MEU AMIGO ME AMAVA – SEGUNDA TEMPORADA
CAPÍTULO 01
Certa vez ouvi, não me lembro onde, que o tempo é o melhor remédio para tudo. Confesso que pensei que fosse mais uma dessas frases feitas, de livros de auto ajuda, que na verdade não tem nada haver com nossa realidade, porém, confesso que me enganei. Até então havia enfrentado muitos problemas, inúmeros mesmo, mas, conseguia absorver uma força enorme, como a maioria dos brasileiros mesmo que levantam a poeira e dão uma volta por cima, a vida tem que ser assim, os problemas existem para serem vencidos, e eu fazia o possível e o impossível para vencer todos eles. Os acontecimentos a seguir começam, mas precisamente em setembro, há dois meses, pois em novembro teria que entregar minha monografia que de certa forma larguei de mão. Vi que estava bastante adiantado em relação aos meus colegas de classe, estava na metade, claro que numa monografia você nunca está adiantado e seguro, quem já passou por isso sabe o quanto é terrível e quem ainda não passou, deixo um conselho: vai se preparando por que é uma das coisas mais estressantes do mundo. Já tinha todos os capítulos na minha cabeça, os subtítulos também, alguns autores pesquisados, ou seja, só faltava mesmo tempo para sentar ao computador e me dedicar nas defesas e argumentos ali utilizados.
A minha vida nunca foi fácil e grande parte quem acompanhou os contos sabe, moro com minha mãe e meu mano, divido as contas da casa, sempre foi assim, desde que comecei a trabalhar, uma realidade normal pra muitos brasileiros, nada anormal. Não vou aqui fazer uma recapitulação de tudo o que aconteceu, e sim justificar o porquê de uma segunda temporada dos contos. Exatamente no momento em que sei na delegacia que o Pedro é acusado de assassinato confesso que meu mundo caiu, literalmente. Tenho um grande problema, alguns dizem que é defeito, eu acho uma qualidade que hoje é pouco valorizada e acaba virando um problema pra mim: confio demais nas pessoas, me entrego às pessoas de corpo e alma, e na maioria das vezes me decepciono e saio ferido, porém, nesse caso saio sem rumo mesmo, como se um abismo se abrisse debaixo dos meus pés, como se eu estivesse caído num buraco negro, sem fundo, e caísse, caísse. Saio da delegacia sem mencionar uma palavra, na verdade minha garganta fica seca, minhas pernas bambas, o advogado não entende nada, tão pouco Luciana que fica perplexa ao ouvir que o Pedro é suspeito de matar o padrasto. Vem a minha cabeça as inúmeras conversas que tive com ele a respeito de seu passado, em que ele sempre desconversava, mudava de assunto, e às vezes era até agressivo. Confesso que aquilo sempre me intrigou o Pedro nunca falava do seu passado, da sua família, nada, ele fazia questão de não falar, sabia que era algo que não o deixava feliz, mas assassinato jamais passou pela minha cabeça.
Saio pelas ruas, fico tão desnorteado que nem sei ao centro em que lugar estou, até que ouço o barulho do mar, estava um dia lindo de sol, uma tarde na verdade. Caminho em direção a praia, me sento e fico a olhar o cair do sol e o nascer da lua, ali, ainda meio sem entender tudo o que estava acontecendo. Tendo reunir forças nem sei de onde para me reerguer, para tentar pelo menos levantar dali, mas não consigo, me sinto cansado, não fisicamente, mas espiritualmente, e esse é o maior cansaço, por que o cansaço físico você descansa e recupera as energias, agora o espiritual, ele é na alma.
Enquanto isso Alessandra e Jhonny têm uma séria conversa.
Jhonny - Alessandra precisamos ter uma séria conversa.
Alessandra - O que foi meu amor?
Jhonny - Ale eu não quero mais me casar com você, me desculpe, a culpa não é sua e sim minha. Seria um grande erro continuar com isso, não seriamos felizes, você é uma mulher linda, uma pessoa muito legal, o problema está em mim.
Alessandra - O que você está falando meu amor? Que besteira é essa?
Jhonny - (sério) Não é besteira Alessandra, senta aqui, preciso conversar com você.
Alessandra - (histérica, grita) Eu não quero conversar, não quero ouvir coisa nenhuma. Você só pode estar louco, está desequilibrado! Jhonny um dia depois da nossa festa de noivado, você falar em terminar. Que isso? Quem você pensa que eu sou. Não... Eu não quero ouvir, não agora.
Jhonny - (calmo) Alessandra por que você quer que isso aconteça do jeito mais difícil. Por favor... eu quero que você possa entender.
