Não imaginava, mas o dia 05 de maio de 2003 ficaria gravado na minha memória pra sempre. Tinha então 18 anos de idade. Segundo ano do ensino médio. Alguns amigos além da família e cachorro e uma grande paixão: estudar idiomas. Nunca gostei de me gabar, mas o fato de, com tal idade, falar fluentemente francês e inglês, razoavelmente, alemão, e ter conhecimentos de sueco, holandês e japonês me conferia uma inevitável popularidade. Não me gabava mesmo. Não costumava dizer isso a ninguém. Apenas confirmava quando me perguntavam. Bom... a visita de um missionário americano à nossa igreja, num certo domingo, suscitou no pastor e obreiros uma/um questão/problema “e agora? Nem um de nós fala inglês! O que vamos fazer?” Não me digam que a essa altura vocês já não sabem que eu seria convidado para a tradução simultânea! Como penso que isso já ficou claro, passemos para o dia do evento. Não há muito o que dizer, correu tudo bem. Precisei algumas vezes dizer “sorry...can you reapeat that, please?”,mas acabava entendendo e traduzindo tudo com acuidade. Não demorou muitos dias para que um membro, sem perguntar se eu aceitava (quis matar ele no início!), sugerisse que eu ministrasse um “cursinho básico de inglês, só para os irmãos da igreja, mesmo”. Os membros presentes se animaram logo, especialmente os jovens e adolescentes. Vendo a alegria dos meus amigos e recebendo o completo aval e apoio do pastor, pensei que não deveria ser egoísta, e poderia tirar 3 horas semanais do meu tempo para fazer aquele ato de caridade. Imaginem que até decidiram fazer uma vaquinha pra me pagar uma “pontinha”. De graça não tem graça, mas teria feito mesmo sem receber nada. Lista de alunos: integrantes fixos do grupo jovem da igreja. Total: 19 indivíduos. Calma...calma ainda falta um aluno: o pastor, o pastor Henrique. “Por que o pastor pode e nós não?” perguntou a bocuda da dona Teresinha. “Porque o pastor viaja muito, incrusive Pa Oropa” respondeu o obreiro, Seu Carlos. Totalizamos, então, 20 alunos. Passemos pras aulas. Sem muitos comentários. Tinham alunos excelentes, bons, regulares, ruins e, finalmente, o pastor Henrique. A agenda dele não colaborava muito e, em contrapartida, me dava trabalho extra: aulas particulares na igreja algumas quintas à tarde. Esse horário era melhor porque era o dia em que o pastor ficava “reparando” a igreja sozinho, sem ninguém pra amolar. Vez por outra, aparecia uma “alma penada”, mas não era sempre. “Não pastor, lembre, não é mi nami is Henrique, é mai neim is Henrique...isso mesmo... de novo então: what’s your name? Mi nami is Henrique...” Beuf...! Sem comentários. O jovem pastor Henrique tinha então 32 anos, uma esposa chamada Patrícia, uma filhinha de 5 anos chamada Rebeca, um gol quatro portas, um apartamento alugado na Governador José Malcher, próximo à Três de Maio, um diploma de bacharel em Teologia e outro de Licenciatura em Matemática, uma bíblia de estudos muito bacana, um sorriso muito bonito, uma voz bem articulada, pernas grossas, e o que chamava muita atenção, mas só era possível ver de perto:um olhar triste. “J., tá na hora de darmos uma paradinha, você não quer almoçar?” “Tô com fome mesmo, pastor”. “A Paty já mandou o meu almoço. Como ela nunca se acostuma com o fato de que não consigo comer um boi sozinho, tenho certeza que a comida dá pra nós dois e sobra”. “Vamo lá”. “Por que a gente sempre fica triste depois do almoço, cê sabe, J.? Putz... a gente deveria ficar mais forte porque acabou de comer, e no fim a gente fica que tá morrendo hahaha”. “haha é verdade, pastor, não dá nem vontade de levantar”. “Vô dar uma fechadinha na igreja e depois vô dá uma descansadinha nesse