Meu Amigo me Amava – Capítulo 107
Fortes Emoções – Momentos Finais
Muitas coisas estavam acontecendo na minha vida ao mesmo tempo, e não era coisas boas. Descobri que estava com uma suspeita de um aneurisma no cérebro, há menos de dois meses tenho que entregar a minha monografia, provas finais, e minha vida pessoal não me dava um suporte necessário para agüentar toda essa pressão.
Mas o pior ainda estava por vir, e eu não teria trégua. Depois de desmaiar no noivado do Jhonny, ir desmaiado ao hospital, ainda faltava o xeque mate, e ele não veio a galope, veio rápido, por banda larga 3G, não fazendo propaganda da claro. O Jhonny desde quando retornei ao noivado, e voltamos eu, o Pedro, Vinicius, Valeska e Robertinho na hora do jantar, não tirava os olhos de cima de mim, me olhava com ódio, de uma forma que me causava frio na espinha, porém, não sabia ainda o porquê daquela cara. Mal acaba o jantar eu me levanto e o Jhonny vem discretamente atrás de mim, me leva para um dos quartos da casa e me atira as folhas dos contos na minha cara completamente possesso.
Jhonny - (joga as folhas na minha cara) Como você pode cara, como você foi capaz de fazer isso comigo?
Breno - Fazer o que?
Jhonny - Cínico, cruel. Você contou a minha vida cara, você contou a minha vida pra um monte de pessoas na net, você expôs meu pais, todo mundo nesses contos ridículos, e com a permissão de quem? Você não tinha o direito cara, é a minha vida!
Breno - Jhonny deixa eu explicar cara, não é bem assim.
Jhonny - Não tem explicação cara, eu li. Como você pode fazer isso comigo cara, por que? Por que cara ?
Breno - Jhonny cara olha, eu..../
Jhonny - Não quero te ouvir cara. Eu confiei em você, cara eu te considerava meu melhor amigo, eu te amava, eu te amo cara e mais uma vez você vacila. Cara até a historia da minha paternidade, de um segredo de família você expôs nesses contos, você contou tudo cara, até os nomes dos meus pais, tudo você expôs nessa porra de contos, e eu pergunto, pra que?
Breno - Jhonny, por favor, me deixa falar.
Jhonny - Cala a sua boca, não fala mais comigo, eu tenho nojo de você, nojo. Em pensar que te amei desgraçado. Nunca mais fala comigo, nunca mais olha na minha cara, some da minha vida, pra sempre ouviu bem. E esse envelope aqui eu vou mostrar pro Pedro. Ele vai saber quem é verdadeiramente o Breno Nunes Carvalhaes.
Jhonny bate forte a porta do quarto, sinto ao fechar a porta uma forte pontada no meu peito, tudo se mistura na minha cabeça, tudo, começo a sentir uma forte dor, fica novamente tudo turvo a minha frente, com o forte barulho que faz quando o Jhonny fecha a porta vem o Pedro e me encontra meio zonzo no quarto, na hora nem consigo chorar, sinto apenas uma forte dor no peito e na cabeça.
Pedro - O que foi agora cara, será que não posso me distrair um só instante que você se mete em confusão. Breno você está se sentindo bem cara.
Breno - Aí! Minha cabeça.
Pedro - O que você tem cara, o que o médico te falou no hospital, por favor, me diz.
Breno - Nada cara, apenas um mal estar, vou ter que fazer alguns exames, mas nada sério, Check Up, exames de rotinas mesmo.
Pedro - Brigou com o Jhonny foi?
Breno - (preocupado) Por que, você o viu?
Pedro - Ele saiu em disparada pelo salão cara, ninguém entendeu nada, saiu com uns papeis nas mãos. Ouvi daqui o barulho, não te vi lá embaixo vim aqui ver o que era. Sabia que você tinha algo a ver com aquela reação dele.
Breno - Pedro preciso falar com ele cara, por favor me leva até o Jhonny.
Pedro - Nem sem antes você me dizer o que está acontecendo. Vai me diz leke o que houve, qual foi o motivo pro Jhonny sair daquele estado aqui deste quarto?
Enquanto isso no jardim da casa dos pais de Alessandra, onde rola a festa de noivado estão o Vinicius e o Robertinho conversando.
Robertinho - O que foi cara você estava tão alegre, tão pra cima e derrepente fica assim todo triste, o que está pegando?
Vinicius - (lágrimas nos olhos) Não é nada pow... Eu que sou assim mesmo, vai lá se divertir, não se preocupe comigo.
Robertinho - Que espécie de amigo você pensa que eu sou viado? Fala sério né. Não quer me contar eu respeito, agora me pedir pra não se preocupar com um amigo que está mal, isso já é pedir demais.
Vinicius - Desculpe cara. É que é um lance complicado entende, e te conheço agora, a história é longa, você pode até me achar maior idiota.
