Há muito tempo venho guardando um segredo do qual sinto necessidade de desabafar.
Fiquei feliz ao descobrir este espaço no qual posso me confessar, sem, contudo, expor seus protagonistas.
Depois de ler alguns contos, muitos deles, admiráveis, creio estar apta a relatar minha história.
Eu tinha 35 anos na época, era e ainda sou uma mulher bem apessoada, com 1,78, 56 kg, corpo sarado, pernas longas, cabelos lisos negros, olhos amendoados castanho claro, boca carnuda, seios fartos, glúteos firmes, enfim uma mulher que mexia e mexe com a libido de qualquer homem.
Meu marido tinha 56 anos, quando veio a falecer de um infarto fulminante, em decorrência de seu exagerado gosto pelo cigarro. Deixou-me um enteado de 25 anos.
Viúvo quando nos casamos. Nos conhecemos na congregação espírita a qual ainda freqüentamos. Morreu no dia em que faríamos exatos 5 anos de casados.
Éramos um casal feliz, que todos invejam, só faltava um filho nosso para selar nossa união perfeita.
Adoro Paulo Henrique meu enteado, principalmente por ser muito parecido com Luiz Paulo, seu pai, e amado marido. Sempre o considerei como meu próprio filho, talvez isto não me deixasse tão infeliz, por não ter vivido plenamente a maternidade. Paulo era vasectomizado.
A morte de Paulo arrasou-me, entrei em depressão. O mundo perdera o sentido, não queria saber de mais nada. Não queria comer, tomar banho e muito menos voltar ao trabalho.
Inclusive ver a pessoa de Paulinho me fazia mal, tamanha semelhança com seu pai.
Cogitou inclusive sair de casa para não me causar tanta dor, mas entre sua presença e estar completamente só naquela mansão, prometi melhorar.
No fundo sentia-me um fardo a causar tanta tristeza para o pobre rapaz, mas estava além das minhas forças. Comecei a tomar comprimidos para dormir; um dia, se não fosse a intervenção rápida de Paulinho, teria morrido, por overdose.
Foi depois deste dia que passou a ministrar ele mesmo os medicamentos, após consulta ao psiquiatra, deixando-os trancados, fora do meu alcance.
Desmaiava chorando e invocando por Paulo, todas as noites, até que alguns meses após seu desencarne, tive um sonho que mudou completamente minha vida.
Ansiava por chegar a hora de dormir e repetir aquele sonho.
Paulo estava vivo e vinha dormir ao meu lado, chegou de mansinho como sempre fazia, dizia ele que era para não me estressar, pude sentir o calor do seu corpo nu envolver-me e fazendo-me arrepiar todos os cabelos que tinha e até os que não tinha.
Eu sempre tive o hábito de dormir nua. Ele colou seu corpo ao meu, em conchinha, acariciou meus seios, sussurrou ao meu ouvido: "Amor, não chore mais, estarei contigo todas as noites, voltará a ser feliz novamente.”.
Chorei de forma convulsiva, em um misto de felicidade e assombro. "Só te peço que nunca abras seus olhos. Promete?" Entre soluços pensei assentir. Agradecida por ter merecido, no consentimento dos céus, a sua presença.
Suas mãos estavam mais macias que antes, seu corpo mais quente, mais firme, não sentia os pelos do seu peito. Enquanto deslizava suas mãos pelo meu corpo, este arrepiava-se, provocando o eriçamento dos bicos dos seios, que ficavam espetados tamanha a excitação provocada.
Como mágica suas mãos ao mesmo tempo em que percorriam meu bumbum também estavam nos seios, e brincavam com os pelinhos que encobriam minha gruta. A boca quente que percorria toda a extensão do meu pescoço indo procurar minha boca sedenta fazia minhas entranhas acreditarem.
Queria beijá-lo mas não conseguia. Virou-me de lado, sentia-me paralisada, talvez pelo efeito do remédio. Não conseguia me mexer, só sentir.
Abri meus olhos, mas a escuridão dominava o ambiente. Senti Paulo sobre meu corpo, serpenteando a língua no meu pescoço, fazendo movimentos sinuosos de descida, alcançando meus seios, senti como se inflassem como no prenúncio do jorro do leite materno.
O corpo tornava-se febril à medida que sua língua descia.
Do meu interior escorreu um suco que em filete, ainda morno, alcançou meus países baixos.
O rosto, o olfato, o paladar, tudo nele ansiava pelo meu corpo inerte, mas em ebulição.