colchão, cê pode dar uma descansada nessa rede aí, J. .” “Blz, pastor”. A intimidade é foda, mesmo! Eu deitado na rede, o pastor no colchão olhando pra mim e deixa escapulir, no alto das brincadeiras. Se ele queria me deixar mais a vontade, conseguiu. Ah sim... ele deixou escapulir um punzinho básico. No início fiquei bem sem graça. Mas com a risada do pastor, descolei rápido. E claro... saí correndo antes que a coisa começasse ,literalmente, a feder. Agonia minha e muitos risos do pastor. “volta, J. já passou o cheiro hahaha”. “Olhe lá, hein”. Mas tinha passado mesmo. E olha que ele cheirou tudo sozinho. [Lição Extra: minha vó dizia que quando alguém peidar perto de vocês, não saiam correndo. Cheirem todos juntos que acaba mais rápido]. Pude ver o pastor de outra forma. Ele, de repente, não era mais o Pastor Henrique. Era apenas o (pastor?) Henrique. Sim, quase me aventurei a chamá-lo apenas Henrique. Mas me contive. Conversávamos havia quase duas horas, especialmente, sobre relacionamentos. Sim, acreditam? Sobre relacionamentos. Não exatamente como pastor e membro, mas digamos... como ah, ah...não sei bem. Parecia um pouco amizade, sabe? Me surpreendi com o olhar do pastor quando toquei no nome de sua esposa. Era de insatisfação, ou descontentamento. Não sei bem diferenciar esse olhar daquele. “J., cê tem namorada”. What? “Não”. “Se guarde para garota certa, você é um rapaz especial”. “uh uh”. Mal sabe ele que já tinha “dado uns amassos” (com direito a sexo oral!) num rapaz, lá no banheiro da igreja. E mal sabia o pobre Henriquinho que eu tava de olho nele desde que chegou a igreja. [Sim! Não pensem que esqueci que tenho que falar de sexo. Só não sei fazer isso tão rápido, ora!]. Estaria mentindo se dissesse que era um virgenzinho até então. Na verdade, mesmo não tendo dito antes, estava mesmo a fim do pastor desde que ele chegou. A pele dele. Os cabelos. O sorriso. As pernas, meu deus, as pernas! A voz. O jeito. O modo de se vestir. O sotaque carioca (50 por cento dos pastores da igreja vinham do Rio). A boca. A bunda. O pau, também haha. A calça não escondia a forma. Nas reuniões, o pau dele competia (falando de mim) em atenção com a pregação. Que homem! o rosto não era tão bonito, não. Mas ele era pastor e isso lhe dava o dobro da beleza que ele tinha (que já não era pouco!). E o tesão então! Diante do fruto proibido/sagrado, o desejo se multiplica. Imaginem que a conversa descambou para sexo. Sexo saudável. Nada de vulgaridade...Ups... Tá tá tá tá tá tá. O meu lenço cai. Tá tá tá tá tá cai no pau dele. Tá tá tá tá. Ele me olha demoradamente e não tira o lenço de cima! Tá tá tá. Eu olho de novo pro lenço e pra cara dele. Meu Deus! Ele me olhou mesmo daquele jeito? Caraca! Tá tá. “Cê não vai pegar o lenço, J.” caralho vai ser hoje. Tá bom, então! Enchi a mão. O cara deu uma gemidinha. Meu Deus, será possível?! Ouvimos um anjinho sensível dizer baixinho pra gente parar. Logo logo ouvimos um demoninho forte gritar “Vão em frente, não tem ninguém aqui, aproveitem. Cês podem não ter essa oportunidade nunca mais...vão hahaha. Isso é bom. Muito bom”. Ora, amiguinhos, o mundo é dos fortes, sabemos disso. Pulei da rede. Pulei em cima dele. A tortura tava pra começar... [Desculpem pela boiolice de hoje, prometo que na continuação vou narrar só as putarias, mesmo.Té logo. Ps...não sei se vai aparecer o meu e-mail, mas queria deixá-lo, de qualquer forma: austin.jane17@yahoo.com. E sou homem mesmo apesar do e-mail secreto]
Um garoto bom de língua...
Um conto erótico de Joruen Stasiak
Categoria: Homossexual
Contém 1255 palavras
Data: 23/07/2010 18:10:06
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