Capitulo 2 - A DESCOBERTA E A ADAPTAÇÃO
*Tálita*
Chegamos no Armazém e como sempre o pessoal já tava na mesa que já era nossa, pois não saímos nunca de lá, assim que chegamos na porta Diego já levantou e gritou:
- Chegou quem faltava, e atrasada como sempre.
- É só pra não perder o costume néh Tatá?! – Disse Luana rindo pra Diogo.
Sentei-me ao lado de Luana, e Paulinho e Natália começaram a travar uma briga por uma cadeira, era muito comédia ver os dois brigando, era sempre assim, Luana me cutucou e disse, da um jeito em seus seguidores ai, eu ri baixinho me virei séria pro dois e disse:
- Calma gente, não precisa brigar pra sentar ao meu lado, tirem par ou ímpar!
- Ta se achando heim Tálita ?! – Natália disse e se sentou do outro lado da mesa ao lado de Amanda. Paulinho sentou ao meu lado. Começaram a conversar como sempre e fazer brincadeiras principalmente o trio de palhaços Diego, Natália e Amanda. Eu como de costume só observava e às vezes fazia algum comentário, Luana me cutucou e perguntou baixinho:
- Porque você se atrasou hoje? Ta mais quieta que o normal também... E faz tempo que não te vejo assim.
- Luana tem razão, da última vez que te vi assim com os olhinhos brilhando, foi quando você se apaixonou loucamente por Guilherme. – Paulinho disse baixinho e riu.
Dei um tapa no seu ombro e disse:
- Que mania de escutar a conversa dos outros seu intrometido!
Era impossível esconder alguma coisa daqueles dois, eles me conheciam como ninguém, Paulinho é meu primo, ele é dois anos mais velho que eu, tem 24 ano e a gente foi criado praticamente juntos, ele é branquinho mas com cabelos preto, alto, um porte bem atlético e olhos cor de avelã e Luana estudou comigo desde o jardim da infância e ela tinha 23 anos, é de estatura mediana, pra mim é baixinha, perto de mim ela é uma anã tem 1.60 e eu tenho 1.70, mas é muito bonita cabelos longos preto e um corpo de dar inveja a qualquer mulher. Depois de pensar um pouco resolvi contar pra Luana o motivo do meu atraso e o porque dos meus devaneios.
- Me atrasei porque entrou uma garota nova na minha turma e vou ter que fazer o trabalho da matéria que eu perdi junto com ela ficamos conversando...
- E pelo que me parece ela mexeu com você néh?!
- Não sei explicar o que houve Lúh, foi muito estranho quando eu a vi, parecia que eu a conhecia de algum lugar e não vou mentir que fiquei admirada por ela.
- E qual é o nome da garota nova?
-Isadora... Isadora Albertini. – Quando eu disse o nome da garota Luana se assustou arregalou os olhos e quando ela ia dizer alguma coisa Natália gritou do outro lado da mesa.
Viram quem voltou pra Minas, e esta na turma de Tatá?! Todos ficaram olhando pra Natália até que ela prosseguiu, Isadora Albertini... Todos olharam assustados e começaram a comentar, eu particularmente estava mais perdida que cego no tiroteio, não estava entendendo nada, todo mundo conhecia a garota e eu não?! Olhei pro lado e perguntei pra Lúh e para Paulinho qual era o problema da garota.
- Vai me dizer que você não lembra dela? Perguntou Lúh..
- Não faço idéia de quem seja.
- Acabei de crer que você é mais desligada do que eu pensava. Aqueles anos que você era do crime te fizeram mal. Paulinho disse e começou a rir, eu só o olhei com indiferença e voltei minha atenção à Luana.
- Táh, Isadora Albertini, que andava com a cobra da Susana Dias. Aquelas que implicava conosco no colégio, você quase foi presa por culpa delas, só não foi porque era menor de idade e... – Interrompi Luana e disse:
- Não precisa explicar mais nada, eu já entendi quem é ela. – Eu não estava acreditando, por isso ela me era familiar, fiquei desnorteada com a noticia, me levantei da mesa e fui pra fora fumar, eu precisava me acalmar um pouco e pensar, não tinha necessidade de ficar nervosa, mas o que mais me chateava era que eu me atrai justo por ela, e também porque ela não me contou nada, era muita informação e pergunta pra minha cabeça. Eu não sabia como eu ia encará-la no outro dia muito menos como lidar com a situação. Pensei muito e resolvi que ia deixar como tava pra ver até quando ela ia com aquela mentira.
No outro dia fui pra faculdade, ela chegou logo depois de mim, assistimos algumas aulas no intervalo de uma delas eu sai pra fumar, aquela ansiedade tava me matando. Ela veio atrás minutos depois, assim que ela chegou, eu joguei o cigarro fora, odeio fumar perto dos outros acho falta de educação, ela se sentou ao meu lado e disse:
- Oi, tudo bem? – perguntou tentando me olhar mas eu estava fintando o chão.
