A ansiedade é uma das sensações mais dolorosas que um ser humano pode sentir, pois contra ela não há reflexão, lógica ou racionalidade eficientes. Respirar fundo não adianta muito quando seu coração está prestes a romper os limites do peito e saltar palpitante para fora do corpo. As mãos frias e suadas são instrumentos inúteis que se perdem em gestos absurdos, não respondendo aos comandos do corpo, apenas a próprias ansiedade que agora as controlam. Por isso as minhas bateram três vezes rápida e continuamente à porta do quarto cinco, quando na verdade eu ainda queria continuar parada diante dela, aguardando que essa ansiedade, caprichosa como é, se dissipasse sozinha, a seu tempo, quando bem entendesse. Mas ao soar as batidas tímidas na porta, um murmúrio pediu que eu entrasse, e eu, ainda congelada, não pude faze-lo. Passaram alguns minutos, ou talvez tenham sido apenas longos segundos, percebi que já pertencia a mim mesma novamente e pude me mover, primeiro as mãos, que giraram a maçaneta e depois empurram a porta, depois os pés que avançaram lentamente, passo a passo para dentro do quarto de Angelina Moran. Um belo quarto, devo dizer. Não seguia o padrão rústico do resto da casa, era decorado de uma forma mais leve. Uma janela larga e alta na parede direita, fechada e oculta por uma cortina escura, que deixava o ambiente quase na penumbra, iluminado por velas distribuídas em posições estratégicas, próximas as paredes, longe da cama. Uma cama ampla, com lençóis imaculadamente brancos, dois travesseiros grandes e outros dois menores, espelho, mesa, duas cadeiras, uma poltrona, um pufe. Duas portas, banheiro e quarto de vestir. Alguns quadros, impossíveis de serem reconhecidos. E a peça principal da decoração, Angelina. Angelina, com os cabelos soltos, descendo como uma cascata escura em torno de seu rosto, um vestido longo, com um decote exuberante que mostrava o que com certeza mais a agradava nas mulheres, pelo que pude perceber por suas companhias e convidadas, seios generosos, como são os dela, de Tatiana e também os meus, ou então perfeitos em suas forma, mesmo quando pequenos, como eram os de Liu e Patrícia. Estava sentada numa poltrona, as pernas cruzadas com elegância, a vista de meus olhos, graças a uma provocativa e ousada abertura lateral, que deixava entrever toda aquela carne alva e deliciosa. Seus olhos brilhavam, assim como era brilhante seu sorriso. Não disse uma palavra sequer. Aproximei-me. Ela continuou a me olhar, muda, e passei a me sentir ridícula com aquele roupão, diante de uma mulher tão bela e elegante, que com certeza sabia ou teria de alguma forma visto, todas as minhas aventuras pelo interior de sua casa. E agora estávamos as duas, frente a frente, caladas. Era uma criatura que despertava a vontade de ser servil, de adorá-la de maneira bestial. Era o motivo da minha presença, foi ela quem mandou me buscar, foi ela quem me trouxe, quem me testou e quem agora iria abençoar, cedendo seu corpo. Levantou-se subitamente, ainda com o sorriso escapando entre os lábios, deu duas voltas ao meu redor, a última com a mão em meu ombro, numa análise fria, como se tivesse ganho um brinquedo novo. Afastou-se e parou com as mãos na cintura. Atrás dela uma vela lançava uma luz difusa sobre sua silhueta, tornando-a numa imagem quase mística, ainda mais desejável. Apenas um jogo, claro. Meticulosamente estudado e ensaiado. Um teatro da luxúria. Sua voz rouca chegou até mim como uma bofetada, um choque no silêncio opressivo em que ela me prendeu. - Você veio, conforme eu pedi. Sabe que poderia ser apenas mais um capricho? Sabe que poderia abrir essa porta e não me encontrar aqui? Bastaria que repentinamente eu desejasse que fosse assim. Partiria e você só ficaria sabendo ao se encontrar sozinha na casa, com a