Aguçou seus sentidos, respirou fundo e se levantou da cama de Selene. Depois de rever Jill, ainda que em sonho, Knight sentia a adrenalina esquentando seu sangue, num dos raros momentos em que ele lembrava que também tinha um coração, apesar de ter abdicado há muito de sua humanidade. “Estou indo te tirar daí, Jill”.
Selene lhe entregou suas roupas. Ele pegou o revólver Smith e Wesson de dentro da jaqueta, abriu o tambor e conferiu as balas. No cano, leu a inscrição em latim: Nemo vir est qui mundum nom reddat meliorem. “Um homem só em um homem quando melhora o mundo à sua volta”.
Knight se vestiu. Com a audição apurada após aquela experiência, pode ouvir um rápido clique milésimos de segundo antes do sino da antiga igreja, a única estrutura que restava em pé da construção, começar a badalar seis vezes. A noite começava a cair em Rockland.
Ele foi até a varanda, Selene o seguiu usando um roupão de seda azul marinho, caminhando até Knight enquanto ainda dava o nó na corda que amarrava a vestimenta em sua cintura. Encontrou-o apoiado no corrimão da sacada, de onde se via a rua principal de Rockland City, mas o homem olhava para cima, para o céu. A escuridão da cidade permitia vê-lo bem estrelado. A feiticeira tocou os ombros dele carinhosamente.
Knight se lembrou de quando tinha doze anos. Numa noite na fazenda viu uma estrela cadente cortar o céu e resolveu segui-la. Correu por longos minutos na direção onde terra e céu se encontravam, tentando achar o local onde ela tinha caído. Talvez descobrisse qual a surpresa que ela trouxera diretamente do céu. Não a encontrou. Quando deu por si, estava na beira de um riacho, em meio à escuridão da mata fechada. Assim, metaforicamente, ele passou toda sua vida: correndo e se perdendo atrás de tudo que achava bonito.
Todos os baderneiros e bêbados da cidade começavam a tomar as ruas. Gritavam, bebiam e brigavam. Knight viu, abaixo da varanda, uma garota correndo desesperada segurando as saias, sendo seguida por um homem alto, corpulento, de barbas ruivas e sedento por sexo. Pensou em intervir pela garota, mas não era hora de arrumar encrenca, pelo menos não agora.
Desceu até o bar junto com Selene, que lhe serviu um copo de uísque. Enquanto bebiam, seis jovens arruaceiros entraram no saloon batendo a porta. Deviam ter no máximo dezesseis, dezessete anos. Pegaram Alicia e Nina pelos cabelos e as jogaram ao chão. Knight olhou a cena, puxou o ar para os pulmões. Talvez ainda não fosse hora de arrumar confusão. “Que se dane” – ele pensou.
Se levantou e atingiu o queixo de um deles com um direto de direita. Quando os outros fizeram menção de sacar suas armas, Knight foi mais rápido e atirou, atingiu o peito de cada um com munição de borracha, não letal, mas capaz de causar uma boa dor. Era um dos hobbies do forasteiro: com borracha, chumbo ou qualquer outro metal, elaborar artesanalmente sua própria munição. As convencionais geralmente emperram ora ou outra, e nessa brincadeira vários bons atiradores acabam indo conversar com São Pedro mais cedo.
Ajudou Selene a tirar o lixo do bar, empurrando os delinqüentes juvenis de volta para a rua enquanto ainda urravam de dor.
Quando voltou, Alicia e Nina caminharam em sua direção. Tiraram os vestidos, ficando nuas em pleno bar, e começaram a acariciar o forasteiro, agradecendo-o.
- Senhoritas, eu estou lisonjeado, mas já sou compromissado. Vistam-se e voltem ao que estavam fazendo antes.
As duas então se ajoelharam, cada uma segurando uma das mãos de Knight, e caíram em prantos. Selene interveio:
- No país de onde elas vieram, Knight, diz a tradição que quando alguém salva a sua vida você deve passar a servir a essa pessoa. Se você disser que não as quer mais, elas devem se suicidar.
