Na foto, uma garota loira vestia apenas a calcinha que mal cobria seu sexo e uma camiseta velha. Estava segurando um exemplar do dia do Jornal Zero Hora, mostrando que o retrato era atual. Seus bonitos olhos azuis contrastavam com o hematoma arroxeado ao redor do olho esquerdo que tornava a mensagem mais clara: “pague logo, ou vamos machucá-la mais”. Atrás dela, um homem encapuzado usando óculos escuros e jaqueta de couro preta apontava uma arma para sua cabeça. Pelos cabelos desalinhados caindo ao redor do rosto e a face resignada, o político Alessandro Greco, Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul, mal reconhecia sua esposa Graziella, até alguns dias uma refinada dama da alta sociedade porto alegrense.
O telefone celular tocou, fazendo-o acordar de seus pensamentos num pulo. “Chamada não identificada”. Ele pegou-o, trêmulo, e apertou o botão verde pra atender. A voz do outro lado se mantinha firme e fria:
- E então, Deputado; arrumou o dinheiro?
- Po-por favor. Me dê mais tempo. Você tem que entender que quinze milhões é muito dinheiro. O banco vai desconfiar e...
O seqüestrador então, exaltado, subiu seu tom de voz:
- Não é nem metade do que você já desviou para a sua conta no seu tempo de mandato, imbecil! Você tem até hoje a tarde para me entregar a grana, ou eu vou mandar sua esposa pelo correio. Uma parte de cada vez. E nem pense em envolver a polícia nisso, ou eu te caço até no inferno.
O deputado ouviu o clique brusco do telefone sendo desligado, e então fez-se um pesado silêncio.
“De um jeito ou de outro, essa mulher não faz outra coisa além de acabar com o meu dinheiro!” – pensou.
* * *
Alguns dias antes, em uma tarde de sexta-feira na estância de seu marido no interior do Rio Grande, quase na fronteira com o Uruguai, Graziella resolveu selar o cavalo mustang puro-sangue que havia ganhado dele em seu último aniversário e cavalgar pela fazenda. Era seu único passatempo. Seu marido passava a semana em Brasília e só chegaria no fim da tarde. Aconselhou-a não sair de lá, nem ir para a cidade após estourarem denúncias envolvendo seu nome num desvio de verbas da previdência social. E assim ela passava seus dias, sozinha e entediada, pensando se sua vida seria assim para sempre, e também em sua “outra” vida. A que ela tinha deixado para trás há muito tempo. Como seriam as coisas se ela tivesse seguido seu coração naquela época?
Graziella era nascida em Blumenau. A combinação de genes alemães e italianos havia dado radiantemente e fenotipicamente certo nela. Tinha cabelos castanhos bem claros, quase loiros. Olhos azuis que apontavam como faróis de xenon vindos na direção contrária para quem a olhava. Pele branca e lábios finos e corados bem desenhados, completando harmoniosamente o desenho da face. Algumas amigas diziam que ela se parecia com a atriz Natascha Henstridge. O corpo esguio e delgado, salientemente apetitoso nos quadris e seios, naturais, não muito fartos mas suficientes para encher a palma da mão. Era toda esculpida nos aparelhos de ginástica dentro de sua casa. Seu marido não a deixava freqüentar academias. Ciumento e inseguro, tinha medo de perder o que muito provavelmente nunca havia possuído de verdade.
Aos dezenove anos havia sido miss Santa Catarina, mas não quis seguir adiante com a carreira de modelo. Preferiu ir para a faculdade logo depois do concurso. Ao contrário das outras meninas do mesmo ramo, era articulada e bem instruída.
De cima do cavalo, viu a Pajero de Alessandro despontar entre os pinheiros ao redor da estrada de terra que ligava a rodovia BR-116 à estância. O lugar ficava particularmente bonito naquela época do ano. A grama verde e as floretas de eucaliptos emolduradas pelas serras fizeram Graziella apelidar o lugar de “A Suíça brasileira”.
