Stepan era tão antiquado quanto a vitrola em que ele ouvia seus vinis. Possuía uma coleção invejável, pelo menos aos olhos dos senhores roqueiros. Nada lhe dava mais prazer do que chegar do trabalho e colocar um disco com clássicos do rock dos anos setenta, preparar seu chá, e tomá-lo com bolachas doces.
Era alto e magro, cabelos lisos e negros, com uma ridícula franja que lhe caía sobre os olhos. Também era narigudo, o típico nariz de bruxo, longo, fino e apontando para baixo.
Tinha quarenta anos, e era totalmente virgem.
Stepan, em seus momentos de reflexão, chegou a se considerar uma pessoa com um leve retardo mental, mas em seguida concluiu que estava equivocado, pois uma pessoa retardada jamais tiraria tal conclusão de si própria, e assim conformou-se em se auto-analisar apenas como uma pessoa estranha, totalmente indiferente aos prazeres da carne.
Lembrava-se de que quando criança apaixonou-se por uma garota loirinha, ainda no pré-primário, e tentou agarrá-la. A menina o rejeitou aos berros, e ele tornou-se o centro das atenções naquele momento, sendo depois duramente repreendido pelas “tias” da escolinha, e pelos pais.
Depois disso, jamais observou em si mesmo qualquer reação erotizada, de desejo, ou de paixão, nem por mulher, nem por homem.
Com o passar do tempo, ficou em paz com relação a isso, realmente não via problemas em sua total falta de estímulos sexuais, apenas não os tinha, inclusive sabia relacionar-se com mulheres, sem ficar vermelho ou gaguejar.
Apenas não as desejava.
Era tido em sua rua como pessoa arredia e ranzinza, pois aos sábados, limitava-se a abrir um pouco a janela, olhar para o movimento durante alguns minutos, e depois fechar-se em sua casa definitivamente, para ver televisão, ouvir seus discos e tomar chá com bolachas.
Enquanto alguns vizinhos, geralmente os mais hipócritas, levantavam suspeitas sobre sua índole, o acusando de ser provavelmente um pervertido sexual, Stepan sentia- se feliz e seguro, ouvindo suas músicas, e descansando em sua cama, vestindo calça de moletom e meias sociais.
Trabalhava de segunda á sexta, como metalúrgico, era bom profissional, querido pelos colegas e pelos patrões. Saía cedo de casa, com sua mochila a tira colo, caminhando desengonçado até o ponto onde tomava o ônibus.
Foi á caminho do ponto de ônibus, que certo dia cruzou com uma garota, que o olhou profundamente, com olhos verdes e penetrantes. Ele a olhou também, por um segundo, mas desviou o olhar em seguida, voltando a atenção para seu destino.
A garota era Sabrina, dezoito anos, também a caminho de seu trabalho, e era seu primeiro emprego. Ela estava apreensiva, nervosa com o novo mundo em que penetrava.
Sabrina chamava a atenção onde quer que fosse, devido á sua beleza singular. Corpinho perfeito, na medida, cabelos longos e castanhos claros, e lindos olhos verdes. Não era o tipo mulherão, boazuda, era inclusive modesta em suas medidas, mas seu olhar lânguido despertava nos machos a mais selvagem vontade de apertá-la, beijá-la, e fazer com ela todo tipo de peripécia sexual.
Passava despercebida apenas por Stepan, que sequer retribuía os olhares que ela lhe dirigia, sempre que se cruzavam.
Sabrina não entendia o motivo, mas sentia-se atraída pelo magro e narigudo homem que passava sempre apressado.
Ainda que todos os dias Sabrina lhe lançasse olhares maliciosos, não conseguia extrair dele nenhuma reação, nem positiva, nem negativa. Stepan simplesmente a ignorava.
Até o dia em que curiosa com o comportamento daquele homem misterioso, resolveu enfim verbalizar seu flerte, dizendo:
_Oooi moço!
_Olá, mocinha, ele respondeu, com a voz segura.
Desse dia em diante, passaram a se cumprimentar sempre da mesma forma.
Sabrina sentia crescer a curiosidade e a admiração por Stepan, e os sábados já não lhe eram tão agradáveis, pois não o via. Resolveu que passaria bem devagar pela rua dele num sábado pela manhã, na esperança de vê-lo também em dia de folga, e quem sabe iniciar alguma conversa.
