(Esta é a segunda parte do conto. Para entendê-la é imprescindível ler a 1ª parte. Se você já leu a outra, aproveite esta!)
Eu não podia acreditar.
Eu tinha ouvido a confissão da boca do meu melhor amigo; do cara que eu conhecia desde os quatro anos de idade, a pessoa em quem eu mais confiava… Mas não podia acreditar.
Meu melhor amigo tinha comido a minha esposa? Não podia ser!
Será que tinha sido ele que… Não. Não era possível! Nem ele nem a Val iriam fazer uma coisa destas comigo.
Umas duas ou três vezes eu levantei para ir atrás do Mauro, mas desisti no meio do caminho. O que é que eu ia falar para ele? Perguntar se era verdade?
Ele não seria capaz de mentir para mim. Ele não estava com cara de quem estava mentindo. Mas ele também não iria transar com a minha mulher.
Ou iria?
Como é que eu podia saber? Eu não me sentia mais bêbado. O efeito do álcool parecia ter se dissipado, com tudo aquilo. Mas eu devia estar bêbado. Aquilo não podia estar acontecendo e o álcool estava tendo um efeito alucinógeno sobre mim.
Eu precisava pensar. Ganhar tempo para pensar sozinho. Longe do Mauro e da Val. Sem interferência de ninguém.
Resolvi ir embora. Comecei a me vestir correndo, antes que o Mauro chegasse.
Eu tinha vestido a cueca e estava começando a por a calça quando ele apareceu na sala e perguntou o que eu estava fazendo.
- Vou embora. – Respondi sem convicção. Queria ir, mas também queria ficar para ouvir tudo o que ele tinha a me dizer. – Quero ficar sozinho e pensar.
- Calma, Jony. Eu acho que a gente tem muito o que conversar.
- Conversar o que? Você vai dizer que mentiu para mim? … que você estava tirando uma com a minha cara?
- Não. Eu não menti para você. Eu realmente comi a Val.
Embora eu já tivesse ouvido aquilo, a repetição pareceu ter um efeito ainda mais devastador sobre mim. Eu não sabia se queria que ele repetisse. Se ele não tivesse dito aquilo de novo, olhando em meus olhos, eu poderia manter as esperanças de que aquilo fosse mentira. Mas agora eu sabia que não era.
- Eu preciso ir embora.
- Não. Você precisa ficar e ouvir. Conversar. Agora há pouco você estava morrendo de vontade de ser corno; agora que sabe que já é…
- Mas eu nunca imaginei você…
- Pô, Jony! Vá se foder! Você preferia um desconhecido comendo a Val? Algum filho da puta que não tem o menor respeito por você e nem por ela? Algum cara que possa sacaneá-la, a qualquer momento?
Ele tinha razão. Mas minha cabeça estava confusa. Tudo tinha sido muito inesperado.
Pedi uma bebida e o Mauro trouxe algo forte. Acho que era conhaque, ou algo assim. Não sei direito; nunca fui e beber muito.
Bebi rápido demais; meus olhos lacrimejaram e isso fez com que o Mauro tirasse uma da minha cara. Acabei rindo, junto com ele, e isso quebrou um pouco o gelo.
Aproveitei o momento mais leve para entrar no assunto:
- Desde quando isso acontece? - O Mauro olhou-me de forma estranha. Acho que ainda não estava pronto para falar sobre aquilo.
- Você quer saber de tudo?
- Tudo! Não me esconda nada. Vocês foram filhos da puta por me traírem. Os dois! Não esperava…
- Dê um tempo. Vou contar tudo. Desde o começo.
Parecia que ele estava se preparando para fazer algo muito difícil. Levantou e foi pegar uma bebida para ele, também. Parecia que era o mesmo que eu tinha tomado.
Quando ele voltou com a bebida, começou:
- Você lembra onde foi que conheceu a Val?
- Em sua casa. Naquela época em que todo mundo se reunia lá, nas tardes de sábado, para tocar violão e ficar cantando as músicas do Renato Russo. - Lembrei daquilo e não pude deixar de dar um sorriso. - A gente cantou tanto que até cansei daquelas músicas.
- Pois é. Eu já conhecia a Val
- E ela já dava para você?