Robertinho - Cara problemas são problemas, e todo mundo tem, sabe a diferença onde está? Está em cada um cara, tem uns que passam por problemas e não desanimam por conta disso, pelo contrário, tentam superar, por que problemas existem para serem vencidos, superados, e tem outros que se deixam vencer pelos problemas. A diferença está aí. Jamais acharia você idiota, ou coisa parecida por isso entende?
Vinicius - Cara você é perfeito sabia? E eu apanhando tanto na cara, saindo com vários homens e encontro do nada você aqui no Rio, tive que sair da minha cidade pra encontrar você, mas como pra mim nada é fácil você é hetero, e mais uma vez quebrei a cara, mas tudo bem vou superar.
Robertinho - (sorri) Cara você é inacreditável, está aí todo pra baixo, tristão, e mesmo assim não perde o bom humor, legal isso cara sabia, se todos fossem assim como você, sempre alto astral, a vida seria tão melhor.
Vinicius - Cara eu vou fazer o que? Eu sou pobre, feio, quer destino mais justo, já pensou se eu fosse mal humorado, baixo astral. Nunca cara, como ovo mas mantenho a minha pose, olho sempre por cima.
Robertinho - Cara pensava ter vários amigos, muitos mesmo, mas de um tempo pra cá, depois que do nada conheci o Breno, e depois fui conhecendo a família os amigos dele, estou percebendo o verdadeiro preço da palavra amizade. Cara nenhum dos meus “vários amigos”, pelo menos os que penso que tenho se preocupa uns com os outros, se importam entende. Cara eu sempre ia a baladas, bebedeiras com muitas drogas, sexo, começava na quinta feira. A última vez que me droguei pra valer mesmo o meu pai furioso me levou para um hospital público, e foi aí que conheci o Breno.
Vinicius - Pow cara uma coisa que não entendo. Desculpe perguntar, mas te ver hoje naquele estado cara me fez parar pra pensar. O que um cara como você que aparentemente tem tudo, é rico, bonito, inteligente. Tudo o que eu gostaria de ter, claro que com um bofe deslumbrante ao meu lado. Um cara que tem tudo cara, por que você se droga?
Robertinho - Aí que você se engana cara. Eu não tenho tudo, pelo menos até conhecer pessoas humanas assim como vocês eu não tinha. Cara comecei a usar drogas pro influencia de amigos, se é que posso chamar essas pessoas de meus amigos, por que amigo que é amigo jamais ofereceria drogas há uma pessoa. Cara minha vida sempre foi um inferno, essa roupa cara, o carrão que está estacionado lá na rua, nada disso cara traz felicidade. Eu cresci vendo meu pai humilhar, trair, ameaçar a minha mãe, que de tanto sofrer ficou doente e hoje está vegetando numa cama de hospital, respirando através de aparelhos e medicamentos fortes, dependendo de um transplante de medula óssea pra sobreviver.
Vinicius - Nossa que babado forte.
Robertinho - O Breno já a viu. Cara meus irmãos, mais velho do que eu, fizeram questão de sumirem de perto do meu pai e da minha mãe.
Vinicius - Por que isso?
Robertinho - Por que meu pai nem merece ser chamado de pai, ele é um animal, um bruto que sempre nos tratou com violência, com gritos, ignorância mesmo.
Vinicius - Ele batia na sua mãe.
Robertinho - Ele não é louco de fazer isso. Se ele levantasse a mão pra minha mãe cara, ele não estaria vivo hoje.
Vinicius - Você seria capaz de..../
Robertinho - Com certeza cara, mataria meu pai sem sombra de dúvidas. Minha mãe é tudo pra mim... Tudo.
Nisso chega Binho de táxi todo sorridente ao ponto em que estava antes do Estevão o pegar para o programa, estão sentados o Gileno e outro amigos dele, o Xande num banco preocupados com Binho.
Gileno - E aí cara como foi?
Binho - O aluguel está pago galera, aqui está minha parte.
Xande - Nossa cara, se deu bem com o magnata.
Binho - Na boa galera nunca foi tão fácil fazer um programa. O Viado fode pra caralho, uma delicia.
Gileno - Quanto você faturou?
Binho - Me deu 500 pratas leke.
Gileno - E você sabe o porquê dele fazer isso com você. Algum motivo deve ter por que aquele ali não dá ponto sem nó.
Binho - Fala aí meu peixe por que me enviou aquele torpedo pra abrir o olho com ele?
Gileno - Aposto que você abriu, diz logo, o que de estranho você viu pra ele querer te comprar com 500 reais cara.
Binho - (direto) Uma bolsa cheia de cocaína, ainda embalada, mas deu pra ver direitinho.
Gileno - O que?
