Capítulo XI
No mesmo momento eu não pensei em mais nada, eu não queria saber de mais nada, eu abri a porta do carro e sai andando. Eu não queria nunca mais olhar na cara dele. Como ele pode? Depois de tudo isso? E ainda mais com aquele filho da puta do Bruno? Ele é um viado que se acha! Ele nunca assumiu de verdade ser gay mas todos sabiam. Eu odiava a amizade dele com o André, eu sempre falei pra ele que o Bruno ficava dando em cima dele, mas ele nunca acreditava e falava que era coisa da minha cabeça. Eu não sabia para onde estava indo, eu só queria sumir, ir para bem longe. Eu estava chorando muito. Ele estava berrando meu nome mas eu nem dei ouvidos. Fiquei andando a tarde toda. Fui para casa eram 11 da noite.
- Onde você estava?
- Não te interessa.
- Como não me interessa? Eu sou seu marido!
- A jura? Agora você é meu marido? Quando o filha da puta do Bruno tava chupando o seu pau e mostrando o cu arrombado dele pra vc eu era seu marido?
- Tatá, não faz isso...
- Não me chama de Tatá! Como vc pode fazer isso comigo?! Você sabe o quanto que eu te amo e tanto que eu sofri por você! Por que vc fez isso?
- Eu juro que eu só pensava em vc. E a gente não estava junto tecnicamente. Foi quando vc perdeu a memória e eu sentia sua falta então eu fui para um bar e bebi muito e acabei encontrando com ele no bar e a gente transou e eu só pensava em você, eu sempre pensei em você!
- Que bom saber. Agora você vai pensar em você, no quão idiota você é e burro e imaturo e o cacete a 4!
- Por favor me perdoa... eu juro por tudo, tudo mesmo que eu não fiz isso por mal, eu nunca quis isso. Por favor não vai embora! Eu te amo muito você não sabe o quanto você é importante pra mim. Você foi a única pessoa com quem eu tive coragem de me entregar completamente, seja no sexo, no amor, na vida junto, no relacionamento. Você sabe que eu nunca namorei serio com ninguém e que eu nunca me apaixonei nem nada disso. Você sabe que se eu não te amasse de verdade eu nunca faria isso.
- Eu sei, e sei também que se você me amasse de verdade não teria feito o que fez.
- Por favor.
Eu tirei minha aliança e coloquei sobre a mesa, virei as costas e fui para o quarto. Eu não sabia no que acreditar. Aquilo me machucou muito. Mas eu sei que nos não estávamos juntos. Ele fez tanto por mim nessa época, ele sempre ficou do meu lado, e eu o magoei muito me esquecendo dele. Eu precisava pensar muito bem antes de fazer alguma coisa. Minha cabeça estava explodindo e meus olhos ardendo de tanto chorar e...
Quando acordei eu rezei para tudo não passar de uma sonho, mas então eu olhei na minha Mao e estava sem aliança. Me levantei tomei um banho e fui para o outro quarto falar com ele, tudo tinha sumido, nenhuma camisa, camiseta, calça, shorts, meia e apenas uma cueca, a branca com o elástico vermelho, igual a minha que ele usou na nossa “lua de mel”. Havia um bilhete em cima da cama.
“Otávio, me desculpa por tudo. Achei que você não iria querer ver minha cara nunca mais, então resolvi evitar mais uma briga e arrumei minhas coisas e fui embora.
Mais uma vez, me desculpe.
Eu Te Amo e SEMPRE vou te amar.
SEU André.”
Eu entrei em desespero, eu liguei pra ele umasvezes e ele não atendia, liguei para a casa dos seus pais e ele não estava lá, liguei para os meus pais e também não estava lá. Eu não queria aquilo, não queria que ele fosse embora, não queria que a gente terminasse, não assim, não, não definitivamente eu não queria terminar, eu o amava, ou melhor amo, mas.... AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!! Eu me odeio. Eu o amo! Foi um erro mas e dai? Não existiria romance sem brigas assim como novelas sem drama.
Eu sai de casa e fui ate seu trabalho ver se ele estava lá. Nada. Fiz de tudo horas e horas procurando. Então resolvi ligar de novo e ele atendeu.
- André! Graças a Deus! Onde você esta? Por favor não some assim de novo eu...
- Otávio!
- Oi.
- Calma. Eu estou bem, eu só estou por ai pensando na vida.
- Onde?
- No apartamento da praia.
- Por que você saiu de casa?
- Eu deduzi que você não ia querer me ver então eu sai.
- Por favor volta. A gente precisa conversar.
CONTINUA