Ele fez que sim com a cabeça, olhando em meus olhos. Aquele foi o segundo baque do dia, para mim. Perguntei se ele a comia desde aquela época, e ele respondeu:
- Eu e ela resolvemos parar de transar, quando vocês começaram a namorar. Nós dois te amamos e não queríamos trair você. Ficamos anos, sem transar.
- Quantos anos? - Perguntei, mas nem sei o porquê; afinal, não interessava, mesmo.
- Não faço idéia. Muitos anos, na verdade. - Ele ficou quieto por alguns segundos, antes de continuar. Quando recomeçou a falar, sua voz era baixa e grave: - Sabe a história que você me contou hoje? Eu já a conhecia.
- Ela contou isso para você? - De repente, eu me senti ainda mais traído.
- Não. Eu estava lá.
- Você era o amigo do namorado? - A pergunta saiu automaticamente.
O Mauro respondeu com a cabeça, de novo. Evitou o meu olhar, por um momento, antes de me encarar e continuar:
- Uma das poucas coisas que não fazíamos juntos era bater bola, lembra? Você não queria saber de jogar futebol e eu adorava bater bola todas as tardes de sábado. E foi assim que eu conheci o ex-namorado da Val. Ele sempre jogava bola com a gente. E de vez em quando a Val aparecia por lá, atrás dele. Foi assim que eu a conheci. Quando eu entrei na Universidade, meu pai me deu aquele carro, lembra? Um golzinho que estava inteirinho, mas já era usado. Foi quando o cara veio para o meu lado e começou a me convidar para alguns programas, junto com a namorada dele, que era a Val. Eu logo percebi que o cara me convidava só por causa do carro; por isso tentei cortar e cair fora. Ele, então, fez uma proposta para mim: se eu os levasse, ele me deixaria ver os dois transando. Eu fiquei morrendo de tesão. Sempre fui voyeur. Nós éramos, lembra? Aí aconteceu tudo aquilo que ela te contou.
- Caralho, Mauro! Você está sempre na minha frente. Eu sempre me colocava no lugar daquele cara, nas minhas fantasias. Nem podia imaginar que o cara fosse você.
Sentindo-se à vontade para continuar, já que eu não demonstrava, mesmo, uma mágoa muito grande com a revelação, ele parecei mais solto ao retomar a palavra.
- O cara me convidou para sairmos, também, nos dois sábados seguintes. Eu aceitei e o show se repetiu. Só que eu não precisava mais me esconder, no início da brincadeira entre os dois. Mas eu sentia que a Val não estava muito à vontade, com aquilo. Até que eu a encontrei, meio sem querer, naquele barzinho do Jardim São Paulo que a gente frequentava. Lembra?
- Aquele onde a gente ia comer Chesse Salada, de vez em quando?
- É. Na verdade, eu sabia que ela ia com as amigas para lá, numa tarde de sexta. Ouvi a conversa dela com o namorado, no meu carro. De tanto ver ela e o namorando trepando, eu queria experimentar, também. Quando fui ao barzinho, eu queria era trepar com ela. Achei que, longe do namorado, ela ia facilitar.
- E ela facilitou?
- É. A gente acabou transando, naquela tarde, mesmo. A gente foi a um Drive-in, na Marginal, e acabou transando. E foi muito legal, para nós dois. Ficamos quase seis horas, lá dentro do Drive-in. Além de trepar, a gente conversou muito. E foi quando eu fiquei sabendo que ela estava de saco cheio do namorado. O cara aprontou muito, para cima dela. Chegou até a pedir que ela trepasse com um cara, para conseguir alguma coisa que ele queria. Era alguma coisa relativa ao time em que ele jogava… ou queira jogar… Sei lá. Ela estava prestes a dar um fora no cara. Quando começamos a transar, ela se sentiu mais segura para mandar o cara cair fora.
- E vocês começaram a namorar?
- Não! A gente nunca namorou. Eu sempre disse para ela que não queria compromisso com ninguém. E eu acho que ela não queria, também. A gente transava, mas não se amarrava. Eu era o P. A., dela.
- P. A.? - Perguntei curioso, pois nunca tinha ouvido aquilo. O Mauro riu:
- “Pinto amigo”! Caralho, Jony. Você não acompanha nada. Hoje em dia as mulheres acham legal ter um P. A., fora dos seus relacionamentos oficiais. Mulheres casadas, namoradas, noivas… Todas elas dizem que as mulheres precisam de um P. A. Elas acreditam que faz bem para a saúde e para a mente.
