Meu Amigo me Amava – Capítulo 61
De inicio meio que não acredito no que o Pedro me diz. Ele separou-se da Luciana e ninguém no escritório estar comentando, logo lá que é maior fofoca, todo mundo toma conta da vida de todos sem exceção. Porém ao ver nos olhos do Pedro uma sinceridade que seus olhos como nenhum outro era capaz de passar, vejo de fato que ele está falando a verdade.
Breno - Cara mas você não me disse nada. É sério eu não sabia de nada mesmo, nada.
Pedro - Foi há um mês mais ou menos, não estávamos bem já algum tempo, mas você sabe, temos uma filha, tentamos fazer de tudo pra continuar, não deu.
Breno - Cara na boa, jamais vocês passaram a imagem de um casamento, de um casal que não desse certo, pelo contrário, eu via a Luciana completamente apaixonada por você, uma família feliz, unida. Talvez esse foi o motivo de não querer continuar fazendo o que estava fazendo com você entende? Eu me via como um cara tentando destruir uma família e isso é horrível.
Pedro - Leke casamento é complicado, sério. Gostava da Luciana, gostava mesmo, mas a relação com o tempo se desgasta. Não vou aqui dizer pra você que a ilusão de um casamento perfeito, de um amor pra vida toda não existe, existe sim, mas é raro Breno, é raro.
Breno - Cara você jamais demonstrou nada, na boa, sério, nem estou acreditando, você separado da Luciana, isso eu jamais poderia imaginar, nunca passou pela minha cabeça.
Pedro - Você se afastou de mim cara, na verdade nos afastamos, com as brigas, desentendimentos, tudo, tudo isso contribuiu para que chegássemos onde chegamos.
Breno - Mas Pedro, sei lá cara. Também aconteceram muitas coisas na minha vida. Aconteceu não, estão acontecendo, sempre problemas, a faculdade acabando comigo, trabalho, tudo junto cara, nem sei como suporto às vezes.
Pedro - Cara tu pode não notar, mas te observo, desde que você entra no escritório, até as cinco quando você sai correndo pra pegar o ônibus e estudar, eu admiro isso em você sabia, sua força de vontade de vencer, a maneira de você levar a vida, sempre de frente, até seu temperamento as vezes explosivo eu curto cara, sei lá, tu é um leke diferente dos outros.
Breno - Eu devo ser anormal mesmo, vai saber.
Pedro - Uma coisa que me dá raiva em você é isso, as vezes vc tem um humor negro, e fala umas merdas que putzzz, dá vontade de te enfiar a porrada.
Breno - E você cara, como reagiu, como vc está lhe dando com essa situação, depois de 8 anos juntos se separar, não é fácil.
Pedro - Cara estou com a Luciana desde os meus 18 anos, hoje estou com 26 você sabe, minha juventude, foi toda ao lado dela, claro que por uma irresponsabilidade e tal, ela engravidou, já te contei a história.
Breno - Você contou que a namorava e tal, ela engravidou, o pai dela a colocou pra fora de casa, seu irmão ajudaram vocês, fizeram o casamento e tal, mas você é muito fechado as vezes Pedro, difícil de te entender sabia.
Pedro - Como assim difícil me entender?
Breno - Cara tipo tu sabe da minha vida, eu sei da vida da Alessandra, da Kátia, do Maurício, descobri até que o cara curte travesti, entende. Agora de você não, tipo te conhecemos agora, depois que vc começou a trabalhar no escritório, que vc é formado em contabilidade, mas não sabemos sua história cara, você fala pouco do seu passado, sei lá. Nunca ouvi vc falar dos seus irmãos, o nome desse irmão que te ajudou. Nunca vi você falar sobre sua mãe, nem o nome dela. Parece que tu não tem boas recordações, nada de bom pra falar do Espírito Santo, estado que vc diz que veio.
Pedro - Eu vim de lá cara, eu nasci no Espírito Santo.
Breno - Pow eu acredito em você, não fica nervoso.