Alessandra - Eu não quero entender, não quero ouvir. Jhonny ontem foi nosso noivado, hoje pela manha fizemos amor. E agora você vem da rua e me joga isso na cara, fala sério.
Jhonny - Alê estou falando sério.
Alessandra aborrecida sai do quarto, bate a porta com força. Jhonny fica ali no quarto ansioso, passa as mãos na cabeça, respira ofegante. Percebeu que não seria fácil, que a guerra estava apenas começando e já de uma maneira trágica.
Enquanto isso está Pedro diante do delegado, sem saber ao certo o que estava por vir.
Delegado - Pedro Duarte Lima
Pedro - Sim, sou eu.
Delegado - Sinceramente rapaz, pensei que seu caso seria facilmente resolvido. Mas um caso rotineiro dos tantos que enfrentamos diariamente aqui na delegacia, de um rapaz com trabalho fixo, sem antecedentes e usuário de drogas.
Pedro se irrita mais uma vez.
Pedro - Eu não sou usuário de drogas, já disse!
Delegado - Não me interessa mais se você é um usurário de drogas ou não rapaz. O fato é que dando uma pesquisada na sua ficha criminal descobrimos que você já tem uma passagem pela polícia. Ligando para o Departamento Policial responsável pelas investigações descobrimos que você é o principal suspeito de ter matado Hemorgenes Santos, ou melhor, seu Genoíno, assim chamados por todos. Você é acusado pela sua própria mãe, D. Martinha de ser o autor das facadas que mataram o esposo dela, seu padrasto. Isso confere Pedro Duarte Lima?
Pedro fica perplexo, em pleno estado de choque ao ouvir as palavras do delegado que soavam em seus ouvidos como berros estridentes. Foi descoberto seu segredo, algo que ele sempre fez questão de esconder de todos, aliás, dele mesmo. Um passado que ele fez questão de enterrar lá no Espírito Santo. Mas, seria mesmo o Pedro um assassino, e se for, qual o verdadeiro motivo? Isso era o que intrigava o delegado.
Enquanto isso Robertinho estaciona na garagem do hospital às pressas, desnorteado. Mal fecha o carro e entra em disparada pela recepção da clínica onde sua mãe está internada. Um dos seguranças tentam impedir Robertinho que tenta lutar com ele de toda forma.
Robertinho - Me deixa entrar, me larga, me solta pelo amor de Deus.
Rapidamente chega outro segurança que imobiliza Robertinho com uma gravata o jogando no chão.
Segurança - Acalme-se rapaz, ou daremos um jeitinho em você.
Robertinho - Minha mãe.... Ela está morrendo, minha mãe está morrendo.
Um dos seguranças entende o motivo e decide soltar Robertinho, dando sinal com a cabeça para que o amigo também o solte. Robertinho se levanta, até que o interno que no momento cobria o horário de almoço do médico responsável lhe passa todas as informações.
Enfermeiro - O senhor é o filho da paciente?
Robertinho - Sim. Meu nome é Carlos Roberto, sou o filho dela. O que ela tem enfermeiro, o que minha mãe tem?
Enfermeiro - O caso dela é bastante delicado sem dúvidas você sabe. Mas agora a situação piorou, enfrentou um início de pneumonia por conta da baixa imunidade. O fato é que mais do que imprescindível um transplante de medula. Sei que a compatibilidade sanguínea de sua mãe é raríssima, mas é necessário um transplante ou ela não resistirá. São muitos meses lutando pela vida com o auxílio de aparelhos. Ela já não é nenhuma jovenzinha e está cansada.
Robertinho - (põe as mãos na cabeça, desesperado) O que eu vou fazer, como irei arrumar um doador compatível com o tipo sanguíneo da minha mãe, como?
O enfermeiro pega nas mãos de Robertinho.
Enfermeiro - Quer um conselho, tenha fé. Pede a Deus com toda força, com todo amor que você tem em seu coração. Nesses meus 4 meses de residente aqui neste hospital eu já vi um quase de tudo, e uma coisa eu te garanto rapaz, a fé ela é primordial. Já vi pacientes entrarem aqui sem nenhuma chance de saírem vivos, e saíram. Da mesma forma que já vi pacientes que entraram aqui com casos banais, e saíram mortos da mesa de operação, de transplante. Por isso te digo, tenha fé.
O enfermeiro sai abrindo a porta para Robertinho entrar no quarto em que está sua mãe. Robertinho abre e vê sua mãe deitada na cama. Aparência ainda mais debilitada. Olhos roxos, lábios ressecados, por conta dos remédios, ainda mais magra, mais frágil. Robertinho pega em suas mãos e começa a chorar. Ficam os dois ali, mãe e filho em situações extremas, ela a beira da morte, e ele tentando achar uma maneira de ajudá-la.