Sua boca alcança meu interior alagado, roça os lábios sobre meu clitóris, sopro quente; tento arquear meus quadris para que sua boca a domine, não obedece.
Cheirou, roçou o rosto nos pelinhos, ela ardeu de vontade, jorrando mel.
De repente, já me sentindo desconsolada, Paulo, com sua língua mágica, lambeu meu suco que escorria em abundância e ainda sugou como se esperasse mais. Sua boca sedenta, macia e quente fez jus ao pedido, mais uma vez, de forma inerte, mas profundamente enlouquecida delirei em um orgasmo esguichado.
Aquilo tudo só podia ser sonho, magia, o Paulo desencarnado excedia e muito ao Paulo de carne e osso.
Pouco antes de acordar, ressoavam nos meus ouvidos suas palavras sufocadas: “Fernanda, meu amor, te amo demais, nunca vou deixá-la”.
Aquela manhã tinha cores, sabores e cheiros, sentia-me um pássaro na primavera, a felicidade era tanta que Paulo Henrique exprimiu: - Fernanda está radiante, o que houve?
Lembrei-me do pedido de Paulo, que não dissesse a ninguém, pois pensariam que eu tinha enlouquecido.
- Ah Paulinho, acredito que seu paizinho esteja orando por mim. Sinto o seu amor fazer parte novamente da minha vida.
- Fico muito feliz por você, afinal a vida continua não é mesmo? E o amor está em toda parte, e em todos nós.
- Verdade anjo, acho que finalmente entendi isto. Acho até que nem vou precisar mais dos comprimidos.
- Melhor ir com calma, não gostaria que tivesse uma recaída, você é muito querida, não quero perde-la. Vamos consultar o psiquiatra antes.
- Sei que não terei, mas para seu sossego iremos.
O dia arrastava-se tamanha vontade que a noite vestisse o sol e eu pudesse me cobrir das carícias de Paulo.
Como de costume Paulinho me deu o remédio e fui para a cama. Desta vez tendo o esmero de amaciar minha pele com o creme sedoso que Paulo tanto gostava de sentir.
Já entrando em estado letárgico, senti sua presença. Ele tinha um cheiro diferente, não era mais de cigarro e sim um perfume cítrico inebriante, bem como um hálito doce de baunilha. Será que todos os fantasmas tinham o mesmo cheiro, cheguei a pensar.
- Amor da minha vida... Não via a hora de chegar aqui e ter você. Não se preocupe em não poder envolver-me nos seus braços ou sentir minha boca na sua. Ou mesmo exprimir seus desejos. Eu bem sei como satisfazê-la. Sinta, perceberei suas vontades.
Só pude pensar: “Te amo incondicionalmente!”.
Como de costume estava em conchinha, pude sentir seu falo em riste enfiar-se no meio de minhas pernas. Minha gruta inundou-se com a perspectiva de ser penetrada por aquele membro rijo e quente. Mas não o fez.
Seu hálito quente no meu pescoço já era o suficiente para me deixar entregue, ainda mais quando suas mãos passeavam maliciosamente todo meu corpo.
À medida que sua boca descia pelo meu corpo, suas mãos ousavam mais, adentrando em forma de lâmina, meu interior inexplorado.
Não tive maiores preocupações, afinal Paulo nunca quis ir fundo na região.
Estava completamente relaxada com sua exploração. Com a língua traçava uma trilha imaginária a caminho das minhas nádegas, levemente virou-me de costas.
Desceu seu “corpo” de forma que minhas pernas podiam sentir seu membro e bagos roçarem nelas.
Arqueou meu quadril, segurando com mão firme minha fruta suculenta, levando meu bumbum até sua boca. Com a outra mão abriu-o gentilmente de forma que meu recôndito ficou à mostra e a sua disposição.
Estremeci, não podia crer na sua intenção. Ao mesmo tempo em que temi até onde pudesse ir, arrepiei de emoção pela novidade.
Quando sua língua quente volteava meu orifício, um de seus dedos afundou na cona em êxtase. Que desespero não conseguir mexer. Queria rebolar e me esfregar que nem cadela viciada.
A única coisa que conseguia era encharcar seu braço com o suco da fruta perfurada.
Senti meu “olho” anestesiado, parecia que ia se abrindo à medida que sua língua penetrava-o. Era uma excitação que nunca tinha tido antes. Ao mesmo tempo em que se entregava, pulsava batimentos descompassados, como se quisesse mastigar ferozmente sua língua que se agigantava no interior.
