Minha vida causa inveja: aos 45 anos tenho sólida situação financeira, corpo atlético, pele bronzeada pelas constantes viagens a lugares que têm praias, filhos bem criados do primeiro casamento, solteiro convicto. Tudo isso, somado a tempo, disposição e autoconfiança, me permite um nunca sonhado sucesso com as mulheres. Após o fim do meu casamento, aprendi rapidamente que o bom humor e auto-estima elevados são os ingredientes básicos da conquista, e que a maior parte das mulheres, casadas ou solteiras, loiras ou morenas, esbeltas ou fofas, jovens ou maduras, estão sempre prontas para serem conquistadas. Encaro cada conquista como um desafio, dedico a cada novo amor muita atenção, mas não garanto a duração. Corrigindo o poeta, digo que o amor seja eterno – e efêmero – enquanto dure.
Esta introdução é importante, e a faço em defesa própria, para que o leitor não seja levado a me julgar somente pelo enredo que passo a contar. Temeroso de um câncer de próstata – doença que aflige ou vai afligir 100% dos homens – procurei um urologista, que dispensou o exame de toque em razão dos bons resultados clínicos mas, por precaução, requisitou uma ecografia abdominal. Sabe o leitor que a preparação deste exame pressupõe a ingestão de litro e meio de água, razão pela qual cheguei ao subsolo do Hospital Moinhos de Vento praticamente me mijando. Pedi pressa às atendentes, que me encaminharam à sala do ecógrafo, e me deixaram aos cuidados de José Luiz, auxiliar de enfermagem, jovem, talvez 19, que apesar de eficiente, é totalmente afetado. Magro, rosto bonito, pele lisa, me fez pensar que se algum dia eu fosse comer um viado, certamente seria um afeminado como aquele.
O pensamento idiota, e o mijo represado, me levou a uma indisfarçável ereção enquanto o efebo me preparava para o exame, baixando as calças, levantando a camisa, cobrindo minhas cuecas com o avental do hospital. Para disfarçar, comecei o seguinte diálogo:
- Será que a doutora demora? Tomei muita água e tô me mijando!
- Isso aqui não parece ser do xixi – disse ele rindo, enquanto passava rapidamente a mão por cima do meu pau, que ficava cada vez mais duro.
Completamente sem jeito, tentei emendar a situação: - Cara, respeito a tua opção, nada contra, mas não é minha praia.
- Sei... – disse a biba, com olhar meio decepcionado: - vocês nunca querem admitir ...
- Vocês quem? – perguntei!
- Vocês héteros, que se julgam melhores que nós! Sempre o maldito preconceito.
- Quem começou o preconceito foste tu – disse, ofendido, escolhendo as palavras e primando na conjugação dos verbos – que fizeste a separação de “vocês” e “nós”. Vou repetir que respeito as escolhas de cadaEntão admite que tá sentindo tesão por mim ... – disse o menino, encostando novamente a mão no meu pau.
Sem afastar a mão dele, eu fugi da pergunta, perguntando: - tu passa cantada em todos os pacientes? Segura o pinto de todos?
Ele respondeu de bate-pronto – Por que? Você tá com ciúmes? Quer me namorar? Fica tranqüilo que sou fiel ..., e to sem namorado ...
Fui salvo pela radiologista, que com pressa entrou na sala, cumprimentou a nós dois, e começou o procedimento, ignorando a elevação na região pubiana. Manteve uma conversa técnica, disse que seria rápida e que em seguida eu poderia esvaziar a bexiga.
Durante o exame, contorcendo pela dor abdominal agravada pelo frio do gel espalhado pelo ventre, constrangido pela situação, eu refazia mentalmente o diálogo, e admirava as respostas do putinho. Aliás, há quem diga que toda a bixa é inteligente. A doutora terminou a ecografia, despediu-se dizendo que estava tudo bem, e com um meio sorriso disse que o José Luiz já viria me ajudar. Ele entrou em seguida, não disse palavra, e com rapidez, calma e algumas toalhas de papel limpou os resíduos de gel da barriga. A ereção voltou com força, mas eu também nada disse, lutando com a idéia de querer possuí-lo ali mesmo. Contive o ímpeto, levantei, vesti as calças, ajeitei a camisa e fiquei avaliando o duplo sentido das palavras dele:
- Me acompanha que eu vou te levar ao banheiro.
Fui atrás, desconhecendo as minhas reações, torcendo para que ele entrasse comigo e facilitasse minha decisão. Ele abriu a porta com gentileza, fez um gesto para que eu entrasse, e quando fechava a porta atrás de mim, mantendo-se do lado de fora do banheiro, segurei seu braço, puxei-o com alguma força e projetei meu corpo contra o dele, forçando um abraço e prenunciando um beijo. Ele desvencilhou-se facilmente, deu um passo para trás, e fazendo-se surpreendido, disse olhando fixo nos meus olhos:
- Vocês héteros acham que nós somos promíscuos, que estamos loucos por homem, é só agarrar e sair beijando ...
