A verdadeira história da noiva desaparecida
Na casa de praia, enquanto Cláudio, ainda por trás da grande janela, chorava silenciosamente a traição da esposa, esta se acomodava sobre Rodolfo com os braços cruzados em cima de seu peito musculoso.
- Você vai acabar me matando um dia desses sabia? – Disse a morena, ainda ofegante, com um sorriso realizado nos lábios.
Rodolfo, que aos poucos amolecia dentro dela também sorriu, satisfeito com o elogio ao seu desempenho.
- Podemos repetir a dose depois. Agora, que tal se você me contasse outra de suas histórias picantes? – Perguntou.
- Safadinho! – Sussurrou Helena, beijando languidamente um dos mamilos dele. – Você gosta de me imaginar com outros homens?
- Apenas gostaria de saber como o “Senhor Espertalhão” do seu marido nunca desconfiou de nada. – Zombou Rodolfo.
- Digamos que ele me venera demais para desconfiar de qualquer possível traição. – Conjeturou com feição deliberadamente distante. - É cegado pela paixão e morre de amores por mim.
Sorrindo, ela desviou o olhar procurando nas lembranças a história de um caso qualquer que pudesse divertir o dono do pau que, apesar de cada vez mais flácido, continuava dentro dela.
Rodolfo gostava de ouvir os relatos das aventuras de Helena, e ela por sua vez, adorava a idéia de, pela primeira vez na vida, se sentir completamente à vontade para deslindar até mesmo as situações mais obscuras, vergonhosas, excitantes e trágicas que até então vivenciara, para alguém que não a punia, humilhava, repreendia ou tentava moralizar, mas que simplesmente se divertia mostrando, não comiseração, mas admiração pelo fato dela ter superado tantos infortúnios sem jamais ter baixado a cabeça ou desistido da busca pelo que a vida pode oferecer de melhor.
- Já lhe contei sobre a primeira vez que chifrei o Cláudio depois do casamento?
- Acho que não. – Refletiu Rodolfo tentando recordar uma entre tantas histórias que tinham Helena como protagonista. – Mas conte-me, quantos dias depois do casamento ele levou o primeiro par “oficial” de chifres? – Questionou ele rindo.
- Dias não! – Respondeu ela com sua carinha mais safada. – Foram apenas alguns minutos!
No lado de fora da casa, Cláudio parou de soluçar, subitamente atento à conversa. Lá dentro, Rodolfo ficara igualmente interessado.
- Você está brincando! – Admirou-se o garanhão.
- É sério! Foi durante a festa mesmo, pouco depois da troca de alianças. E meu querido marido nem desconfiou. – Ela se deliciava com suas próprias proezas.
- Sou todo ouvidos. – Disse Rodolfo, ajeitando-se no divã e cruzando as mãos atrás da nuca. – E, por obséquio, não me poupe dos detalhes sórdidos.
- Quando eu era muito jovem. – Começou Helena, mantendo-o ainda dentro dela e retardando ao máximo o recuo do fluxo sanguíneo de seu membro. – Me apaixonei perdidamente por um primo mais velho.
- Uau, incesto!
- Sim, mas nosso romance durou pouco, pois fomos descobertos da pior maneira possível. – Helena parecia saudosa. – Mas essa é uma outra história que contarei noutro dia. – Disse subitamente decidida.
Assim o tempo foi se passando; uma contadora de histórias e seus dois atentos ouvintes, um encaixado em sua luxúria e outro com uma chave de rodas na mão.
Ela falou sobre as milhares de cartas que escreveu para Osvaldo durante os seus tempos de exílio familiar. Poucas das quais respondidas pelo mesmo. E da saudade que sentia de seu primeiro amor.
- Porém. – Continuou. – Quis o destino que nos reencontrássemos.
- E o tal Osvaldo resolveu aparecer justamente no dia de seu casório?
- Exatamente.
- E porque não antes?
- Naquela época já havíamos perdido contato e ele nem imaginava o meu paradeiro.
- E o sacana descobriu onde você estava justamente na véspera do casamento? – Insistiu o amante.