- Está me dizendo que se eu recusá-las, elas se matam aqui mesmo, Selene? – ele perguntou, descrente.
- Exatamente, e você as salvou de serem estupradas por aqueles moleques.
Knight sorriu sarcasticamente e completou:
- Ah, Selene, o que eu não faço para respeitar as culturas alheias...
- Pense que você vai fazer isso para salvar mais duas vidas essa noite. – Selene disse dando uma risada doce e discreta.
Selene trancou a porta do Saloon, o movimento naquela noite teria que esperar um pouco, ela também queria assistir ao espetáculo. As duas garotas abriram o zíper da calça de Knight, expondo o pênis do forasteiro, já endurecendo com as carícias das duas. Se envolveram num beijo doce e delicado com aquele membro entre as duas línguas. Selene recostou-se na parede sem tirar os olhos da cena, abriu a corda do roupão e começou a se masturbar, apertando seu seio esquerdo com a outra mão.
Knight pegou Alicia, a loira, em seus braços. Em seguida a deitou sobre uma mesa de pano vermelho, geralmente usada para os jogos de pôquer. Levantou as pernas da garota e a penetrou com o dedo, enquanto Nina acariciava o peito do forasteiro e beijava sua nuca.
Alicia era apertada, ele então brincou com a cabeça do pênis do clitóris da garota deixando-a bem molhada. Segurou-a pelos quadris e forçou a entrada, abrindo-a para recebê-lo, arrancando um alto gemido da menina. Penetrou-a por vários minutos até que ela atingisse seu orgasmo.
Puxou Nina e a debruçou na mesa. Mandou que a garota morena deixasse as pernas entreabertas, empinando bem a bunda. Desceu Alicia de cima e mandou que fizesse sexo oral em Nina. Ele assistia extasiado à cena enquanto a loira passava a língua pela vagina e pelo ânus da morena, que se contorcia e gemia. Agarrou então pelas ancas e a penetrou de uma vez, comendo-a com força. Alicia voltou para a mesa, ficando de pernas abertas de frente para Nina. Recebia a língua da garota morena em seu sexo, enquanto Knight penetrava a amiga, cada vez mais rápido. À frente daquelas duas belas mulheres e sob o olhar alucinado de Selene, ele não ia conseguir segurar o gozo por muito tempo.
Após fazer Nina gozar, ele tirou seu pênis e colocou ambas deitadas na mesa, uma ao lado da outra. Revezava penetrando ora a loira, ora a morena, até explodir num orgasmo que o fez sair de si, distribuindo seu sêmen que espirrava nos ventres de Alicia e de Nina.
Selene Também gozou vendo tudo isso, seu mel feminino encharcando seus dedos, coxas e até o chão do bar. Knight mandou então que Alicia e Nina fossem até Selene, se ajoelhassem e chupassem os dedos da feiticeira, provando o néctar deixado lá pelo recente orgasmo. Seu pau endureceu de novo vendo aquela cena, mas por hoje já estava bom.
Ele ouviu de novo o click antes do sino badalar sete vezes. Os bêbados de Rockland agora começavam a esmurrar a porta trancada do salão de Selene, sedentos pelo álcool lá de dentro. As duas garotas subiram para tomar um banho, e Selene foi colocar uma roupa apropriada para receber os “fregueses”, descendo instantes depois e voltando à companhia de Knight.
A dona então abriu a porta, quase sendo empurrada pela multidão que entrou. Entre eles estava o gordo de barbas ruivas que Knight viu tentar estuprar a garota na rua momentos antes. Acomodado em uma mesa num dos cantos do bar, Knight planejava qual seria o castigo propício para ele naquela noite.
Com um pesado tapa no balcão, o grotesco com aparência de vicking pediu um copo grande de cerveja para Selene, que serviu-o, indiferente.
Abriu a boca com poucos dentes e virou o copo, derramando boa parte sobre a barba. Rosnou como um cão e gritou com a voz rouca:
- Selene, você misturou água nessa cerveja, quero meu dinheiro de volta!
