Capítulo 3: O Estacionamento
A noite de Túlio -
Estava inquieto e apreencível. Esperei minha primeira aula acabar para mandar uma mensagem de texto a Pedro. Não sabia como falar tudo o que sentia a ele, esperava improvisar na hora, dizer-lhe algumas palavras, talvez seria o necessário para compreender meus sentimentos. Tentei ser breve na mensagem: "me encontre no estacionamento depois da aula"... Meu dedo ficou por alguns segundos sob a tecla "enviar" mas a coragem não vinha, meu coração estava absurdamente acelerado. Por que tudo isso agora? Foi então que apertei a tecla "cancelar". Sou um medroso, covarde que não suporta os problemas. Me senti um lixo.
Respirei fundo e tentei trassar outro plano. Algo realmente eficaz, o qual não poderia voltar a trás. Os minutos se passavam arrastados. Minha angústia era imensa e dolorosa. Não iria conseguir fazer, era tudo muito novo e estranho pra mim. Pedro era uma pessoa especial, não iria estragar tudo com essa história.
A noite de Pedro -
Túlio parecia triste quando nos despedimos, nem sequer falou nada. Precisava saber o que estava acontecendo, iria encontrá-lo no estacionamento antes de ir embora. Fiquei preocupado. Será algum problema familiar? De saúde? Milhões de coisas passaram por minha cabeça. No entanto, conhecia Túlio muito bem, tive a impressão de que ele queria dizer algo a mim mas não disse. Seus olhos são verdadeiros demais para mentirem. Será que...? Não, essa ideia é absurda! Túlio nunca deu indícios de que gostava de mim... Ideia besta. Eu e minha imaginação.
Então esperei as horas passarem. Enquanto me deliciava em sonhos impossíveis e desejos secretos.
Ultima aula, finalmente! Mais alguns minutos e eu iria saber qual era o problema de meu amigo. O estacionamento não ficava muito longe de minha sala, chegaria antes dele lá. Faria uma surpresa, assim ele não teria como fugir. Fim da aula. Peguei meu material logo e sai quase correndo. Caminhei com pressa, as luzes naquela parte do campus eram fracas, era impossível não sentir certa adrenalina no sangue.
Cheguei logo no estacionamento. Fui onde Túlio estacionava seu carro de costume. Estava lá como sempre. Me encostei a porta e esperei. Não se passaram muitos minutos quando avistei ele.
O encontro (por Túlio) -
O que ele estava fazendo ali? Tentei fugir dos pensamentos que o rodeavam e agora isso? Parado em meu carro certamente esperando minha chegada? Respirei profundo. Caminhei calmamente, como sempre. Foi então que ele finalmente falou:
- Oi.
- Oi... - parei em sua frente. Ele então saiu da porta e se apoiou no muro. As pessoas tiravam seus carros do estacionamento com certo desespero, com uma louca vontade de ir para suas casas... Como eu queria isso, minha casa.
- Está tudo bem com você?
Esperei e respondi:
- Sim, tudo ótimo.
- Por que está mentindo pra mim? - Pedro estava sério, me sentia culpado por tudo aquilo. Precisava de coragem.
- Olha... - me aproximei mais dele. A luz era fraquíssima, mas mesmo assim admirava o brilho nos olhos de Pedro. - Eu estou passando por um momento difícil.
- Quer conversar?
- Pra falar a verdade essa seria a principal solução. - Me encostei também ao muro, mas não conseguia olhar o rosto de Pedro. - Eu preciso te falar... Isso tá me matando.
Fiquei em sua frente, agora tomava coragem e olhava fundo nos olhos de Pedro. Ele parecia de certa forma convencido de algum pensamento próprio, o que não pude entender, e alimentava nos olhos certo desejo.
- Não quero que depois dessa conversa nossa amizade se abale... Eu te considero muito cara, preciso da sua companhia. Gosto muito de você... até demais... - me calei na expectativa de sua reação, a qual foi inesperada.
A reação de Pedro -
Não acreditava que aquilo estava acontecendo. Túlio gostando de mim? Me enchi de felicidade e fiz, talvez, o que ele não esperava.
Olhei sutilmente a minha volta, todos os carros já tinham saido. O joguei contra a parede. Coloquei uma mão em sua cintura e outra em seu rosto. Seus olhos demonstravam espanto e vontade. Me aproximei devagar, centímetro a centímeto. Meu coração estava muito acelerado. O desejo era quase incontrolável. Já conseguia sentir sua respiração, que estava ofegante. Olhei seus olhos novamente, depois seus lábios, que eram lindos, suaves e curvilínios.
Fui me aproximando, respiração ofegante. Encostei suavemente meus lábios nos dele. Ele então passou suas mãos, até então estáticas, por trás de minhas costas, puxando-me para um abraço. O beijo então se intensificou. Ele me abraçava com volúpia e sensualidade. Eu me deixava levar por seu corpo, colado ao meu. Fiquei quente. Estava adorando tudo aquilo. Como ele beijava bem. Suas mãos passavam das costas para minha bunda. Que tesão.
Não pude controlar, meu pau logo ficou duro e pelo o que pude perceber o dele também. Não sei ao certo quanto tempo ficamos nos beijando, mas foi maravilhoso.
Meu celular então tocou. Com o susto nos separamos. Estavamos ofegantes, o olhei. Esperava algo que não sabia ao certo. Ele então foi seco. Com palavras duras disse:
- Preciso ir.
Entrou em seu carro rápido e desapareceu dali. Fiquei sem chão. O que fiz de errado? Alguns segundos se passaram até que eu voltasse a si. Respirei e fui em direção de minha moto. Não tinha entendido nada, como também não tinha a menor ideia de como seria o outro dia.
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Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo]