Meu Amigo me Amava – Capítulo 91
Reta Final – Fortes Emoções
Existem momentos na vida em que precisamos apenas de um ouvido, uma pessoa que nos ouça, sejam nossas alegrias, tristezas, ressentimentos, mágoas, quem em certos momentos da vida não deseja isso, ter apenas alguém para lhe ouvir? Em toda minha vida eu ouvi problemas, desabafos, sempre estive sempre ali ao lado dos meus amigos dando aquele apoio moral, mas o engraçado é que sempre que desejava ter alguém para ouvir meus momentos de deprê, de fossa mesmo, olhava para os lados e nunca via ninguém, talvez até tivesse alguém, porém eu não confiava, eu não tinha a coragem de contar. Passei e passo por muitos problemas, mas não me deixo vencer por eles, aprendi que os problemas existem para serem superados, eles nunca podem nos vencer, talvez seja por isso que eu acorde toda a manha e a primeira coisa que aprendi a pedir foi força, sim essa simples palavra, força, e por ser simples ela nos diz muita coisa, por que em determinados momentos de nossas vidas não só a saúde, a coragem, o dinheiro, não só essas coisas não ajudam a vencer, precisamos de algo há mais, e a força é essencial. A conversa que tive com a Luciana fez-me sentir nojo de mim, das minhas atitudes, das coisas que fiz, senti nojo das noites que passei com o Pedro, dos nossos beijos, dos nossos toques, de tudo. Eu não achava justo, não com ela, não com a Luana, era uma família e mesmo que não diretamente, indiretamente eu compactuei eu alimentei uma aventura, fui o responsável em plantar a semente da desconfiança na cabeça da Luciana, e sem sombra de duvida essa semente que alimentei criou raízes e foi se fixando na relação dos dois, até chegar o estopim da separação. Na hora para mim foi um choque, um baque forte demais, quase entrei em desespero, tudo rodou na minha frente, e eu que sempre me achei uma pessoa centrada com os pés no chão, me senti completamente desnorteado, na hora não pensava em nada, só me veio o Robertinho a cabeça e olha que o conheci a poucos dias, precisava desabafar, não suportava mais carregar tantas coisas, tantos problemas na minha cabeça, e olha que há uma semana começará a minha semana torturante, que são as semanas de provas na faculdade, todos os dias uma prova diferente, um leão para ser matado por dia como diz um amigo meu, e isso literalmente.
Robertinho me leva para um lugar distante, na subida do Rio de Janeiro, dava para avistar toda a cidade, do alto da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, um local onde as pessoas saltam de asa deltas, muito lindo mesmo. Estava uma noite linda, os céus estrelados, estava frio claro, mas com ventos bem amenos, brandos. Me sento ao lado do Robertinho e conto toda a minha história, algo até então que somente os leitores, meus amigos dos contos sabem e o Jhonny também, mas nem pro Jhonny eu fui tão sincero, tão verdadeiro como agora, o Robertinho tinha algo em especial, meio estranho falar isso, não sei se alguém já passou por algo parecido ao conhecer uma pessoa assim tão repentinamente e do nada nascer uma ligação forte, algo que fizesse parecer que essa amizade era de anos, estranho mas sento isso pelo Robertinho.
Ao desabafar o Robertinho não diz nada, eu chorei bastante, pelo conjunto da obra, a conversa com a Luciana foi apenas o fato, pois tudo em minha vida estava literalmente uma fossa, o Jhonny noivo da Alessandra, ultimo período da faculdade, monografia dando um trabalho do cão, estágios, relatórios, tudo junto, e ainda o meu serviço que me suga demais, dividas, nossa, as vezes parecia que minha cabeça iria explodir, sentindo dores de cabeças todos os dias, estava se perceber me dopando literalmente, andando com remédios dentro da mochila coisa que nunca fiz na vida. O Robertinho não me fala nada, apenas apóia a cabeça em seu ombro e me abraça, ficamos em silencio por um longo tempo até que depois de me recompor iniciamos uma conversa.
Breno - É cara, naquele dia em que disse que minha vida era um inferno, eu não estava dando show como você disse, cara na boa, as vezes acho que vou explodir.
