Loveless II

Um conto erótico de Julian
Categoria: Homossexual
Contém 1945 palavras
Data: 31/07/2010 21:43:33
Última revisão: 01/05/2013 14:34:36
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

[Meus querido, para melhor compreensão desse conto sugiro que leiam os anteriores. Espero que gostem e por favor comentem, isso me ajudará a melhorar os contos futuros.]

Vida. Algo complicado e abstrato que muitas vezes nos é confuso e sem sentido. Para mim as nossas vidas são como carrosséis, onde as coisas giram em torno de um eixo, esse eixo pode ser compreendido como a razão de nossa existência individual o porquê cada um de nós existirmos, o nosso propósito, o destino. Acredito também que além de nossas vidas girarem em torno de um propósito individual, elas giram em torno de um eixo maior, o propósito da existência de todos os serem vivos que eu nem sonho em entender, pois não entendo nem mesmo meu próprio eixo.

E naquele momento, em meu quarto com o cartão que o Caio havia me dado e em meio a esses devaneios, eu comecei a perceber que nossas vidas, a minha e a dele, começavam a girar de forma sincronizada, o só não sabia até que ponto eu queria estar ligado a ele.

Eu estava morrendo de vontade de ligar para ele, mas não sabia o que falar, não sabia se ele ainda lembrava-se de mim, poderia muito bem ter se esquecido. Peguei o telefone e digitei o numero que ele havia me dado, o telefone começa a chamar e chamar, eu já estava arrependido de ter feito aquilo e estava prestes a desligar quando ouço um “alô!”. Era a voz dele, eu não sabia o que dizer, pensei, mas nada me veio a cabeça então ouço o segundo “alô...” Sentia como se minha boca estivesse segurando as palavras, queria falar algo mas simplesmente não conseguia, nesse momento ouço um riso e ele diz: “ Se você não sabe o que falar Julian, diga apenas oi”.

“Oi” disse eu em uma voz fraca e relutante. “Porque demorou tanto a me ligar? Eu já estava achando que não ouviria sua voz novamente!!” disse ele de forma divertida. Ele silenciou-se então soube que estava esperando que eu falasse algo, resolvi perguntar como ele sabia que era eu ao telefone se não havia falado nada. Ele riu novamente e disse: “Quem mais me ligaria e ficaria em silêncio se não você? Quem mais teria motivos para recear-me? Ou melhor, aos meus sentimentos?

Disse que não o receava, apenas não o conhecia. “E quer me conhecer?” perguntou-me ele de forma desafiadora ao que respondi simples e firmemente “sim”. Ele parou de falar e ouvi um suspiro e então ele pergunta: ”quando?”, eu sabia que meu pai iria trabalhar até tarde então disse que poderia ser as 17h00min, estaria esperando ele na pracinha.

Não pensei muito, apenas falei, depois me arrependi, pois poderia ser perigoso porque por mais que perecesse gentil e confiável eu não conhecia o Caio. Mas mesmo assim decidi ir e ver o que aconteceria, me levantei e fui me arruma.

As 17h00min eu já estava no lugar marcado, na verdade havia chegado já fazia uns quinze minutos e estava muito ansioso, o Caio apareceu, caminhando de forma firme e calma em minha direção ao chegar onde eu estava sentou-se e sorriu, o sorriso dele é lindo, cativante e encantador.

“Como está? Pensei muito em você garotinho, na verdade você dominou os meus pensamentos.” Disse ele me encarando, eu sem saber o que dizer sorri e disse que também havia pensado nele que tinha ficado em dúvida se ligava ou não. “Mas você está aqui, isso é um bom sinal. E agora quer ir a algum lugar ou ficamos aqui mesmo? Você quem decide”. Respondi que gostaria de ir a casa dele o que pareceu não lhe agradar de começo, mas acabou concordando. Fomos até o seu carro e ele me levou até a o apartamento onde ele morava.

Não era muito grande, tinha dois quartos, sala, cozinha, um anexo à sala onde estavam uma estante com livros e uma mesa com um laptop e vários papéis espalhados, mas apesar de compacto o apartamento era charmoso e confortável. Ele me ofereceu algo para comer e/ou beber eu aceitei um copo de água.

Enquanto tomava a água e analisava a sala e os objetos que a decoravam percebi que o Caio me olhava, perguntei o porquê de estar me olhando insistentemente, então ele respondeu: “Você tem a pele muito branca, parece uma folha de papel, deveria tomar mais sol”. Analisei meu braço e disse que tinha herdado a cor de pele da minha mãe e que não gostava muito de sol, ele estendeu a mão para mim e tocou meu rosto dizendo: “Não tem problema, acho muito atraente a pele branquinha”, e riu.