motorista esperando para lhe levar de volta. - Sim, mas não foi isso que aconteceu. Estamos aqui, afinal. - É. Estamos aqui. E o que você aprendeu? Não tinha uma resposta para essa pergunta. Eu não tinha a intenção de aprender nada, só queria estar com ela, essas besteiras não me agradavam e não me interessavam. Queria me afastar ao máximo desse joguinho, pois essa era a forma que ela encontrava para dominar a situação. Fiquei calada, como se aguardasse que ela mesma respondesse. E foi isso que aconteceu. - Você descobriu as delícias da entrega e da reciprocidade amorosa. Dar e receber. Dividir e aproveitar. Descobriu os limites entre a dor e o prazer. Servidão e dominação. Humildade e compaixão. Também se expôs ao exótico, ao desconhecido, a prazeres e fantasias as quais você não conhecia, e soube aproveitar de tudo, provando estar livre da maldição do preconceito e dos hábitos estabelecidos. Você se mostrou ardente, determinada, impulsiva. É disso que eu gosto numa mulher, e é por isso que fiquei aqui para recebê-la. Uma pausa dramática. Teria ela decorada tudo isso com antecedência ou estava mostrando seu talento numa improvisação? Continuei calada e imóvel, apenas uma espectadora, como claramente ela queria que eu fosse. - Espero que não me considere arrogante, manipuladora ou qualquer coisa que possa nos afastar. Não estou apenas te recebendo em meu quarto. Estou lhe recebendo em minha vida, abrindo as portas para um novo mundo. Estou lhe convidado para uma festa sem fim, onde todas as convidadas pensam e buscam o mesmo que você. Prazer. Prazer em todas as formas. Prazer absoluto. Prazer sem limites. Outra pausa. Mas eu já sabia que o discurso estava chegando ao fim. - Resta uma única prova para você. A palavra final é sempre minha, e esse é um capricho do qual não abro mão. Quero ter você junto a mim, e todas que você conheceu também o querem. Você já provou tudo o que tinha a ser provado, não é um teste, é uma experiência. Uma experiência entre eu e você. Ponto final, novamente surge o sorriso glorioso entre os lábios da grande estrela, mas ela espera muito mais que aplausos, ela quer ser amada, quer ser venerada, quer ser devorada pelos que a assistem. Chega ao fim o espetáculo, é hora da comemoração. É a minha hora. A aproximação é lenta, como devia ser, minhas mãos chegam até sua cintura, meu corpo se aproxima do dela, fica próximo o suficiente para que ambos se toquem levemente. Meu rosto vai em direção ao dela, meus olhos estão fixos nos seus, minha boca anseia pela sua. Um beijo delicado, começa com a troca do calor que se esvai entre os lábios, eles roçam um no outro, apertam-se, estreitam-se, o beijo se intensifica, os lábios úmidos abraçam-se com força. Minha língua está em sua boca, lutando com a dela, sorvendo sua saliva e seu sabor adocicado. Minhas mãos sobem por suas costas, prendem-na pela nuca. Sua língua está em minha boca, dança com a minha, entra e sai, gira e estala. Estou trêmula. As mãos dela estão em minhas costas, sobem para meus ombros e afastam o robe. Sua boca abandona a minha, procura por meu queixo, meu pescoço, vem até minha orelha, morde e beija. Está em meus ombros, minhas mãos em seus cabelos, ela não se permiti guiar, faz seu próprio caminho. Usa as duas mãos para abrir o robe, que mantém-se preso apenas pelo laço, bem apertado, em minha cintura. A parte superior cai, sua boca acompanha a queda. A língua, que língua, meu Deus, me beija o colo, desce entre meus seios, enquanto suas mãos os prendem bem juntos, tornando o caminho estreito. Seu corpo se dobra, ela vai até o abdômem e volta. Suas mãos acariciam meus seios, que crescem visivelmente, estimulados por sua massagem, os bicos se estufam e endurecem, pedindo por seus lábios. Ela beija. As mãos apertam. Eu suspiro. Uma lambida