- Culpa do próprio Cláudio, que não conteve sua euforia e publicou o noivado em dezenas de jornais, sendo que, uma semana antes das bodas, lá estavam nossas fotos em todos os diários do estado, com grandes textos no formato monotype corsiva que saltavam aos olhos de quem quisesse ver: no dia “tal”, em grandiosa festa no hotel “tal”, o importante gerente, senhor Cláudio de “tal”, desposará sua belíssima noiva...
- E coisa e “tal”. – Continuou Rodolfo e ambos riram.
- O caso é que, no meio da recepção, eu vi o Osvaldo e quase desmaiei.
- O Cláudio é um caso perdido mesmo. – Zombou Rodolfo. – Atraiu o lobo para comer sua preciosa ovelhinha bem debaixo de suas fuças.
- Uma ovelhinha que você também adora comer, diga-se de passagem. – Disse Helena beliscando uma das bochechas dele. – Aliás, o Osvaldo se parecia, em muito, com você.
- Era bem dotado?
Ela deu uma gostosa gargalhada, mostrando as lindas covinhas.
- Isso também.
Helena continuou a história descrevendo como Osvaldo e ela tentaram ficar a sós durante a festa, mas sempre aparecia um convidado ou fotógrafo para atrapalhar. E que, no único momento que tiveram em meio ao burburinho, ele disse que a esperava no pequeno museu do outro lado do lago, além do bosque.
Falou também como foi difícil sumir de sua própria festa, e que fez isso entrando pelo hall do hotel com a desculpa de ir ao toalete, saindo em seguida pelos fundos e correndo como uma louca, de sapatos na mão e vestido de noiva esvoaçando, pelo meio do bosque até o alto do outeiro, aonde chegou quase sem fôlego.
- Mas aposto que não lhe faltaram forças para foder o priminho tão querido! – Afirmou Rodolfo com voz rouca, ao sentir um leve pulsar no seu membro, que continuava dentro da mãe de sua namorada.
- Na festa ele havia dito que precisávamos conversar. – Prosseguiu ela. – Mas quando estávamos finalmente a sós, no interior daquele velho paiol transformado em museu, caímos imediatamente nos braços um do outro.
- Sei como são essas coisas! – Pontuou o genro com ar sábio.
- Bruscamente, ele levantou meu vestido de noiva e tirou minha calçinha de rendas. E quando abriu as calças, seu pau praticamente pulou para fora, de tão duro que estava. – Dentro dela, o pau de Rodolfo também recomeçava a inchar. – Sinto que você está gostando da história. – Helena sorriu lascivamente para ele.
- Pode apostar! – Respondeu o jovem, colocando as mãos na bunda dela e ajustando a posição. – Por favor, continue.
- Eu mal havia me virado de costas e apoiado as mãos numa velha carroça quando ele já estava me penetrando com tudo. Isso sem dizer uma única palavra sequer.
- Você é uma safada doidivanas mesmo! – Disse Rodolfo, já completamente duro e pulsante.
- Safada sim, mas doidivanas, definitivamente não. – Helena começou um lento movimento de rotação com o quadril, dando uma sensação deliciosa a Rodolfo e uma visão divina a Cláudio, que a tudo observava e ouvia boquiaberto. – Depois de levar umas estocadas, fiquei com medo de que mais alguém pudesse subir ao outeiro, sendo assim, decidi abrir uma das janelas que ficavam de frente para a festa, e lá fiquei, debruçada como quem não quer nada, levando a vara do Osvaldo que ficou oculto atrás de mim, na penumbra do museu.
Rodolfo ouvia atento enquanto a musculatura interna da vagina de Helena massageava-lhe o pênis em riste.
- Meu primo me comeu ali por um tempo, então tirou o pau, meteu a cabeça por baixo do meu vestido e começou a lamber meu cuzinho. Hummm! Aquilo foi simplesmente divino.
- Que bom que não apareceu ninguém. – Rodolfo começou a ficar impaciente com a história e de um forte tapa numa das nádegas dela. O estalo fez Cláudio ter um sobressalto do lado de fora.
- Ai! Safadooo! – Ela fingiu irritação. – Pior que apareceu alguém sim, e ainda por cima foi meu marido.