Nisso na praia Kadu decide ter uma conversa séria com Vinícius. Estava lindo, de camiseta, bermuda, sandálias e óculos. Senta-se a mesa de Vinicius, tira os óculos.
Kadu - Vinícius precisamos conversar.
Vinicius - Kadu... Na boa não temos nada para conversar cara. Olha não me traz mais problemas por favor. Eu estou aqui na minha, tirando onda de turista, pelo menos uma vez na vida, no Rio de Janeiro... Na boa cara, me deixa.
Kadu - Vinny cara, por favor, tenta me entender. Cara você é meu amigo, você sempre foi meu amigo, desde de pirralhos cara. Poxa, sempre estive do seu lado. Jamais passou pela minha cabeça que você fosse apaixonado por mim. Pow cara isso é confuso, por que sempre te vi como um amigo.
Vinicius - Cara o problema não é com você. É comigo mesmo. Olha na boa, se não fosse aquela bruaca da Camila você não ia saber nunca.
Kadu - Também não quero que você fale assim da Camila cara. Ela é minha namorada. Poxa, quantas vezes te vi aos amassos com diversos caras, tanto no Barril, como em boates, festas. Caras que eu sabia que não valiam nada, e nunca falei isso deles. Sempre respeitei suas decisões. E agora você vive as turras com a Camila cara.
Vinicius - Kadu nunca fui com a cara daquela lambisgóia e você sabe muito bem disso. Pode me pedir tudo, menos gostar daquela fuleira.
Kadu - Não estou te pedindo para gostar dela Vinny, mas para respeitá-la.
Vinicius - Tudo bem Kadu, mas vou fazer melhor.
Kadu - Melhor, como assim?
Vinicius - Você vive sua vida e eu vivo a minha.
Kadu - O que?
Vinicius - Isso mesmo que você entendeu. Chega de estar sofrendo por um cara que não está nem aí para os meus sentimentos. Chega de está vendo você cada vez mais envolvido por uma garota que está verdadeiramente interessada pelo seu dinheiro. Cansei. Sabe a moral disso tudo. É que sempre me preocupo com os outros, com os sentimentos dos outros, a minha vida, a minha felicidade está sempre em segundo plano. Talvez seja por isso que até hoje sempre fui usado, e quando enjoaram jogaram fora.
Kadu - Do que você está falando cara. Eu nunca te usei.
Vinicius - Todos vocês me usaram. Todos.
Kadu - Eu nunca te usei Vinny. O que está havendo com você cara? Você nunca foi assim, nunca foi agressivo.
Vinicius - Realmente, eu nunca fui assim. Sempre fui um trouxa, idiota e no final sempre tomei lá. Agora chega, está mais do que na hora de eu dar uma guinada em minha vida. Chega de viver pensando nos outros, pelos outros. Acho que está na hora de escrever a minha história, independente do que vão pensar.
Kadu - Vinícius, o que fizeram com você meu amigo? Você parece outra pessoa.
Vinícius - Então se prepare por que daqui em diante serei mesmo, uma nova pessoa.
Vinícius deixa o dinheiro em cima da mesa da água de coco que estava tomando e se levanta deixando Kadu perplexo sentado e o olhando sair, sem se virar. Vinícius não se vira para Kadu para não mostrar sua fragilidade, estava com o rosto coberto por lágrimas, triste. Estava cansado de ser usado, de se preocupar com os outros, deixando sua vida sempre em segundo ou terceiro plano. Robertinho despertou, mesmo sem querer um puro sentimento em Vinny, e ao acordar e perceber que fora novamente iludido Robertinho o feriu no mais profundo de sua alma, despertando um novo Vinny que agora viria para escrever definitivamente sua história.
Enquanto isso no apartamento de Estevão, seu comparsa Pezão está completamente nu, de bruços em sua cama. Enquanto Estevão está em seu notbook transferindo dinheiro de sua conta privada para o exterior. Pezão é um homem bonito, corpo atlético, nota-se que faz musculação durante muitos anos. Pernas grossas, ombros largos, uma bela bunda lisinha com marca de praia. Estevão o admira de sua poltrona aquele homem que há meia hora antes estava o possuído, proporcionando-o o mais feroz dos prazeres, o carnal. Estevão se levanta pelado, também com seu belo corpo branco, sua bunda lisa, carnuda, e vai para o banheiro, toma uma ducha. Minutos abaixo da ducha entra em transe e lembra da transa que teve com Breno, fica excitado. Não conseguiu esquecer aquele dia. Desliga o chuveiro e pega a toalha, ao sair do boxe percebe a presença de Pezão, pelado em sua frente. Observa o pênis de Estevão que está duro, reto, feito uma estaca.
Pezão - Pensando em quem patrão?