suave, seguida de outros, em um, depois no outro, tudo é contínuo e repetitivo, como devia ser. Os lábios, que lábios, meu Deus, sugam com carinho e vontade. O primeiro mistério é essa boca, esses lábios perfeitamente desenhados, ou melhor, esculpidos, de uma maciez inigualável, essa língua, viva por si própria. E a minha, coitada, apenas aberta, soltando suspiros e gemidos. Me arrisco a falar. - Ai, delícia. Ela me olha, sem deixar de usar a boca, apenas esperando mais. - Mama bem gostoso, lambe os biquinhos. E ela o faz, sua língua roda em torno dos biquinhos, despejando eletricidade em meu corpo, ela mergulha os seios em sua boca, chupando intensamente. Novamente aperta um contra o outro e desce a língua entre eles. Eu ainda a seguro pelos cabelos, mas não posso controlá-la. Ela se levanta e volta a me beijar nos lábios, minhas mãos descem por suas costas, sobem novamente até a nuca e caem em queda livre até a cintura. Eu a abraço, torno o beijo mais forte, mais selvagem, enfiando minha língua em sua boca e apertando seu corpo junto ao meu. Minhas mãos descem timidamente, sentindo a curvatura das nádegas até o começo da coxa. Que delícia de mulher. Minhas inibições vão se dissipando. Ela sussurra um “sim” ao meu ouvido. Envolvo sua bunda com minhas mãos, aperto com força, ela geme e oferece o pescoço para ser beijado. Minha língua escapa de entre seus lábios e desce por seu rosto, pelo pescoço e volta. O vestido é justo, justíssimo. Ela mexe os quadris, e eu aperto mais sua bunda. Gostosa, muito gostosa. Subo novamente por sua cintura, os dedos caminham sobre o abdomem, sinto músculos definidos sobre o tecido, ela se afasta um pouco. Continuo subindo, deixo apenas dois dedos passarem sobre cada um de seus seios, ela sorri, com os olhos marejados de tesão. Beijo seus ombros, meus dedos seguram as alças do vestido, minha boca beija sua pele, doce e perfumada, macia, suave. Minha boca chega ao decote em v, que se insinua por entre os seios. Minha língua mergulha entre eles. Ela faz o mesmo que havia feito comigo, usa as mãos para manter os próprios seios bem juntos, formando um trilha entre os dois montes deliciosos, por onde minha língua passa avidamente. Os seios, que seios, meu Deus. Delicadamente retiro suas mãos, e deixo a alça do vestido se soltar, ele desce apenas o suficiente para revelar os dois melões enormes, brancos e duros, de biquinhos rosados, simetricamente perfeitos. Estou massageando um de cada vez, sentindo a maciez, gosto de vê-los se tornando duros, os bicos se empinando ao toque. Ela murmura qualquer coisa que eu não compreendo. Seguro ambos com as mãos. São grandes, escapam por entre meus dedos, coloco um biquinhos em minha boca, apenas segurando-o entre os lábios, minha língua o acaricia, com suavidade, rodando, e lambendo, para em seguida meus lábios sugarem, com força. Um e outro. É ela agora quem me segura pelos cabelos, mas eu me deixo guiar. Ela me leva do esquerdo para o direito, e de volta para o esquerdo. Como uma criança faminta eu vou sugando, mamando. E ela sorri em aprovação. Sinto uma afobação súbita, uma necessidade que cresce sem medidas. Me inclino sobre ela, me lanço sobre seu corpo, movendo-o para trás, ela compreende e se deixa cair sobre a cama. Me deito sobre ela, beijo-a nos lábios, minhas mãos encontram a abertura lateral do vestido, caminham entre ela, subindo pelas pernas, pelas coxas grossas e musculosas. Quentes, muito quentes. Minha boca desce até sua barriga, um músculo rijo, esculpido com cuidado. Beijo até deixar a pele umedecida por minha saliva. Vou tirando o vestido lentamente, ele se agarra ao corpo dela e custa a revelá-lo. Está na cintura, revela as primeiras curvas dos quadris, minha respiração é ofegante. Puxo, mas ele não sai, tenho que lutar contra minhas