Pedro - Eu não estou nervoso Breno.
Breno - Está sim, quando você fica nervoso nem de leke você me chama, chama logo pelo nome Breno.
Pedro - Tu me conhece mesmo hein leke.
Breno - Ta vendo. E cara você nasceu com algo que sempre vai te incriminar, sempre vai te condenar, algo que não consegue disfarçar por ser tão visível a quem ver.
Pedro - O que, meus ombros largos?
Breno - Não seu babaca, seus olhos. Eles são expressivos, típico de um capixaba mesmo, você diz muito de sim nos seus olhos cara e isso vc não vai conseguir disfarçar nunca. Quando você está bem eles são normais, lindos mesmo, agora quando você está com raiva, tenso, nervoso, eles ficam turvos, estranhos, sei lá. Diferentes.
Pedro - Que medo agora, nunca ninguém me disse isso.
Breno - Mas eu estou dizendo. Pedro se veste logo, vamos embora, daqui a pouco vai dar 10 horas, vai ficar tarde pra eu chegar em casa.
Pedro - Tu nem me ver pelado gosta mais né leke. Maior saudade de você, do seu cheiro, seu corpo delicioso, seu beijo cara.
O Pedro vem me abraçando, me beijando, me imprensando contra a parede, novamente dominando todo meu corpo, como era bom estar com ele, mesmo não me passando nenhuma paz, nenhuma segurança como o Jhonny me passava, é algo de pele, de toque, algo que domina a pessoa por completo e por mais racional que a pessoa tenta ser ela não consegue, O Pedro tem algo que dominava, e despertava meus instintos de uma maneia violenta, que me excitava rapidamente, deixava todo meu corpo pronto pro sexo, tive algumas relações sexuais, algumas não, várias, pois só vivia na net adicionando caras, marcando real, transando, e nunca havia dado, nunca tinha sido passivo com ninguém, nenhum deles despertou essa vontade em mim de ser penetrado, e o Pedro numa simples transa, tirou minha virgindade digamos assim, penetrando 23 cm em mim, e novamente ele consegue, sem muito esforço. Tem algo no Pedro que é misterioso algo que não se encaixa, que não bate, e que eu queria descobrir, precisava descobrir, por que eu sei da minha vida é óbvio, sei da vida de todos que me cercam, sei dos seus passados, até o Jhonny com uma vida tumultuada, cheia de segredos, revelações eu sei, agora do Pedro, dele não, dele havia mistérios, segredos que eu tinha que saber, por que na verdade, fica uma pergunta, quem é esse cara de 26 anos, que veio do Espírito Santo, que tem uma filha, que agora está separado, cheio de manias, com um temperamento instável, cheio de qualidades e defeitos,mas a pergunta que não quer calar, quem é Pedro Duarte Lima?
Não resisto mais uma vez, ao ter aquele corpo completamente pelado encostado ao meu, ao ter aqueles lábios em contato com os meus, aquele beijo que tantas vezes me fizeram sentir sensações que eu nunca senti antes, me despertaram desejos ocultos, que jamais pensei que fosse sentir, que tivesse em mim, algo que fugia do meu controle, que eram mais fortes do que eu.
Depois de ficarmos um tempinho assim se beijando, na verdade, matando a saudades, ele se veste, o Pedro paga o motel e saímos, durante o trajeto até minha casa volto novamente a fazer perguntas sobre o passado do Pedro, sobre a separação, ele se mostra extremamente irritado com o assunto, e começa a bater os dedos no volante enquanto dirige, olhando fixamente pra pista sem querer me encarar, me olhar de frente, sabia que o conhecia e depois de ter jogado na cara dele que os seus olhos o entregava, aí que ele não me encararia mais mesmo, porém, o conhecia e isso ele não podia mudar.
Breno - Me diz o real motivo da separação cara, só o desgaste da relação não é um motivo tão forte assim para acabar um casamento de 8 anos.
Pedro - Cara o que mais você quer saber, pow te falei, estamos separados, acabou, pronto cara, pra quer saber mais e mais.
