Visão de amor:
Nestes últimos dias eu andava entediado, bem prá baixo. Estava em depressão profunda. Minha amiga Deise tentava me tirar desse ostracismo, fazia de tudo para me por prá cima. Cinema, teatro, shopping, barzinho, contudo, o meu astral não subia. Numa manhã ela me pegou pelo braço e disse:
- hoje vou te tirar dessa! Se diversão não te tirou da depre, quem sabe uma atividade resolva.
Me levou a uma entidade de ajuda a Deficientes, tanto físico como mental. Perguntei-lhe:
- O que viemos fazer aqui? Não estou entendendo! Ela muito calma e segura me explicou:
- Fique tranqüilo você já vai entender. Venha!
Começou me apresentando uma senhora sessentona, magra e elegantemente vestida, dona Mirtes. Ela era fundadora e diretora da casa. Ali estavam crianças sem audição, paraplégicas, com síndrome de down e cegas. Nas mesmas condições tinha adolescentes também. Deise era uma voluntária ali, fazia companhia e brincadeiras com os moleques. Batia papo cabeça com os jovens. Olhando-me firme disse: Venha ser um voluntário aqui. Certamente sua depressão vai para as cucuias.
Aceitei. Mesmo sem ter especialidade na área, passei a freqüentar a casa e a conhecer melhor aquela população que, a princípio pensei ser carente, mas à medida que o tempo passava, via que “carente mesmo era eu”. Eles numa maestria me tiraram do estado letárgico em que me encontrava. Não era eu que lhes ajudava, era completamente ao contrário. Recebia deles uma energia e uma alegria de viver que fez restabelecer minha conexão com o mundo.
Eu era voluntário nas tardes de quarta-feira, porém em uma semana tive de faltar e dona Mirtes sugeriu que eu viesse na quinta. Cheguei e como sempre fui ter com as crianças. Entre várias brincadeiras e fuzuê, ouvi uma música suave e linda tocada no fundo do corredor. Aquele som me chamou a atenção. Perguntei ao Roberto, outro voluntário de onde vinha tão bela melodia. É o Victor. Ele ensina piano para alguns associados. Sai em busca de ouvir melhor a música. Parei na porta e vi um belo rapais de cabelos morenos e longos. Ombros largos e uma grande habilidade no tanger das teclas do piano. Quando terminou de tocar, ficou imóvel, em silêncio, como se estivesse bebendo um néctar e curtindo a sua maravilhosa interpretação. Derrepente virou-se e com uma voz firme e serena, disse:
- Aproxime-se. Você é novo aqui, não é?
Eu vi um moço bonito, lábios grandes e bem desenhados, um nariz perfeito e um par de olhos verdes, que pareciam duas esmeraldas incrustadas naquela fisionomia estonteante, balancei a cabeça afirmativamente. Ele repetiu:
- Você é novo por aqui?
Só então percebi que ele era cego. Fiquei encabulado. Pedi desculpas e lhe disse que era voluntário e que havia poucos dias que executava esta tarefa. Ele foi muito amável e me disse que isto era normal. Sua deficiência era no nervo ótico central e por isso sua aparência não demonstrava sua falta de visão. Me parabenizou por ter sido rápido na percepção, pois muitas pessoas conversavam com ele por um grande tempo até se darem conta de sua cegueira. Ficamos amigos. Troquei meu dia para quinta-feira.
Sempre que podia e nos intervalos de suas aulas, eu ia lá bater papo. Ele tocava uma pequena peça e eu aplaudia como um verdadeiro tiete. Ele era realmente lindo, tanto fisicamente com espiritualmente. Afeiçoei-me a ele. Um dia, na falta de um aluno, ele pode executar uma música mais longa. No final dela perguntou-me:
- Você não quer aprender piano? Eu? Aprender a tocar? Adoraria, mas acho que não tenho dom.
Ele disse: - Sente aqui ao meu lado. Está vendo aqui temos duzentas e oitenta e oito teclas brancas e pretas. Aqui bem no meio temos o dó central se você partir desse dó e andar sete teclas, você fará a escala natural, isto é ré, mi, fá e assim se vai, todas as músicas são compostas com somente essas sete notas. Portanto se você tirar as notas que não fazem parte da música sobra só as que fazem parte. Viu assim fica fácil tocar! E deu uma gostosa risada. Eu o acompanhei na gargalhada. Rimos muito. Depois disso ele pegou minha mão e me fez posta-lá no piano. Meus dedos estavam duros, mas com delicadeza e carinho ao cabo de pouco tempo me fez dedilhar umas poucas notas aleatórias. Vou colocá-lo em um horário das quintas, disse-me. Você tem futuro.