mãos teimosas, minha boca acompanha o desnudar do corpo, encontrando os primeiros pêlos púbicos. Apenas uma estreita e fina linha negra sobre a pele branca. O vestido se rasga e a liberta. Meu Deus, as pernas, deliciosamente torneadas, fortes e musculosas. Ela as mantém bem fechadas, ligeiramente dobradas, eu sentada diante dela. Beijo os calcanhares, a panturrilha, alcanço o joelho e me falta o ar, chego até a musculatura da coxa, por suas curvas. Corpo jovem, incandescente, beijo as laterais das coxas, uma e outra. Com apreensão seguro seus joelhos e os afasto. Ela sorri. Revela-se para mim. Deliciosa. Estou entre suas coxas, beijo a virilha, minha mão aperta a bunda, a outra desce sobre os pêlos, alcançam os lábios, pelos quais se derrete o mel perfumado de seu desejo. Estou enlouquecida. Abraço seus quadris e mergulho com a boca em seu sexo. Uma bucetinha deliciosamente carnuda, rosada, exalando o aroma da luxúria, beijo-a toda, minha língua separa os grandes lábios, sobe em busca do clitóris, quando o encontra começa a chupar e lamber, morder levemente e resfolegar sobre ela. O corpo de Angelina se endurece, contraído pelo prazer e relaxa seguido de um gemido rouco. Ela tinha um sabor especial, o sabor do proibido. Chupo seu clitóris, minha língua invade a rachinha, uma gostosura apertada e ardente, ela lança a xoxota em direção a minha boca, rebola, fazendo círculos com os quadris, o mel desfaz-se em minha boca. Estou suando, abro o roupão por completo e jogo-o para longe, ela acompanha tudo com o olhar. Vem sentir o próprio gosto em minha boca, me abraça. Seus seios tocam os meus, suas coxas estão entre minhas pernas. Giro e me inclino sobre ela, que gosta da idéia. Um 69 alucinante, eu embaixo, ela em cima. Vou lambendo a parte detrás de suas pernas, a curva da bunda, apertando essa carne dura, me insinuo entre as pernas, demoro até abocanhar a xoxota. Ela se abre toda sobre mim, tenho uma visão fantástica de seu corpo, ela sabe se exibir. Empina o traseiro sobre meu rosto, arqueia as costas. O toque dessa mulher. Inacreditável. Quando beija minhas pernas é como se arrancasse toda a energia de meu corpo, quando seus dedos acariciam e abrem minha buceta sinto como se estivesse em um sonho. Sua boca, aquela boca, abraça minha xoxota e começa a chupar e lamber. Deus, não tenho mais forças, ela beija e sua língua gira, sinto-a dentro de mim, uma serpente de fogo a consumir a minha vida. Me desfaço de prazer e tenho o orgasmo mais rápido de minha vida, ela bebe todo o suco do meu prazer. Ataco agora, beijo e abocanho, mordo, penetro com minha língua com meu nariz, estou dentro dela e minhas mãos afastam suas nádegas, vou lambendo até o cuzinho, uma jóia indescritível, estou insana. Minha língua tenta penetrá-la por trás. “Hmmmm, shhh”. Sem palavras só gemidos e sussuros. Meus dedos entram em sua xoxota, ela volta a me lamber e sinto que vou gozar novamente. Introduzo meus dedos nela, ela rebola, entro e saio e seu mel escorre sobre meu rosto. Tesuda. Perco o controle. - Gostosa, vou te foder todinha. Quer que eu te foda todinha? Ela não responde, apenas suspira e me lança o sorriso. O sorriso. Continuo fodendo, mais forte, ela quer intensidade, eu sei. Geme e rebola, balança aquela bundona gostosa na minha cara e a xoxota agarra meus dedos, se contrai em volta deles, sugando-os. Volto a lamber seu cuzinho. Ela estremece, sinto que vai gozar e eu também vou. Ela chupa com força meu clitóris, parece querer arrancá-lo com os lábios. Meto forte os dedos, sinto-os bem no fundo da rachinha e gozamos juntas. Espasmos e tremores, gemidos e sussurros, suor e prazer. Muito prazer. Caímos as duas, exaustas, sôfregas. Respiro com dificuldade, mal tenho tempo de me recompor e ela está sobre mim, sentada sobre minhas coxas, beija