Binho - Isso mesmo, na hora quando vi aquela porra ali na cama dele, ele estava no banheiro, tomando banho, pensei em meter o pé, fui até pegar as minhas calças mas vi o seu torpedo, decidi ficar.
Xande - Caralho é viciado o magnata.
Gileno - Viciado porra nenhuma, ele está é armando pra alguém.
Xande - Como assim você conhece o cara Gileno?
Gileno - Conheço.
Binho - É furada cara?
Gileno - Binho não sei o que ele está armando. Só me responde uma coisa, ele viu que você viu a sacola com a droga?
Binho - Viu sim.
Gileno - Putzzz.
Binho - Porra cara estou começando a ficar preocupado, tu acha que corro algum perigo?
Gileno - Não porra relaxa. Mas acho melhor manter distancia do cara. Fica sussa que contigo ele não tira farinha não.
Xande - Por que cara?
Gileno - Digamos que ainda não é a hora de vocês saberem.
Aproxima um rapaz de moto, moreno, bonito, tira o capacete, Xande dá um toque no Gileno, é cliente.
Xande - Chegou o seu exclusivo leke, vai lá.
Gileno - Binho relaxa cara, fica sussa. Xande qualquer coisa estou no celular.
Xande - Beleza mano. Boa foda lá.
Gileno - (sorri) Isso é de praxe parceiro, é de praxe.
Gileno sai correndo e sorrindo, o rapaz coloca o capacete.
Gileno - Sumiu gato, estava onde?
Rapaz - Acabei de chegar de São Paulo, reunião na empresa do meu pai, maior chatice.
Gileno - Quem manda ser o único herdeiro cara.
Rapaz - Nem me fale nisso. Estava morrendo de saudades sabia?
Gileno - Eu também.
Rapaz - Ainda contrato você só pra mim sabia?
Gileno - Possessivo é?
Rapaz - Você sabe que te adoro né.
Gileno sobe na moto, o rapaz acelera e partem.
Enquanto isso estou eu e o Pedro tendo uma séria conversa no quarto em que momentos antes tive uma discussão séria com o Jhonny.
Pedro - Fala leke, o que houve, o que aconteceu entre vocês?
Fico sem ação, tinha que inventar algo na hora, pois o Pedro não é bobo e não cairia em qualquer desculpa esfarrapada.
Pedro - Fala cara, por que o Jhonny saiu assim, estou ficando nervoso com isso na boa.
Breno - E que eu disso que.../
Pedro - (corta) O que você disse pow?
Breno - Eu disse ao Jhonny que eu te amo cara, que eu gosto é de você. Que nunca quis magoá-lo, mas que a gente não manda no nosso coração... e que.../
Pedro se emociona, não acredita muito nas minhas palavras, fica até meio bobo.
Pedro - (emocionado) Eu... Eu não estou acreditando leke. Sério, não estou acreditando.
Breno - (sério) Para de bobeira.
Pedro - Bobeira! Cara há quase oito meses que espero essas palavras da sua boca. Cara é tão bom que chega ser inacreditável. Você nunca cara... Nunca disse que me amava, as vezes me sentia péssimo pelo tamanho da sua frieza e tal, e agora depois de tanto tempo, eu ouvir que você disse ao Jhonny que me amava. Caralho leke há tempos que não me sinto tão feliz. Cara o maior presente que você poderia me dar.
Nisso o Pedro espontâneo como sempre me abraça forte, seus olhos enchem d’água e eu me sentindo um crápula por novamente estar mentindo, mas não poderia dizer ao Pedro o real motivo do estado do Jhonny. Nesse meio tempo ouço umas batidas na porta do quarto, rapidamente o Pedro enxuga as lágrimas e se levanta, eu continuo no mesmo lugar. Entra o Rick sério.
Breno - Que cara é essa Rick?
Rick - (sério) Pedro posso falar com meu mano a sos rapidinho?
Pedro - Pow lekin pode sim. Vou nessa Breno.
Breno - Beleza, depois conversamos.
Pedro me olha também sem entender nada e sai. Ficamos eu e o Rick no quarto.
Breno - O que foi cara?
Rick - Preciso falar com você.
Breno - Sobre?
Rick - Breno o Jhonny me contou tudo cara?
Breno - Tudo o que?
Rick - Breno o Jhonny me contou que ele é gay cara e que você sabia disso. Por que nunca me contou nada cara, por que?
Breno - O que?
Rick - Não se faça de desentendido cara, para de pensar que sou um idiota, só por que tenho 16 anos, eu não sou criança cara. Ele disse que ele é gay e que você sabia disso, por que cara, por que você nunca me falou nada.
Breno - Cara por que o Jhonny te contou isso?
Rick - Por que eu não sei. Está tudo confuso aqui na minha cabeça cara, eu não sei o que pensar.
Breno - Calma Rick, não fica assim cara.