Ele dirigia rápido, levantando poeira, como se estivesse com pressa para algo. Graziella sabia que pelos turbulentos dias que o casal vivia, não devia ser saudade dela. Aceitou tacitamente o desafio. Soltou as rédeas e fez o cavalo galopar o mais rápido possível, acompanhando o carro do marido e chegando à entrada da casa segundos antes dele. Alessandro desceu e fechou a porta batendo-a, sem sequer olhar para a esposa. Ela, tentando quebrar o gelo disse sorrindo:
- Ganhei de você, de novo!
- Porra, Grazi. Você está tentando se matar em cima desse pangaré? A última coisa que eu preciso nesse momento é de uma esposa no hospital.
Entrou na casa sem dizer mais nada. Um grande chalé estilo germânico de telhado inclinado com largas janelas retangulares. Graziella foi até o estábulo para deixar seu cavalo. Acariciou-lhe o rosto, fazendo-o dar um leve e discreto relinche: “-só você ainda gosta dos meus carinhos aqui, Thor”.
- Amor, preparei aquele salmão que você gosta. Está no forno e vai ficar pronto daqui a pouco. Você poderia ir até a adega e pegar aquele vinho que...
- Só passei em casa para trocar de roupa, Grazi. Tenho um jantar com os empresários que financiaram a campanha hoje à noite.
- Mas você acabou de chegar, Alê! - disse ela com a voz manhosa, tentando fazer o que já sabia ser impossível: fazê-lo ficar uma noite com ela sem falar sobre dinheiro ou trabalho.
- A situação tá foda, Grá. Eles estão putos depois daquela babaquice sobre a previdência, e eu preciso dar explicações para eles.
Ela caminhou até Alessandro, que se complicava tentando dar o nó da gravata em frente o espelho. Olhou a imagem dele e perguntou:
- Amor, é verdade isso que estão dizendo na TV. Sobre a previdência e tudo mais?
- Isso não é problema seu! – murmurou ele sem olhar para ela.
- Mas que droga, Alê. Dez milhões. Até o dinheiro dos velhinhos você...
- Graziella! Olha só...está vendo essa casa aqui? As suas jóias ali dentro do armário? O pangaré lá no estábulo que você me encheu o saco até eu comprar? Eu ganho X e tenho um gasto Y. Fiz o que um homem tem que fazer para manter o tipo de vida que nós temos.
Ela sentou-se a beira da cama, perplexa com a resposta. A garota que havia sido uma idealista militante e ativista política durante a faculdade agora era casada com um deputado corrupto. E ainda desfrutava daquele dinheiro sujo. Tudo o que ela acreditava e pelo que havia lutado ia por água abaixo. Seu marido finalmente conseguiu domar a gravata.
- Estou saindo, Graziella. Não me espere acordada. E não saia de casa. Mandei os seguranças ficarem na entrada da fazenda e ao redor da casa. Aqui pelo menos você está segura.
Viu ele sair pela porta do quarto sem sequer beijá-la, e a Pajero sumir pelo mesmo caminho que havia chegado pouco antes.
* *
Graziella pegou o vinho que ela gostava na adega, Caro Catena, tinto. Resolveu beber sozinha antes de dormir. Ligou o aparelho de som do quarto. Riu quando viu que a música que tocava era Wake Up - Rage against the machine. Definitivamente a música não combinava com a mulher que ela era agora, nem com a vida bucólica dos últimos dias na estância, mas a fez se lembrar dos tempos da faculdade. Das festas até tarde da noite no diretório acadêmico com o ar possuído pelo cheiro de cigarro, nem sempre o de tabaco. A cerveja ilimitada com sal e limão espremidos direto na boca. Bons tempos aqueles. O mesmo tempo que agora trazia a coincidência de ser justamente esta a música a tocar quando ela ligou o aparelho. “Apenas uma coincidência” - pensou.