minha boca, sinto meu gosto em sua língua, ela sente o dela na minha. - Você é ótima. Não tenho nenhuma dúvida de que foi uma ótima escolha. - Escolha? - Sim, uma escolha. Quando tratamos de negócios pedi a Patrícia que fizesse uma pequena investigação a seu respeito. Descobrimos algumas coisas interessantes e por isso a trouxe até nós. Claro, de volta ao jogo. Angelina poderia fazer qualquer uma se sentir um nada em sua presença, era ela quem fazia as escolhas, era ela quem controlava o mundinho a sua volta. Disfarcei da melhor forma possível minha indignação. Ela deixava claro que eu estava ali por uma opção dela e não por minha própria vontade, que não lhe interessava em absoluto. - Você é especial, e agora já faz parte do Círculo da Lua Negra. Uma novidade no ar, um nome estranho. Era assim que elas se autodenominavam, então? Fiquei calada, esperando maiores explicações. - Durante a noite sem lua, na escuridão, os homens se escondem em suas casas, fugindo dos mistérios, das sombras, da falta de racionalidade vinda da escuridão. É a hora dos instintos aflorarem, é a hora das damas. Nossa hora. Nosso momento. Você conheceu algumas pessoas, poucas, de um círculo enorme, formado por todo tipo de mulheres. Ricas, pobres, famosas, anônimas, não importa. O que importa é o espírito feminino e a beleza desse espírito, mais do que a beleza do corpo. Isso não me pareceu muito verdadeiro, uma vez que todas as mulheres que conheci desde o primeiro contato com Angelina eram no mínimo maravilhosa. Mas que creio que ela falava sobre liberdade e prazer. Lua nova e lua negra. Eu já havia lido sobre isso em algum lugar, algo sobre Lilith, primeira mulher de Adão, e os mistérios da Lua Negra. Infelizmente, era impossível para mim puxar pela memória algo de concreto naquele instante. - Não importa a mulher, e sim o que ela representa. A força, a desinibição de suas vontades e caprichos. Basta que ela seja verdadeira e esteja disposta a querer o prazer. E tenho certeza de que você o quer. Concordei com um sorriso, não lhe daria o prazer de incentivar seu discurso com palavras. Mesmo não querendo, eu desempenhava meu papel no jogo. Eu pensava sobre isso quando Liu entrou no quarto, trajava um vestido branco levíssimo que lhe cobria o corpo até os pés. Voltei para vê-la, sob a luz das velas. Angelina me abraçou por trás, envolvendo-me pela cintura, beijando-me o pescoço. Suas mãos habilidosas acariciavam meus seios e eu sentia os dela em minhas costas. Liu chegou até nós, sentou-se diante de mim, na cama, e beijou-me nos lábios. Com uma deusa como Angelina a me acariciar, sentindo seu corpo perfeito colado ao meu e com Liu beijando-me com tanto carinho, com tanta intensidade, senti que chegara a uma espécie de nirvana sexual. Mas não assumiria uma postura passiva. Abracei Liu pela cintura e tentei trazê-la para junto de mim, mas ela resistiu, mantendo-se sentada sobre as pernas dobradas, numa postura bem oriental. Permitiu, contudo, que eu a livrasse do vestido desnudando seus ombros, revelando seus peitinhos apetitosos. Assim que os vi, tratei de segurá-los em minhas mãos e afastando minha boca da dela passei a chupá-los. E ela acariciava meus cabelos. Angelina beijava minha nuca, descia com os lábios por minhas costas, puxou-me em sua direção e me beijou na boca, deixando-me dividida entre as duas. Beijava Angelina e ouvia Liu se desvencilhar de seu vestido, o suave farfalhar do tecido sendo retirado. Voltei a ela, encontrando-a nua, de joelhos na cama e então tive uma surpresa, uma revelação surpreendente e inesperada. Angelina ria baixinho, com a boca colada ao meu ouvido, sua mãos desciam por minha barriga, seguindo por entre minhas pernas e acariciando-me a xoxota, tudo enquanto eu atônita e espantada olhava para Liu. Um corpo