Robertinho - Cara, na boa nem sei o que dizer. Complicado, muito complicado. Na boa cara eu acho que nunca seria capaz de amar um homem, sério sem preconceito por que nem tenho, mas é meio sinistro. Cara um namoro com uma mina as vezes já dá um trabalho do caralho, tem que ter uma paciência de Jó, imagine com um cara. Ainda mais esse cara sendo casado, tendo filho. Cara se não é fácil pra você imagine pra ele. Na boa parece até lance de romance sei lah, novela saca?
Breno - Não é novela não cara, antes fosse na boa, mas isso é minha vida cara, minha vida.
Robertinho - Breno, na boa cara essa resposta só você mesmo pode ter, o que eu dizer em nada vai ajudar, mas estou do seu lado, na verdade sempre estarei sendo qual for sua decisão. Só me responde uma coisa, esse cara é gente boa, ele te faz feliz, você gosta verdadeiramente dele?
Breno - Robertinho na boa cara, antes eu não sabia, ou eu não entendia, eu não aceitava não sei, mas agora cara vendo tudo o que a gente viveu, tudo o que passamos cara, tudo o que eu fiz e ele sempre ali do meu lado, sempre me apoiando. Cara eu gosto muito, muito dele, e tipo agora indo trabalhar e não o vendo todos os dias como eu via antes eu pude perceber o quanto ele é importante para mim, o quanto ele me dá forças, só em saber que ele existe saca. Cara eu o amo sim, apesar de nem saber ao certo o que é o amor, acho que na verdade eu nunca amei verdadeiramente alguém como eu acho que amo o Pedro.
Robertinho - A única pessoa que eu amo na minha vida é minha mãe.
Breno - Diferente pow, o amor que sentimos pela nossa mãe e por uma namorada, namorado.
Robertinho - Breno não adianta você ficar assim, não adianta você se drogar, encher a cara, e muito menos ficar chorando assim cara. Tem que enfrentar, mas agora pense, viva sua vida por você, não pelos outros, saca? Seja feliz cara, lute pela sua felicidade no fundo é isso que importa na vida, ser feliz.
Breno - E você Robertinho, você que tem aparentemente tudo cara, você é feliz?
Robertinho - Não, eu não sou feliz?
Breno - E por que ?
Robertinho - Por que a felicidade é um privilegio, assim como o amor. Dinheiro, carros, motos, essas coisas materiais elas não são sinônimo de felicidade, são ilusões, coisas que se deterioram que acabam com o tempo. Breno você tem um amor, você é um leke que puta que pariu, eu nunca conheci um leke assim como você, batalhador, forte, sincero, cara muitas qualidades, muitos presentes dado pro Deus numa pessoa só.
Breno - Engraçado Robertinho, você é um cara totalmente complicado. Tu se droga, bebe, fala palavrão pra caramba, tem um jeitinho assim meio doido sabe, mas é centrado, cabeça, sabe conversar, entende várias coisas da vida, até hoje eu não entendo por que você entrou nessa cara, sendo tão inteligente, cara você poderia estudar, sei lá, abrir um negócio pra você.
Robertinho - Talvez seja exatamente por nunca ninguém ter me dito isso. Sei lá talvez por mim mesmo.
Breno - Fiquei meio intrigado com aquele lance do sonho, de você ter visto meu rosto no sonho antes mesmo de me conhecer, cara a gente sonha com coisas e com pessoas que a gente conhece, acho que isso é o normal, agora sonhar comigo.
Robertinho - Depois que te contei me arrependi sabia, exatamente por isso, de ninguém acreditar, de acharem que sou doido, que estou maluco nessa porra.
Breno - Eu não acho que você seja maluco. Cho você bem racional para dizer o contrario. Passa por maior barra, a mãe lá na clinica, dependendo de uma transfusão de sangue para sobreviver, com leucemia não é?
Robertinho - Essa parada mesmo.
Breno - Deve ser complicado.
Robertinho - Te trouxe aqui só pra te mostrar de onde vamos saltar qualquer sábado desses. Muito foda cara.
Breno - Nunca que pularei daqui com você, ta maluco, daqui a uma semana cara terei uma semana de provas, minha vida se decide nessas benditas provas cara, termino daqui a mais precisamente dois meses e meio.
Robertinho - Melhor ainda, e cale sua boca seu bosta por que eu mando muito bem na asa delta, tu acha que vou te levar pra morte seu Zé buceta, fecha o seu cu e vamos pular dessa porra. Vem vou te levar pra casa.
Breno - Na moral cara,é feio tu ficar xingando assim a toda hora, para com isso.