No sábado em que colocaria seu plano em prática, acordou mais cedo do que de costume, vestiu uma minissaia preta e uma camiseta branca. Por baixo da saia, uma minúscula calcinha, também preta,
Seguiu em direção á rua em que sempre cruzava com Stepan, a passos curtos e preguiçosos, tentando ficar naquele quarteirão o maior tempo possível. Ao aproximar-se do local onde costumeiramente cruzavam seus caminhos, o viu.
Sorriu maliciosamente, comemorando o sucesso de seu plano, e lembrou-se de continuar andando, para que o encontro dos dois fosse o mais natural possível. Conforme a distância entre eles diminuía, observou que ele carregava uma pequena sacola transparente, contendo um pacote de bolachas.
O plano acabava ali, não sabia o que fazer em seguida, quando se cruzassem, porém não iriam se cruzar, pois antes de passar por ela, Stepan tirou um molho de chaves de bolso e enfiou uma delas no portão de sua casa.
Ao ver isso, Sabrina ficou contente por descobrir onde ele morava, mas frustrada por não ter um plano completo em mente. Para sua sorte, Stepan abria o portão muito calmamente, o que lhe deu tempo de apertar o passo, e alcançá-lo antes que ele entrasse em casa.
Ele notou sua presença, e a olhou surpreso, esboçando um simpático sorriso.
_Oi moço.
_Olá mocinha.
_Vai tomar café? Sabrina perguntou, olhando para a sacola com bolachas.
_Chá, na verdade, Stepan respondeu.
_Eu gosto de chá, porque não me convida para tomar com você?
_Está convidada!
Sabrina estava explodindo de medo e excitação ao entrar na casa dele, muito surpresa pela segurança que ele demonstrou na curta conversa que tiveram. Ele afinal não era tímido e inseguro como ela imaginava, mas essa confirmação a deixou com medo de que ele fosse na verdade um tarado muito esperto, que se fingia de bobo para atrair garotas malvadas e violentá-las. De qualquer forma, já estava ali, e não passaria pela vergonha de sair correndo baseada em suas teorias a respeito de Stepan.
_Bem, é aqui que moro, ele disse abrindo a porta e mostrando a cozinha impecavelmente limpa e organizada.
_Que beleza morar sozinho não? Sabrina disse, procurando manter o diálogo.
_Sim, posso fazer o que tenho vontade, na hora em que decido, e posso descansar sem ninguém pra me incomodar.
_Mas ás vezes você não se sente só?
_Bem, quando me sinto só, convoco meus amigos, esses senhores aqui, Stepan respondeu, mostrando a ela um disco do Creedence.
Ele foi até a sala, colocou o disco na vitrola e deixou rolar o som, num volume baixo. Voltou á cozinha, e começou a ferver a água para o chá.
_Sente-se... Ah, me desculpe, como é seu nome mocinha?
_Oh, é mesmo, nem nos apresentamos!! Meu nome é Sabrina.
_Stepan, muito prazer.
Riram juntos.
_Pois bem, Sabrina, não é a primeira vez que uma garota me aborda, simulando uma coincidência, e eu não me incomodo com sua presença, você parece ser uma garota muito sensível e boa, mas devo lhe dizer que tenho um pequeno problema. Eu não gosto de mulheres. Quer dizer, eu gosto, mas eu... não as desejo, err, assim, como os homens normais as desejam.
_Você é gay?
_NÃO!! Não é isso, eu quis dizer, bem, eu não gosto das pessoas, de uma forma sexual, seja mulher ou homem entendeu? Mas podemos tomar nosso chá, conversarmos, não estou lhe mandando embora...
Ao ouvir isso, Sabrina abriu bem os olhos, o fitando surpresa, aqueles olhos verdes, o olhando profundamente, como se quisessem enxergar sua alma, e desvendar o motivo de tanta falta de desejo.
Stepan sentiu aquele olhar lhe rasgando as entranhas, revolvendo cada centímetro de seu corpo, o investigando, o dominando.
_Até hoje... ele disse.
_Até hoje o que? Quis saber Sabrina.
_Eu não desejava ninguém até hoje, mas agora devo dizer que me sinto estranho, um frio na barriga, sabe? Uma leve dor no...