Balbuciei um “claro que não”, mas ele emendou: - duvido que tu já tenha agido assim com alguma mulher! Deu as costas e foi-se embora, enquanto eu lutava para liberar meu pau e finalmente mijar.
Como sabem os leitores, um homem de pau duro mija fino. O mijo demora para sair, e a pressão de toda a bexiga cheia sobre uma uretra sufocada pelos corpos cavernosos repletos de sangue causa dor. No meu caso era muita dor, e não me senti mais nem menos viado mijando sentado, processo que durou intermináveis e dolorosos minutos.
Ajeitei minhas roupas, recompus meu amor próprio abalado com tanto com o assédio quanto com a recusa, marchei em direção ao corredor vazio, feliz em ir embora sem encontrar nem a médica, nem o enfermeiro. José Luis saiu do nada, me abordou, e com a voz anasalada que os homos usam, disse que tinha adorado me conhecer, que se eu quisesse ver ele de novo era só esperar que o turno acabava as 19 horas, dali a pouco tempo, portanto.
Claro que hesitei, claro que tentei ir embora, mas fui a cafeteria tomar alguma coisa, gastar um pouco do tempo, e por volta das sete da noite lá estava eu, na recepção ainda cheia de pacientes, esperando meu novo amigo. Poucos minutos depois ele apareceu, impecavelmente vestido com roupas que ratificavam sua condição. Ao me ver, abriu um sorriso, dirigiu-se a mim, e na frente de todos me deu um selinho, envolveu-se no meu braço como se fossemos antigos namorados, e esperou que eu o conduzisse até meu carro. Como eu não pensava noutra coisa a não ser comê-lo, receoso de que pusesse tudo a perder, não ousei afastá-lo. Também não ousei olhar para os lados, com medo de algum conhecido.
No carro, sem saber o que fazer e o que dizer, lembrei do último diálogo que tivera, e agi como se ele fosse uma das tantas mulheres que eu havia conquistado. Simulei naturalidade, conversei banalidades, conectei o IPhone ao rádio do carro e pus o rock nacional anos 80 que sempre ouvia. A escolha randômica das músicas, como que ironizando o momento gay que eu vivia, escolheu uma sequencia de Cazuza, Legião e Cassia Eller, o que provocou risos e o seguinte comentário: - tu só ouve música de viado? HeHe! Eu olhei, ri, segurei a mão dele, tentando adivinhar se o levava para o motel ou para um bar conversar.
Com medo de outra cagada, propus irmos ao Café do Lago, que não era propriamente um lugar gay, mas tinha certeza que não encontraria conhecidos. Nesta época do ano, anoitece tarde em Porto Alegre, e o final do dia estava maravilhoso. Ele pediu um cálice de espumante, eu um chope, e confesso que foi um encontro agradável e romântico. Como um casal gay, trocávamos carinhos leves, sem demonstrações públicas. No final, ao pagar a conta, arrisquei: - posso te levar pra minha casa?
Ele foi elegante ao dizer que não, que tinha aulas cedo no dia seguinte, e que a gente mal se conhecia... disse também que preferia que eu estivesse certo da minha vontade em relação a ele, pois ficaria muito mal se todo o encanto que ele estava sentindo acabasse na primeira noite. Que viadagem! Já era tarde, um pouco escuro, atravessamos o parque de mãos dadas, trocando beijos, com direito a um amasso forte na porta do carro. Levei-o até sua casa, na Cidade Baixa, não muito longe de onde estávamos, e voltei controlando uma ereção que não passava, punhetando meu pau sempre que parava em algum cruzamento, e pensando em como eu queria comer aquele viado.
Em casa, comprei um filme do canal For Man, e assistis garotos másculos beijando, chupando e transando, o que não despertou nem minha atenção nem minha tesão. Pus o lap-top no colo e entrei no chat “eles-e-eles” do portal Terra. Teclei com o “gatopoa28pass”; com muita facilidade trocamos fotos, marcamos um encontro, e lá fui eu para minha primeira aventura com outro homem.