Robertinho - Desculpas caralho, mas eu não fiz por mal porra, é que você me irrita seu filho de uma boa mãe.
Breno - Se você chamasse minha mãe de p....
Robertinho - Mãe é sagrado mané.Vem vamos embora.
Robertinho sai sorrindo e entra no carro, logo entro e saímos do Aldo da Barra da Tijuca, dentro do carro a conversa toma outro rumo.
Robertinho - Amanha é sexta feira, você tem aula?
Breno - Não, as sextas é horário de AEP e não tenho aula, nos dois tempos.
Robertinho - Vamos lá em casa, afim?
Breno - Fazer o que na sua casa?
Robertinho - Sexo que não é porra, nunca daria meu cú, ainda mais para você eu tem 20 centímetros.
Breno - Esquece isso cara.
Robertinho - Não acredito que você tem 20 centímetros cara.
Breno - Quer que eu te mostre, só que vai demorar pra ele ficar duro.
Robertinho - Nossa, quer se exibir, olha como é amostradinho o todo educadinho.
Breno - Não quero me amostrar seu babaca, apenas provar pra você que não sou um mentiroso.
Robertinho - Não quero ver, só te chamei pra ir lá em casa, sei lah, afim ou não, se não chamo meus outros amigos e vamos pra boate, sei lah fazer umas loucuras muito locas por aí.
Breno - Que tipo de loucuras vocês costumas fazer?
Robertinho - Muitas cara, festinhas muitas bebidas, sexo e drogas, pegas de carro, baladas, pichações, sei lah, curto a adrenalina.
Breno - Nossa que diversão as suas hein. As vezes achava que era puro preconceito de pobres, mas agora comprovo que não, vocês ricos se vangloriam da impunidade que existe neste país, em que o pobre e se for preto, esse vai direto pra cadeia até por roubar um quilo de fubá para se alimentar num supermercado, agora o rico, esse pode matar, roubar, estuprar, confundir trabalhadora com prostituta e atear fogo, está tudo certo, por que quem tem dinheiro tem poder, e quem tem poder neste país pode tudo.
Robertinho - Breno você bem que podia ter feito direito cara.
Breno - Se tivesse dinheiro pra bancar por que não, mas não defenderia os safados, os culpados.
Robertinho - Então iria ser um advogado brilhante mas falido. Cara geralmente os culpados são os melhores clientes, todo advogado que se preze sabe disso, e esses tem que fazer as tripas coração, tem que ser o Tony Ramos no tribunal e inocentar os culpados, se não você sabe o que acontece, o prestigio vai pelo ralo, e sem prestígios, sem um nome, um advogado não é nada, não é ninguém.
Breno - Está por dentro hein cara.
Robertinho - Conheço vários advogados safados amigos do meu pai, canso de ouvi-los falar sobre isso lá em casa.
Breno - O que seu pai é na verdade.
Robertinho - Meu pai é um militar aposentado, que teve a grande sorte de se casar com minha mãe, única herdeira de uma das maiores fortunas do Rio de Janeiro. Hoje com a doença da minha mãe ele controla tudo, quase tudo na verdade por que minha mãe seguiu os conselhos do meu falecido avô e deixou a maioria dos bens para eu e meus irmãos, a maior patê para mim.
Breno - Nossa, Robertinho então por que você que se diz tão rico assim o que estava fazendo num hospital publico cara, na fila para ser tratado de uma dengue?
Robertinho - Por que o filho da puta do meu pai ficou puto no dia anterior quando pegou a última fatura do meu cartão, e quando soube que gastei 300 reais numa noite co bebidas ele explodiu, me deu umas porradas e me fez ficar lá no hospital publico.
Breno - Ele está certo cara, não é por que você tem dinheiro que você pode esbanjar assim, tem que ter consciência cara das coisas.
Robertinho - Que moral o filho da puta tem, torra o dinheiro da minha mãe com a vagabunda da secretária dele, a Cinthya, gasta com viagens, garotas de programas, maior escroto e quer me cobrar postura. Todo errado, agora entendo por que meus irmãos fizeram questão de se formar e sair, foram para São Paulo, minha irmã está no Rio Grande do Sul, se casou com um gaúcho. Agora eu não, eu o perturbo mesmo, faço questão de incomodar, ele tem que me engolir.
Breno - Nossa Roberto, deve ser horrível ter uma relação assim com um pai cara.
Robertinho - Acostumei já.
