Conforme o prometido, minha esposa parecia querer me acompanhar até que a morte nos separasse. A apenas doze anos atrás, esta era uma expectativa maravilhosa, mas, hoje em dia quando eu durmo e sonho, sempre estou com duas belas prostitutas, em baixo do caixão que finalmente, nos separou.
Quando ela me perguntava com o que eu sonhava, curiosa por meu sorriso adormecido, eu respondia no mesmo cínico tom de todas as manhãs:
---- Sonhava com você meu amor.
No inicio era tudo maravilhoso, desde que conversamos sobre mau hálito matinal, ela não me acordava mais com um beijo, simplesmente me chupava devagar até eu responder, depois montava sobre minha cabeça, encharcava minha boca e rebolava até eu gozar... Quando eu gozava muito rápido, ela sentava sobre mim e terminava sozinha, mas normalmente, ela gozava simplesmente bebendo tudo que pudesse me fazer ejacular. Ela ainda faz isso. Todas as manhãs. Ninguém me acredita quando eu falo que acordar com 69 todos os dias é uma coisa ruim, acham que nunca enjoariam deste tratamento, acham que a boceta não tem mau hálito matinal, e simplesmente não conseguem acreditar que só sobrevivi a isto, manhã após manhã, por que me refugio em um lugar tranquilo em minha mente, onde estou sozinho, observando as estrelas e cachoeiras em uma cratera vulcânica, enquanto uma linda mulher deseja apenas conversar. Comecei a mentir já no primeiro ano, e repeti esta mentira em cada novo dia:
---- Eu te amo.
“Sobremesa!” Ela diz após o café da manhã, e se debruça sobre a mesa, ainda cheia de migalhas de pão. Para estes momentos, ela sempre tem a mão todos os tipos de óleos e lubrificantes que se puder imaginar. Eu tinha que escolher o óleo, escolher o buraco, ela adorava não saber, ou fingir que não sabia. As vezes eu primeiro lhe dava algumas palmadas, as vezes eu propositalmente não lhe lubrificava, enrabava com violência, sentindo-me o próprio Conan o Bárbaro, sem pena dos copos que caiam sobre a mesa, deliciando-me com a dor que causava. Quando ela implorava pra eu parar um pouco, eu acelerava, gozava dentro dela pra não fazer sujeira. No outro dia, imaginando que ela não iria querer repetir, surpresa, uma “sobremesa” ainda mais apaixonada, com chicotes, algemas, grampos e outros acessórios para causar dor. Após a sobremesa, eu sempre corro pro chuveiro, e explico como se houvesse algo que explicar:
---- Que pena, eu preciso ir trabalhar.
A muito que eu parei de usar meus colegas de trabalho para reclamar, eles reclamam da escassez daquilo cujo o excesso tem me matado aos poucos, me davam tapinhas nas costas e se regojizavam de meus problemas. As vezes ela me visitava no trabalho, sempre antes do almoço, sempre trazia um envelope amarelo, que parecia ser importante. Dentro do envelope, apenas pequenos papeis dobrados, com o nome de vários locais da empresa. Eu respirava fundo, e sorteava um pequeno papel: “Banheiro da sala do presidente”, e la ia eu, arriscar novamente minha carreira. Ela sorrateiramente se escondia, até o presidente sair. Invadia a sala, entrava no banheiro e esperava eu chegar. Eu entrava silencioso no local, e a encontrava, já se masturbando, sentada na privada. Não vou mentir, no início isto me excitava muito, o “almoxarifado” , a “cobertura” e o “banheiro do presidente” foram maravilhosos quando foram sorteados a primeira vez. A “sala de recepção” realmente me pareceu perigosa, nas primeiras quarenta vezes. Depois me tornei um cara-de-pau, o presidente já sabia e assistia tudo em seu sistema de vídeo particular, ele só não queria que os outros funcionários tomassem conhecimento. Um dia, se masturbando do lado de fora do banheiro onde estávamos, vendo tudo no computador, o presidente derrubou alguns relatórios, que fizeram minha esposa ter um orgasmo de gritos contidos beirando um ataque cardíaco. Depois como sempre, ela voltava pra casa e eu ficava sem almoçar. Ela telefonava ao chegar em casa, apenas para me dizer o queria fazer quando eu saísse do trabalho. Novamente eu mentia:
---- Mal posso esperar. Pare, senão não consigo trabalhar.
Semana passada foi a gota d'agua, cheguei em casa, esperando o mesmo tedioso jantar com punheta, sexo no chuveiro para relaxar e uma noite de sonhos tranquilos, mas, ela encomendou duas putas e uma pizza. Entrei em casa e a campainha tocou, as meninas foram entrando com aquela bela e cheirosa pizza, e minha esposa cochicha em meu ouvido que estava um pouco indisposta, mas não queria me deixar sem um orgasmo antes de dormir. Juro que eu quis chorar. Uma puta sentada em minha cara, outra rebolando em meu pinto e minha esposa olhando aquela bela pizza esfriar. Quando anunciei que eu ia gozar, minha esposa pulou arrancou minha camisinha e me abocanhou, engoliu tudo como um licor. Comemos a pizza fria, dividida em quatro, e minha esposa ficou disposta novamente. A noite toda não deixaram dormir. Mesmo tendo escapado do 69 matinal, foi muito difícil trabalhar no dia seguinte, Graças a Deus, naquele dia ela não me visitou, e pude cochilar em minha mesa.
Cheguei em casa com a sensação de que se derrubasse mais uma única gota de esperma, meu corpo murcharia e cairia morto. Lá estava ela, com fantasia de diabinha sexy e chicotinho de tridente, me esperando chegar, toda sorridente. Pela primeira vez na vida em doze anos, eu disse um sonoro:
---- NÃO!
Foi assim, não dei nenhuma explicação. Engoli meia caixa de leite da geladeira, deitei e adormeci. Quando acordei, ela estava morta. Também sem nenhuma explicação. Sem bagunça, sem sangue, sem cartas de despedida, simplesmente morta caída ao chão. O legista não conseguia entender, como pôde ela, morrer de inanição.
Para seu velório, até as meninas da pizza apareceram. O presidente chorava, meus colegas pareciam se despedir de uma divindade. Acreditavam que eu estava em choque, mas, eu apenas sorria.
Está morta hoje, à apenas uma semana, e embora o meu inferno tenha acabado:
---- Cara! Mas que saudades!!!
=NuNuNO==
( Que ainda não conseguiu cumprir sua promessa, mas, chega la )
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