SEGUNDA TEMPORADA – MEU AMIGO ME AMAVA
CAPÍTULO 02
Pedro estava literalmente em maus lençóis. Principal suspeito de ter matado o padrasto no Espírito Santo, e acusado pela própria mãe. Foi preso injustamente por tráfico de drogas, sendo vítima de uma armadilha do Estevão e seu comparsa, e para piorar, recebe o assédio e ameaça de Novais, uns dos policiais que o prendeu.
Entrando na cela Pedro entra ainda em estado de choque pelo interrogatório do delegado em busca de respostas, pois, as coisas não se encaixavam direito, e seus vários anos de experiência o fazia desconfiar de Pedro. Tudo indicava que o homem que estava em sua frente era realmente um assassino, matou o padrasto, mas, diante de Pedro e o jeito do rapaz não o acusavam, pelo contrário, algo dentro de si dizia que Pedro escondia alguma coisa, porém, que coisa? Era isso que o delegado estava disposto a saber, qual o real mistério que envolvia essa história?
Dentro da cela Pedro e Gileno tem uma intrigante conversa.
Gileno - Cara estava preocupado com você. E aí como foi?
Pedro - Descobriram tudo cara?
Gileno - Tudo o que?
Pedro - Advinha... Como imaginei Gileno, puxaram minha ficha. Descobriram tudo.
Gileno percebe, reage forte.
Gileno - Não acredito cara, e agora?
Pedro - Agora não sei. Estou perdido.
Gileno - Pedro... Não acha melhor contar logo toda a verdade cara.
Pedro avança para cima de Gileno que fica assustado. Os olhos castanhos de Pedro ficam escuros, negros como a treva.
Pedro - Você sabe muito bem que não posso contar a verdade, você sabe muito bem Gileno!
Gileno - Mas Pedro... Você vai levar a culpa.../
Pedro corta Gileno, nem o deixando terminar a frase. Aperta sua garganta quase o sufocando, seus olhos ainda continuavam negros, frios, como se fosse outra pessoa. Pedro sempre fora expressivo, mas essa expressão de ódio, e ao mesmo tempo medo nunca havia deixando transparecer.
Pedro - (corta Gileno) Gileno cala sua boca! Tu sabe muito bem de toda a história. Tu sabe muito bem.
Gileno - Pedro já estamos complicados com o lance das drogas, e agora isso cara.
Pedro - Tu sabe muito bem que plantaram aquela droga lá em casa. Você sabe muito bem.
Gileno - Mas quem teria o objetivo de querer te prejudicar Pedro... Quem?
Pedro - Não sei... Na verdade eu suspeito, mas penso está delirando. Estaria muito na cara e essa pessoa que suspeito é esperto, não daria um vacilo assim tão grande, ou daria?
Gileno - De quem você suspeita Pedro?
Pedro - Quem é a única pessoa que tem um desejo mortal de nos prejudicar Gileno. Quem é a pessoa que tem um pé atrás com a gente há muito tempo, que nos odeia ao ponto de querer nos ver prejudicados, atrás das grandes, para e pensa.
Gileno - O Estevão.
Pedro - Sim... Esse desgraçado mesmo.
Gileno - Vingança por conta do vídeo. Será?
Pedro - Por isso e muito mais Gileno. Mas são só suspeitas. Preciso falar com o Breno, ele vai saber o que fazer. E se for mesmo o Estevão o Breno vai descobrir e confirmando Gileno você pode ter certeza de que mato esse desgraçado, eu acabo com a raça desse infeliz!
Nos olhos negros do Pedro.
Enquanto isso Alessandra corre pelas ruas desnorteada, as palavras do Jhonny ainda perturbam sua cabeça. Alessandra anda pelas ruas descalça. Não acredita no que está acontecendo. Na noite anterior estava feliz, realizada, noiva do homem que ama. E hoje ao acordar, após fazer amor com seu noivo ouve de sua própria boca que decide terminar. Um golpe mortal para qualquer mulher, ainda mais se tratando de Alessandra, uma mulher intensa demais em tudo, principalmente no amor. Jhonny não se deu conta, mas acabou envolvendo Andressa nesse relacionamento, ela se apaixonou pelo jeito meigo, atencioso, e envolvente do Jhonny, e agora como se sairia dessa?