A conversa estava tão boa que rapidamente chegamos em casa, antes de descer do carro peço ao Robertinho para entrar, ele prontamente desce do carro e entra, chegando a sala encontro minha mãe assistindo televisão, ela logo se levanta e eu o apresento.
Breno - Mãe esse é o Robertinho, meu amigo.
Robertinho - Prazer, tudo bem.
Minha mãe aperta sua mão, ele logo se senta ao sofá todo a vontade, nem parecia que estava na casa de estranhos.
Zilda - Quer alguma coisa meu filho, um suco, um café.
Penso que o Robertinho não fosse aceitar nada, até por que ele é um cara rico e estava numa casa simples, de pessoas comuns.
Robertinho - Aceito sim, aceito o café, um suco, tudo, estou com fome.
Zilda - Breno então leve seu amigo para cozinha, acabei de assar um bolo, está em cima da mesa esfriando.
Minha mãe se levanta toda solícita e sai, vai para a cozinha preparar a mesa, minha mãe é do tipo que adora receber bem as pessoas lá em casa. Robertinho olha pra minha cara de intrigado e começa a sorrir.
Robertinho - Que cara é essa porra?
Breno - Você, todo se querendo, vai comer na casa de pobre agora?
Robertinho - Babaca, claro que sim, café, suco com bolo, cara estou com fome, sério e bolo de mamãe é tudo de bom né.
Vem minha mãe toda animada.
Zilda - Leva seu amigo ao banheiro filho, pra ele lavar as mãos.
Breno - Mãe onde está o Rick?
Zilda - No quarto com aquele bendito jogo.
Vou em direção ao meu quarto e o Robertinho vem atrás, sem nenhum pudor, parecia que ele freqüentava minha casa a anos, nem o Jhonny tinha tanta naturalidade e folga na minha casa como o Robertinho, e sempre simpático, observando tudo e parecendo gostar, confesso que fiquei meio receoso dele em minha casa, moro numa casa simples em Botafogo, uma casa com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e uma área de serviço, totalmente diferente das mansões da Barra da Tijuca, ao entrar em meu quarto me surpreendo com a presença do Jhonny, o Robertinho entra no quarto totalmente a vontade, o Jhonny que estava jogando com o Rick ao ver o Robertinho se levanta e amarra a cara, fico ali numa difícil situação, o Robertinho olha pra minha cara e começa a sorrir, acha tudo muito hilário.
Robertinho - Boa noite pessoal.
Rick - Breno quem é esse?
Breno - O Robertinho Rick. Robertinho esse é meu mano o Rick.
Rick - Fala aí doido beleza.
Rick cumprimenta o Jhonny com aqueles tapas e soquinhos que dávamos com as mãos nos tempos de colégio e o engraçado que o Robertinho o cumprimentou do mesmo jeito.
Rick - Esse aqui é nosso amigo, na verdade nosso melhor amigo meu e do meu irmão cdf e pela saco, aí como você consegue ser amigo do meu irmao cara, na verdade eu nem entendo como ele consegue ter amigos. CDf, só tira notas azuis, nunca chegou em casa com uma nota vermelha, só vive estudando. Afff muito chato ter irmão assim.
Robertinho dá gargalhadas de tanto rir, o Jhonny fica ali me olhando e encarando o Robertinho que se diverte com as abobrinhas ditas pelo meu irmao. Eu fico ali numa situação nada agradável, ainda bem que o Rick estava ali para quebrar o clima.
Robertinho - Pow cara eu imagino sua situação, sua mãe deve dizer assim , ‘tá vendo, faz igual ao seu irmao, segue o exemplo dele, e blábláblá.”
Rick - Pow cara e o pior que é assim mesmo, maior droga. Calma aí que vou pegar uma cadeira para você, ou pode sentar aí na cama, quem dorme aqui embaixo é o Breno e eu em cima, esse colchão aqui era do Jhonny quando ele ficou aqui, aí como ficou legal ter esse colchão, deixamos ele aí, muito bom pra jogar. Bom aqui é a estante de livros do Breno, olha, tudo dele, pastas, apostilas, esse é nosso PC, a TV ferrada, me acabo jogando aqui, essa é minha pasta de jogos, a maioria o Jhonny que me deu e ensinou jogar.
Robertinho - Caraca que maneiro cara.
Rick - Você joga vídeo game?