“Sabe o que me chamou a atenção quando vi você pela primeira vez?” perguntou-me o Caio, “Foram seus olhos, eles são lindos, um castanho profundo, e esse ar de tristeza dá a eles um tom misterioso. Naquele dia na pracinha você olhava para o nada, os seus olhos vagavam sem procurar nada em especial e eles me fascinaram.” Ele me disse tudo isso passando a mão em meu braço, isso me fez arrepiar, como se uma corrente elétrica passasse dele para mim.

Ele sabia que eu estava inseguro a seu respeito então me contou um pouco de sua história. Agora ele vivia tranquilamente, mas sua infância tinha sido diferente, ele nasceu em uma favela, o crime sempre rondou a sua família, sempre tentando atraí-los com suas aparentes facilidades. Seus pais tinham morrido em um conflito entre traficantes e policiais, e ele aos onze anos foi para um orfanato. É estranho como as pessoas vêem as coisas de forma diferente, pois ele tinha duas alternativa: revoltar-se com a sociedade e entrar para o mundo do crime, a mais “fácil” ou tornar-se uma pessoas diferente, a mais “difícil”. Ele optou pela mais difícil, e no orfanato encontrou uma pessoa que o ajudaria nessa difícil jornada, a dona Cecília, uma das pessoas que ajudavam o orfanato e que percebeu seu talento para o desenho e o incentivou. Dessa relação nasceu um sentimento entre eles, um sentimento de mãe e filho, e ela e o marido o adotaram. Hoje ele mora sozinho, seus pais não moram muito longe de seu prédio. Com seus pais adotivos ele teve muito incentivo cultural, pois dona Cecília é professora de literatura e seu pai, seu Miguel, é um militar aposentado e também dono de uma livraria.

“Minha sexualidade explodiu na adolescência, saia com meninas e ficava com elas, mas sempre admirei os meninos, em geral os mais jovens, sempre senti atração por eles e tive minha primeira relação homossexual aos 17 anos’, ele fez uma pausa, me olhou e prossegui “estou apaixonado por você, e sei que estas no mínimo gostando de mim, mas também sei que você deve estar me achando um tarado indecente, já que tenho oito anos a mais que você.”

Ali, naquele momento não existiam puros nem corrompidos, ali estavam duas pessoas dividindo suas experiências, e descobrindo que apesar de não ter muitas coisas em comum suas vidas estavam se entrelaçando. Eu disse isso a ele, ele ficou sério e me olhou nos olhos, senti suas mãos quentes em minha pele, e seus lábios tocaram pela primeira vez os meus. Era um beijo casto, sem mãos escorregando para lugares íntimos, um beijo carinhoso, como eu nunca havia recebido antes.

Após esse beijo nos olhamos novamente, estávamos constrangidos, ao menos eu estava, então ele pediu que eu contasse sobre mim. Disse a ele que morava com meu pai a algum tempo, ele era gerente financeiro de um metalúrgica, minha mãe era médica ginecologista e estava morando junto com seu namorado, motivo pelo qual eu estava morando com meu pai.

“E os seus amores?”, perguntou-me ele. Contei do Kauê, que tinha sido a pessoa com tem eu tive minha primeira relação e do Pedro. Ao falar do Pedro senti meu coração bater mais forte e instintivamente olhei para baixo. O Caio percebeu e disse: “Você ainda ama ele não é?”. Fique em silencio, não sabia o que dizer a ele, eu sentia algo pelo Pedro ainda, mas não sabia se era amor, eu nunca soube o que é amor. Apenas respondi que não sabia.