_No...?
_No meu pênis...
_No seu pau? Corrigiu Sabrina sorrindo.
_É, ele respondeu, também sorrindo.
Em instantes estavam atracados, e as mãos de Stepan erguiam a minissaia de Sabrina, de forma brusca e desajeitada, para depois percorrerem por sua bunda, apalpando, massageando a pele macia e morna dela.
Sabrina por sua vez tratava de beijar suavemente o pescoço dele, e arranhar sua nuca, causando sensações até então desconhecidas por Stepan.
O toque dos lábios fez com que Sabrina sentisse sua calcinha umedecer. Agora os dedos de Stepan procuravam um lugar para se enfiar, e tendo a calcinha como obstáculo, ele optou por afastá-la, de forma agressiva e impaciente, fazendo com que Sabrina emitisse um gemido curto de prazer, que aos ouvidos de Stepan soou como um alarme, o despertando, enfim para os prazeres carnais, e seu pau se enrijeceu brutalmente, chegando a empurrar o corpo dela para trás, mas em seguida ela se ajeitou, voltando a se encostar com força ao corpo de Stepan.
Sabrina levou as mãos até a calça dele, e acariciou o pau duro. Ela engoliu sua saliva, ao notar que era descomunal, e grosso. Não hesitou em livra-lhe logo das calças, para enfim tocar o membro rijo e imponente, que chegava a se curvar para o lado, de tão grande. Sentiu uma gota de sêmen a escorrer, precipitada.
Stepan tirou a camiseta dela, e lambeu seus mamilos, para depois envolvê-los com a boca, e por fim, mamar, mamar deliciosamente naqueles peitinhos suculentos.
Sabrina mordia os lábios ao ter os seios chupados, e ele mamava como uma criança que busca o a primeira gota de leite logo após nascer.
Desvencilharam-se por um momento, para que pudessem prosseguir de outra forma.
Sabrina queria deixá-lo ainda mais louco de tesão, e para isso caminhou até a sala, e ficou de quatro sobre o sofá.
Stepan a seguiu, e seu olhar bondoso deu lugar a um olhar de caçador, mirando a presa, e a perseguindo. Ajoelhou-se no chão, para visualizar melhor o rabo empinado de Sabrina. Sentiu uma onda de insanidade a lhe percorrer as veias, ao apreciar a maravilhosa bocetinha jovem, e um tremor nas pernas, ao observar o cuzinho perfeito, que piscava, como se respirasse, as pregas abrindo e fechando.
Lambeu a boceta de ponta a ponta, saboreando o gosto da mais pura sem- vergonhice, que até então não conhecia. Não resistiu ao impulso de lhe dar um delicado beijo no cu lisinho, causando um estalo, e fez Sabrina gemer mais alto.
_Tarado! Ela disse.
_Ao ouvir isso, ele começou a lamber a boceta e o cu, passeando com a língua por toda a bunda de Sabrina.
_Eu adoro quando você me chama de mocinha! Ela disse.
Ele separou bem as nádegas dela com as mãos e sussurrou:
_Mocinha! E lambeu a boceta.
_Mocinha! E lambeu o cu.
_Agora é minha vez, disse Sabrina saindo do sofá.
Ela o pegou pelas mãos e fez com que ele se sentasse no sofá. Aninhou-se entre suas pernas e segurou o pau dele, o olhando com desejo.
_Nossa, que pau grande moço, será que cabe na minha boquinha?
Ela abriu bem a boca, e encaixou a cabeça entre os lábios. Stepan respirou fundo, maravilhado pelo tamanho do prazer que uma boquinha tão pequena podia proporcionar.
Sabrina dedicou-se com afinco em engolir toda rola, aos poucos, e quando terminou de alojar todo o pau de Stepan em sua boca, tratou de sugá-lo, babando de prazer, e ao tirá-lo de sua boca, apreciou a monumental rola lustrosa de saliva.
Ela subiu em Stepan, e posicionou-se para sentar naquele pau virgem. Preparou-se com cuidado, com um pouco de medo de se sentar sobre um pau tão grande. Foi descendo a bunda aos poucos, e sentiu a cabeça entrar. Stepan gemeu alto.
_Ahh, é tão quente!! E gostosa! Ele disse.
