Meu Amigo me Amava – Capítulo 55
Estevão - Dona Zilda , o Jhonny é gay, o Breno também é gay, eles tem um caso, na verdade não um caso, por que tem mais um cara na jogada. A senhora deve conhecer o Pedro, aquele rapaz moreno, alto, casado. Isso mesmo, o Breno tem um casao já há uns meses com ele, e agora está dividido entre o Pedro e o Jhonny. Na verdade a mocinha disso tudo é o seu filho D. Zilda que não sabe que macho escolher.
Aquilo atinge mortalmente meu coração, que no momento eu acho que parou. Todos na rua ouviram essas, sem tirar nem por, essas foram as palavras do Estevão, para minha família, meus vizinhos, meus amigos que se aglomeraram por conta da confusão e ouviram tudo.
No olhar atordoado da minha mãe, e nas lágrimas do meu irmão abraçado a minha mãe fico desesperado, não pensei, não reagi, apenas fiquei inerte, trêmulo, sem ação, pois naquele momento o meu maior segredo, algo que escondia de mim mesmo foi revelados a todos, sem exceção, há todas as pessoas que faziam parte da minha vida, meu mano, minha mãe, meus amigos, vizinhos. Olho nesse momento pro Estevão que me fulmina com o olhar, procuro o Jhonny ainda ao chão, tentando se levantar. Olho pra Estela em estado de choque, apoiada ainda ao carro. Nesse momento o que prevalece é um silencio mortal, haviam várias pessoas, porém, ninguém se manifestava, ninguém cochichava, nada, apenas um silencio que feria mortalmente meu coração, a dor foi tão forte que quase desmaiei, acho que minha pressão tinha abaixado demais. Até que surge D. Nuancy, mãe do Jhonny com uma vassoura, grita da porta da sua casa, e vem a rua, todas as atenções viram para ela.
Nuancy - Canalha! Deesgraçado! Infeliz! Saia da minha casa, para de querer destruir minha família monstro.
Estevão - Pare com isso minha sogra, olha o escândalo.
Nuancy - Ué! Tem medo de escândalos, nem comecei a fazer escândalos ainda. Deixe meus filhos em paz, é um aviso de uma mãe disposta a ir as últimas conseqüências para defender suas crias. Você não me conhece.
Estevão - Dona Nuancy as pessoas estão olhando.
Nuancy - Mas é para olharem mesmo, na verdade é para todos saberem quem é você de verdade.
Dona Nuancy numa coragem nunca antes vista enfrente o Estevão, a confusão aumenta ainda mas, barraco armado. Ela decide falar, por pra fora e expor todos os dramas da família em público.
Nuancy - Gente isso tudo que esse canalha gritou aqui pra vocês não passa da mais sórdida mentira. Meu filho não é gay, o Breno não é gay e vocês sabem disso. Vocês o conhecem há anos, não é verdade?
Todos balançam a cabeça, começam a cochichar, minha cara vai ao chão, minha mãe apenas me olha e meu mano começa a chorar abraçado a minha mãe, o Rick fica nervoso fácil com confusões.
Nuancy - Meu filho tem namorada, a Alessandra, amiga de trabalho do Breninho, você conhece amiga Zilda, não é verdade.
Zilda - Sim, é verdade.
Nuancy - Então meus amigos, isso tudo é invenção do meu genro, por que os meninos descobriram que esse nojento asqueroso trai minha filha com garotos de programas, e eles filmaram uma dessas suas aventuras sexuais e mostrou pra nossa família, e agora está aqui, no nosso bairro, disposto a sujar a imagem de dois meninos de ouro, honrados, corretos, que são queridos por todos vocês. Vamos colocar esse lixo pra fora do nosso bairro gente. Um advogado corrupto, que desvia verbas da população para bem próprio, que tira a merenda, o saneamento básico, o remédio do hospital, que faz falta pra todos nós. Fora safado!, fora safado.
Todos começam a ficar do lado de D. Nuancy, e começam a gritar fora safado! Estevão se assusta e entra rápido pra dentro do carro, acelera, alguns jogam pedras, uma coisa horrível. D. Nuancy vai ao encontro do Jhonny, machucado, depois Estela recupera-se do choque, porém, ainda amparada por um dos curiosos e é levada pra casa, Jhonny abraça forte a mãe, eu fico ali, me sinto meio que perdido, até que meu mano vem correndo, ainda com o rosto cheio de lágrimas e me abraça forte, naquele momento percebi o quanto meu mano mesmo sendo chato, mesmo com nossas diversas brigas, pude perceber o quanto ele gosta de mim. O abraço forte também, minha mãe por sua vez é fria, não fala, apenas me olha, aquele olhar eu não conhecia, nunca tinha visto, no meio da confusão eu esperando o seu apoio assim como do meu mano, ela me olha, nos encaramos por um instante, até que ela abaixa a cabeça e entra me despeço do meu irmão e decido ir pro serviço, mesmo ainda meio sujo de sangue, arranhado. Jhonny entra pra sua casa com a mãe e Irmã.
Chego no trabalho direto pro banheiro, tiro da mochila uma camisa reserva que sempre levo, pois sempre saio do trabalho direto pra faculdade. Ao estar me olhando no espelho, relembrando toda aquela confusão de minutos anteriores, começo a me limpar. Sinto um movimento na maçaneta, quando me viro é o Pedro, não fala nada, apenas me olha, aquilo me incomoda.
Breno - O que foi?