Aumentou o som no máximo. Afinal estava sozinha em casa. Despiu-se. Calça, blusa, sutiã, e calcinha; nessa ordem. Olhou se no espelho grande da parede. Será que ela não era mais atraente como nos tempos da faculdade? Passou as mãos espalmadas sobre a barriga, esbelta, delineada. Prendeu a respiração e envergou as costas, deixando os seios bem empinados na imagem refletida. Virou-se de costas. Segurou e apertou com força cada polpa de sua bunda, tentando achar algum vestígio de celulite. Não Achou. Firme e escultural, o problema daquela relação definitivamente não era sua aparência.
“Como você se sentiria, Alê, se todos os seus seguranças me vissem assim agora?” – pensou. Eram cerca de quinze. Fortes, brutos e bem treinados. Todos ex-militares responsáveis agora pela segurança pessoal dos congressistas da câmara nacional. Nua, levou a taça e a garrafa de vinho até a hidromassagem. Tocou-se, imaginando todos eles a pegando juntos. Forçando-a a fazer as coisas mais devassas que já passaram pela sua mente, e deixando as marcas das pesadas mãos em sua pele branquinha, sob o olhar impotente de seu marido Alessandro. “Está vendo Alê. Como eles me querem. Acho que a frígida aqui não sou eu”. Fechou os olhos e gozou, já bem alegrinha pela bebida.
Olhos cerrados, vinho na cabeça. Não viu, ouviu nem sentiu a presença furtiva que se aproximava dela enquanto relaxava na banheira. Apenas o susto e a explosão física da adrenalina quando um braço forte a enlaçou pelo pescoço quase a asfixiando, e outra mão com luvas de couro taparam-lhe a boca. Arrancou-a com violência de dentro da banheira. Não conseguia gritar com a mão abafando seus grunhidos. Mesmo que conseguisse, a música alta não deixaria ninguém a ouvir. Tentou olhar para ele, desesperada. Conseguiu ver que era um homem grande, devia ter mais de um metro e oitenta. Estava com um capuz que cobria o rosto todo exceto os olhos, os quais ela não conseguiu olhar por muito tempo. O homem virou sua cabeça de volta para frente e sussurrou em seu ouvido: - Não olhe para mim.”
Arrastou-a para o quarto ainda a prendendo em seus braços. Ele era incrivelmente forte. Levantava e carregava seu corpo como se ela fosse uma boneca. Deitou por cima dela, que estava de bruços, sobre a cama, falando pausadamente próximo à sua orelha:
- Eu vou tirar a mão da sua boca. Se você gritar, vou ter que fazer algo que eu ainda não quero fazer aqui. Pisque duas vezes com os olhos se você entendeu. – A garota assentiu. Ele destapou-lhe a boca.
Como ele havia passado por todos os seguranças? Se ela gritasse, será que eles chegariam a tempo? Será sequer que estariam vivos a essa altura? Ela estava com medo. Por precaução escolheu não gritar. Tentou se manter calma. Era uma mulher segura. Sempre soube negociar e sair de qualquer situação. Pensou que talvez só se tratasse de um assalto normal.
- Por favor. Eu não tenho muito dinheiro aqui comigo. Minhas jóias estão na última gaveta do armário. Pode levar todas. Só não me machuque.
- Só vou levar uma jóia desta casa, Graziella.
Seus olhos brilharam assustados pelo que ele disse e por saber seu nome. Mas logo lembrou que todos sabiam. Seu marido envolvido no escândalo era atualmente a primeira página de todos os jornais. E volta e meia algum papparazzi conseguia uma foto dela nas poucas vezes que saia da estância. O homem então tirou uma algema de metal e prendeu os pulsos de Graziella bem apertados atrás das costas. Virou-a de barriga para cima, tendo uma visão privilegiada de seu corpo. Mesmo deitada, os seios apontavam para o alto. O monte de Vênus com uma pequena trilha de pelos claros sobre a vagina. O cheiro delicioso da garota recém retirada à força de seu banho.