Breno - Engraçado né Pedro, da minha vida você quer saber, dos meus problemas vc quer que eu divida com você, por que tenho que ser sincero, transparente, com um cara que sempre parece esconder algo? Por que?
Pedro - Cara parece que você faz de propósito, tivemos uma noite maravilhosa cara, tudo as mil maravilhas, mas você parece que não fica satisfeito com isso e tem sempre que estragar tudo, tem sempre que me estressar, que inferno cara, pow chega, na boa por que você é assim comigo, faz questão de ser inconveniente, por que?
Breno - Cara só estou curioso, só isso. Desculpe, na boa, desculpe mesmo, não falo mais nada.
Pedro - Não precisa isso leke, isso também não né.
Breno - Não sei Pedro... não sei.
Calo minha boca, me viro pra janela, olhando a paisagem, as luzes do Rio de Janeiro, já eram umas nove e meia da noite, o Pedro também não fala nada, nasce aquele silencio que sempre menciono aqui por achar insuportável, sempre ficarmos mudos, quando temos tantas coisas para falar.
Fico pensando na vida do Pedro, essa reaproximação, novamente tendo um contato mais íntimo com ele, isso me fez despertar pra algo que já tinha aqui no meu inconsciente, mas devido as tantas coisas que aconteceram, isso de certa forma ficou adormecido. Mas queria saber, que mistério é esse que o Pedro esconde, faz questão de enterrar, logo ali no carro, me veio a figura do Gileno, a proximidade dos dois, ambos amigos, conhece o Pedro desde o Espírito Santo. Existia algo ali, não sexual, isso eu notei mais pelo Jhonny, o Gileno ficou completamente encantado pelo Jhonny, aquilo até me incomodava. A relação entre o Pedro e o Jhonny era algo mais fraternal, uma cumplicidade de irmãos mesmo, mas o que tinha ali, o que? Essas e outras infinitas perguntas ficaram martelando minha cabeça, o Pedro estaciona o carro há dois quarteirões da minha rua.
Breno - Valeu cara e até amanha. Obrigado por tudo e desculpe qualquer coisa.
Pedro - Tudo bem leke, sei que você é ingrato, mas gosto de você mesmo assim.
Breno - Olha aqui Pedro, eu não sou ingrato cara, você que faz questão de não me entender, eu só te fiz uma..../
O Pedro me cala com maior beijão na boca, praticamente me estuprou com a língua, a enfiou por completo em minha boca, depois ele morde minha orelha e sussurra em meu ouvido, aquilo me deixa logo de pau duro.
Pedro - Até agora estou sentindo você aqui dentro de mim sabia, adorei sua gozada.
Paro e fico olhando pra cara de safado do Pedro, mordendo os lábios, e agora deixando a razão falar mais alto do que os instintos por que sou humano, e quem age por instintos é bicho, abro a porta do carro coloco minha mochila nas costas e saio.
Depois de passar toda aquela sensação de sexo, prazer, volto a realidade, ao me aproximar da minha casa vem como um raio, ago de relance e inesperado a figura do Jhonny, vem um aperto no peito, uma dor tão forte, que meus olhos enchem d’água. Cadê meu amigo, como ele está, por que ele não me liga, não manda e-mails, nada, por que, segundo dia sem notícias nenhuma. Ao abrir o portão me viro pra casa dele, vejo a luz da sala acesa, decido ir até lá saber de alguma coisa. Entro, bato na porta, quem abre é seu Henrique, fico meio sem graça, depois da briga que tivemos, do lance dele apoiar o Estevão e deixar D. Nuancy e o Jhonny sangrando, mas as notícias sobre o Jhonny naquele momento eram mais importantes do que tudo isso que já passou, e que não temos como mudar uma virgula sequer.
Breno - Boa noite seu Henrique, o Jhonny deu alguma notícia.
Henrique - Entra meu filho, sua mãe está aqui.