- Oi, to bem e você?
- Tudo bem, e ai o que vamos resolver sobre o trabalho?
Eu tentava ao máximo me controlar e não transparecer nada, mas acho que foi em vão. Respondi:
- Pode deixar que faço o projeto e depois te entrego, você vê sua parte e faz as mudanças que achar necessário. – Eu tentei não ser grossa, mas acho que não adiantou. Ela ficou calada fiz menção de levantar, mas ela segurou meu braço e pediu que eu sentasse de novo, perguntei já sem paciência:
- O que foi?
- Pelo jeito você já descobriu néh?! Ou melhor, você se lembrou quem sou eu.
Eu não disse nada, continuei na mesma posição sem nem aumenos olhar pra ela, estendeu a mão até meu rosto me fazendo olhá-la e disse:
-Olha pra mim, por favor. - a olhei e ela continuou dizendo. – Quero te pedir perdão!
- Você não acha que ta um pouquinho tarde? – Perguntei ironicamente. Dessa vez foi ela quem desviou o olhar e olhou pro chão.
- Eu sei que errei, mas me arrependi de tudo que fiz, fui uma boba, eu era uma criança e...
Eu não sei mais o que te dizer!
- Isadora, você tem noção do que você fez na minha vida?! Você e sua amiguinha transformaram minha vida em um inferno. Por sua culpa eu perdi o maior amor da minha vida, eu perdi a confiança de meus pais e paguei seis meses de serviço comunitário e cestas básicas, e ainda por cima sai como errada na história. - Enquanto eu falava eu fui me lembrando de tudo que havia acontecido.
“Isadora e sua amiga Suzana por algum motivo tinham ódio tanto de mim quantos de todos os meus amigos, vivia provocando, mas pra mim era indiferente, sempre as ignorava ao contrário de alguns amigos que sempre batia de frente com elas às vezes quase partiam pra violência, mas eu sempre conversava com todos e nunca passou de discussões bobas, foi ai que começaram a partir pra ignorância.
Eu tinha um namorado e era totalmente apaixonada por ele, quando fizemos dois anos de namoro eu flagrei ele e Isadora se pegando, e aquilo pra mim foi o fim, ele tentou se explicar dizendo que tudo aquilo foi uma armação dela, mas eu não quis nem ouvir.
Depois de um tempo, Isadora e Suzana deram uma jeito de fazer fofoca pros meus pais dizendo que eu estava me envolvendo com drogas, não vou mentir que já experimentei mas dizer que eu era uma viciada era o cúmulo, eles viviam desconfiando de mim e depois desse dia perdi minha privacidade.
E por último a terrível briga. Um certo dia no colégio Suzana resolveu se meter em confusão justo com Natália a mais esquentadinha da turma, começaram a brigar e eu só estava observando, alguém até chegou a me perguntar se eu não ia fazer nada, e na maior naturalidade eu disse que não, eu estava acostumada a ver esse tipo de cena. Só que aconteceu o improvável, Suzana ameaçou ir pra cima de Naty e chegou a empurrar ela, quando ela estava preste a dar um tapa eu me levantei num pulo e entrei na sua frente ela me ameaçou, e eu perdi totalmente a cabeça, todo ódio que tava guardado em mim há tempos saíram bem ali, era raro eu estourar, mas aquela hora eu não estava mais suportando as provocações daquela garota, eu a empurrei algumas vezes e por fim dei um soco no seu nariz quebrando ele, acabou que ela foi pro hospital e eu pro tribunal, respondi um processo e tive que prestar serviço comunitário. Esse é o motivo de tanto rancor.”
Depois de tudo que eu disse ela me olhou e não disse nada, ficou alguns segundos me encarando, até que ela respondeu:
- Eu não tenho nem idéia do que eu te causei, eu nunca fui de acordo com as armações de Suzana, mas por algum motivo eu acobertava todas as suas confusões. Mas já passou. Por favor, me perdoa. Dê-me uma segunda chance de te mostrar que eu não sou nada daquilo que você viu há alguns anos atrás, só uma chance?!
- Isadora, não é tão fácil quanto falar. É difícil acreditar...
- Tenta, pelo menos tenta. Pode ser?
- Eu não vou prometer nada.
Levantei-me, e a deixei por lá mesmo. Fui até minha sala, peguei minhas coisas eu fui pra casa, eu não tinha mais cabeça pra assistir aula. Cheguei em casa tomei um banho e me deitei ouvindo música ouvir música me acalmava, tava um pouco frio, não demorou muito e eu dormi. Acordei no outro dia de manhã e fui para empresa do meu pai, meu primo Paulinho e eu tomávamos conta da filial em Varginha e meu pai passava a maior parte do tempo na sede em BH. Passei o dia na empresa, trabalhar com Paulinho tornava tudo bem mais fácil e o tempo passava bem rápido, no fim do dia fui pra casa tomei um banho, descansei um pouco eu fui pra faculdade.