Longe de ser bonito, o gatopoa era agradável. Fiquei frustrado quando percebi que não era afetado como o José Luiz, mas pelo menos este estava a fim de dar para mim. Sem beijos, fomos ao Motel Athenas, não longe da casa dele, quase fora da cidade, certamente fora do alcance de qualquer conhecido. Estava nervoso “pra caralho”; achava que não iria rolar nada, porque nem de pau duro eu estava. Mas o gatopoa era experiente, com calma começou a passar a mão sobre a minha calça e minha rola começou a dar sinal de vida. Ficamos naquele vai não vai, ainda de roupas, e percebi que o gatopoa esperava que eu tomasse uma atitude de homem. Na minha inércia, tomou a iniciativa procurando minha boca para um beijo. Chega disso, eu pensei, e segurando pelos cabelos com uma mão, enquanto a outra desatava meu cinto e arriava as calças, baixei a cabeça e fi-lo ajoelhar e engolir meu pau; ele tentou uma esquiva, contrariado com a atitude que o reduzia a objeto, mas me mantive firme, dizendo – mama viado, senão tu vai levar porrada!. Ele assentiu, e com competência mostrou seus dotes bucais. Devia fazer aquilo há anos, dedicando atenção exclusiva a cada prega do meu prepúcio. Chupava muito bem, com a boca e língua formando um vácuo total ao redor do meu pau. Eu fodi aquela boca com força, indo-e-vindo, sentindo a ponta da pica bater na goela do rapaz, percebendo a ânsia de vômito que isso causava, e contendo com força o ato reflexo de safar-se do meu pau. Quando senti o gozo vindo, tranquei meu pau, afastei a cabeça com um empurrão forte, dizendo: - agora quero teu cu.
Ele protestou com uma frase ridícula para o contexto: - ai, a tua violência arrasou com o clima, acho que não rola mais nada entre nós! - Sem dar importância ao que ele dizia, vesti a camisinha e ordenei: - baixa a calça e fica de quatro. Ele obedeceu, dizendo ainda que não precisava ser assim, que podia ser bom pra nós dois, que eu era bruto ...
Com mais tesão ainda, e com um pouco de raiva por conta dos protestos, afundei meu pau de uma só vez: uma breve resistência na entrada, mas um esfíncter calejado em pica está mais acostumado a abrir que fechar-se. Ele gritava dizendo que doía, depois para que eu não parasse, depois que me odiava, depois que me amava. Rebolava também, e quando percebi o quanto ele estava gostando, acabei num jorro só. A foda durou ao total pouco mais de um minuto. Empurrei o rapaz ajoelhado, que caiu no chão e foi se recompor no banheiro. Tirei a camisinha, vesti minha roupa. Ao perceber que eu estava pronto, gatopass veio correndo do banheiro perguntando: - já vai? Não quer ficar mais um pouco? Não me dignei a responder, apenas levantei o interfone pedindo à portaria que preparassem a conta, informando que não tinha havido consumo.
- Espera que eu to me arrumando!
- Vou voltar sozinho – respondi – vou deixar dinheiro pro taxi.
- Não precisa – respondeu ofendido – eu sei me virar.
- Então volta de ônibus, viado pau-no-cu! – respondi Indignado com a insolência. Deixei duas notas de R$ 2,00 e uma moeda de R$ 1,00 em cima da cama.
No carro, voltando para casa, avaliando o que tinha acontecido, cheguei a algumas conclusões: que tinha gostado; que tinha gostado de maltratar o coitado do gatopass; que continuava com tesão; que não tinha parado de pensar no José Luis. Avaliei que os pensamentos em relação ao enfermeiro eram ternos, e que diferente daquela transa, não me passava pela cabeça humilhá-lo. Em casa, na cama, bati muita punheta, como há muito não fazia.
Vivi o dia seguinte como um adolescente: mandei torpedos, olhei o celular em busca de mensagens; liguei; deixei recados; combinei que iria buscá-lo no hospital as 19. Tal qual o dia anterior, abriu um sorriso ao me ver na recepção, envolveu-me num abraço, mas o beijo público foi demorado. Segurou a minha mão e assim fomos em direção à garagem, eu brigando contra o constrangimento que me tomava.
Ele queria ir ao cinema, e fomos ao BarraShopping, mais perto da casa dele, longe da minha. Abraços e beijos na fila dos ingressos e da pipoca. Mais uma vez nenhum conhecido. Pensei: - preciso comer esse viado logo, antes que alguém me veja! Evoluímos um pouco, porque ele segurou no meu pau durante a sessão, mas ainda assim achava demasiado cedo para vir comigo.
Após deixá-lo em casa, desesperado de tesão, conferi minha caixa postal do hotmail pelo celular, e vi duas mensagens do gatopoa28pass: na primeira ele pedia desculpas por ter me frustrado na noite anterior, na segunda oferecia seu celular, e dizia que eu ligasse sempre que quisesse. Que submissão! Liguei e disse secamente: - quero só um boquete, no carro mesmo –, do outro lado ele respondeu: - me pega no mesmo lugar de ontem, tu demora? – eu finalizei a conversa – se eu demorar tu espera!
Mas não demorei. Minutos depois estava na esquina de uma rua do bairro Partenon. O rapaz entrou no carro, ensaiou um sorriso e um “oi”, e eu secamente apontei para a calça já desabotoada: - chupa!