Vou entrando, e na sala encontro minha mãe conversando com Dona Nuancy, mãe do Jhonny, estava ainda muito abatida e chorava muito, era de dar pena, e minha mãe ali, dando aquele apoio.
Zilda - Meu filho, deixa eu ir pra casa preparar sua janta.
Breno - Não mãe, estou sem fome.
Zilda - Você tem que se alimentar Breno, está se sentindo melhor?
Breno - Sim mãe, um pouco. Me diz o Breno ligou D. Nuancy, mandou alguma notícia.
Nuancy - Nada meu filho, a Estela foi hoje pra Cabo Frio para procurá-lo, eu não estou agüentando mais, não estou agüentando mais. Durante 24 anos ele sempre ficou aqui, perto de mim, agora que com essa confusão toda, ele ficou longe de casa, mas pra mim estava dentro de casa por que estando com vocês eu sabia que ele estava bem, até melhor do que aqui.
Zilda - Que isso minha amiga.
Nuancy - Verdade Zilda, a mais pura verdade. Dentro da minha própria casa, eu pensava que estava tudo bem, mas mentira, estava tudo errado, tudo maquiado. Eu pensava que tinha uma linda família, uma família certa mas nada. Meu filho sofria calado, meu genro que eu pensava ser o melhor homem do mundo, na verdade é um bandido pervertido. Meu marido que pensava que me amava, me tranca, me deixa desmaiada, por causa do meu genro, deixa o filho sangrando, e faz questão de apagar as luzes, se não fosse você Breno nem sei como estaria hoje.
Breno - Esquece isso D. Nuancy.
Nuancy - Esquecer... como esquecer meu filho, essa é minha vida, se um dia eu contar a alguém ninguém acreditaria. Breno meu filho, o Jhonny começou a ser feliz aqui com vocês. Eu quando ia lá amiga, de coração, nunca te contei, mas sentia uma pontinha de inveja, ver vocês na mesa, ele brincando com o Jhonny, o carinho que ele tem por você Breno, a admiração, chega ser lindo.
Breno - Que isso D. Nuancy, não faço nada, só nos damos bem, o Rick disse que o Jhonny é o irmao que ele pediu a Deus.
Nuancy - Na verdade o Jhonny sempre foi muito calado, sozinho até. Em Cabo Frio ele tinha amigos é claro, ia a praia, a festas, mas aqui em casa ele sempre foi muito sozinho, também a Estela com ele tem uma diferença de idade grande, por mais que fossem sempre ligados. E depois que a Estela casou ficou pior. Erramos e tentamos suprir nossa ausência como pais com jogos, notebook, essas coisas.
Breno - Realmente é engraçado, o Jhonny com 24 anos ter tantos jogos, são muitos, eu nunca me liguei muito pra isso, o Rick adora.
Nuancy - Foi a maneira que eu o Henrique encontramos para suprir tudo isso. Achando que está tudo bem tendo nosso filho no quarto, jogando, dentro de casa, como nos enganamos meu Deus, como nos enganamos.
Zilda - Amiga não precisa mais ficar dizendo que ele é seu filho, já sabemos de toda a verdade, ele é seu neto, filho da Estela.
Nuancy - Amiga aí que você se engana. O Jhonny é meu filho. Não saiu aqui de dentro, mas eu o criei, o ensinei a andar, falar, o Henrique o ensinou a jogar bola, a andar de bicicleta. A Estela o teve nova demais, 15 anos, sei que muitas meninas tem até mais cedo, mas a 24 anos atrás, isso era vergonha pra família, a menina era difamada, você sabe. Ela nos contou, foi um choque tanto pra mim quanto pro Henrique, mas ficamos do lado da nossa filha, saímos de Ribeirão Pires e viemos para o Rio de Janeiro, na verdade a Região dos Lagos, Cabo Frio. Nós registramos o Jhonny, a Estela terminou seus estudos, depois quando voltamos a Ribeirão Pires, São Paulo, isso depois de quatro anos, pra todos o Jhonny era nosso filho, e é isso que ele é meu filho.
Zilda - Amiga se contarem essa história ninguém acreditaria, que coisa.