Rick - Como não ficar Breno. Eu pego meu melhor amigo beijando meu irmão na boca, depois esse meu melhor amigo ele se casa com a colega de trabalho do meu irmão e no dia do noivado dele ele me diz que é gay. Que sofreu até se aceitar, um monte de coisas. Como você quer cara que eu fique, que eu reaja sabendo de tudo isso. Minha cabeça está confusa, eu não sei o que pensar cara.
Rick fica confuso em meio aos seus pensamentos e começa a chorar, não sei o que falar pro meu irmão, a única coisa que faço é abraçá-lo, mesmo depois de nossas brigas, dele ter fingindo um problema de memória, mesmo depois de tudo o que aconteceu, nisso entra minha mãe no quarto não entendendo nada.
Zilda - O que está acontecendo aqui? Rick por que você está chorando?
Enquanto isso continua no jardim da casa dos pais de Alessandra.
Vinicius - Cara pai é pai. E você não tem cara nem jeito de assassino, ainda mais capaz de matar seu pai.
Robertinho - Cara pra matar não precisa ter cara, muito menos jeito. Já pensou que se todos os assassinos tivessem uma cara e um jeito específico, todos seriam presos, na verdade não existiria assassinos a solta.
Vinicius - Mas você não tem e pronto.
Robertinho - Está bem porra! Fazer o que? Mas vim aqui pra saber de você e acabo falando de mim, dos meus problemas. Mas mudando de assunto diz aí Brow, o que você tem?
Vinicius - Cara nada demais, é que.../
Nisso a conversa é interrompida pela presença do Kadu que vem sozinho em direção ao Robertinho e Vinicius que percebe.
Vinicius - Ninguém merece.
Robertinho - O que?
Chega o Kadu na humildade e simpatia de sempre.
Kadu - Fala show, me viu nem veio falar comigo. Saiu de Cabo Frio nem me ligou, o que te fiz agora.
Vinicius - Não Kadu que isso é que.
Kadu - (cumprimenta Robertinho) Oi tudo bem? Prazer meu nome é Carlos Eduardo, mas pode me chamar de Kadu.
Robertinho - Caraca mais um. Olha meu Nome é Carlos Roberto, mas pode me chamar de Robertinho.
Kadu - Sério, somos então meio charas.
Robertinho - Sim. E esse aqui é Vinícius mas prefere ser chamado de Vinny.
Kadu - Esse eu conheço há bastante tempo, meu amigo de infância que agora resolveu ser ingrato, fazer o que?
Robertinho - Agora as coisas estão começando a se encaixar.
Kadu - O que ?
Vinicius - Robertinho por favor.
Robertinho - Calma cara, não disse nada.
Kadu - O que está acontecendo aqui Vinny, posso saber?
Vinicius - Não é nada Kadu, o Robertinho que adora fazer piadas, deixar as pessoas em constrangimento. Não é Robertinho.
Kadu - Então você encontrou um idêntico a você.
Vinicius - Em partes, por que ele não é gay.
Kadu - Que isso Vinny.
Robertinho - Quem te falou isso. Nem depois de meia noite aqui no rio todo boy vira moça, aí tem pra escolher, moças, mocinhas e macérrimas, as moçonas são as bichas velhas.
Vinicius - Babaca.
Kadu - Nossa acho que estou sobrando.
Robertinho - Eu que estou sobrando aqui.
Vinicius - Para de bobeira Robertinho, pow cara.
Kadu - Vinny é impressão minha ou você está me evitando cara?
Vinicius - Não cara, não é nada disso.
Robertinho - Foi o que eu pensei, vocês tem muito o que conversar. Bom vou nessa, vou vê se sobrou alguma coisa pra mim comer.
Robertinho aproveita, se levanta e sai, deixa Kadu e Vinicius a sós para conversarem.
Entrando no salão de festas Robertinho não vê eu, nem o Jhonny, apenas o Pedro.
Robertinho - Pedro onde está o Breno?
Pedro - Está lá em cima num dos quartos conversando com o irmão dele.
Robertinho - Beleza então. E a Valeska cara?
Pedro - Não vi não cara.
Robertinho - Já é então, vou comer alguma coisa, agora que passou o efeito estou numa larica do caralho.
Pedro - Vai lá cara o jantar está bom pacas.
Robertinho - Já é.
Robertinho senta-se a mesa e começa a comer. Enquanto isso em umas das partes do imenso jardim, próximo a piscina da casa dos pais de Alessandra está Valeska que não tira os olhos de Mathias que está próximo de Jéssica sua namorada e Camila que chateada observa a conversa entre Kadu seu namorado e Vinicius.
Jéssica - Amiga deixa de bobeira, até hoje não entendo o porquê de você ter medo daquela bicha louca do Vinny, você é linda e o Kadu não tem nada de gay.
Camila - Jéssica você não entende. A amizade deles vale mais do que nosso relacionamento, são anos de amizade, e eu cheguei agora.