- Abra a boca! – ordenou.
Ela obedeceu. O homem então colocou dois bastonetes dentro da boca da garota, mantendo-a aberta. Retirou algo parecido com um comprimido de dentro do bolso e colocou-o sem nenhuma delicadeza sob a língua de Graziella. O remédio se dissolveu rapidamente na doce saliva da menina, que caiu num sono pesado e profundo.
Se em alguns momentos de tensão e pressão extrema sua vida passa diante de seus olhos, aquele era o momento para Graziella. Sua mente foi inundada pelas memórias de quando ela ainda podia ser ela mesma, sem poses, sem falsidade. Lembrou de seus primeiros dias no centro acadêmico da faculdade. Ela e sua turma do grupo de estudos discutiam organizações políticas, direitos civis, materialismo histórico, e outras coisas que ainda vagavam em sua mente, enquanto ao lado um grupo de moleques falavam alto, fumavam e jogavam sinuca na mesa do C.A.
- Com licença. Vocês podem falar um pouco mais baixo?
- Ahh...irritamos a miss. Vai fazer o que, delicia? Me bater com a coroa e o buquê de flores? – responde um deles sarcástico, sem tirar o cigarro do canto da boca.
Seu nome era Rodolfo, conhecido como “paulista”. Capitão do time de rúgby da faculdade e proeminente líder da turma dos que estavam lá para qualquer coisa, mas certamente não para estudar.
- Olha, nós temos um trabalho para apresentar amanhã e estamos tentando... – replica Graziella, sendo interrompida.
- E eu tenho que ganhar a grana que apostei com esses caras aqui. Entre o seu trabalho de pré-primário e o meu sucesso financeiro na sinuca, qual será o mais importante para mim?
Graziella balançou a cabeça e voltou seu olhar para os livros, voltando a falar com seus colegas e ignorando os comentários do rapaz. “Que cara estúpido” – pensou ela.
* *
“Acorde!”
Graziella foi despertada com alguns tapas no rosto e o álcool invadindo suas narinas. Continuava nua, deitada em uma cama de solteiro. Os braços ainda atados atrás das costas. Um homem a vigiava sozinho. Ainda encapuzado, ela não conseguia ver seus olhos no quarto escuro em que estavam. Devia ser o mesmo que a seqüestrou. Via apenas o brilho do cabo da arma prateada na cintura, sob a calça. Definitivamente não era o seu quarto aquele. Ela havia a levado para um lugar afastado, e ela se perguntava como teria conseguido retirá-la da casa na estância. Ela se lembrou de seu sonho há pouco. Seria esse o preço merecido que ela devia pagar por abandonar suas convicções e viver uma vida cômoda com dinheiro roubado?
- Levante-se! – Disse o homem pegando uma máquina fotográfica digital sobre uma mesa. Ela obedece prontamente mas com dificuldade, ainda zonza e tentando se equilibrar em duas pernas.
O mascarado então começa a fotografá-la nua. Vários flashes seguidos fazem sua vista recém acordada embaçar.
- De costas, agora!
- O que você quer de mim? – ela tenta argumentar.
Ele vai até ela e a vira de costas à força. Tira fotos da garota também naquela posição.
- Umas fotos de você pelada vão ser mais persuasivas para o corno do seu marido pagar logo o resgate. Ele vai ficar mansinho quando ver você nessa situação.
A nudez de Graziella a quebra moralmente diante do seqüestrador. Humilhada, ela acata todas as ordens sem hesitar.
- Olhe para a câmera quando eu fotografar você!
Ele a coloca em posições que a deixam exposta e indefesa. Posições em que ela nunca ficou nem para seu marido. Pernas abertas, de barriga para cima, como em um exame ginecológico. Depois com o rosto no chão e a bunda empinada. Entre outras. Ao terminar, retira o cartão de memória da câmera e guarda em um dos bolsos.
- Você deve estar com fome.