Pedro - Você que tem que me dizer, o que foi agora?
Breno - Nada cara, não foi nada.
Pedro - Essa camisa suja de sangue, seus lábios cortados, seus braços todo cheio de arranhões, tem certeza de que isso não foi nada.
Breno - Pedro, por favor, vai ficar me observando agora, me esquece.
Pedro - Fala, o que foi isso? Brigou com quem?
Breno - Pedro, por favor, estamos no trabalho, daqui a pouco começa a chegar gente. Não foi nada, por favor, me deixa, eu resolvo meus problemas.
Pedro - Para de querer sempre bancar o durão cara, isso é irritante em você.
Pedro vem em minha direção, pega no meu braço, me olha daquele jeito, com aqueles olhares que me hipnotizava de uma maneira que me irritava, pois não me controlava.
Pedro - Confia em mim, foi o Estevão não foi?
Breno - Cara... para por favor. Por favor.
Não agüento e nesse momento abraço forte o Pedro, estava desesperado, não sabia o que fazer, aquele olhar frio da minha mãe não saia do meu pensamento, aquilo foi o que mais me marcou de tudo o que aconteceu.
Pedro - Calma... Senta, lava o rosto. Respira fundo.
Breno - O Estevão armou maior confusão na frente de casa hoje pela manha. Gritou pra todo mundo que sou gay, que o Jhonny é gay, que temos um caso.
Pedro - O que?
Breno - Isso mesmo Pedro, ele disse que eu e você temos um caso, que sou uma mocinha indecisa, que não sei que macho ficar.
Pedro - Não acredito que esse filho da puta disse isso.
Breno - Disse, na verdade gritou, a rua toda ouviu, foi maior barraco. Minha mãe está desconfiada. Não sei o que fazer Pedro. Nossa sorte foi a mãe do Jhonny, que desmentiu tudo, expulsou o Estevão com uma vassoura, não sei... acho que deu pra contornar a situação, mas minha mãe... não sei. Estou com medo Pedro, o que eu faço agora.
Pedro - Calma, vamos dar um jeito nisso relaxa.
Breno - Como Pedro, como cara, dar jeito em que?
Pedro - Já conseguimos sair de situações piores, esqueceu leke, relaxa, o lance é neutralizar esse filho da puta de uma vez por todas.
Breno - O Estevão só nos deixará em paz depois de morto, acho que nem depois de morto cara. Ele é doente, psicopata, não nos deixará em paz.
Pedro - Há coisas mais destrutíveis do que a morte Breno, morrer pra ele seria vitória, e tire isso da sua cabecinha beleza. O que está de dando agora? Vai querer virar um assassino. Leke a única pessoa que tem o direito de tirar a vida de alguém é Deus, por pior que seja uma pessoa.
Breno - Não sei mais o que fazer.
Pedro - Mas eu sei. Agora se limpa aí, e vamos trabalhar. Confia em mim, vai dar tudo certo.
O Pedro me abraça forte, já estávamos um tempinho sem ao menos nos falar, conversar, mesmo tendo tipo durante meses um relacionamento conturbado, mas, com muita verdade, muita intensidade dos dois lados, porém, que não deu certo, foi desgastado pelas adversidades da vida. O Pedro sai, eu me arrumo e minutos depois saio, ligo meu computador e começo a trabalhar, da minha mesa observo os olhares do Pedro. Disfarço e finjo que não estava notando e trabalho normalmente, mesmo por dentro estando uma pilha de nervos.
Na hora do almoço descido ir em casa, saber como estava tudo por lá, o Jhonny, porém ao chegar não vejo ninguém, vou então a casa dos pais do Jhonny, pois vejo sua moto na garagem, descido entrar sem bater na porta, estavam na sala conversando Dona Nuancy e Estela.
Nuancy - Minha filha, seu marido é um crápula, não te merece, e você não pode permitir que ele machuque o Jhonny.
Estela - Por que mamãe a senhora não me disse tudo de uma vez no hospital, por que escondeu isso de mim durante tanto tempo.
Nuancy - Eu sei o quanto você ama esse infeliz minha filha, mas machucar o Jhonny, como ele fez aqui dentro da minha casa não... isso nunca.
Estela - Me decidi mamãe, irei me separar do Estevão. Esse não é o homem que me casei, não é mesmo.
Nuancy - Não tome decisões precipitadas minha filha, pense bem.
Estela - Não mamãe, já renunciei MEU FILHO UMA VEZ, NÃO FAREI ISSO DE NOVO, não por conta de um homem.
Nuancy - Filha.../
Estela - Mãe, por causa de um homem, quase destruir minha vida, se não fosse à senhora, eu nem sei como estaria hoje.
Nuancy - Esquece o passado Estela, isso tudo morreu lá em Cabo Frio.
Estela - Não mamãe, pelo contrário, isso tudo está vivo, e hoje tem 24 anos, é um homem, bonito, íntegro, inteligente, que muito orgulho me dá. Nunca minha mãe, nunca irei permitir que maltratem, que machuquem o maior presente que ganhei na vida.
Nuancy - Vai contar ao Estevão toda a verdade?
Estela - Acho até que ele já desconfia.
Nuancy - E se nosso menino descobrir. Filha, será um choque pra ele.
Estela - Mãe, não agüento mais guardar esse segredo. Está mais do que na hora do JHONNY SABER QUE É MEU FILHO.
Breno - o que?!!!!
No meu espanto.
Continua....
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