Robertinho - Não, eu não curto muito, sempre levava fumo. Curto muito esportes radicais.
Rick - Esportes radicais, como assim, tipo bang jump, escalar montanhas, andar de caiaque em corredeiras, essas coisas.
Robertinho - Isso mesmo, e andar de asa delta também.
Rick - Caraca maluco que irado. Pow vejo na televisão, se eu falar pra minha mãe que vou fazer essas coisas é capaz dela me prender na cama, minha mãe é muito mala cara muito igual esse daí oh.
Breno - Nossa Rick se todos meus amigos que eu trouxer aqui você me apresentar desse jeito eu não terei mais amigos nenhum.
Rick - Por acaso eu estou mentindo, falo mesmo.
Jhonny se irrita com a conversa do Rick com o Robertinho que pensa até sair, mas minha mãe chega na hora e chama todos para a mesa, levo o Robertinho até o banheiro que entra, o Rick vai correndo para a mesa, esfomeado que só ele, encosto a porta e decido conversar com o Jhonny.
Breno - Que cara é essa?
Jhonny - Nada não.
Breno - Te conheço, isso é por causa do Robertinho?
Jhonny - Agora vive pra baixo e pra cima com esse leke todo metidinho a playboy, de carrão, roupas caras, não estou te conhecendo.
Breno - Nada haver seu showzinho cara na moral.
Jhonny - Sei.
Breno - Cara nada haver mesmo, ele é meu amigo, e além do mais ele é hetero, deve ter até namorada.
Jhonny - Deve ter, ué e como isso é problema cara, o Pedro é casado e nem por isso.
Quando o Jhonny diz isso minha vontade foi de avançar pra cima dele, nisso entra o Robertinho.
Robertinho - Oi.
Nisso o Jhonny decide sair, o Robertinho o pega pelo braço firme.
Jhonny - Solta meu braço cara.
Robertinho - Seu babaquinha não precisa amarrar a cara pra mim e muito menos está brigando com o Breno, não temos nada não ok, aquele dia estava zuando com você, brincadeira. Prazer meu nome é Carlos Roberto Miranda, mas pode me chamar de Robertinho.
Jhonny dá um soco nas mãos do Robertinho.
Jhonny - Prazer meu nome é Jhonny, mas pode me chamar de Capeta.
Robertinho - Prazer capeta, mas pode me chamar de Anjo.
Breno - Na boa vocês podem continuar aí nessa conversinha idiota, se forem tampar na porrada façam isso em silencio e não quebrem nada por favor, espero vocês na mesa ok.
Saio do quarto e bato a porta, me sento a mesa, o Rick já estava metendo a mão no bolo quando recebe um tapão nas mãos da minha mãe.
Zilda - Filho que isso, deixa a visita se sentar.
A mesa estava simples, com uma garrafa de café, copos, e uma jarra de suco, tinha o bolo de cenoura com calda de chocolate, torradas e manteiga. Logo vem o Robertinho se achando, olho pro Jhonny que se senta a mesa com maior cara de bunda.
Robertinho - Hummm, vou devorar tudo.
Rick - Mãe esse amigo do Breno também é legal, só que ele é mais maluco, faz esportes radicais. Fala aí cara, mãe ele pula de pontes, sobe montanhas, salta de asa deltas.
Zilda - Misericórdia meu filho, sua mãe deixa você fazer essas loucuras.
Robertinho - Minha mãe antes não sossegava, ela dizia que estava arriscando com a minha vida a toa, que isso era uma loucura, mas sempre gostei disso.
Zilda - E agora ela não diz mais nada, ela aceitou.
Robertinho - Não, minha mãe está doente, internada num hospital com leucemia entre a vida e a morte, vive fazendo quimioterapias, remédios fortíssimos, levei o Breno para visitá-la.
Zilda - Nossa meu filho. Então foi esse dia em que o Breno chegou tarde aqui, nossa que coisa.
Robertinho - Sim é uma barra, mas minha mãe tem muita vontade de viver, ela acredita na recuperação, mesmo sentindo dores, perca de cabelos, estando cada vez mais fraca ela não desiste, e por isso que também acredito na recuperação dela.
Zilda - Deus é pai meu filho, se for da vontade dele ela irá se recuperar.
Robertinho - Tomara tia, tomara.