“Não tem problema, ele não me importa. Estou interessado em você, você é o novo dono dos meus pensamentos e te garanto uma coisa, aqui só será feito o que você consentir, me entrego a ti, sou seu vassalo e tu meu mestre. Você é o dono dos meus sentimentos”, disse ele de forma carinhosa, eu toquei em seu rosto e o beijei, e me senti estranho, pois nunca tinha tido a iniciativa. Ele aceitou o meu beijo, começou a deitar no sofá, senti sua mão explorando por debaixo de minha blusa e seus dedos me tocar nos mamilos, nos beijávamos. Tiramos nossas blusas e beijávamos um os peitos do outro, era delicioso, não falávamos nada, apenas trocávamos carinhos. Ele se levantou me fazendo sentar no sofá, então ajoelhou-se em minha frente e começou a abrir minha calça, eu tentei o impedir, mas carinhosamente porém de forma firme ele afastou minha mão. Tocou-me, e acariciou, eu estava sentindo algo muito bom, algo que tomava conta de todo o meu corpo. Quando achei que nada poderia ser melhor sinto seus lábios me dando prazer, senti medo de desmaiar pois nunca tinha sentido algo tão intenso e arrebatador. Parecia algo irreal, mas não era, eu o estava sentindo, o meu corpo todo sentia, minha boca soltava suaves gemidos de prazer, minhas mãos acariciavam sua cabeça, meus peitos recebiam os carinhos de seus dedos, eu arqueei e senti um jorro de prazer, algo incontrolável, uma explosão dentro de mim, eu havia tido um orgasmo. Estava exausto, respirava de forma ofegante, ele veio sobre mim e beijou-me, deitou-se no sofá e me puxou para ele, arqueei minhas pernas sobre seu ventre e vagarosamente fui descendo em direção ao seu membro. Parei, senti algo, o olhei e ele sorriu me olhando de volta, fiz um gesto afirmativo com a cabeça, sutilmente começou a pressionar minha cintura para baixo, eu me deixei levar e senti algo entrando em mim, senti aquela dor novamente o que me fez apertar o seu braço e ele parou. Ele me encarava, apenas esperando uma ordem para prosseguir, respirei e balancei a cabeça novamente e ele continuou até estarmos totalmente ligados. Seus movimentos eram lentos porem fortes, e a todo o momento me olhava nos olhos, como se a esperar um sinal para que parasse, mas não o fiz, apenas o olhava de volta e sorria, os movimento ficavam mais ritmados e frequentes , suas mãos pressionavam minha cintura e eu me apoiava em seu peito para não cair. Ele cerrou as sobrancelhas, ergue-se para frente olhando –me no fundo dos olhos, contorceu-se e gemidos saíram de sua boca que logo após encontrou a minha. Caiu de costas cansado, os dois estávamos.

Após tomarmos um banho demorado sentamo-nos na sala, eu estava pensando, pensava no que tinha feito, não estava arrependido, mas achava que talvez devesse ter esperado. Caio sentou-se na mesinha de centro pôs as mãos em meus joelhos e disse: ”sou seu agora, meus sentimentos são seus, você é o senhor deles. Governe-os”. Não o havia entendido completamente, mas não falei nada, apenas sorri e toquei sua mão.

Eu não sabia como isso poderia ser possível, como esse relacionamento continuaria, eu estava fascinado por ele, mas sentia algo ainda pelo Pedro. Como sempre me sentia confuso, senti que um novo laço se prendia, porém o antigo não havia sido cortado, e eu não sabia como fazer isso e nem se queria fazer.

Para quem quiser manter contato: yukito.tsu@hotmail.com

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Comentários

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não é preciso pedir desculpas, sendo assim eu compreendo. só que os teus contos são os melhores, e eu acompanhei desde o início... só que nunca mais nada se viu. contos como os meus nada têm de especial, mas os teus... são uma pérola.

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Nossa, 1000 desculpas mesmo, mas perdi todos os meus textos, vou ter que começar tudo novamente.

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há tanto tempo que não se lê nada novo teu... adoro os teus contos mas estou farto de esperar.

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Imagina, não está sendo chato. Creio que em 2 meses eu concluo o conto meu caro. Abraços!!!

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N quero ser chato ms, vai demorar quanto tempo mais ou menos pra postar? :)

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Não Rafinha, apenas dei um tempo para os contos não ficarem parecidos uns com os outros como muitos que a gente lê por aqui. Já estou escrevendo a continuação. Abraços e obrigado pelo carinho.

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Gosto muito dos seus contos e admiro muito o seu jeito de escrever. To esperando faz maior tempão a continuação

vc n vai parar de escrever, vai?

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Desculpe querido, estou com o tempo muitíssimo limitado!!!

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Obrigado, fico muito feliz que tenha gostado, e sei que estou sendo muito relapso na minha tarefa de escrever a continuação, mas vou fazer o máximo para publicar o mais rápido possível.

Abraços.

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cara seus contos são os mehores que eu já li,vc escreve muito bem,expressa seus sentimentos super bem,eu viajo lendo os contos como se eu estivesse neles sentindo cada sentimento...seus contos dariam um otimo best seller...tó esperando os outros

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So desculpo a demora se esse conto for otimo, rsrsrs, eu sei q vai ser tao maravilhoso quanto os outros. =]....

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Tudo bem demorar, contanto q o proximo seja maravilhoso rsrsrs, eu sei q vai ser tds sao.... =)

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Oi querido, eu já comecei a escrever, mas estou tão sem tempo. Creio que logo conseguirei concluir. Desculpe-me a demora.

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Entao quando vai ter a continuaçao ?????? =s

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os carinha dai de cima ja falaram tudo , continua vey , seus contos são 10

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Obrigado, fico feliz que você gostou.

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