Jéssica - Mas você é o amor da vida do Kadu amiga.
Camila - Amor... nesses dois anos eu pude ser tudo do Kadu Jéssica, tudo, amiga, companheira, empregada, secretária, companhia. Agora amor, amor não.
Jéssica - Camila mas o Kadu sempre foi tão atencioso com você, tão carinhoso.
Camila - Isso ele é com todos, com todos amiga. O Kadu é um fofo, mas não sinto segurança em nosso relacionamento. Ele se preocupa muito com a faculdade dele, com o escritório que o pai prometeu lhe dar depois que ele passar no exame da OAB. Ele se preocupa com o exame da OAB, agora comigo, com nosso relacionamento, com isso amiga. Isso é pra ele um segundo, terceiro plano.
Jéssica - E por que o ciúmes da amizade dele com a bichinha louca.
Camila - O Vinny ama o Kadu, e o Kadu agora sabe disso. A amizade deles é forte Jéssica, é intensa, tenho medo sim. São muitos anos de amizade, e amizade com amor minha filha é uma mistura perigosa, passa por cima de qualquer opção sexual.
Jéssica - Me desculpe Camila, mas por conta de uma amizade o Kadu virar gay e ficar com o Vinny aí você está delirando demais.
Camila - Eu não coloco a mão no fogo nem pelo seu namorado Jéssica.
Jéssica - O Mathias, está de sacanagem né?
Camila - Então ta amiga.
Enquanto Jéssica e Camila ficam observando, Kadu e Vinicius tem uma tensa conversa.
Kadu - Pow cara cada vez mais ausente, quando te ligo você não atende, quando vou na sua casa você nunca está, pow o que te fiz?
Vinicius - Não me fez nada Kadu, apenas quero evitar cara.
Kadu - Evitar nossa amizade cara?
Vinicius - Evitar o que sinto por você cara.
Kadu fica sem ação no momento, sem graça e Vinicius se emociona, ama o Kadu de verdade, e preferiu fugir a ter que encarar esse sentimento, coisa que a maioria faz, pois sabia que Kadu era hetero, sempre respeitou a opção do amigo, e escondeu esse sentimento o quanto pode, mas como o Jhonny sempre dizia, ninguém consegue fugir de si mesmo, enganar todo mundo, e a Camila descobriu, mulher sente o cheiro de longe.
Kadu - Vinny cara desde aquele churrasco lá em Búzios eu realmente não sei como agir com você cara, eu fiquei confuso. Vinny cara a gente cresceu juntos, estudamos juntos a vida toda cara, sempre fomos amigos de um dormir na casa do outro, e agora você me joga essa bomba cara.
Vinicius - Culpa do canalha do Jhonny, era meu segredo e ele não tinha nada o que te contar.
Kadu - Vinicius estava ficando insustentável cara, as brigas entre você e a Camila, ela é minha namorada cara e você meu melhor amigo, estava ficando tenso a minha situação, e eu nesse meio sem saber o motivo.
Vinicius - Eu não quero complicar a sua vida cara. Kadu por isso me afastei cara, não quero que meu sentimento seja um problema pra você. Vai passar, disso eu sei, o melhor remédio para passar um amor não correspondido é o tempo.
Kadu - Mas eu te amo cara, você é meu amigo.
Vinicius - Eu sei cara, mas na boa preferiria que você me odiasse e me amasse da maneira que eu te amo, do que ser seu amigo. Não tenha dúvidas sobre qual opção eu escolheria. Kadu você não sabe o quanto dói cara, o quanto a gente sofre em amar o melhor amigo, ainda mais quando ele é hetero, tem namorada, e que você sabe que nunca, mas nunca esse sentimento vai se concretizar.
Kadu - Vinny ... Vinny vem cá cara.
Vinicius se levanta e sai, Kadu fica ali sentado no banco, desolado, sem saber como agir. Camila ao longe observa quando o Vinicius sai e chega, toda dissimulada.
Camila - (beija, abraça) Oi amor, está tudo bem.
Kadu se levanta irritado, afasta Camila, não é grosso, apenas evita.
Kadu - (afasta Camila) Camila por favor, depois conversamos.
Kadu se levanta e sai. Chega Jéssica.
Jéssica - (curiosa) E aí amiga, o qual foi do babado?
Camila - (furiosa) Tinha que ver o estado que o Kadu estava, com os olhos cheios d’água, triste. Aquela bicha louca tem um domínio sobre o Kadu que me irrita. Depois você vem me dizer pra não temer aquela coisa alegrinha do Vinicius. Jéssica se eu der mole ele rouba meu namorado.
Jéssica - Camila você vai acabar ficando louca.