Graziella faz que sim com a cabeça. O seqüestrador então pega um recipiente com algo parecido com uma sopa bem rala. Atira-o no chão. A madame acostumada a freqüentar os melhores restaurantes da cidade é obrigada a comer com os braços atados para trás, sem talheres, como uma cadela esticando a língua para alcançar a comida. Ela aceita tudo, consternada, mas como se merecesse. Ao final ele a levanta, coloca um capuz de couro envolvendo sua cabeça, com apenas duas aberturas para o nariz e a boca, prende um gancho na corrente da algema obrigando-a a ficar com o corpo inclinado, tocando o chão apenas com a ponta dos dedos.
- Tenho que fazer algumas ligações. Tente descansar – ele diz, rindo, sendo obviamente impossível para Graziella ter qualquer conforto na posição em que estava.
O homem sai e a deixa lá. Seus braços começam a formigar, e a falta de circulação vai fazendo seu corpo todo adormecer. Ela entra num estado de transe, caindo num sono leve uma hora, e na outra acordando repentinamente. Não tem mais idéia de há quanto tempo está ali. Até que adormece de vez.
* * *
Sua mente volta a outro lugar, outros tempos. Ela se lembra do dia em que estava em um protesto após os funcionários da faculdade entrarem em greve. Ela e seus amigos decidiram participar ao lado dos servidores, marchando por uma avenida. Ao chegarem ao quarteirão próximo à prefeitura da cidade, um grupo de policiais enfileirados lado a lado, usando capacetes, escudos e cacetetes se colocaram à frente dos manifestantes. Não demorou até a pancadaria começar.
Graziella tentava acalmar a multidão, quando um dos policiais partiu na direção dela, os pesados coturnos faziam barulho batendo no asfalto. Tentou recuar, mostrar que não ia oferecer resistência, mas acabou tropeçando na sarjeta e caindo na calçada. Só teve tempo de ver o oficial levantar o cacetete empunhado na mão direita e proteger o rosto esperando a pancada. Foi quando viu, aparecendo de não se sabe onde, um homem acertar o peito do policial com um dos pés, derrubando-o na rua. Estendeu a mão para a garota, levantou-a e a tirou do meio da briga, entrando em um beco entre dois edifícios. Era Rodolfo, o garoto antipático que ela conhecera na faculdade.
- O que você está fazendo aqui? – ela perguntou.
- Bom, eu sempre venho ver essas passeatas para rir um pouco enquanto vocês apanham da polícia, mas mudei de idéia. Achei desnecessário o que aquele policial ia fazer com você.
- Como você é babaca, moleque!
- Sim, mas um babaca que acaba de salvar o rostinho da miss de uma pancada de porrete.
Ela tentou parecer indiferente ao que ele falou. Fez menção de voltar à rua ajudar seus amigos. Foi quando ele a pegou pelo braço e prensou-a no muro olhando bem nos olhos azuis da garota por alguns instantes. Pela primeira vez se olharam detalhadamente. Pela primeira vez ela viu algo diferente na garoto loiro de cabelos espetados e olhos castanho-esverdeados. Pela primeira vez se beijaram.
* * *
Ela acordou mais uma vez com o seqüestrador a tomando em seus braços. A privação sensorial causada pela mascara não a permitia saber em que posição seu corpo estava em relação ao chão. Era como se ela flutuasse. Ainda estava com o sonho fresco na memória. Rodolfo a salvara daquela vez. Será que ele viria salvá-la de novo? Provavelmente não. Mesmo sendo forçada a deixá-lo como foi naquela época, ela não poderia dizer que não teve escolha. “Sempre há uma escolha”. E ela se responsabilizava pelas suas. E mesmo que alguém a salvasse, o que viria depois? Ela voltaria para sua vida confinada na casa da fazenda, com a consciência pesada pelo tipo de vida que levava, contrária a tudo que considerava as bases de toda a sua convicção.
- Se o seu marido não pagar o resgate até esta tarde, tenho uma surpresa para você.