- Nunca tinha ouvido falar nisso! - Eu sempre pensava nas mulheres como sendo diferentes dos homens. Sei lá… Talvez menos dependentes do sexo…
- Você não entende nada de mulher, mesmo, Jony. As mulheres têm que maneirar, para não serem taxadas de putas, galinhas, vacas… De resto, são iguaizinhas aos homens. Têm desejos, fantasias, tesões… Elas trepam, gozam, batem punheta…
- Tudo bem; mas retomando o assunto: vocês transavam, mas não namoravam. É isso?
- Isso mesmo. Daí vocês se conheceram e você ficou encantado com ela. Vocês conversaram a tarde toda e durante a semana seguinte eu não escutava você falando de outra coisa, a não ser da Val. Comentei com ela, que também ficou interessada. Ela falou que seria legal, depois das experiências que ela teve, namorar com alguém normal. Eu avisei que você era até inocente; que não tinha transado com ninguém, que era ingênuo e totalmente inexperiente. Pensei que ela fosse desistir, mas isso a atraiu ainda mais. Vocês começaram a namorar e eu tive uma conversa com ela. Disse que você era como um irmão mais novo, para mim, e que eu me sentia responsável por você. Falei sério, com ela, e avisei que não teríamos mais nada e que se ela machucasse você passaria a ter, em mim, um inimigo. Ela me garantiu que o que ela queria era um namoro tranquilo e um relacionamento estável.
- E foi aí que vocês ficaram um tempão sem trepar?
- Isso mesmo. Foram anos. Nem sei quantos, porque não tenho muita paciência para ficar contando estas coisas. De tempos em tempos, quando estávamos juntos em alguma festa de família, na sua casa, ou na minha, ela comentava comigo as coisas que tínhamos feito e me dizia que nunca tinha traído você, mas tinha saudades de aprontar algumas coisas um pouco mais ousadas, como fazia antes. Eu percebia que ela estava tendo uma recaída e a evitava. A gente foi levando assim, até que ela perdeu aquele emprego no colégio e eu sugeri que ela fosse trabalhar comigo, como minha assistente. A nossa convivência cotidiana acabou reacendendo alguma coisa, em nós. Ela começou a se arrumar de maneira mais sensual, para vir trabalhar; as saias dela subiram um pouco; as maquiagens e o corte de cabelo destacavam mais a beleza do seu rosto; ela parecia cada vez mais gostosa…
- E vocês acabaram transando.
- Pois é. Um dia tivemos que trabalhar até mais tarde. Você e ela usavam o mesmo carro e você tinha que esperá-la chegar em casa, para poder vir para o trabalho. Ela esperava você chegar em casa, pela manhã, para poder vir para o trabalho. Como ela precisou trabalhar até mais tarde, você foi trabalhar de ônibus. Eu sugeri que ela pegasse uma carona comigo, para ir para casa, deixando o carro aqui para você usá-lo, quando saísse. Vocês toparam.
- Isso faz uns sete, ou oito anos! - Eu me assustei ao constatar há quanto tempo eu vinha sendo chifrado pelos dois.
Evitando responder à minha constatação, ele continuou:
- Quando cheguei à sua casa, naquela noite, ela me convidou para um lanche, pois estávamos morrendo de fome. Eu entrei e… Bom; você já sabe. Acabou acontecendo.
- Conte o que foi que aconteceu. Quero saber tudo. Como começou? Foi sua, ou dela, a iniciativa?
- Não posso dizer que a iniciativa foi dela. Assim que entramos em sua casa, ela disse que ia se trocar, para preparar o nosso lanche. Fiquei esperando na cozinha e ela voltou rapidamente. Estava vestindo um short apertado e uma camiseta sem mangas. A noite estava quente. Percebi que ela estava sem sutiã, por baixo da blusa.
- Ela raramente usa sutiã, em casa.
- Então. Mas os mamilos dela acabaram marcando a blusa e eu não consegui evitar o olhar. Ela percebeu e se virou rapidamente, virando de costas para mim. Não resisti à tentação e comentei que ao esconder os peitos, ela acabou mostrando a bunda, que é uma delícia. Ela largou o que estava fazendo e nós nos agarramos e nos beijamos. Em menos de um minuto estávamos sem roupas. Transamos a noite toda e só paramos às cinco da madrugada, porque estávamos com medo da sua chegada. Ela trocou as roupas de cama para você não sentir o cheiro e não percebesse as marcas da nossa noite de sexo. Ela tomou banho e eu fui para minha casa, para me arrumar para o trabalho. Eu e ela sentíamos um certo remorso pelo que tínhamos feito, mas não havia como negar: era o que eu e ela queríamos; tinha que acontecer.