magro, esbelto e sem dúvida belíssimo, de pernas longas e fortes, um rosto feminino como poucos, mãos pequenas cobrindo os próprios seios e um pênis, pequeno na verdade, mas rijo e altivo onde eu esperava encontrar uma deliciosa bucetinha acostumada a satisfazer as vontades de Angelina. Isso era chocante demais para mim, senti nojo e angústia, num primeiro momento. Livrei-me das mãos de Angelina, tentando articular algumas palavras. - Mas... ela... ele é - Ela. Ela é minha amiga, minha amante, ela têm um espírito feminino preso neste corpo. Um espírito mais feminino que o seu e o meu. E não importa comos e porques, o que importa é o que ela é. Uma mulher, diferente de nós, é claro, mas mesmo assim, uma mulher. Sente e anseia como uma mulher. - Não é o que parece – retruquei apontando parvamente para o pênis duro, voltado para nós. - Sim, ela tem maneiras diferentes de chegar ao prazer, não dispões do mesmo que nós, mas eu a ensinei a não ter vergonha do que é. Eu a instruí a aproveitar de seu corpo da mesma forma que aproveitamos dos nossos. Não consigo ver um motivo para que ela abra mão de tão magnífico instrumento, tendo um espírito como ela tem, sendo quem ela é. O discurso não mudou minha reação, continuei mantendo-me afastada de Liu. Angelina percebeu que apenas palavras não me estimularia a compreender. Sendo assim, aproximou-se de Liu, beijando-a nos lábios, deslizando as mãos sobre seus seios pequeninos, chupando e mamando em ambos, desceu por sua barriga, segurou o pinto duro em sua mão, voltou-se para mim e sem afastar os olhos dos meus, colocou-o na boca. Eu não sabia o que pensar. Um travesti. Se eu dissesse isso com certeza seria colocada para fora da casa, mas era simplesmente o que Liu representava para mim naquele momento. Nunca tinha visto alguém assim, era perfeitamente mulher em tudo e só agora se revelava, como se esse fosse apenas um detalhe insignificante. E talvez realmente fosse. Liu mantinha a cabeça caída para trás, enquanto Angelina apertava aqueles lábios deliciosos em torno de seu pau, fazendo-o entrar e sair de sua boca. Suas mãos o apertavam e masturbavam e ela o chupava intensamente, sua língua deslizava desde a base até a cabeça, onde girava e massageava. Suas mãos acariciavam o saco e as bolas, que pendiam, também pequenos, abaixo do pênis. Ela o introduzia todo na boca, mantendo-o preso por alguns minutos e depois o libertava, coberto por uma espessa camada de saliva. Liu mantinha-se calada, apenas gemendo em aprovação. Eu tinha os olhos de Angelina como grilhões que me prendiam a cena. Tudo parecia-me tão bizarro e estranho, e ao mesmo tempo, muito excitante. Talvez tenha sido um brilho em meu olhar ou outra coisa, mas Angelina o percebeu e de imediato me ofereceu o pequeno pinto que tremia de excitação em suas mãos. Um fio de saliva ainda pendia dos lábios de Angelina, unindo-os a cabeça daquele instrumento inusitado. Senti-me cansada demais para pensar, apenas agiria, poderia me arrepender depois, pelo resto da vida, se quisesse. Aproximei-me e o coloquei na boca, Liu soltou um gemido, que parecia uma súplica. Era quente e muito duro, pulsava em minha língua enquanto eu o abraçava com meus lábios, chupando intensamente, apertando-o com firmeza entre eles. A cabeça crescia a cada vez que minha boca passava por ela e minha língua passou a acariciá-la. Angelina juntou-se a mim, chupamos juntas aquele caralho, que entrava em nossas bocas, deixando seu sabor em nossas língua. Angelina cuspiu sobre ele, deixando a saliva borbulhante sobre a cabeça, que eu enfiei na boca e chupei. Estava novamente fora de meu juízo normal. Levantei-me, fazendo com que Liu deitasse de costas e sentei-me sobre ele, encaixando-o lentamente em minha xoxota. Angelina assistia maravilhada aquele ato de entrega e