Camila - Eu não vou deixar aquela coisinha colorida roubar meu namorado, não vai mesmo, nem que pra isso eu tenha que.../
Jéssica - Camila não vai surtar né? Fazer mal ao Vinny seria o seu fim.
Camila - Meu fim seria perder o Kadu e toda a estabilidade financeira que mereço ter.
Jéssica - Camila isso quer dizer que.../
Camila - Isso mesmo, que estou com o Kadu apenas por conta da grana dele e isso não é novidade para você. Sabe muito bem que odeio a pobreza a qual minha família vive. E o Kadu é bonitinho, inteligente, até legal as vezes mas me cansa. Um tipo o Mathias assim me atrai bem mais.
Jéssica - Camila se você não fosse minha amiga eu daria agora na sua cara, o Mathias é meu.
Camila - Jéssica acorda, amiga que é amiga não dá em cima do bofe da outra. Disse o tipo de macho que ele é. Gostoso, cara de safado, canalha. Ele deve acabar com você na cama, elogiar o seu desempenho na cama. É dessas coisas que eu gosto e com o Kadu não acontece.
Jéssica - Que babado amiga, então o Kadu é ruim de cama.
Camila - Ele até que faz direitinho, mas é o trivial entende. O arroz com feijão, as vezes que consegue sair do trivial e servi uma saladinha.
Jéssica - Ele nunca conseguiu te levar ao orgasmo.
Camila - Nunca.
Jéssica - Aí amiga, que isso. O Mathias me leva só nas caricias.
Camila - Eu acredito.
Jéssica - Mas não tenho motivos para mentir. Porém, confesso que estou passada.
Camila - Passada por que, você acha que se o Kadu fosse pobre que eu me interessaria por ele? Ele é comum de mais.
Enquanto Camila e Jéssica continuam conversado, Valeska em outro ponto do jardim da casa dos pais de Alessandra não perde tempo e ao ver Mathias próximo a piscina sozinho bebendo, não perde tempo e decide atacar. Mathias usa uma calça jeans que realçava bem suas pernas grossas, seu volume no meio das pernas, e usava também uma blusa social branca, bem discreta que realçava seus braços fortes, e os botões abertos revelavam seu peitoral sarado. Seu cabelo bem raspado, e um brinco em umas das orelhas. Mathias tem cara de home, jeito de homem, é o tipo que transpira testosterona, mas no fundo ele é um narcisista, se arruma, malha, pra se exibir, curte ser admirado pelos outros, se excita com os olhares e cantadas, tanto das mulheres como dos homens.
Valeska - (se aproxima, puxa assunto) Oi tudo bem.
Mathias - Oi.
Valeska - Noite quente né?
Mathias - Sim, muito quente.
Valeska - E o que o gatinho faz aqui sozinho?
Mathias - (sorri) Muito falatório lá dentro, prefiro ficar na minha.
Valeska - Eu também prefiro ficar na minha. E agora com uma companhia como a sua, fica melhor ainda.
Mathias - (sorri) Senta aí.
Valeska - Você é sempre monossílabo assim?
Mathias - Não... pow é que estou procurando uma pessoa.
Valeska - Que pessoa?
Mathias - Um leke, amigo meu.
Valeska - Sabe o nome, talvez eu possa saber quem é?
Mathias - Breno, estou procurando o Breno, amigo meu.
Valeska - Ah! O Breno, conheço pow. Passou mal, tivemos que levar no hospital, maior confusão.
Mathias - (preocupado) O que ele tem?
Valeska - Nada grave, apenas desmaiou. Maior doideira.
Mathias - Ele está aqui?
Valeska - Sim, ele está.
Mathias deixa Valeska e vai em direção a casa. Nisso chega Jéssica e Camila para tirarem satisfação com Valeksa.
Jéssica - O que você queria com meu homem sua piriguete de quinta.
Valeska - Ta louca você?
Camila - Ela é a amiguinha da coisinha colorida.
Valeska - Não fala assim do Vinny não sua vaca oxigenada.
Camila - Do que você me chamou?
Valeska - De vaca oxigenada.
Camila - Eu vou dar na sua cara vagabunda.
Jéssica - Deixa comigo amiga por que a vaca estava dando em cima do meu homem. Vadia aquele bofe tem dona, ele é exclusivo não está disponível pra qualquer vagaba dá em cima não.
Valeska - Vocês estão loucas, eu não estava dando em cima de ninguém não.
Camila - Olha a inocente. Conhecemos vagabas do seu tipo filha, não somos otárias. É coisinha colorida querendo dar em cima do meu namorado, e agora a vagaba de quinta querendo o seu amiga, viu como não podemos dar mole. Quem tem seus homens que segure por que no mercado está escasso, está escasso!
A gritaria entre Camila, Jéssica e Valeska logo começa a chamar a atenção das pessoas que se aglomeram em vista do barraco que viria. Enquanto isso a conversa entre eu e o Jhonny é interrompida pela presença de Zilda, nossa mãe.