- Como assim? Achei que você tivesse dito que ele não sabia de nada!
- E não sabe mesmo. Ele me viu do outro lado do lago, achando que eu estava ali, naquela janela, desfrutando o ar puro do campo e que minha expressão de êxtase era fruto da felicidade que sentia por ter casado com ele. – Helena disse isso sorrindo debochadamente.
- E ele não foi até onde você estava?
- Por incrível que pareça, não. Quando o vi, tentei sorrir da maneira mais natural possível e, por entre dentes avisei o Osvaldo, dizendo “meu marido chifrudo vem aí”, então o Cláudio, que a princípio parecia querer vir ao meu encontro, acenou gritando que me esperava na festa, virou as costas e retornou pelo meio das árvores em direção ao jardim do hotel.
- Atitude boçal e impensada essa, porém, muito comum num corno manso como o Cláudio. – Filosofou Rodolfo. – Mas assim, pelo menos, você pôde terminar em paz, a trepada com seu primo, não é?
- Que nada. – Disse Helena com desdém. – Naquele dia descobri como o Osvaldo era covarde. Quando ia avisá-lo de que o perigo se fora, ele já estava correndo pelo lado oposto do outeiro com as calças ainda pelos joelhos. É nisso que vocês dois são parecidos, ambos já me deixaram na mão.
Rodolfo jogou a cabeça para trás dando uma gargalhada debochada.
- Naquele dia, lá na agência, eu quis apenas deixar um gostinho de “quero mais” na sua xoxota. – Justificou-se. – Ou vai me dizer agora que o dia seguinte não foi maravilhoso?
- E nunca mais vai me deixar na mão? – Ela aos poucos acelerava a cavalgada mordendo o lábio inferior.
- Nunca mais. – Respondeu ele apertando as nádegas dela com ambas as mãos. – E tem mais... hoje vou fazer aquilo que o seu primo ia fazer com você lá no tal hotel fazenda.
- Não entendi. – Ela estava confusa. – O que ele ia fazer comigo?
- Ele estava preparando o seu cuzinho pra levar ferro.
- Nunca dei o cú pra ninguém. – Choramingou ela num gemido, pois o dedo médio de Rodolfo já abria caminho por entre suas pregas enquanto o pau continuava atolado até o saco na boceta.
- Então é hoje que eu vou te mostrar o que é bom!
Helena tentou resistir e argumentar, mas Rodolfo já a empurrara de cima dele e ficara de pé.
- Fique de quatro aí mesmo, safada. – Ordenou apontando o divã.
- Mas eu não...
Paft!
Rodolfo deu um tapa violento no belo rosto moreno e a agarrou pelo queixo repetindo a ordem, depois deu-lhe uma cusparada na boca, seguida de um beijo animalesco.
- Putinha minha tem de dar a bunda, e hoje vou comer o seu cú do mesmo jeito que como o da sua filha!
Lá de fora, Cláudio observava pasmo e excitado sua esposa ficando de quatro no divã, enquanto o genro dava outra cusparada, desta vez no ânus dela, e forçava aquele mastro no buraco que a ele foi tão severamente negado.
Depois de alguns protestos lacrimejados, ela começou a relaxar e a gemer baixinho, aproveitando os prazeres daquele cacete enterrado cada vez mais fundo no rabo.
Rodolfo forçou devagar até conseguir esconder todo o seu volume entre as nádegas que ficavam ainda mais maravilhosas naquela posição, e então começou seu vigoroso movimento de vai-e-vem, entrecortado pelos estalos de sua mão batendo na bunda enorme de Helena.
Seu marido, do outro lado da janela, estava de boca seca, vendo a esposa empalada, sendo levada à exaustão, vertendo suor, lágrimas e gozo enquanto o garanhão montado nela continuava arremetendo sem parar.
Diferenças e singularidades
Quando Helena acordou na manhã de domingo, ainda sentia as pernas doloridas e cansadas devido à noite de sexta para sábado que passara com Rodolfo na casa de praia.