O forasteiro que o observava no fundo do bar então gritou:
- Ei, ogro!
O sujeito se virou, e Knight completou:
- É você mesmo! A Selene não mistura água nas bebidas. Se arrumar encrenca com ela, arruma comigo também.
O gigante cerrou os dentes e ameaçou caminhar até Knight, sendo interrompido por Selene:
- Darius, não quero encrenca aqui, ou beba quieto ou vá embora!
Ele então pegou Selene pelo pescoço e levantou-a do chão com apenas uma mão. Knight, sozinho, balançou a cabeça negativamente e se preparou para mais uma briga. Mas antes que se levantasse a porta do bar se abre num estrondo.
Entra no bar um homem de cabelos negros e olhos vermelhos, a camisa preta de mangas dobradas revelava as tatuagens no braço. O ogro de barbas então solta Selene e tenta se desculpar, desconcertado:
- Desculpe, Dante, eu não ia machucá-la, só queria outra cerveja e...
Sem dizer nada, Dante olha o homem por um instante, aponta a palma de sua mão aberta na direção do rosto do gigante e bruscamente a fecha. Knight vê do fundo do bar umas das coisas mais bizarras que já viu em sua vida.
O enorme ruivo encolhe, soltando um grito sofrido da boca sem dentes, e fica do tamanho de um polegar. Dante então olha para baixo e esmaga o homem no chão com os pés. O barulho semelhante ao de um inseto sendo morto é ouvido por todo o bar. O demônio então olha para Selene, assustada, e diz, com uma calma não habitual para os habitantes de Rockland.
- Fiquei sabendo que você está dando abrigo para um forasteiro que é meu inimigo, Selene. Sabe que isso pode te tornar minha inimiga também?
- Não sei do que você está falando, Dante. Olha...beba alguma coisa...
A garota é interrompida por Knight, que responde do fundo do bar, atraindo o olhar de Dante e dos outros de sua gangue presentes lá.
- Eu sou o cara que veio te matar, Dante!
Pela primeira vez Knight, o assassino profissional mais rápido do oeste, e Dante, senhor do inferno, se encaram.
- Escute forasteiro, fiquei sabendo de tudo que você fez para rever a sua garota, matou muita gente, e eu respeito isso, mas eu e ela temos um pacto. Negócios são negócios, por isso vou te dar a chance de ir embora antes de arrumar uma encrenca maior...
Knight o interrompe, num tom alto e pausado de voz:
- A encrenca já está arrumada, sua aberração!
O engatilhar do ferrolho da arma é ouvido, e Knight completa:
- Por baixo dessa mesa tem um Smith e Wesson calibre 45 apontado para as suas bolas, pequeno diabo. Se você não quiser voltar capado para o inferno, não faça nenhum movimento brusco, pare de ameaçar a Selene e trate direto comigo:
Dante não se mexe após a ameaça de Knight, mas responde:
- Você vai se arrepender por isso, moleque!
Knight o encara e diz:
- Eu poderia te matar agora, Dante, mas não vou sujar o bar da Selene com a sua carcaça nojenta. Vou ser mais que justo com você. Ao nascer do sol, quando o sino da igreja apontar às seis horas, esteja aqui na frente do Saloon. Vamos duelar e vai ser a última vez que você vai ver o sol nascer nesta terra.
- Moleque! Agora você...
- Agora você vira as costas e sai da minha frente, Dante. Te vejo de manhã. Se você não aparecer, vou até o inferno para te achar. Já estive lá e não é tão ruim quanto dizem.
Dante range os dentes e sai, espumando de raiva e seguido pelos outros companheiros de sua gangue. Bate a porta do Saloon.
Após alguns momentos, Selene ainda pálida vem ao encontro de Knight.
- Você deveria aprender a escolher melhor seus inimigos, Knight.
- Selene, me sirva mais um uísque e feche a minha conta.
- Qual uísque você quer beber?
- Algum em que você não tenha misturado água.