Na conversa fico olhando para a cara do Jhonny, ao ouvir a conversa do Robertinho os olhos do Jhonny se enchem d’água, mesmo assim ele continua com a cara amarrada. O Robertinho chega a se emocionar também, o Rick fica ali atento ouvindo aquela conversa, seus olhos arregalados de espantado, começamos a comer, o Robertinho não se faz de rogado, come bolo, toma café, suco, come as torradas, estava realmente com fome, e minha mãe entre um elogio e outro agradava o Robertinho, o Jhonny também comia, até que minha mãe o Robertinho e o Rick começam a conversar, eu me levanto e vou para a varanda, logo vem o Jhonny.
Jhonny - Vou pra cara.
Breno - Já vai cara, está cedo.
Jhonny - Que nada, amanha vou correr atrás de serviço, o dono daquela farmácia me ligou, tomara que ele tenha uma boa notícia para mim, quase um mês sem aparecer no serviço, derrepente fui até despedido já.
Breno - Bom se ele te ligou seja confiante, conte a verdade, talvez ele entenda, ele gosta de você, tu sabe disso. Ainda existem pessoas boas neste mundo, compreensíveis, vai dar tudo certo.
Jhonny - Você sempre confiante.
Breno - Tem que ser. E a festa de noivado, vai ser quando?
Jhonny - A Alessandra que está organizando, vai ser na casa dos pais dela, quer fazer algo grande, chamar todos os amigos.
Breno - E você?
Jhonny - E eu o que?
Breno - E você cara está feliz, animado com a sua escolha?
Jhonny - Por que não estaria Breno?
Breno - Só estou te perguntando, calma cara.
Jhonny - Sim, acho que não poderia ter feito escolha melhor entende, ela gosta de mim, quer me fazer feliz, por que não tentar, nada como saber que você tem ao seu lado uma pessoa que você realmente sabe que te ama, que quer te fazer feliz.
Breno - Espero realmente que você também seja feliz.
Jhonny - Eu também.
Breno - Legal então.
Jhonny - É legal. Então vou nessa.
Breno - Ok
Nisso vem o Robertinho.
Robertinho - Breno vou nessa cara. Aí mito bom o café, o bolo da sua mãe. Seu mano também maior barato o muleke. Bom show juízo e pensa naquilo que te falei.
Breno - Vou pensar.
Robertinho - Qualquer coisa me liga beleza. Tu vai lá em casa amanha certo.
Breno - Não sei cara.
Robertinho - Bom você quem sabe.
Breno - Qualquer coisa te ligo.
Nisso o Robertinho provoca novamente o Jhonny.
Robertinho - Ok, vou aguardar. Tchau capeta.
O Jhonny falta pouco fuzilar o Robertinho com o olhar.
Jhonny - Tchau anjinho decaído e sem asas.
Robertinho - Hummmm. Senti uma pontada de ciúmes.
Jhonny - Vai a merda seu otário.
Breno - Jhonny que isso cara, nunca te vi ofender ninguém assim.
Jhonny - Ele faz questão de me provocar Breno, segunda vez já.
Robertinho - Breno eu sou inocente, ele que começou. Aí que lindo.
Breno - Robertinho por favor né, briga a essa hora não.
Robertinho - Quem disse que estou brigando pow, estou brincando com ele, aperta a mao aqui.
Nisso o Robertinho estende a mão, o Jhonny não corresponde, o Robertinho então dá um abraço apertado no Jhonny, na hora nem eu acredito no que estava vendo, o Jhonny também fica super sem graça, Robertinho vai solta o Jhonny entra no carro buzina e sai. Ficamos ali na rua eu e o Jhonny conversando.
Jhonny - Maluco esse seu amigo não?
Breno - Muito legal ele.
Jhonny - Mais do que eu?
Breno - Cara nada haver você com ele.
Jhonny - Sei.
Breno - Jhonny você depois de todas essas coisas que aconteceram ficou tão bobo, você não era assim cara.
Jhonny - Valeu então.
Enquanto estávamos conversando na rua vejo o carro do Estevão chegar. Nisso o Jhonny se distrai completamente da nossa conversa e seus olhos mudam, ficam sombrios e acompanham o Estevão que desce do carro e nos cumprimenta cinicamente.
Estevão - Boa noite queridos.
Estevão fala isso e entra, nisso o Jhonny vai correndo para casa e eu também. Na sala não tinha ninguém, Jhonny entra furioso.
Jhonny - Eu queria ter uma conversa com você sabia, pena que naquela noite a Telinha passou mau e eu não pude acertar as contas com você.