Nuancy - Toda família tem segredos, tem mistérios, a nossa não seria diferente, toda família tem uma história pra contar, e a do Jhonny não é tão surreal, tão fictícia como parece, contando realmente parece impossível, coisa de filme, novela, mas é verdade. A Estela menina ainda se apaixonou pelo coleguinha da sala, se entregou a ele, e acabou engravidando. Foi terrível, mas abortar nunca, somos católicos, e isso é um crime, tirar uma vida nunca, assassinato, e olha que benção de homem temos hoje. Um rapaz lindo, íntegro, correto, um homem de um coração nobre. Eu amo meu menino amigo, onde está meu filho meu Deus.
Dona Nuancy cai num desespero que comove, abraça minha mãe e começa a chorar, olho pra seu Henrique no canto, também com os olhos cheios d’água, aquilo me aperta ainda mais o coração, decido ir pra casa, chegando, eu abro a porta e vejo o Rick no sofá da sala, dormindo, decido não leva-lo pra cama, o deixo no quarto da nossa mãe até que ele acorda.
Rick - Oi Breno, o Jhonny ligou?
Breno - Não Rick, ele não ligou.
Rick - Mandei um monte de mensagem pra ele hoje no Orkut, mandei torpedo, deixei mensagem off no MSN.
Breno - E ele respondeu?
Rick - Nenhuma, não respondeu nada Breno. Será que ele está com raiva de mim também, mas eu não fiz nada. Breno daqui um mês é meu aniversário, queria tanto que o Jhonny estivesse aqui também, seria o primeiro aniversário meu, todo mundo da minha sala tem curiosidade de conhecer o Jhonny, eu falo dos jogos que ele tem, que ele me ensina zerar.
Breno -Cara calma, derrepente ele vai estar aqui com a gente. Me diz vai querer fazer festinha esse ano, você sempre odiou, falava que era coisa de criança, e você vai fazer 16 anos, você diz que não é mais criança.
Rick - Aff Breno você hein, dãaaaaãaa. Combinei lá na sala um rodízio na pizzaria, todo mundo achou legal, pena que não vai só a gente neh, os pais vão também, alguns, você vai neh, em Julho você está de férias da faculdade por que você é um NERD cdf que passa direto.
Breno - Deus te ouça pirralho.
Rick - Olha você que vai pagar meu rodízio ta bom, quero você lá também.
Breno - Eu que não seja idiota de não ir, voc~e me mata.
Rick - Matar eu não mato não, mas ficar de mal eu fico.
Breno - Ficar de mal com meu maninho do coração, eu morro, nem pensar.
Rick - Deixa de ser falso ta Breno, pode deixar que eu guardei lá na geladeira o mouse de maracujá que a mamãe, fez, não cmi tudo não, seu falso.
Breno - Nem sabia que tinha mouse leke.
Rick - Bem peguei a mamãe chorando hoje, lavando a roupa do Jhonny.
Breno - Sério?
Rick - Ela disfarçou mais tava. Ela também gosta muito do Jhonny né, ele tipo é um irmão pra gente, estou muito triste Breno, muito mesmo, ele nem falou comigo, só deixou esse jogo.
Breno - E você já começou a jogar.
Rick - Não pow, eu não sei, ele que ia me ensinar.
Breno - A tah, descobri então por que você está triste, você está triste por que não sabe como jogar, e não tem o Jhonny pra te ensinar, seu falso.
Ao falar isso eu saio correndo, o Rick fica nervoso levanta da cama, vem em minha direção, eu quase caio pois me esbarro no móvel do corredor, ainda de mochila nas costas, logo minha mãe chega.
Zilda - Que isso meu Deus, briga a essa hora. Breno nem com dengue meu filho... nem com dengue.
Rick - Olha mãe eu vou matar o Breno, ele me chamou de falso, disse que estou triste só por que o Jhonny foi embora e não me ensinou o jogo. Você não pode falar isso seu cdf do cacete, você não está dentro do meu coração, e eu gosto do Jhonny de verdade.
