Fudelança à Moda Antiga – Parte V.
Gostaria de esclarecer que essa serie é uma autobiografia gay e não um conto erótico, pois a missão de escrevê-los eu deixo para meus confrades e em especial ao ‘garoto tentação’ - fabriciofcl@yahooo.com.br - que é um gênio nessa matéria.
Quanto aos erros de português peço desculpas ao leitor, mas lembro que fui educado na França.
Estevão Valente
Eu estava de molho me recuperando de uma crise de enxaqueca em meu apto. em São Paulo. Já sem dor de cabeça, resolvi ler um livro. Em plena leitura alguém se materializou na minha frente.
Era Ricardo.
“AVE! que susto”.
“Me desculpe, não queria assustá-lo”.
“Mas já o fez”, falei rindo e dando a face para ele beijar.
Lindo, lindíssimo, com os cabelos soltos – agora sem gel e no estilo do Hugh Grant - vestindo um terno cinza claro de casimira leve, uma camisa de punho, abotoaduras e gravata bleu/rouge do Hermès, um sapato feito à mão que eu só vira na Suíça.
Sentou-se no Pouf Eliot afastando meus pés e de olhos fechados começou:
“Precisamos repensar nossa relação”.
“Opa!!!!!!"
“Nos só nos vimos uma vez, agora você vem com “repensar relação?”
“O que que é isso?”.
“Quero você só para mim, apesar de por enquanto ter que dividir com o Gil”, frisou bem o “por enquanto”.
“Não entendo?!?!”
“É, é verdade. Segui você nessa semana e descobri aonde vai nos dias em que nos não estamos aqui. Vi você entrar nas ‘Termas for Friends’ e fui lá”.
“Tive que deixar uma bicha muito da escrota que é a dona, um tal de Zé Geraldo, fazer um boquete e ele me deu toda a sua ficha...”
“Como? Você falou de mim para ele?”.
“Claro que não, foi só dizer que meu pai ia ao teu Banco, que ele abriu o bico dizendo que era teu amigo. Parece que ele pensa que você só come e não sabe nada do Gil”.
“Claro que não sabe. Você acha que eu fico falando da minha vida pra dono de sauna?”.
“MAS, ele dize que os garotões adoram fuder contigo”.
“E daí ?”
“Por causa dessa noticia, sai furioso das “termas” e confesso morrendo de ciúmes”.
“Cheguei na Republica e além de ouvir o Gil batendo bronha te chamando, havia um recado da Maitê para eu ligar para ela o mais rápido possível”.
“Quem é Maitê?”.
“MINHA EX”.
“Ela começou a reclamar que eu não tinha ido à festa da Holly que foi nessa semana, que tinha ficado sozinha, que todo mundo perguntava por mim, isso, aquilo, aquilo outro”.
“Não parava de falar, de repente perguntou se eu estava no aparelho, aí eu não tive duvida e berrei que estava tudo acabado entre nos”.
“Ela, burra, perguntou se eu tinha um novo amor e se ia ficar com ele”.
“Então respondi com muita tranqüilidade que sim que ficaria com o meu novo amor”.
“Um homem, porque novo amor, no masculino, só pode ser homem”.
“É sim um novo amor e sabe de uma coisa, porque você não vai pra PUTA QUE PARIU” e desliguei.
“Nessa semana, o meu pai me ligou para saber se era verdade que eu havia terminado e eu dize que sim, mas que depois explicaria tudo a ele”.
Ante meu espanto, ele sorriu e falou que era essa a verdade, tanto que havia pensado muito, chegado a uma decisão e por isso queria repensar o relacionamento.
Ante aquele jovem universitário tão compenetrado só me restou dizer:
“Fale então”.
“Eu resolvi que nos vamos fazer ‘troca-troca’”.
“Eu nunca dei nem quando era moleque, mas imaginar você com outra pessoa me deixa louco. Eu não agüento isso. Daí que você vai comer meu cu pela primeira fez. Vou chupar, levar dedada, o que for, mas não quero você mais nas saunas, ou por ai, já basta o Gil, contra o qual eu não posso fazer nada”, ao terminar estava chorando e eu emocionadíssimo.
Trouxe ele para o meu peito, abraçando-o, enquanto ele dizia que era macho, que nem punheta com os amigos havia tocado, que nunca deu para primo, mas que depois de me conhecer sua vida havia mudado. Que nunca pensará que nosso encontro ia modificar sua vida. Que me sentir ao seu lado era o que ele mais queria. Que ficava lembrando o abraço no estacionamento, da vontade de bater no manobrista. Que eu era o homem perfeito para ele, que não havia outro, e coisas desse tipo.
Eu fiquei tão emocionado, pegando sua mão, nos sentamos no sofá e eu tirei o pau murcho dele para fora.
Lambi a cabeça, passei a língua delicadamente na ‘saidinha’ e o cacete pulou duro.
Continuei – que se danassem as empregadas – sulquei a cabeça, desci pelo lado esquerdo e depois o direto, daquele caralho curto e grosso.
Ele gemeu deliciado.
Tirei o saco para fora e lambi as bolas com tal ‘fome’ que ele grunhiu alto.
Voltei para o cacetão, fiquei fudendo pra valer, não deixando ele se mexer e de repente minha boca ficou cheia de porra quentinha e gostosa.
Nos beijamos e ele, pela primeira vez, dividiu o seu gozo comigo.
Ficamos abraçados nos beijando com sofreguidão e escutei ao pé do ouvido:
“Eu te amo, eu te adoro, eu te amo, eu te adoro”.
Foi um momento mágico.
A pentelho da empregada veio avisar que o Gil queria falar comigo no telefone;
“Porra que merda. Esse cara tinha que estragar tudo”, foi a sua reação.
Desse dia em diante o ‘troca-troca’ foi estabelecido, e o que é engraçado:
Eu, um galinha, não tinha MAIS necessidade de ira à caça.
Ia tudo as mil maravilhas, até que fui transferido para Brasília e ele entrou em pânico.
Prometi que mandaria uma passagem de avião, ou que eu voltaria para São Paulo, todo mês, para nos vermos e ele concordou satisfeito da vida, pois no fundo, no fundo, seu
lhe revelava que seu colega de quarto, o Gilberto, não agüentaria com tal arranjo, com tal situação.
Veremos se seu estava certo ou não no ultimo capitulo dessa serie que mostra um amor gay.
Continua.