Tentava por tudo gritar, pedir, implorar que me possuísse de verdade. Neste ímpeto da vontade, consegui mexer minhas ancas. Forcei-a contra seu rosto. Senti escorrer na minha perna um creme quente. Quando me virei para poder alcançá-lo com as mãos já não estava mais. Aos poucos o resto dos movimentos voltou, acendi a luz, e vi que tinha um creme em minhas pernas. Cheirei, experimentei com a ponta da língua, não tive dúvidas, era esperma. Como?!
Juntei todo o creme que podia e comecei a esfregá-lo no meu grelo, sentindo aquilo como um presente de Paulo para algo além da compreensão.
Esfreguei, lambuzei o dedo todo e enfiei bem fundo, chegando ao orgasmo imaginando Paulo dentro de mim.
Estranhei esta nova Fernanda em que estava me transformando, sentia-me uma verdadeira puta rampeira, completamente devassa, e estava feliz com isto.
Desmaiei como donzela após a noite de núpcias.
A manhã não poderia estar mais ensolarada, decidi não ir trabalhar, mas curtir o dia na piscina. Queria viver, queria o sol, queria a água, queria vida plena.
Mas alguma coisa não fazia sentido, já tinha ouvido falar do plasma que os fantasmas soltam, mas esperma? Nunca. Pensei em procurar nos livros espíritas de casa, mas estava tão feliz que queria curtir o dia sem pensar em nada. Esqueci.
Soltei-me completamente, totalmente nua a entregar-me aos benefícios dos raios de sol.
Paulo Henrique já havia saído, não era dia de limpeza, teria a casa só para mim.
Fiz um martini, nadei, rolei, ficava repassando os acontecimentos da noite.
O ato incompleto de Paulo me fez querer sentir como seria se tivesse me possuído com seu falo rijo.
Fui à cozinha, encamisei uma calabresa e voltei à piscina. Ainda tomei umas 3 doses de martini para criar coragem.
Fiquei na borda, com o corpo solto na água morna, montava no salame, e me esfregava. Esfregava atrás também. Imaginando ser o catso de Paulo.
Nadei até a parte rasa, fiquei com o bumbum fora dágua, arreganhei bem as pernas, esperei o sol esquentar o briobo, daí cuspi em minha mão, lambrecando a superfície e o interior. Vivenciei os momentos nos quais queria muito Paulo dentro de mim e comecei a enfiar devagar. Para minha surpresa, não precisei muito esforço, o olho até então fechado tornou-se uma boquinha safada a engolir cada pedacinho. Uma sanha até então desconhecida.
Quando estava pela metade, meu corpo foi coberto por uma malha elétrica, queria mais.
Sentei-me de forma que entrasse todo, tendo o cuidado de deixar uma pontinha para fora.
Meu Deussss!!!! O que era aquilo, só podia ser coisa de outro mundo mesmo. Eu rebolava, para frente para trás, cruzava as pernas, dava pequenos pulinhos para sentir entrar, rolei para o lado, com uma das mãos ministrava o vai e vem de ida e vinda e com a outra além de meter toda na xana, alisava o grelo.
Nossa mãe do céuuuuu....!!! Uhuuuuu....Hamm.....hum....AAAAHHHHHH...!
Explodi num gozo inimaginável, animalesco em todos os sentidos. E o pior era que ainda queria mais, não queria parar, queria fazer até esgotar todas as energias contidas. Mas o corpo relaxou e adormeci.
Acordei assustada, envergonhada e humilhada com o chamado de Paulinho. Tentei me recompor com a toalha que ele oferecia. Procurei a calabresa, e nada. Evaporou-se. Fiquei o resto da noite pensando o que teria ocorrido com ela. Não tive coragem de perguntar.
- Paulinho, me desculpa por achar-me...
- Fernanda, pode parar, fico contente de vê-la vivendo a vida. Não tem o que ter vergonha ou coisa parecida. Já te falei, te adoro muito, só quero que seja feliz.
- Obrigada anjo pela compreensão.
- Vá tomar um banho que irei aprontar nosso jantar.
- Paulinho, era eu a cuidar de você e não o contrário.
- Não se preocupe Fernanda, isto acontecerá um dia. Esteja bem agora.
Fiquei em silêncio durante todo o jantar, Paulinho tagarelava sobre seu dia. Eu mal escutava tentando entender tudo aquilo que vinha acontecendo comigo. O esperma, a calabresa, o novo Paulo.
