Você já passou por uma situação tão sensual e erótica que parecia livro? Já se sentiu especial, mesmo que por um segundo, sem precisar saber nomes? Se a resposta for sim, acho que vai me entender...
Apesar de ser casada e ter uma filha hoje, e ser muuuuiiiiito bem resolvida sexual e emocionalmente, algumas coisas pelas quais passamos deixam marcas, ou impressões boas de situações vividas. Esta é uma delas, e me deu uma vontade de compartilhar. Gostaria que sonhassem um pouco também... boa viagem!
Vou começar contando porquê eu estava no ônibus. Vocês já fizeram uma viagem de ônibus inesquecível?
Eu tinha meus 17 anos e voltava para São Paulo depois de visitar meus tios no interior de SP. Conseguimos passagem apenas a noite, e em poltronas separadas. Minha prima mais velha ficou mais a frente, com minha irmã mais nova e minha prima perto dela. Eu fiquei com uma poltrona na parte de trás do ônibus, na janela, sozinha. Sempre curti ficar sozinha um pouco e tirar um tempo para pensar, então não me importei.
Olhando pela janela com o ônibus parado, nem vi quem sentou ao lado ou atrás. Já estava com o pensamento longe, na bagunça que eu havia feito com meus primos nos barzinhos da cidade, e ria sozinha.
Foi quando o ônibus saiu, a luz se apagou e rapidamente estávamos na estrada. Pulei da cadeira ao sentir uma mão vindo pelo meu lado esquerdo, espremida entre meu banco e a janela. Na mão dele estava um papel dobrado. Sim, dele, pois definitivamente era mão de homem, e reparei que parecia jovem, máscula e grande.
Nem preciso dizer que fiquei com medo, imagine se for alguém com alguma coisa ilícita ou um maluco? Olhei para a frente e procurei minha prima, mas ela estava meio longe. A mão não desistiu, mas não ouvi um barulho sequer vindo de trás. Peguei o papel – estava ficando louca? – e meu coração bateu mais forte. Dentro, escrito com uma letra firme e corrida, um convite para ir para o banco de trás. Peguei uma caneta – sim, eu era maluca – e respondi que não.
Quando dobrei o papel para colocar na mão dele, ele pegou minha mão com firmeza e começou a acariciar o pulso com o dedo. Meu coração saiu pela boca quando passou para o meu braço. Senti um calafrio e tentei tirar a mão. Não consegui.
Bom, pensei, em um ônibus lotado ele não vai ser louco de fazer algo. Mas por via das dúvidas, me levantei e fui falar com a minha prima. Na volta eu queria tentar ver quem era o ser misterioso.....
O ônibus estava totalmente imerso na escuridão, lá fora acho que só tinha mato, pois não havia luz. Quando olhei na direção do dono daquela mão maravilhosa, vi um par de olhos que brilhavam com a luz da lua, e pareciam estar sorrindo maliciosamente para mim. Fiquei envergonhada e entrei no meu lugar o mais rapidamente possível.
Olhem, se me perguntarem, eu não sei se quem estava do meu lado era homem ou mulher, mas estava dormindo e eu nem prestei atenção. Meu foco era nos olhos brilhantes atrás, e pela altura deles parecia que o ser misterioso era alto.
Quando sentei no banco novamente, quase pulei da cadeira, a mão dele já estava lá, com outro bilhete. Peguei o bilhete, e enquanto tentava me concentrar no que estava escrito aquela mão maaaaraaavilhooosa começou a acariciar meu braço e foi subindo. No bilhete estava escrito “porque não?”, e eu sinceramente, até hoje, não sei a resposta. Apenas fiquei com medo e fui responder “não”, mas a mão dele já estava no meu pescoço e acima dos meus seios, e creio que minha resposta ficou meio tremida...
Ele puxou o bilhete para trás rapidamente e voltou parecendo não querer perder tempo. Subiu meu braço até meu ombro, meu pescoço e a essa altura eu não conseguia mais esconder que estava gostando... gemi baixinho e ele pareceu entender. Bem devagar, abaixou a alça da blusa com o sutiã e meus seios ficaram expostos. Senti frio, mas por pouco tempo. Sua mão quente e firme avançou para os meus seios, apertando os mamilos entre os dedos. Suspirei alto e quase gritei quando, do outro lado da poltrona surgiu uma mão tentando alcançar minhas pernas.
Meu corpo tremeu de expectativa, e não consegui me conter. Um calafrio percorreu a espinha até o meio das minhas pernas, me deixando excitada. Minha. Nossa!!! Inclinei meu corpo de forma a ajudá-lo, pois ainda havia uma poltrona entre nós. Pensei por um momento na posição incômoda que ele deveria estar, mas até este pensamento foi embora quando sua mão alcançou entre minhas pernas e foi massageando para frente e para trás. Quando alcançou a altura do meu ponto mais sensível, eu não vi mais nada. Meu corpo parecia queimar por dentro, o coração batendo forte, respirar parecia difícil... e comecei a mexer o corpo, como que para chegar mais perto. Sua outra mão ainda dava total atenção aos meus seios, em volta deles e na minha barriga. Ele subiu sua mão no meu rosto, acariciando, e eu chupei o seu dedo, mostrando como gostaria de fazer com ele. Como eu disse antes, perdi a razão... quase. Eu ainda não iria para trás, de maneira nenhuma. Mas as sensações eram tão fortes que eu gozei e tremi no banco, lutando para não gritar no ônibus e mordendo meus lábios. Quando parei de tremer, suas mãos ainda estavam no meu corpo, meu pescoço, meu rosto, bem devagar, como que para me acalmar.
Estávamos chegando em São Paulo... Eu beijei suas mãos, como em agradecimento. Ele tentou puxar minhas mãos para trás, mas fiquei com medo e não deixei. Houve tentativa de bilhete, me convencendo, mas ainda neguei. Ele não perguntou meu nome, nem pediu telefone. Eu também não. Ambos sabíamos que aquela seria uma experiência única.
Eu ainda estava em outro planeta e demorei um pouco para me ajeitar para sair. Minha prima estava chamando e o ônibus parou. Eu olhei pela janela e gelei... meu pai estava esperando lá embaixo! E se o ser misterioso resolvesse falar algo?
Desci, procurando minha mala e falei com meu pai. Minha irmã e primas já tinham as delas e só faltava eu. Meio aérea ainda, avistei minha mala atrás do meu pai e me inclinei para pega-la, meio que olhando para os lados preocupada.
Então eu o vi. Alto, cabelos loiros escuros, olhos castanhos profundos e uma boca maravilhosa que sorria. Ele parecia se divertir e falar com os olhos “viu o que perdeu?”.
É. Eu vi. E até hoje fecho os olhos e me pergunto o que poderia ter sido. Desviei os olhos e fui embora. Ainda olhei mais uma vez para trás, subindo a escada rolante. Ele ainda me encarava, sorrindo.
Se por acaso estiver lendo e se reconhecer, gostaria que soubesse como afetou meus sonhos dali em diante...