tesão, vindo acariciar minha bunda enquanto eu me ajeitava, com o caralho fervente a invadir minha grutinha. Passei a cavalgá-lo sentindo-o dentro de mim, delicioso. Olhava para Liu e me via sendo fodida por uma mulher. Uma mulher, não um travesti, seria impossível, vendo-a, achar qualquer traço masculino além daquele que agora estava dentro de mim. Subi e desci com fúria sobre o pau, que entrava gostoso, rebolei sobre ele e senti a língua de Angelina em meu cuzinho. Abri-me toda para recebê-la, empinando a bunda e oferecendo-me a ela. Sem deixar de cavalgar. Liu ficou estática, não fazia nenhum movimento, como se apenas se oferecesse como instrumento de prazer, do qual não sentia mais receio algum de aproveitar. O orgasmo chegou rápido, antes que Angelina pudesse me penetrar por trás. Rebolei sobr o pau, ainda duro, em movimentos circulares, até sentir que todo o meu mel estava sobre ele, e só então sai de cima de Liu. Angelina imediatamente o colocou na boca, sorvendo meu sabor que agora estava nele. Liu sentou-se e trocamos um beijo a três, enroscando nossas línguas umas nas outras. Minhas mão e a de Angelina disputavam lugar sobre o pau de Liu, punheteando-lhe. Angelina ofereceu os seios para Liu, que mamava sofregamente neles, as mãozinhas a acariciar os melões duros, dois balões deliciosos que ela mergulhava na boca. Angelina se deitou, de costas para Liu e a puxou para junto de si. Liu se posicionou por trás dela, ambas de lado, e a Liu colocou o pau na xoxota de Angelina, deslizou para dentro dela, fazendo um suave movimento de vai e vem. Angelina subiu e lançava os quadris na direção do pau, Liu pareceu se excitar muito com isso e passou a meter mais forte, furiosamente. Eu apenas observava a cena. Angelina afastou-se, ficando em seguida de quatro, Liu veio por trás e até engasguei ao ver aquele cuzinho delicioso de Angelina ser penetrado pelo caralho de Liu, que alojou-se na entradinha e foi entrando muito devagar, até sumir dentro dela. Angelina começou a rebolar para facilitar a penetração. Quando o pinto ficou todo dentro de seu rabinho, Liu passou a fodê-la, primeiro bem devagar, depois rápido e forte. Eu não acreditava naquilo, era uma cena absurdamente indecente, mas deliciosa. Cheguei por trás de Liu, beijando-lhe o pescoço, as costas, a bunda, que era redonda e empinadinha, afastei as nádegas e coloquei a língua em seu cuzinho, ela pareceu tomar um choque elétrico, e eu lambia seu cuzinho, ouvindo o saco batendo na bunda de Angelina. Quando o encontrei bem lubrificado coloquei lentamente um dedo dentro dele e passei a fodê-la, ela tinha um cuzinho quente e faminto que devorou meu dedo. Tudo tornou-se muito intenso, Angelina gemia e rebolava de maneira enlouquecedora, Liu mantinha-se silenciosa, mas sua respiração ofegante e ruidosa ecoava pelo quarto, eu estava perdida de tanto tesão. Liu gozou primeiro, teve um espasmo violento e desabou lançando jatos de porra pela bunda de Angelina, que continuou rebolando com o cuzinho agora aberto, exibindo-o para mim. Que mulher, meu Deus. Lancei-me sobre ela, lambendo toda a porra que estava em sua bunda, subindo por suas costas e beijando-lhe a boca. Depois de tudo isso, adormecemos e ao acordar apenas um bilhete de Angelina, informando-me que ela teve que partir em caráter de urgência para resolver problemas profissionais na cidade. Liu ficou, serviu de guia, mostrando-me toda a imensa área da fazenda. As outras convidadas também haviam partido e logo também fomos para casa. Desde então, estou as voltas com o Círculo da Lua Negra, suas noites de loucura e prazer e, ao contrário do que eu imaginei, não vim a me arrepender nunca. E durante outras noites e outras festas e orgias, descobri um mundo fabuloso, mas nunca tão chocante quando eu conhecia nesta casa.
(FIM)