Victor, além de amigo, agora era meu mestre. Ao seu lado esquecia o tempo. Sua companhia me dava prazer. Sua voz, seu perfume me faziam viajar. Confesso que durante alguns exercícios errava propositalmente só pra sentir a pele suave de suas mãos nas minhas me corrigindo a digitação. Acho que estava me apaixonando por aquele cara. Isto seria um grande problema. Eu nunca tinha tocado em assuntos homossexuais com ele. Como ele reagiria se soubesse disso. Com medo de perdê-lo, calei-me. Abafei aquele sentimento que nascia avassalador dentro de mim. Me contentava com aqueles pequenos toques de mão. Mas era difícil conter a emoção de estar ao seu lado. Tínhamos uma hora de aula, prá mim pareciam segundos. Passava muito rápido.
Victor parecia também gostar da minha presença ao seu lado, trocava-mos várias idéias. Assuntos iam e viam. Era sobre quase tudo. Num dia ele falou:
- Você está progredindo muito em seu aprendizado. Pena que temos pouco tempo. Gostaria de fazer mais horas de aula com você. Eu concordei, mas disse que sua tarde era completamente tomada e que já havia outros interessados e ter seus ensinamentos. Apesar do meu desejo, seria impossível aumentar nosso contato. Ele ponderou que não.
Tenho uma sugestão: - Posso te dar aulas extras em minha casa. Lá podemos estudar por mais tempo e com certeza o aproveitamento será bem melhor. Eu quase desmaiei. Era tudo que eu queria. Mais tempo junto do Victor. Combinamos para sábado, às quatro horas da tarde.
Tomei um banho de espuma e cristais com aroma de “Rosas e Terra molhada”, hidratei todo o meu corpo com uma loção de essência mesclada de flores e frutas, pus um perfume delicado e na hora marcada, estava apertando a campainha do apartamento quatrocentos e vinte, do edifício thalita. Estava vestindo uma calça “jeans” bem justa, uma camisa laranja de “Challis” um tecido originário das Índias e um tênis marrom degradê, queria impressionar. Victor me recebeu bem a vontade de camiseta, bermudas e chinelos.
Sua mãe veio me dar boas vindas. – Você é que é o Jaime! Victor me falou muito bem você. Disse que você tem talento e é seu grande amigo. Entre. Entre. Fique a vontade. O apartamento era pequeno, tinha dois quartos, sala e cozinha. Na sala vi uma estante com o som e televisão, não vi o piano. Este estava em um dos quartos, no de Victor é claro, lá também tinha uma mesa de desenho e um computador. Reparei o lençol de cetin lilás com pequenas borboletas delineadas em preto, na cama.
Vamos começar a aula? Respondi sim, claro. Ele aqueceu seus dedos e pediu que eu fizesse o mesmo. O estudo era “Cânone” de Johann Pachelbel . Meus dedos estavam no teclado, meu pensamento nas alturas e o meu corpo ardendo em desejos ao lado daquele ser admirável e escultural.
Dona Célia, a mãe de Victor, por volta de seis horas, trouxe um lanche. Sanduíche de atum e suco de manga. Ela estava bem vestida. Me estendendo a mão disse:
- Vou ter de sair, tenho bingo com as amigas aos sábados. Foi um prazer conhecê-lo. Você vai voltar mais vezes não é? Fiquem a vontade crianças, só não exagerem no piano. Eu sorri e Victor falou:
- Não se preocupe mamãe. Você está levando a chave não é? Sim, disse ela. Não sei que horas volto. Mamãe tem esse jogo todos os sábados. Faça chuva ou sol. Nada a faz mudar seu programa. Vamos lanchar?