Chega a hora de dormir, comprimidos de novo...ah não! “Para o seu bem, querida.“.
Fingi engolir, mas o garoto era esperto, não deixou.
Cai no sono, vem o torpor, corpo inerte, arrepio, presença de Paulo.
- Querida, cada vez fica mais difícil de esperar este momento. Queria estar o dia, a tarde, a noite a satisfazê-la. Não precisa recorrer a subterfúgios, esta noite terás o verdadeiro.
Creio ter arregalado meus olhos.
Senti-me no meio de um campo de força poderoso no qual ondas magnéticas envolviam todo meu corpo, de forma que tudo na superfície arrepiou-se.
Os bicos intumescidos foram a bandeira de largada para o que iria acontecer. Paulo, não tão suave como antes, sugou-os de forma alternada com tanta força, que senti meu corpo levitar. Os meus interiores não precisavam mais do que isto para receber meu amado de forma integral.
Ele sabia disto.
Ainda com um deles grudado na sua boca puxou-me para bem junto de si e enterrou de forma determinada seu ferro até perto do meu útero e me fez esguichar antes mesmo dele. Em seguida pude sentir seu líquido abundante e quente ocupar toda minha gruta em brasas.
Ainda com o pau em soluços, erupindo jatos de porra (privilégio fantasma?), abruptamente como um fauno com garras, me puxa, deixando meus países baixos totalmente expostos e vulneráveis.
Agradeci em meu pensamento ter tido o cuidado de lambuzar-me com seu creme e meu suco que em grandes proporções escorriam do meu interior. Envolveu seu membro com a mistura, fazendo de sua entrada algo prazeroso e escorregadio. Intuindo facilidade na continuação, empurrou sem pausas, pude sentir algumas barreiras romperem-se de forma trágica.
Meu olho chorou uma lágrima.
Parecendo entender a minha dor teve o cuidado de retirar-se, seguindo-se a isto um geladinho
gostoso aliviando o interior em brasas. Desta vez com mais carinho numa invasão consentida desvendava meu segredo completamente. O pouco de tensão que sentia desapareceu, entreguei meu corpo e alma aquela possessão. E que possessão! Por um instante estremeci com um pensamento sombrio, seria meu Paulo? Ou...tinha até medo de pensar...o coisa ruim?
As palavras doces que proferiu me acalmaram: - Eterno amor da minha vida, não tem noção o tempo que espero tê-la assim, toda minha, toda entregue. Um dia você irá entender o imenso amor que guardo no meu peito.
Com um fio de voz, consegui balbuciar: - Eu sei, sinto o mesmo por você. Te quero muito. E cada vez mais.
Os dias mantinham-se longos e as noites curtas para tanto amor que nos envolvia. Sentia-me melhor que nunca. Falei com Paulinho que estava preparada para ir ao psiquiatra para a suspensão do medicamento. Ele meio desconfiado acompanhou-me.
Enfim livre da medicação, poderia demonstrar todo o meu carinho e carícias a Paulo. Não via a hora disto acontecer.
A noite segui-se longa, Paulo não veio. Chorei igual a criança esquecida no natal.
De manhã Paulinho percebeu meus olhos inchados e indagou-me: - Querida, o que houve com você? Temerosa de tocar no assunto, fechei-me em copas.
Noite após noite e nada de Paulo aparecer. Não bastasse sua ausência, sentia-me enjoada, só queria dormir. Paulinho preocupou-se, achou que a depressão voltara e que eu deveria novamente ter com o psiquiatra. Nova consulta, mas nada de remédios.
Motivo: grávida.
Assim como eu também arregalou os olhos Paulinho.
Como eu iria explicar o acontecido sem parecer lunática?
Voltamos em completo silêncio.
Estranhamente no olhar de Paulinho não havia censura, mas um brilho estranho.
Calados entramos em casa. Eu tinha que falar a verdade para Paulinho, não podia deixar que ele pensasse que houvesse um estranho na minha vida.
- Paulinho, não sei como começar a lhe explicar isto. Lembra do dia em que amanheci feliz, quando comecei a tomar os medicamentos?
- Claro, lembro perfeitamente.
- Então...é...que...lembra também que disse que a presença de seu pai se fazia forte?
- Lembro também.
- Pois então...este filho... É...É do seu pai! Falei de supetão
- Não sei como sob a lei da ciência isto pode ter ocorrido, mas ocorreu.
- Você está dizendo que o fantasma do meu pai te engravidou? Impossível!