Depois de escovar os dentes e tomar um demorado banho, desfilou pela casa usando um curto, porém, folgado shortinho branco de algodão, com uma camiseta larga e desbotada por cima. Na altura do peito, a camiseta trazia a inscrição “milk?” em grandes letras amarelas. Por baixo, ela não usava sutiã, deixando os enormes seios balançando vistosos e livres a cada passo que dava.
O traje era aprovado tanto pelo marido, como pelo genro; um gostava porque deixava a sua vistosa bunda ainda mais sexy, e o outro porque, sempre que a encontrava sozinha na cozinha, na lavanderia ou em algum canto qualquer da casa, poderia, ao abraçá-la por trás, apalpar-lhe impudicamente os enormes melões por debaixo da blusa.
Pela janela dos fundos da casa entrava o delicioso cheiro da alcatra que Cláudio, o chavelhudo, assava habilidosamente na churrasqueira fumegante.
- Bom dia amor. – Disse Helena, debruçada por sobre os vasos repletos de azaléias da soleira, um pouco acima da cabeça do marido.
- Bom dia. – Respondeu sem erguer o olhar da carne que fustigava com um longo garfo bifurcado de aço inoxidável.
Cláudio ainda não se conformara com o fato de que, depois de ter descoberto tantas barbaridades sobre a vida secreta que a esposa levava, não tomara absolutamente nenhuma medida a respeito. Pelo contrário, desde o episódio na noite de sexta-feira, ele não dormia, pois ainda sentia o sangue fervendo-lhe nas artérias num misto de fúria e excitação.
Durante todo o tempo em que ficou oculto do lado de fora da casa de praia, ele apenas observou, vidrado nas cenas até então, inimagináveis, pois eram protagonizadas pela esposa com quem partilhava o mesmo teto há quase duas décadas.
Era, para ele, difícil digerir o fato de ter se baseado em conceitos totalmente equivocados no que dizia respeito ao seu casamento, pois de certa forma, Helena sempre se mostrara no comando da situação.
Cláudio imaginava que, apesar de ser o “homem” da casa, trazendo o dinheiro que sustentava sua família, quem realmente decidia os rumos a serem ali tomados; social, profissional e financeiramente, era a esposa, que, para ele, ditava as regras com uma delicadeza quase imperceptível, porém, fundamentada e elementar.
Mesmo na cama, em raras ocasiões, ele tentava impor alguma vontade própria, pois a personalidade dominante naquela relação, segundo sua visão, que sabia agora estar totalmente deturpada e viciada, era de Helena.
Foram os tapas, as cusparadas no rosto e o sexo anal forçado por Rodolfo, que abriram os olhos de Cláudio para as reais necessidades da esposa que, durante todos aqueles anos de união instável, fazia apenas o uso de uma espécie de psicologia reversa, tentando acenar de maneira frenética, porém, silenciosa e indireta, que precisava ser dominada e subjugada, sendo que, só assim, poderia se sentir, de alguma forma, realizada.
A almoço já estava posto no momento em que Rodolfo e Sabrina acordaram. Helena percebeu o leve e contrafeito menear negativo da cabeça de Cláudio, desaprovando a postura do genro, que se sentava à mesa sem camisa, ao lado da namorada ainda em seu largo pijama e calçando espalhafatosas pantufas coloridas.
A mãe pensava em como era diferente da filha, apesar de concisa do sex-appeal presente nas duas. Ainda agora, vendo-a em roupas de dormir, com os olhinhos inchados e com o sensual rebolado substituído pelo andar trôpego e incerto daqueles que acabaram de deixar o leito, Sabrina exibia sua vasta e bem cuidada cabeleira ondulada, inacreditavelmente impecável mesmo àquela hora. Sua pele, que jamais fora maculada por espinhas ou manchas, era também o retrato da mais pura perfeição.
Seu orgulho pela filha crescia mais e mais a cada dia, não cansava de dizer isso a ela, sempre acompanhando de perto a carreira de modelo, guardando todos os recortes e catálogos em que aparecia, e tendo a plena convicção de que muito em breve, esta se tornaria uma “top model” afinal, todos os requisitos estavam ali; peso, altura, eriçados seios médios, o quadril estreito e uma bundinha arrebitada.