Sabrina o abraçou, e forçou a bunda um pouco mais para baixo. Stepan sentiu uma parte maior de seu pau ser envolvida pela boceta faminta de Sabrina.
Começou a cavalgá-lo, enquanto ele apertava sua bunda, e passava os dedos em seu cu. Beijavam-se desesperadamente enquanto fodiam. De repente Stepan levantou-se, segurando Sabrina, e ela o agarrou pelo pescoço. De pé, Stepan dominou a situação, e segurando Sabrina em seu colo, fez os movimentos que queria com ela, deliciando-se com seus gemidos cada vez mais intensos.
_Mooooço, assim você me faz gozar!
Stepan sentiu a boceta dela se inundar, e olhou seus olhos nesse momento.
Pela primeira vez em sua vida Stepan gozou também, violentamente, enchendo a bocetinha dela de pôrra.
Ainda a segurando em seu colo, Stepan a levou até o quarto, onde se deitaram, e novamente transaram, e depois de novo, e de novo.
Após esse dia, Sabrina passou a visitá-lo todos os sábados, e brincavam de todas as formas, e fodiam como loucos depravados. Durante a semana, mantinham a mesma forma de se cumprimentar, porém agora se beijavam rapidamente, antes que cada um seguisse seu caminho.
E foi num sábado, que ao sair da casa dele, por volta das oito da noite, Sabrina surpreendeu-se ao ver seus pais e alguns vizinhos de Stepan a lhe aguardar no portão.
_Veja só, senhora, ela esteve toda a tarde com ele, esse..., esse pervertido!
A frase saía da boca de Jorge, um dos moradores mais ranzinzas da rua.
_Esse homem é perigoso, vive fechado e só abre a janela pra ver as meninas brincando na rua, e agora deu para desencaminhar mocinhas.
Stepan não acreditava no que ouvia.
_Vamos minha filha, não quero mais você aqui, entendeu? Vociferou a mãe de Sabrina.
Stepan não conseguia ter nenhuma reação, se defender, nada. Estava estarrecido com a situação, humilhado como um maníaco sexual.
Sabrina foi levada pelos pais, chorando alto, de ódio e tristeza.
Stepan sabia quem era seu delator.Era Jorge, um homem casado, que freqüentava os prostíbulos da cidade e posava de homem direito. Esse homem não suportou a inveja de ver uma garota tão bela entrando na casa do “magrelo narigudo” e saindo com ares de realizada. Jorge investigou até encontrar a casa de Sabrina, e chamar seus pais ao portão para fazer com que fossem até a casa do pervertido que a estava desencaminhando.
Após aquele fatídico sábado, Stepan já não mais comia bolachas doces, apenas tomava o chá. Faltou por vários dias ao serviço, e deixou de sair de casa, envergonhado pelo episódio, com medo de ser rechaçado pelos vizinhos. Chorava de amor e tristeza, sentindo-se culpado pela humilhação que Sabrina passou.
O pior de tudo é que não tinha nenhum dado dela, como endereço ou telefone. Empenhados na tarefa de se amarem o máximo de tempo possível, deixaram de conversar sobre esses pequenos detalhes.
Demorou alguns dias para que ele enfim tomasse uma decisão.
E foi assim que numa madrugada Jorge ouviu um barulho estranho, e deparou-se com uma figura que não passava de uma enorme sombra sobre seu corpo. O invasor já havia dado éter para a esposa de Jorge cheirar, para que eles pudessem ter uma conversa sem interrupções. A sombra usava um capuz típico dos carrascos medievais, e segurava uma adaga de encontro ao coração de Jorge.
_Me dê o endereço de Sabrina, a menina que você humilhou perante os pais e as pessoas que vivem nessa rua, sussurrou com voz gutural a sombria figura.
Jorge revelou o endereço, e em seguida mijou nas calças.
O homem encapuzado sumiu sem fazer sequer um ruído.
Na manhã seguinte, Sabrina ouviu o ronco insistente de uma motocicleta em frente sua casa. Ao olhar pela janela, viu o motoqueiro, que protegido por um reluzente capacete negro lhe mostrou um pacote de bolachas doces.
A garota enfiou algumas roupas numa mochila e pulou a janela de casa, correndo em direção ao motoqueiro. Saíram em alta velocidade, sem destino certo.
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