Estevão fica branco com a abordagem
Nisso estão na delegacia Pedro na frente do delegado sendo interrogado. A tensão come solto na sala. Estão o delegado interrogando Pedro que está tenso a sua frente numa cadeira e o escrivão os fundos escrevendo todo o seu depoimento.
Delegado - Então Pedro, o que tens a dizer sobre o crime que aconteceu em seu estado de naturalidade. Você realmente matou seu padrasto no Espírito Santo rapaz?
Pedro fica perplexo, suas mãos soam. Não responde a uma palavra. O delegado fica irritado.
Delegado - Fala rapaz! Você matou ou não seu padrasto há sete meses atrás. Matou ou não matou?
Pedro fica quieto, pasmo, não consegue falar nada. O delegado fica intrigado, pois com anos com experiência tinha faro para essas coisas, e sentiria o cheiro de podre há metros de distancia. Porém tinha algo em Pedro que o intrigava. Não tinha cara de assassino, não tinha pinta, mas também sabia que os piores bandidos são exatamente aqueles que não deixam transparecer nada, e todas as provas apontavam para o Pedro, mas este nem reagia, não dizia uma só palavra.
Pedro se levanta da cadeira e pede para sair da sala.
Pedro - Delegado por favor, eu posso voltar pra cela?
Delegado - Rapaz este é o momento para você falar toda a verdade, ajudar nas investigações. Saberei recompensar a sua ajuda, mas para isso você tem que abrir o bico, contar toda a verdade. Colaborando com a justiça a justiça colaborará com você.
Pedro - Eu não tenho nada para contar delegado. Eu não tenho nada para falar será que o senhor não me entende. Da mesma forma que estou aqui preso injustamente, esse processo que tem contra mim lá no Espírito Santo ele é injusto.
Delegado - Novais tire esse rapaz daqui, o coloque novamente na cela. Talvez lá ele se refresque mais um pouco.
Novais Pega Pedro pelo braço e sai com ele da sala do delegado. Pelos corredores até a cela, Novais encosta Pedro contra a parede e começa a dar uma revista, a apalpar seu corpo, sem necessidade nenhuma. Novais encosta o Pedro contra a parede e junta seu corpo contra o dele. Pega o Pedro com violência pelos cabelos e começa a sussurrar em seu ouvido, Pedro percebe que rapidamente Novais se excita, pois sente o volume do seu pênis encostando em sua bunda.
Novais - Vou ficar de olhos bem abertos em você rapazinho.
Pedro - Eu não fiz nada.
Novais - Não precisa... Só o fato de você me deixar excitado já é uma falta muito grande.
Pedro - Você é louco, me larga.
Novais - Calma, estou fazendo uma revista. E nem ouse abrir essa boca, ou começar a gritar. Tu conhece muito bem nossa salinha vip não conhece?
Pedro - O que você quer cara, eu não fiz nada. Vocês sabem muito bem que aquela droga não é minha, que se fosse minha jamais ficaria num lugar tão visível como aquele. Vocês sabem que foi uma armação e mesmo assim me mantém aqui, injustamente.
Novais - Não fica nervosinho rapaz. Fiquei feliz por saber que sua ficha não é tão limpinha como seu pau. Fiquei com aquele seu amiguinho porque o Barbosa desde o início curtiu você, e ele é meu chefe. Agora que reparei o quanto você é uma delicia ah!... Isso eu não poderia deixar de observar.
Pedro - Doente.
Novais começa a apalpar o Pedro, passa a mão por cima da calça na sua bunda, pega no seu pau e aperta. Pedro sente na hora um mix de dor e tesão. Novais dá uma chupada em seu pescoço, e pressiona seu corpo ao deu Pedro. Estava sentindo tento tesão que seu pau parecia que ia estourar a calça.
Novais - Seja bonzinho comigo e seus dias aqui serão bem tranqüilos. Agora se decidir resistir, não me responsabilizarei pelos riscos.
Novais solta o Pedro que o encara com ódio. Joga o Pedro novamente na cela. Sentado num conto de cabeça baixa está Gileno.
Gileno - Cara estava preocupado com você. E aí como foi?
Pedro - Descobriram tudo cara?
Gileno - Tudo o que?
Pedro - Advinha... Como imaginei Gileno, puxaram minha ficha. Descobriram tudo.
Gileno percebe, reage forte.
Gileno - Não acredito cara, e agora?
Pedro - Agora não sei. Estou perdido.
Gileno - Pedro... Não acha melhor contar logo toda a verdade cara.
Pedro avança para cima de Gileno que fica assustado. Os olhos castanhos de Pedro ficam escuros, negros como a treva.
Pedro - Você sabe muito bem que não posso contar a verdade, você sabe muito bem Gileno.
No clima forte....
Continua...