Assim que cheguei encontrei Isadora, em um intervalo conversamos sobre o trabalho e organizamos tudo. Os dias se passaram assim, conversávamos, depois de mais ou menos um mês eu já sabia quase tudo sobre ela. E o pior, tínhamos tudo em comum, a mesma maneira de pensar, a mesma personalidade e os mesmo gostos. Me acostumei com ela e percebi que realmente ela não era a mesma pessoa. Eu já tinha visto que ela mudou, agora tinha que dar um jeito de incluir ela no meu dia a dia, social e familiar.
*Isadora*
Cheguei em casa naquele dia, tomei um banho e fui me deitar, eu não conseguia parar de pensar em Tálita, me virei a noite toda na cama, acabei não dormindo nada, passava de tudo na minha cabeça, nessa altura ela já tava sabendo a verdade, e será mesmo que ela tinha alguma coisa com Natália?! Meu Deus, tudo estava voltando outra vez. Eu estava atraída por Talita de novo, aquele sentimento renasceu depois de tantos anos.
Na faculdade no outro dia, quando entrei na sala ela já estava lá. Como sempre bem quieta no canto dela, sempre observando o professor, em um dos intervalos ela saiu, mau me olhava, meu coração já tava a mil eu sentia que tinha alguma coisa errada. Logo depois sai e fui até onde ela estava, ela ainda não tinha perdido aquele vicio, estava sentada fumando, assim que cheguei ela jogou o cigarro fora.
Cheguei, sentei ao seu lado e cumprimentei ela, ela foi seca comigo. Insisti e perguntei sobre o trabalho e ela disse:
- Pode deixar que faço o projeto e depois te entrego, você vê sua parte e faz as mudanças que achar necessário.
Eu não sabia o que dizer, tinha certeza que ela já tinha se lembrado de mim. Fiquei alguns segundos em silêncio, ela se levantou pra ir, mas a segurei pelo braço e pedi que ela se sentasse, ela se sentou e eu podia ver que ela estava nervosa. Ela disse:
- O que foi?
- Pelo jeito você já descobriu néh?! Ou melhor, você se lembrou quem sou eu.
Ela ficou em silêncio, e aquilo me serviu como resposta. Ela olhava pro chão, eu peguei seu rosto virei pra mim e disse:
-Olha pra mim, por favor. Quero te pedir perdão!
- Você não acha que ta um pouquinho tarde?
- Eu sei que errei, mas me arrependi de tudo que fiz, fui uma boba, eu era uma criança e...
Eu não sei mais o que te dizer!
- Isadora, você tem noção do que você fez na minha vida?! Você e sua amiguinha transformaram minha vida em um inferno. Por sua culpa eu perdi o maior amor da minha vida, eu perdi a confiança de meus pais e paguei seis meses de serviço comunitário e cestas básicas, e ainda por cima sai como errada na história.
“Eu não tinha noção do que ela passou, mas sei que o que eu fiz foi errado. Me arrependo de cada coisa, e vê-la ali com aquele olhar triste me dizendo aquilo foi pior ainda. Tálita é uma pessoa incrível, uma das pessoas mais incríveis que eu conheci, ela é calma, educada, e um poço de lealdade, até hoje me lembro do porque ela teve que pagar serviço comunitário, tudo porque ela foi defender uma amiga, eu nunca vi Tálita alterar a voz pra discutir com ninguém e aquele dia ela simplesmente quebrou o Nariz de Suzana”
- Eu não tenho nem idéia do que eu te causei, eu nunca fui de acordo com as armações de Suzana, mas por algum motivo eu acobertava todas as suas confusões. Mas já passou. Por favor, me perdoa. Dê-me uma segunda chance de te mostrar que eu não sou nada daquilo que você viu há alguns anos atrás, só uma chance?! – Eu disse olhando-a nos olhos.
- Isadora, não é tão fácil quanto falar. É difícil acreditar...
- Tenta, pelo menos tenta. Pode ser?
- Eu não vou prometer nada.
Aquela resposta me encheu de esperanças, ela apenas se levantou e foi embora. Eu fiz o mesmo. No outro dia começamos nosso projeto para o trabalho, cada dia que eu passava com ela, mesmo que fosse algumas horas já me deixava bem.
Aos poucos a gente conversava sobre outras coisas, a cada dia Tálita me encantava mais ainda. Tínhamos várias coisas em comuns, pensávamos exatamente igual, ela era calma e sempre me escutava atentamente. Descobri o lado cômico de Tálita, sempre fazia piadinhas.
Em quinze dias acabamos nosso trabalho e chegou o dia de apresentar.