Estevão - Jhonny, que isso cara, nosso lance já passou, não quero mais, Chega, o que você quer comigo, tudo bem que você é um tesãozinho, mas passou.
Jhonny - Filho da puta desgraçado.
Estevão - Baixaria não combina com você, nem com você nem com o Breninho, vocês são éticos demais, certinhos demais, chega ficar engraçado palavrões na boca de vocês.
Jhonny - Foi você não foi seu desgraçado, foi você seu maldito.
Estevão - Eu, mas eu o que meu pai?
Jhonny - Você que inventou aquela história toda de doença no coração, de laudo médico, tudo pra me prejudicar, tudo para me fazer sofrer, seu doente, seu psicopata.
Estevão - Santo Deus, do que esse rapaz está falando, que exame, que doença Jhonny, eu não sei de nada disso, que história é essa.
Breno - Seu falso, deixa de ser cínico cara, já sabemos de tudo, de tudo.
Estevão - De tudo o que?
Jhonny - Que você armou com aquele medico, deve ter pago a ele para mentir, pra me dar um falso diagnostico. Estevão, eu vou te ensinar a não se intrometer mais na minha vida seu filho da puta, eu vou te ensinar de uma vez por todas a não se meter mais na minha vida, a não em fazer mal. Eu estou cansado de você, das suas chantagens, da sua presença na minha casa, na minha família.
Jhonny avança para cima do Estevão que sorri de felicidade, os olhos do Estevão brilhavam ao nos tirar do sério. O Jhonny lhe dá um soco, ele cai no sofá, pão a mão na boca e sorri de felicidade ao ver o sangue, parecia algo até diabólico que me arrepiava o corpo.
Estevão - Vai Jhonny, bate, bate mais, você pensa que eu não sei o que é isso, isso é amor, amor incubado. Você nunca me esqueceu, na verdade nunca vai esquecer, esquecer do seu primeiro homem, do cara que te fez ser o viadinho meloso e apaixonante que você é isso.
Após dizer isso o Jhonny dá mais um soco no Estevão que revida, dá um no Jhonny que o faz cair no chão, nisso que o Estevão tenta na covardia chutar o rosto do Jhonny caído no chão eu entro na frente e o empurro, nisso o Jhonny sobe as escadas, o Estevão sobe as escadas e eu vou atrás, ele me empurra e eu caio rolando as escadas da casa do jhonny, até que depois de me levantar e subir as escadas levo um enorme susto. Encontro o Jhonny com uma arma nas mãos apontada para o Estevão perplexo de medo.
Jhonny - Eu vou me livrar de uma vez por todas de você seu desgraçado, nem que para isso eu tenha que passar a minha vida toda atrás das grades.
Breno - Jhonny não faça isso. Abaixa essa arma cara, não vale a pena sujar a sua vida por uma pessoa tão imunda como o Estevão.
Estevão - Vai muleke, seja homem pelo menos uma vez na sua vida e atira, vai, aperta o gatilho e aperta bem aqui no meio da minha testa, vai covarde atira.
Breno - Por favor Jhonny, que loucura é essa cara, para de bobeira, me entrega essa arma.
Os olhos do Jhonny estavam negros, ele não me ouvia, seus olhos estavam fixos nos dos Estevão, seu rosto suado, machucado, as duas mãos tremulas apontadas em direção ao Estevão que o provocava, parecia querer testar a coragem do Jhonny.
Estevão - Não tem coragem não é, é covarde, é um merda, um viadão. Veja como é engraçado, primeiro comi o filho, depois comi a mãe, e fiz um filho nela. Pertenço a essa família cara, não tem jeito, vai ter que me engolir. Vai Jhonny, atira, seja homem pelo menos uma vez na vida, ou vai continuar a vida toda sendo esse viadão melancólico e bobo que você é agora.
Jhonny se deixa levar pela raiva e aperta o gatinho.
Na tensão do momento,
Continua....
Galera desculpem a demora em postar, minha semana de provas começou puxada, estou todos os dias dormindo uma da manhã e acordando as seis e meia, está complicado, peço que tenham paciência e estamos na reta final, quem diria mas o capitulo 100 está mais próximo do que nunca. Obrigado aos poucos comentários que encontro nos contos, isso já é sinal que a hora de encerrar está chegando, espero que curtam e até mais. Forte abço Breno Nunes.