Breno - Estava brincando pow, desculpas Rick.
Rick - sempre assim fala besteira e me pede desculpas, mas não vou desculpar, não vou.
Zilda - Meu Deus do Céu, quem pariu Matheus que o embale.
Rick - Mãe você também teve algum filho chamado Matheus?
Breno - Vai dormir Rick, vai.
Rick - Não fala comigo. Lá lá lá Brizola, eu não estou ouvindo nada. O Breno é um babaca, que não come torrada, la´lá lá lá lá.
O Rick sai cantando uma musiquinha que sempre me irritava, minha mãe logo foi pro quarto e eu fui logo pra cozinha, abri a geladeira, peguei a travessa de mousse de maracujá, me sentei e comecei a comer, olhei pra cadeira que sempre sentava o Jhonny, e as lágrimas escorriam dos meus olhos. Não consegui controlar a emoção, estava muito ligado a ele, ao jeito dele, ele já fazia parte da minha vida, todas as noites, todos os dias o via, falava com ele, e de uma hora pra outra tudo isso mudou, ele foi embora, me deixou apenas um bilhete, me viu na rodoviária, ele sabia que era eu, e não falou comigo, aquilo tudo apertava meu peito de uma maneira tão forte que as vezes parecia que eu não conseguiria nem respirar. Fui pro quarto, ainda chorando baixinho, ninguém ali pra me aconselhar, pra me ajudar, estava eu e eu, ali, eu e o travesseiro, e aquele quarto. Ligo o PC, entro off no meu MSN e vejo vários e-mails de pessoas que estavam acompanhando meus contos, se emocionando, fui lendo aquelas historias de pessoas tão diferentes de mim, todos sabiam da minha vida, me conheciam e eu não conhecia ninguém, como aquilo era estranho e ao mesmo tempo tão inacreditável, tinha pessoas do Sul, Nordesde, divisa com o Brasil, até da região Norte que estavam lendo aqueles contos, que mais pareciam relatos mesmos do meu dia a dia, do meu sofrimento, da minha vida tão tumultuada, que cada vez mais estava longe de um final dignamente feliz.
Abro minha caixa de entrada e leio esse e-mail
“Boa noite, fiquei muito feliz e estou me identificando com o seu conto que esta publicado no neste link
http://www.contoseroticos.com.br/3.0/ler.php?id=34286&autor=Multiplosex&mostrar_email=nao
mas agora, depois de ter lido a segunda parte, estou curioso para saber o que aconteceu...
Publica logo a continuação estou muito interessado em saber o que rolou...”
Vou até o site e vejo onde parei, então começo a escrever, isso quase onze da noite o que aconteceu no meu dia seguinte, lembro que foi o acidente de moto que o Jhonny sofreu, faço então uma viagem ao passado mentalmente, e me reporto àquele dia, choro ao relatar na frente do PC, esse dia foi horrível pois pensei realmente que o Jhonny tivesse morrido. Desligo o computador em lágrimas, chorava por tudo, coloco meu celular como de costume perto do travesseiro, até que onze e meia da noite ele começa a tocar, atendo ansioso, nem vejo o numero, ainda com a voz meio tremula, de quem estava triste, chorando mesmo, nem disfarcei.
Breno - Alô... alô, quem fala?
Ninguém responde. Vem a minha mente logo que seja o Jhonny.
Breno - Jhonny... é você Jhonny, por favor responda.
A pessoa fica em silencio, não fala nada, demora um instante, eu ainda triste, comecei a chorar segurando o celular, até que a pessoa desliga, ao ver o numero, vejo é o Jhonny.
Na emoção do momento.
Continua...
Galera obrigado pelo carinho, paciência, estou muito feliz por vocês, saibam que é por vocês que escrevo aqui, obrigado pelos e-mails.
Multiplosex@hotmail.com
Segue em anexo o link com todos os contos, do primeiro ao último, espero que ajude
http://www.casadoscontos.com.br/perfil/134415