Zilda - Por que o Rick está chorando Breno?
Breno - Não é nada mãe.
Zilda - Veste essa camisa Breno, essa esta suja de sangue.
Breno - Obrigado mãe.
Zilda - O que você tem Rick?
Rick - Não é nada mãe.
Zilda - Como nada se te pego aqui abraçando seu irmão e chorando meu filho?
Breno - (firme) Mãe por favor, é um assunto nosso, segredo. Não nos force mentir pra você.
Zilda - Agora vocês ficaram com segredos pra cima de mim?
Breno - Mãe às vezes a senhora é muito intrometida, me desculpe, mas quer sempre invadir nossas vidas, saber de tudo. Também não é assim né?
Zilda - Meu filho você está me ofendendo.
Breno - Não mãe, estou falando a verdade, só isso.
Rick - Vocês não vão brigar aqui né, por favor.
Zilda - Breno aquele seu amiguinho todo alegrinho estava te procurando lá em baixo.
Breno - Aquele amiguinho tem nome mãe, o nome dele é Vinicius, e ele vai ficar lá em casa durante um tempo.
Zilda - Breno você nem brinque com isso. Já te falei que não quero esse tipo de gente como companhia de vocês. Na minha casa ele na fica meu filho.
Breno - Mãe eu fui muito bem recebido na casa dele, pela mãe dele e por ele, nada mais justo do que eu retribuir a gentileza.
Zilda - Mas você meu filho é normal.
Breno - E ele também é normal mãe. Ele é gente.
Zilda - Ele não é normal meu filho, me desculpe, mas ele é um transviado, um gay.
Breno - E o que tem haver mãe. Ele não é filho de Deus por ser gay, ele não é gente. Me desculpe mãe mas é isso que a senhora aprende todos os domingos na missa, a ter preconceito pelo seu semelhante, aprende na Igreja a descriminar o próximo pela sua opção sexual.
Zilda - (se altera) Cala a boca Breno, você não sabe o que está falando.
Breno - Sei sim mãe. Desde que a senhora viu o Vinicius pela primeira vez e percebeu que ele é gay que a senhora está de implicância com ele. Ele vai ficar lá em casa sim, quer a senhora queira ou não. Agora é uma questão de honra, por que mesmo sem me conhecer, sem nunca ele nem a sua mãe e conhecer, eles abriram as portas da casa deles para me receber e não vai ser por conta do seu preconceito idiota que não vou recepcionar o meu amigo, sendo ele gay ou não.
Zilda - A casa ainda é minha meu filho, e não vou admitir aquele rapaz lá dentro.
Breno - Chega mãe, estou cansado da senhora, cansado das suas ordens do seu jeito dominador. Ele vai ficar na merda da nossa casa sim. Deixa de ser doente, que merda.
Rick - Breno não fale assim com nossa mãe.
Zilda - (pega pelo braço) Você me respeite Breno pois não sou sua amiga nem sua empregada, sou sua mãe. E lá ele não fica, não fica.
Breno - (firme) Fica mãe, ele fica sim. Pra que a senhora vai pra Igreja, pra aprender a ser gente ou se tornar um bicho.
Rick - Breno!
Zilda não se contém e dá um tapa na minha cara.
Rick - Mãe não!
Troca de olhares tensa entre mãe e filho em pé de guerra.
Enquanto isso o Vinicius encontra o Jhonny num canto da casa isolado, triste. Vai conversar com ele.
Vinicius - Está tudo bem Jhonny.
Jhonny de inicio não responde, Vinny insiste.
Vinicius - O que está acontecendo Jhonny, que cara é essa?
Jhonny - (abraça, chora) O Breno Vinny... o Breno.
Vinicius - (tenta acalmar) O que o Breno fez cara?
Jhonny - Ele me traiu, ele me deu uma apunhalada pelas costas.
Vinicius - O que ele fez cara.
Jhonny - Ele escreveu a minha vida inteira cara, ele contou os meus problemas, o nosso relacionamento, tudo cara ele expôs na internet, em contos, pra todo mundo saber.
Vinicius - (perplexo) O que?
Jhonny - Todos nós cara, a nossa vida, a vida do Breno ele expõe em contos, ele escreve tudo cara, tudo o que ele faz, como se fosse um diário de fatos, e publica na internet.
Vinicius - Que doideira é essa Jhonny.
Jhonny - (mostra o envelope) É verdade cara, está tudo aqui olha, tudo aqui.
Vinicius pega o envelope e começa a folhear, fica chocado.
Vinicius - Meu Deus que audácia do Breno em expor sua vida, seus problemas pra dezenas, centenas, milhares de pessoas.
Enquanto isso no salão de festas o Pedro não esconde a ansiedade de saber o que está acontecendo lá em cima entre o Breno e seu irmão Rick.