Depois do lanche começamos a conversar. Victor me falou de seus compositores preferidos, Bach, Beethoven, Vivaldi, Chopin entre outros, contudo o que mais me surpreendeu foi seu gosto por música popular e seu maior ídolo era Elton John, teceu grandes elogios a este artista. Tocou “Can You Feel The Love Tonight”. Perguntei o que queria dizer, ele numa voz sensual, traduziu:
- “Você Pode Sentir o Amor Hoje a Noite”. Engoli em seco. Parecia um convite. E era. Ele pegou minhas mãos e disse: - Você está tremendo? Não sei nem o que respondi. Ele me abraçou, me levou em direção a sua cama e sussurrou em meu ouvido:
- Não tenha receio, quero dividir bem mais do que música com você. Sentamos e ele começou com suas mãos explorar meu rosto, com a ponta dos dedos passeou pelo meu pescoço, pelo abdômen, pela minha boca. Senti sua aproximação, minha respiração estava ofegante a dele também, devolvi-lhe a exploração na forma de carinho. Nossas bocas ficaram se tangenciando, até que numa maravilhosa explosão, nos beijamos ardentemente. Tiramos a roupa e ficamos nus sobre o cetin da cama. Os carinhos foram se sucedendo. Beijei-lhe a face, a orelha, o pescoço e ele lentamente foi se virando e ofereceu-me a sua nuca, o seu dorso. Ai foi que eu pude ver a sua bundinha bem torneada, volumosa, lisinha, de pele acetinada como o leçol que nos acolhia. Fui dando selinho em suas costas até chegar naquela formosura de nádiga. Minha língua adentrou no seu reguinho. Ele se ajeitou empinando o bumbum para que eu pudesse atingir o túnel do amor. Beijei aquele delicioso anel e o deixei bem lubrificado para poder penetrar sem causar danos. Retornei com selinhos até a nuca. Quando encostei minha ferramenta em sua grutinha de pregas, ele começou a rebolar corcoveando num frenesi. Me implorou que eu entrasse pra dentro dele. Se abriu o máximo que pode e me fez botar tudo. Eu botava e tirava, ele gemia e pedia mais. Dizia que era minha puta, minha vadia, queria mais vara, queria ser fudido, ser arrombado e eu o satifazia plenamente dizendo ao seu ouvido:
- Minha cadelinha abre essa bundinha quero meter lá no fundo, mexe minha putinha, rebola que eu quero gozar, quero te encher de porra. Ele disse: - não, não goza agora, deixa eu te chupar primeiro. E veio com a sua boca carnuda e abocanhou minha vara. Chupou como uma rampeira bem puta, bem vadia, bem ordinária. Pediu que lhe batesse na cara com minha pissa. Atendi. Ele foi a loucura. Depois ficou de quatro e pediu que eu montasse nele e fizesse igual a um bagual comendo uma égua. Novamente atendi. Num vai e vem sem parar comecei a gozar. Ele sentindo o meu leite abriu bem as coxas e engoliu o mais que pode o meu cajado. Gozei e fiquei em cima dele, extenuado. O seu cuzinho parecia um alicate de tanto me apertar. Quase gozei de novo. Saí de cima e me estendi na cama, ele também. Ficamos assim acho que por uns quarenta minutos, de mãos dadas conversando.
Ele se virou prá mim e eu senti o seu cacete duro roçar em minhas pernas. Com um sorriso maroto falou: - Agora eu vou ser o macho. E me virou de ladinho. Suas mãos passeavam por minhas ancas. Massageou minhas coxas e num golpe suave enfiou seu dedo médio no meu rabo. Disse que era prá abrir o caminho. E abriu mesmo. Seu cacete passeava no meu rego e o meu cuzinho piscava cada vez que ele roçava a beirola louco pra ser penetrado. Eu erguia a bundinha num convite pra ser enrrabado. Numa dessas passagens ele me atendeu e enfiou o seu caralho todinho em mim. Primeiro suavemente e depois bombou rapidamente me levando as nuvens de prazer. Me senti a “mulher” mais amada do mundo, enquanto ele metia me acariciava as costas, a nuca, as coxas enfim me tapava de carinhos. O que ele não tinha de visão, tinha de tato. Suas mãos eram mágicas e viajavam por todo o meu corpo sedento de amor. Eu tentava retribuir aquele amor com beijos, rebolando e com palavras quentes. Formávamos um lindo casal no cio. Ele me inundou com seu leite quente. Senti aquele líquido adentrar em minhas entranhas. Mais uma vez ficamos estendidos na cama.
A música do Victor foi o que nos uniu, mas a sua cegueira foi o que me mostrou uma enorme Visão De Amor que ele tinha e que soube me fazer grudar nele. Hoje as aulas continuam e a paixão também. Bay by, bjos.
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