está pra uma conversa. Todo mundo ficou tenso na hora, por que quem era o chefe do escritório era o Maurício, o dono mesmo raramente iria lah, e pra eu ir até o escritório do centro é por que alguma coisa tinha acontecido, ou iria acontecer, a Alessandra foi a primeira a ficar tensa, e o Pedro também nem disfarçou.
Alessandra - Maurício, por que seu Nestor mandou chamar o Breno lah na matriz?
Maurício - Não sei Ale, ele simplesmente me ligou e pediu pro Breno ir lá.
Pedro - Mas vc não sabe de nada Maurício, não tem nem ideia do que seja, por que é estranho.
Maurício - Não Pedrão, não tenho a mínima ideia.
Pedro - Maurício, eu levo o Breno lah, pode ser
Maurício - Não cara, mais na boa demora muito não, mais tarde isso daqui lota.
Pedro - Vamos Breno, relaxa véio, quem sabe não é um aumento.
Alessandra - Aí Breno, estranho. Estou sentindo uma cosia ruim.
As palavras da Alessandra eram exatamente as minhas tbm, estava pressentindo que algo de ruim iria acontecer, o Pedro nem disfarçou o nervosismo, eu estava tenso, mais tentei manter a calma.
Pedro - Calma cara, relaxa.
Breno - Cara, seu Nestor me chamar assim do nada, nem nove da manha são ainda.
Pedro - sei lah cara, tu trabalha bem, derrepente é até um convite pra vc ser transferido, vir trabalhar aqui na matriz, ao lado do todo poderoso.
Breno - Pedro, aumento, fala sério.
Pedro - Aí cara, para, estou todo trêmulo aqui.
Chegamos, entramos no elevador, até que entramos na matriz, é num grande prédio no centro do Rio, a secretária me pede pra aguardar uns minutos, até que entro. O Breno fica me esperando.
Nestor - Fala rapaz, tudo bem?
Breno - Tudo sim senhor. O senhor mandou me chamar?
Nestor - Senta meu jovem, quer uma água, um café?
Breno - Não, muito obrigado.
Nestor - Bom Breno, e a faculdade como anda, o Maurício me falou que termina este ano é verdade?
Breno - Sim, no próximo semestre.
Nestor - Passa rápido neh rapaz.
Breno - Nem tanto seu Nestor, não vejo a hora de terminar.
Nestor - Sei bem o que é isso, trabalhar o dia inteiro e depois estudar, não é fácil, poucos são os que conseguem ir até o fim.
Breno - Sim... na minha sala mesmo, muitos já saíram, mais eu vou até o fim se Deus quiser.
Nestor - Bom filho, vc trabalha com a gente há qtos anos?
Breno - Vou fazer 3 anos no mês que vem.
Nestor - Isso... 3 anos.
Breno - Mas pro que seu Nestor, desculpe minha curiosidade.
Nestor - Nesses 3 anos nunca tive uma reclamação sua, uma sequer queixa sobre vc. Tu é um funcionário admirável Breno, mesmo jovem, sempre muito responsável, pontual, cumpridor de suas tarefas.
Breno - Obrigado seu Nestor.
Nestor - Breno, não é nada pessoal, é que infelizmente terei que fazer cortes no escritório, reduzir o numero de funcionários. Olha meu filho, preparei uma carta de recomendação, mais a partir de hj vc começa cumprir aviso prévio.
Breno - O que seu Nestor?
Nestor - Isso meu filho... olha, eu não queria, sei o qto vc precisa, mas, a empresa está te mandando embora.
Breno - Mas seu Nestor, eu preciso desse emprego, a faculdade, formatura, minhas contas, seu Nestor por favor.
Nestor - Eu sei meu filho, eu sei o qto está difícil um emprego mas...
Eu nem espero seu Nestor terminar de falar, saio aos prantos da sala, só o que me faltava, passo pela recepção, nem espero o Pedro, entro no elevador, o Pedro vem atrás, até que dentro do carro ele me pergunta o que foi.
Pedro - Não foi o que estou pensando foi?
Breno - Pedro, estou cumprindo aviso cara, a empresa vai me mandar embora.
Dentro do carro o meu celular toca, ligam de numero restrito, eu atendo.
Celular - “Viu Breninho, o que dá se meter com pessoal influentes, aposto que acabou de receber uma bombástica notícia não é:?”
Breno - Quem está falando? Alô quem é?
Celular - “ Sou eu seu babaca, Estevão Barreto. Tirar seu emprego foi só o começo, ou vc me entrega todas aquelas cópias daquele maldito filme, ou tirarei até sua casa, vc vai morar debaixo da ponte.”
No meu choque dentro do carro do Pedro ao ouvir as ameaças do Estevão
Continua....
Bom, galera, mande-me e-mails, forte abço, Breno.
Multiplosex@hotmail.com