- O que vocês fizeram, naquela noite? - Perguntei com uma bagunça de emoções dentro do peito e da cabeça.
- Eu já contei…
- Você contou que treparam, mas não falou o que fizeram, naquela noite. Dá para falar? - Perguntei um pouco duro e impaciente.
Ele baixou a cabeça, pensando um pouco, decidindo se devia, ou não, falar… De repente perguntou:
- Você quer saber detalhes?
- É!
- Os mais sórdidos? - Ele parecia um pouco espantado.
- Todos!
Mais alguns segundos de silêncio, antes dele resolver falar.
- A primeira trepada, naquela noite, foi meio tumultuada. Começamos em cima da mesa da cozinha, mas fiquei com medo dela não aguentar o peso e o movimento. Sem sair de dentro da buceta dela, eu a levantei no colo e apoiei a bunda dela sobre a pia. Trepávamos feito loucos. Mal eu entrei nela e percebi que ela estava tendo um orgasmo. Logo em seguida, outro. E depois outro. Estávamos tão tarados, um pelo outro, que ela gozou três vezes em menos de cinco minutos. E na terceira gozada eu também acabei explodindo no melhor orgasmo de toda a minha vida. Gozei forte e farto. Urrei de tanto tesão.
- Você estava usando camisinha? - Perguntei demonstrando uma preocupação idiota.
- Você está bêbado, Jony? A transa toda foi explosiva e inesperada. Nem lembramos de camisinha, ou algo assim.
- E nas outras trepadas, naquela noite, vocês usaram camisinha?
- Lógico que não. Depois da primeira, seria ridículo nos preocuparmos com isso, não seria? Se ela tivesse que engravidar…
- Não estou preocupado com uma gravidez. Quantas vezes você gozou dentro dela, naquela noite, sem camisinha?
- Cinco. Aquela é uma noite que eu jamais esquecerei. Eu nunca tinha conseguido gozar cinco vezes, em uma única noite, com mulher nenhuma. Naquela noite…
- Cinco vezes… - Eu o interrompi pensativo. Meu pinto já estava muito duro, nesta hora. No meio de tantas emoções, o tesão se sobressaia acima de todas as outras. Tive que arrumar o pinto dentro da cueca, o que era mais fácil pois eu não tinha chegado a fechar a calça.
Ao me ver fazendo aquilo, o Mauro também mostrou o tesão que estava sentindo, ajeitando o pau que ele vinha tentando esconder mantendo as mãos no colo, sobre seu sexo.
- Você está com tesão, Jony? Eu estou. Lembrar daquela trepada é uma das formas mais gostosas para eu gozar em uma punheta, desde que tudo aconteceu.
- Você esporrou cinco vezes na buceta da minha mulher… - Eu o interrompi pensando de novo naquilo.
- O que foi? Você está bravo?
- Não. É que eu lembro muito bem daquela manhã. Geralmente minha mulher me espera chegar para ir tomar banho e se arrumar para o trabalho. Naquela manhã eu a encontrei de banho tomado e pronta para ir para o trabalho. Sem saber bem porque, eu senti muito tesão por ela. Eu a agarrei e comecei a tentar trepar com ela. Algo me fazia sentir um tesão maluco por ela, mas ela reagia; dizia que não tinha tempo para aquilo, pois precisava ir para o trabalho. Ignorei os protestos dela e a empurrei para a cama; afastei sua calcinha para o lado e caí de boca. Percebi que ela estava muito mais molhada que o normal e com um cheiro e sabor muito fortes. Muito fortes, mesmo. aquilo me dava tanto tesão que acabei gozando na punheta, sem trepar, só chupando, por causa do gosto e do cheiro da buceta dela.
Lembrar daquilo me proporcionou tanto tesão, tanto… Livrei-me de qualquer pudor ou vergonha e abaixei minha calça e minha cueca até as coxas, expondo meu caralho duro. Duríssimo.
Bombei umas poucas vezes, com a mão, chegando rapidamente ao gozo. Enquanto gozava, falei entre gemidos:
- Era o seu gosto, Mauro.