Sentia-se, acima de tudo, grata por sua filha jamais ter que vender o corpo em um quartinho malcheiroso, sob o peso arfante de caminhoneiros gordos e peludos que tinham dinheiro suficiente apenas para pagar o irrisório preço de uma prostituta aleijada, cheia de parafusos saindo de um dos braços, cuja ferida infeccionada não cessava de verter uma purulenta secreção.
Mas, os profundos e indecifráveis recônditos da personalidade de uma mulher, possuem segredos que nem os mais avançados e criativos estudos freudianos conseguiriam explicar; vibrações íntimas, obscuras e excitantes que borbulhavam no ventre de Helena ao sentir o próprio ego inflado, na certeza de que o jovem Rodolfo, sentado a sua frente, exibindo provocadoramente os definidos e poderosos peitorais morenos e lisos, preferia as curvas voluptuosas da mãe à beleza padronizada da filha, mesmo em toda a sua perfeição estética.
Enquanto Rodolfo devorava quilos e mais quilos de comida tal como um leão esfomeado, Cláudio o observava por sobre o copo de uísque que não lhe saía mais de perto dos lábios desde a manhã anterior, tendo a certeza de que as pernas do genro se entrelaçavam com as pernas de Helena por debaixo da mesa, ao mesmo tempo em que tinha a língua da filha, que já terminara a refeição, a bolinar-lhe a orelha.
O coração sincero e a mente pervertida
Na segunda-feira à noite, depois do expediente, quando Abigail estava debruçada sobre a mesa do chefe com o mesmo segurando-a pela cintura, enquanto dava sucessivas e profundas estocadas em sua boceta encharcada, ela se permitiu um sorriso malicioso, pois nunca o sentira tão grande e duro, nem se lembrava de outro dia em que o ato dos dois durasse tanto tempo.
Naquele começo de noite, ela o chupou com vigor, mal conseguindo abocanhar a cabeçorra inchada e roxa, depois cavalgou nele sentado na grande cadeira giratória e reclinável, de onde o chefe subitamente ficou de pé, segurando a secretária abraçada ao corpo e com o membro rijo rasgando-lhe a carne.
Ela o sentiu todo dentro de si, e nesse momento, o coque em seu cabelo se desfez devido aos movimentos rápidos e violentos do amante que a comia encostada na parede com as pernas balançando frouxamente em redor de seu corpo.
Agora, na posição que sempre foi base na relação proibida dos dois, ela já percebia as pernas fraquejarem. Pensou em pedir para ficar de quatro no chão, mas tinha medo de interromper aquele momento mágico, em que seus cabelos completamente soltos afagavam convulsivamente os livros encadernados, as canetas importadas e alguns relatórios de custos por sobre a escrivaninha de Cláudio.
Era muito excitante ver que o suor que brotava de todos os seus poros começava a salpicar até mesmo o retrato da esposa do chefe que, pela primeira vez, não havia sido virado contra o tampo da mesa ou engavetado pelo mesmo.
Por entre os gemidos entrecortados por gritinhos de tesão a cada vez que Cláudio metia fundo o seu pau duro como pedra, Abigail imaginou que ele estava se apaixonando verdadeiramente por ela. E seus pensamentos foram além; ela tinha certeza de que em breve ele pediria o divórcio e então seria apenas seu.
Desde que se apaixonara pelo chefe, a secretária sempre soube que um dia seria recompensada. Que um dia teria tudo aquilo que o amor verdadeiro e sincero poderia proporcionar ao bem estar de uma pessoa.
Dissera muitas vezes a si mesma, enquanto chorava a solidão em seu quartinho no sobrado, que não se importava em ser somente um objeto sexual nas mãos de Cláudio, e que era apenas uma questão de tempo até conquistar de vez o seu coração, pois seu grande amor merecia muito mais carinho e respeito do que aquela vaca cadeiruda e bronzeada poderia lhe proporcionar.