- Acredite em mim, seu pai me visita desde então.
- Impossível!
Comecei a chorar convulsivamente, não sabia mais o que dizer para Paulinho acreditar.
Ele por piedade, penso eu, envolveu-me em seus braços e sussurrou no meu ouvido palavras de conforto. Naquele instante quase desmaiei, parecia a voz de Paulo, era igual a voz de Paulo. Meio bamba, deixei-me largar no sofá. Não podia acreditar o que meus pensamentos faziam com minha cabeça.
Paulinho sentou-se ao meu lado, tomou minhas mãos e como se desvendasse o que ebulia no meu cérebro foi falando calmamente.
- Meu anjo, não tenha maus pensamentos, minha vida está totalmente ligada a você. Sempre a respeitei. Nunca fiz nada que não fosse de sua aprovação. Agora sinto que é o momento propício para me abrir.
Eu não sabia o que dizer, só ficava com meus olhos estatelados fitando os dele.
- Desde a primeira vez que a vi não pude ter mais ninguém no meu coração. Sempre amei e respeitei meu pai. Meu amor por você era em silêncio, doía calado fundo no meu coração. Agora que meu pai não pode mais te fazer feliz, sinto que devo ocupar este lugar. Ele é meu por direito celestial, acredite na sinceridade do meu amor por você. Eu serei o pai deste filho, seja ele de quem for.
- ma..ma...mas...Paulinho...você me deixou confusa agora...não sei o que pensar mais...
- Meu anjo, você precisa descansar, farei um chá de camomila, vá para a cama que levarei em seguida.
A cabeça latejava, por um breve instante achei que era Paulinho e não Paulo que me visitava todas as noites, mas suas palavras foram tão sinceras que não deixou margem para tais pensamentos.
Tomei o chá, Paulinho me fez companhia até que eu adormecesse.
Em certo momento da noite, não sei precisar pois meu quarto era só breu, senti uma presença ao meu lado. E um sussurro ao ouvido foi aos poucos me acordando.
- Meu amor, estou de volta, completamente seu se assim o quiser.
Tentei virar-me para abraçá-lo, ele disse que ainda não era o momento.
- Paulo, falei soluçando, porque não voltou mais? Ansiei por você todas as noites. Senti-me abandonada pela segunda vez. Preciso de contar uma coisa...
- Calma anjo, já sei do maravilhoso presente que irá me dar.
- Mas como, li e reli vários livros e isto é impossível.
- Nada é impossível para o amor verdadeiro. Você acredita no meu amor por você não acredita? Quero dizer, do fundo do seu coração, acredita nele?
- Nunca duvidei e especialmente depois que deixou seu corpo. Anseio por seus beijos, consola-me o seu abraço, arde-me as entranhas a sua falta.
- Então deixe-se entregar a isto e somente a isto que sente agora, livre suas idéias de preconceitos, de qualquer barreira que possa impedir este amor de continuar.
- Ah Paulo, faço tudo por você, já provei isto entregando-me por completo.
Enquanto conversávamos Paulo ia envolvendo meu corpo cada vez mais, me desnudando aos poucos, me beijando de forma incrivelmente carinhosa. Às vezes inspirava meu cheiro e o seu expirar no meu ouvido me amolecia. Estava novamente entregue as suas carícias, completamente embalada no seu calor. Aos poucos a cortina foi-se abrindo, deixando a luz do luar penetrar.
- Vire-se, meu amor, com seus olhos fechados.
Sua boca colou-se a minha num beijo morno e carinhoso, senti meu corpo enlevado com aquele gesto de amor profundo, correspondi de forma lânguida.
Senti seu membro rijo a penetrar-me com gentil suavidade, fazendo meu corpo relaxar e ansiar por um orgasmo mútuo. No momento em que isto ocorreu, abri meus olhos, não podia mais me enganar, percebi que o amor que havia era honesto e verdadeiro, tanto de uma parte quanto de outra, mesmo que este tempo todo estivesse com os olhos fechados aos acontecimentos.
Aos poucos as lembranças brotavam como a me esclarecer: as mãos macias, o corpo sem pelos, o hálito de baunilha, o perfume cítrico, o membro insaciável, o amar meigo e selvagem, o presente inesperado e tão ansiado.
Paulinho seria um excelente pai . E marido adorado.
A calabresa nunca mais foi parte do nosso cardápio.
"Obrigada pelo maravilhoso espaço de desabafo, se quiser comentar fique à vontade"