Kátia - Algum problema Pedro?
Pedro - Não nenhum.
Alessandra - Nossa minha festa de noivado está cheia de mistérios, revelações, acontecimentos, tenho até medo do que ainda tem por vir.
Kátia - Realmente amiga esse noivado promete.
Pedro - Vocês como sempre adorando uma fofoca. Alê onde está seu noivo.
Kátia - Verdade Ale onde está o Jhonny.
Alessandra se toca a sai a procura do noivo.
Enquanto isso na piscina o barraco rola solto entre Camila, Jéssica e Valeska que não deixa barato as provocações das duas.
Valeska - Olha aqui vocês estão surtadas, se não conseguem segurar os homens de vocês queridas, eu não tenho culpa. Estava aqui de bobeira, dei em cima mesmo, é gostoso, tesão, parece ter uma pegada gostosa, por que não arriscar.
Jéssica - Então confessa vadia que estava dando em cima do meu homem, sua ordinária.
Valeska - Não estava não, mas agora vou dar meu amor, vou dar em cima, vou dar em baixo, vou dar tudo ouviu bem, T – U – D – O.
Camila - Cachorra filha da puta.
Valeska - Filha da puta não oxigenada, filha da puta não, olha as confianças.
Jéssica - Eu vou dar na sua cara.
Camila - Arrebenta a cachorra.
Jéssica - Cachorra ordinária.
Valeska - Olha aqui chega de desaforos por que não vou suportar estar me ouvindo. Agora saem da minha frente por que não quero dar vexame no noivado dos outros ok, se querem baixaria vão ter, mas não aqui.
Nisso Valeska ameaça sair, mas Jéssica tomada pela raiva vai pra cima de Valeska, derruba isca no chão, essa não se dá por vencida e pega Jéssica pelo cabelo, Camila vendo que a amiga está perdendo vai para ajudá-la.
Camila - Deixa minha amiga em paz cachorra.
Jéssica - (grita) Solta meu cabelo piranha, piranha.
Valeska - (segura Jéssica pelos cabelos) Você quer que eu te solte sua patricinha de subúrbio, você quer, então toma.
Valeksa joga Jéssica com tudo na piscina, circo armado, várias pessoas se divertem do lado de fora. Jéssica toda arrumada cai na piscina num empurrão só.
Nisso o clima no quarto entre Breno e Zilda continua quente.
Rick - Mãe você bateu no Breno.
Breno - Você me bateu, me bateu na cara, você nunca me bateu antes.
Zilda - Meu filho você..../
Nisso eu saio do quarto chorando, não falo nada.
Zilda - Filho.../
Rick - Breno vem aqui.
Desço as escadas correndo, não enxergo nada na minha frente, sinto uma tontura e tropeço pelas escadas, vou rolando e acabo caindo, a queda e feia e caio desacordado no chão, no meio do salão, na frente de todos.
Robertinho - Breno !!!!!!!!!!!
No climão,
Continua...
Galera esse é o último conto do ano de 2010. Desejo a todos um ano repleto de realizações e que 2011 seja um ano cheio de boas notícias, bons acontecimentos para todos nós. Obrigado pelo carinho, críticas, os e-mails que venho recebendo, desejo ao Erick, o eterno anjo negro muito sucesso em seus contos, ao Ricky Leitor, Anjin, meu eterno AnJinho tarado, ao Alef meu colaborador, crítico, ao meu mais novo amigo o Comissário de bordo, a Andreza que está vidrada nos contos, ao Beco, ao Roberto professor, são tantos, que mantenho contatos, que conheci através dos contos, ao Nikolas, Bruno Castro, rsrs. Ao chato do Diego, ao japa Taka, rsrs. Feliz ano novo galera e até a próxima, gostaria neste final de ano receber e-mails das pessoas que lêem esses contos e que nunca me enviaram um e-mail, que me falasse sobre sua vida, suas experiências e o que sentem ao acompanhar essa epopéia, ficaria imensamente feliz. Bjão.
Meu e-mail é: multiplosex@hotmail.com
Aguardo contatos.
obs: Tudo indica que faltam apenas 3 capítulos para terminarem os contos, estou pensando se continuo ou nao, pois, devido aos baixos numeros de comentários e e-mails que recebo, acho que está na hora dos contos terminarem, como da última vez vcs me comvenceram a continuar, aguardo o retorno de vcs, pois penso mesmo em concluir os contos, pois escrevo pra vcs, e por prazer em primeiro lugar, mas os contos nao tem mais o mesmo retorno de antes, sendo assim penso em concluir no 110. Neste ano novo peço a todos que me escrevam, caso queiram que os contos continuem. Bom sem mais no momento reforço meus votos de um ano repleto de realizações, um forte abço a todos. Já sabem meu e-mail. aguardo o retorno de vcs.