Meu Amigo me Amava – Capítulo 48
As palavras do Jhonny naquele momento doeram mais do que mil flechadas que poderia levar direto no coração, assim como os bárbaros na Idade Média eram mortos. Não estava acreditando que o cara que sempre me cobrou mesmo que não diretamente uma postura ética a respeito da minha sexualidade, que sempre criticou a forma como o Pedro, o Estevão agiam com suas esposas, iria fazer o mesmo, iria repetir o exemplo e enganar, iludir a Alessandra.
Breno - Não estou acreditando no que estou ouvindo sinceramente Jhonny.
Jhonny - Estou falando sério. Chega de ser sempre usado.
Breno - Usado... O que você está falando cara, quem está te usando?
Jhonny - Usado... Essa é a palavra. Usado pelo Estevão, que me enganou, que me iludiu durante um bom tempo. Usado por você.
Breno - Eu te usei... cala a boca cara.
Jhonny - Usado sim cara... Sempre joguei limpo com você. Disse abertamente que estava me envolvendo por você.
Breno - Sim... mas e aí.
Jhonny - E aí que mesmo assim você continuou saindo com o Pedro, transando com ele. Você acha o que, que não desconfiava, que não sabia o que vocês faziam?
Breno - Cara não lhe devo satisfações da minha vida. O que é isso agora?
Jhonny - Por isso nunca te exigir nada, sempre te respeitei, mais acho que chegamos num estágio que não tem mais o por que de ficarmos nos iludindo, com meias verdades, meias palavras... chega, não quero mais me enganar.
Breno - Enganar, mas nunca te enganei.
Jhonny - Por isso mesmo eu disse, ME ENGANAR. Gosto de você, da sua sinceridade, não quero entrar numa disputa com o Pedro, rivalidade, triangulo, isso nunca foi do meu feitio. Olha, espero que minha decisão não mude nossa amizade.
Breno - Como não mudar cara, me diz, como não mudar?Jhonny por que isso cara?
Jhonny - Por que também quero ter o direito de ser feliz, de ter alguém. Sei lá.
Breno - Mais você não disse que é gay cara, não se assumiu pra sua família e tudo. Por que mudar assim, pra me ferir?
Jhonny - Você as vezes é egoísta sabia. Sempre pensa em você, em como vai ficar sua vida, no que você sente. E em mim cara você pensa, você acha que não sofro, que não tenho sentimentos.
Breno - Jhonny que isso cara, você está me ofendendo.
Jhonny - Estou cansado de ser o grande bobão nisso tudo. Quem sempre leva a porrada cara sou eu, de todos os lados, agora até do meu pai.
Breno - Que isso cara, sempre estou do seu lado, sempre te ajudo.
Jhonny - E sou grato por isso. Não tenho como te agradecer, por tudo.
Breno - Não tenho culpa cara de você ter a família que você tem. De ter o cunhado como o Estevão, de ter um pai que prefere ver o filho esvair em sangue, prefere trancar a mulher desmaiada no quarto por conta de uma reputação. Eu não tenho culpa.
Jhonny - Obrigado... realmente culpa você não tem. A grande verdade é que o INFELIZ, O DESGRAÇADO nessa história toda desde o início sou eu.
Breno - Jhonny para, por que isso agora.
Jhonny - Por que eu te amo poxa, por que é você que eu quero, que eu gosto. Só por isso, e você não está nem aí pra mim, é indiferente. Estou cansado de ser o ponderado, o certinho, o politicamente correto. Eu não sou santo, estou cansado. Chega.
Breno - Jhonny... meu amigo.
Jhonny - Não me chama de meu amigo. Eu não gosto de você apenas como amigo, pelo menos respeita isso.
Breno - Jhonny... fica com a Alessandra, fode bastante com ela, faz um filho, seja feliz. É isso que você quer, beleza, faça, mas, não me culpe por isso. A escolha é você quem está fazendo, que isso fique bem claro.
Me levanto e saio correndo pelo calçadão da praia. Nunca havia tido até então uma discussão tão séria com o Jhonny, e por um motivo tão banal. Saio correndo, com a mochila nas costas, aquele frio, olho pra trás e não vejo o Jhonny, vou caminhando até em casa, faltando dois quarteirões pra chegar na minha casa percebo que tem um carro me seguindo, até que o carro para ao meu lado, e ao abaixar o vidro fumê vejo que é o Estevão, novamente o demônio estava me rondando.
Estevão - Vida dura não é moleque. E aí, como anda meu grande amiguinho Breninho?
Breno - Vai pro inferno Estevão.
Estevão - Entra aí cara, te dou uma carona até em casa.
Breno - Prefiro ir a pé. Antes só do que mal acompanhado.
Continuo andando, até que o Estevão desce do carro, me puxa com força pelo braço e me encosta num muro, nessa hora a rua estava pouco movimentada.
Estevão - Moleque você anda me complicando bastante sabia.
Breno - Me solta cara, você está me machucando. Tire suas patas de cima de mim.
Estevão - Estou te machucando é? Nem comecei.
Breno - Me larga porra, para de viadagem.
Dou uma joelhada e um soco na boca do estomago do Estevão que cai no chão e começa a gemer, penso em sair correndo, mas como percebi que havia machucado mesmo, nem sei o que me deu e volto para ver como ele estava, fico com pena.
Breno - Ta vendo porra o que você me força a fazer.
Estevão - Caralho, assim você me mata.
Breno - Vem cá, te ajudo a entrar no carro.
Nisso tento segurar o Estevão e levantá-lo, ele estava caído no chão, gemendo de dor. Estava escuro e muito pouco movimentado aquela hora. Ao segurar o Estevão, ele se apóia ao meu pescoço e inesperadamente me dá um beijão na boca, fico sem ação, sem ar, aéreo mesmo.
Estevão - Sempre quis esse momento sabia. Agora sei o por que do Pedro, do Jhonny, de todo mundo ser parado na sua. Tu é muito gostoso muleke.
Na minha reação de perplexidade
Continua...
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Forte abço.