E quando os rumores sobre as aventuras da esposa do chefe começaram a circular pela empresa, Abigail, de tão empolgada que ficou na época, quase pôs tudo a perder, agindo como uma perfeita idiota, ao tentar abrir-lhe os olhos nessa questão. Um erro crasso motivado pela emoção que sobrepujava por vezes a razão, mas que jamais se repetiria.
Hoje em dia, ela ainda se lamentava por ter sido tão ingênua, ao pensar que ele gostaria mais de uma pessoa que fosse portadora de tal notícia, e principalmente por ser igualmente precipitada, já que o falatório não era pouco e, mais cedo ou mais tarde, ele veria os próprios chifres bem no meio de sua testa.
Abigail tinha absoluta certeza de que o dia que ela tanto aguardava finalmente havia chegado. Pois desde que Cláudio entrara no escritório pela manhã, ela percebera que algo estava muito diferente. Ele se mostrava sério, impaciente e furioso. Não fez nenhum comentário com ela além dos assuntos rotineiros do trabalho, mas também não a hostilizou como à maioria dos outros funcionários, o que a deixou tranqüila em relação à fonte daquele surto de raiva.
Ela também soube do repentino e inesperado pedido de desligamento da empresa, via fax, do jovem Henrique; um de seus mais impassíveis seguidores e colaborador incondicional do gerente. – Será que o “fac-tóttum” também tentou abrir os olhos de seu amor em relação à promiscuidade da esposa, empreendendo assim, o mesmo deslize que ela própria já cometera? – Perguntou-se Abigail ao tomar conhecimento da demissão.
Tirando a secretária de seus esperançosos devaneios, Cláudio começou a impor um ritmo ainda mais rápido em suas penetrações, fazendo com que ela pensasse que o momento do clímax estivesse próximo, mas, antes disso, ele interrompeu bruscamente o ato tirando o seu membro extremamente rijo da boceta empapada, e com um movimento amplo e violento do braço esquerdo, derrubou tudo o que estava por sobre a mesa, inclusive o porta-retratos com a fotografia de Helena, que se espatifou no chão com o tilintar de vidros estilhaçados.
- Deite-se aqui. – Ordenou a ela, dando uma palmada no tampo da mesa.
- Hoje você está insaciável, não é? – Disse Abigail passando as mãos pelo rosto encharcado de suor e deitando de costas no local indicado.
- Você ainda não viu nada. – Respondeu Cláudio com um olhar de predador que ela nunca vira antes em seu rosto.
Ele abraçou as coxas esbeltas e brancas de Abigail e, de olhos fechados, voltou a penetrá-la com sofreguidão, enquanto com os dedos da mão direita massageava-lhe freneticamente o clitóris.
Deitada de costas, com os braços acima da cabeça, ela crispava as suas delicadas mãos nas bordas da escrivaninha ao se preparar para o terceiro orgasmo do dia, e pouco antes de mergulhar de corpo e alma nas sensações extremamente entorpecentes da luxúria, notou, em seu íntimo, que a certeza do amor correspondido, estava cada vez mais entranhado em suas esperanças outrora praticamente nulas. E que o sonho de viver ao lado de sua alma gêmea, já não estava mais tão distante de ser realizado.
Porém, assim como nas mulheres, a personalidade masculina pode também, em certas ocasiões, mostrar faces obscuramente impensáveis, onde decisões racionais não passam de uma mera fachada. E um mundo de perfeições, muitas vezes esconde uma existência insossa e enfadonha, que meramente aprisiona uma alma sedenta pela bizarrice, e onde a depravação torna-se fatalmente um vício incontrolável e fulminante.
Por essas e outras, enquanto Abigail sentia novamente os tremores voluptuosos do gozo, extremamente concentrada no homem que a possuía, e também supondo que todos os pensamentos deste, seriam a partir daquele (ou pelo menos naquele) momento, apenas seus, jamais imaginaria que ele, nem por um instante sequer, principalmente naquela segunda-feira, pensasse na pobre e tola secretária, que apenas usava como joguete, com qualquer natureza de afeto. Muito menos que, por trás de seus olhos fechados e estranhamente decididos, ele vislumbrava apenas a esposa amada sendo enrabada pelo futuro genro.
Fim