Andei mais alguns metros, e ao localizar uma rua escura sem saída, posicionei o carro de forma a uma fuga rápida, no caso de algum imprevisto. Demorei a gozar, e mesmo percebendo o quanto a posição lhe era incômoda, não aliviei ou deixei que ele levantasse a cabeça por um só instante. Ao perceber que ele já tinha recolhido toda a porra com a língua, estiquei meu corpo para abrir a porta do carona, e despedi-me com um caloroso – agora vaza! Ele ainda engoliu um trago do meu sêmen antes de perguntar: - a gente vai se ver amanhã? – ao que eu respondi, com carinho: - vai-toma-no-teu-cu! -. Bati a porta e rodei para casa, onde toquei mais punheta ainda, pensando na porra do enfermeiro.
E foi assim por mais algumas noites, até que no sábado José Luis me convidou para jantar na casa dele, para me apresentar a sua mãe. No caminho ele contou que a mãe, solteira, engravidara aos 15 anos, e rejeitada pela família lutou sozinha para criá-lo. Devia ter então 35 ou 36 anos de idade. Aparentava menos, ainda que o cabelo preso em coque e os óculos lhe impusessem um aspecto sério de professora. Maria Thereza foi calorosa na recepção do namorado do filho, não escondendo a sua satisfação em me conhecer. Eu pensei: - que sogra gostosa, se não comer um eu como a outra!
A janta foi divertida, a comida excelente, e eu me surpreendi com o carinho que demonstravam um pelo outro, e da franqueza despida de preconceitos que falavam sobre a sexualidade do garoto. Perguntado de forma direta, contei tudo sobre mim, deixando claro que José Luis era minha primeira relação homo. Assistimos TV juntos, ele no meu colo, esfregando a bunda no meu pau, trocando beijos, e ao recolher-se Maria Thereza disse: - preparei o quarto para vocês, Boa Noite!
Esperamos cinco minutos e ele me puxou pela mão, dizendo: - to louco pra dar pra ti, não durmo há séculos esperando por essa hora. Ele foi afoito, eu calmo, ele praticamente arrancou minha roupa, eu desabotoei sua camisa botão a botão, ele se jogou contra o meu pau, eu coloquei-o na cama com jeito, debrucei sobre seus pés, beijei os dedos um a um, depois atrás dos joelhos, a face interna das pernas, corri a língua ao lado do saco diminuto, subi pela barriga, permaneci em volta do pescoço, desci pelas axilas e braços. O menino gemia, gritava eu te amo, que eu calava com beijos poderosos. Deixei que ele me chupasse, uma chupada que não se comparava ao boquete do passpoa, mas que me enrijecia, e lubrificava meu pau. Conduzi-o à clássica posição 69, e sem que ele parasse a felação, comecei a acariciar seu rego, a empurrar meu dedo, sentindo o frágil esfíncter concentrar suas forças e finalmente ceder numa fresta por onde passou o indicador, cuja ponta ficou indo e vindo, abrindo caminho para mais um dedo, e depois outro. Com três dedos no cu, o enfermeiro não conseguia mais chupar direito, de tanto que gemia, e eu continuei nessa exploração até que ele implorasse. Ele não demorou a gemer um – me come – tão alto que certamente foi ouvido pela sua mãe e pelo vizinho de baixo. Trouxe-o para mim, e sentei-o na minha jeba. Diferente do que eu pensava, entrou fácil, como se meu pau fosse sugado, já que meus dedos tinham ligado os movimentos peristálticos do intestino. Sempre com ele por cima, engatado a minha pica, fui variando posições, até que dobrei as pernas, e ele deslizou seu corpo sobre o meu, para que nossas cabeças ficassem juntas e nossos lábios se grudassem. O pauzinho dele – se eu tivesse um toquinho daqueles também ia ser viado -, durinho, arranhava minha barriga, e amoleceu logo em seguida que acabou, melecando meu corpo. Fiquei ainda mais tempo, estimulado pelos beijos, sentindo o calor daquela caverna envolvendo minha broca. Percebendo que eu não gozava – mal sabia ele onde eu tinha gasto a minha porra – o efebo acocorou-se novamente, e como que fazendo um exercício de agachamento, subia e levantava, até que um jato quente o inundasse. Dormimos abraçados e melecados, e na manhã seguinte, mesmo ouvindo a sogra preparar nosso café, voltamos a transar. A tarde não foi diferente. Eu já não conseguia mais ficar sozinho sem tê-lo ao meu lado, e tendo-o, não conseguia mais segurar o desejo, e desejando-o, transava loucamente. Excitava mais ao perceber o olhar de aprovação de Maria Thereza, que mesmo sabendo ou imaginando o que entrava na bunda do seu filho, parecia feliz com a escolha dele.
Continua ...
(walfredo.wladislau@hotmail.com)