Alessandra para em frente ao mar, seu rosto está cheio de lágrimas. Ela olha quase que em transe as ondas do mar que vem lhe trazendo lembranças. Recorda do dia do seu aniversário na boate, e que vê o Jhonny, acompanhado do Breno, pela primeira vez. Lembra da dança na boate, do primeiro beijo. Alessandra desperta e continua andando fascinada em direção ao mar. Lembra do dia em que é pedida em noivado na casa do Jhonny, da felicidade que sentira naquele dia. Por último do dia da festa de noivado, o brinde, a festa que não saíra conforme planejara, mas foste linda, uma festa dos sonhos de qualquer mulher. Alessandra continua caminhando fascinada em direção ao mar, seus pensamentos estavam tão longe, num transe tão distante da realidade que ela não percebe o real local em que está, até que uma onda forte a derruba, jogando-a para dentro do mar.
Nesse meio tempo Luciana está na delegacia aguardando a chegada do advogado da família de Robertinho, Drº Rubens. Luciana está sentada na recepção da delegacia durante horas, sozinha, pois Robertinho estava no hospital preocupado com o delicado estado de saúde de sua mãe, e eu na rua tentando digerir ainda tudo o que estava acontecendo. Até que adentra Drº Rubens, um jovem advogado, bem vestido com terno e gravata e sua pasta. Luciana olha admirada com a figura do Drº Rubens, que até então, por conta de toda a confusão não havia observado.
Rubens - A senhora é Luciana, esposa do acusado?
Luciana - Sim...
Rubens - Prazer meu nome é Rubens.
Luciana - Luciana.
Rubens - O Robertinho me adiantou algumas coisas pelo celular, antes preciso falar com o delegado, dar uma lida no depoimento e no relatório de apreensão dos policias que deram o flagrante.
Luciana - Tudo bem.
Rubens chega perto de Luciana e lhe faz um carinho, nada demais, algo super frio, mecânico.
Rubens - Não fique assim, tudo vai se resolver.
Luciana - Foi uma armação, o Pedro nem fumar fuma doutor, como que ele teria em casa 10 quilos de cocaína em seu armário, como?
Rubens - Calma, vamos averiguar todas as informações da apreensão e entrar com um recurso para que antes do julgamento por tráfico, eles por serem réus primários respondam ao processo em liberdade. Temos muitas coisas a nosso favor como trabalho fixo, bons antecedentes. Tudo vai se resolver, fique calma.
O advogado sai e Luciana senta-se novamente em uma das cadeiras da delegacia.
Enquanto isso Vinicius anda pela praia chorando, triste pela conversa dura que teve com a pessoa que sempre amou na vida, Kadu. Vinicius não percebe, mas durante todo o tempo é observado por um surfista que anda pelo calçadão com sua prancha e não tira os olhos dele.
Vinicius continua a caminhar, sendo observado seguido sem perceber pelo surfista na praia.
Nisso na minha casa meu irmão Rick, fica ansioso atrás de alguma resposta, até que chega minha mãe.
Zilda - Oi filho, seu irmão ligou?
Rick - Sim.
Zilda - E então, quando ele volta pra casa?
Rick - Não disse nada não mãe.
Zilda - Então o que ele disse?
Rick - Mãe... Apareceu uma mulher aqui atrás do Breno.
Zilda - Uma mulher? Como assim meu filho!
Rick - Uma mulher chorando, desesperada atrás do Breno.
Zilda - (aflita) Mas por que?
Rick - Parece que um amigo do Breno foi preso, e o ele poderia ajudar.
Zilda - Que amigo meu filho?
Rick - O Pedro.
Zilda fica intrigada, não fala nada. Se senta no sofá e fica pensativa. Rick sai da sala vai pro quarto.
Enquanto isso no apartamento de Estevão pezão fica intrigado de entrar no boxer e flagrar o patrão excitado debaixo do chuveiro.
Pezão - Pensando em que patrão?
Estevão fica perplexo, pálido, sem saber o que responder.
Pezão - Na ducha aí, de pica dura, ta na fissura é?
Pezão entra pelado no boxer e encosta Estevão contra a parede, seu corpo másculo começa a ficar molhando, pois liga a ducha. Estevão nem reage, fica inerte. Pezão começa a chupar seu pescoço, ajoelha e vai descendo, beijando o peitoral definido e lisinho de Estevão, vai até sua pica ainda ereta, dura feito pedra e começa a mamar. Mesmo a água caindo sobre o rosto de Pezão, ele não se intimida, levanta uma das pernas de Estevão sobre seu ombro, ajoelhado no chão e desce até seu saco, põe-no na boca e começa a chupar. Estevão sente um mix de dor e tesão, até que Pezão se posiciona e vai até seu anus e começa a lamber, deixando-o ainda mais excitado. O clima esquenta no boxe.
Enquanto isso Alessandra é engolida por uma onda violenta que vem até a margem da praia e a puxa com força para dentro do mar. Havia uns clientes no quiosque que percebe o ocorrido e começam a observar de longe. Alessandra ainda estava em transe, até se dar conta do local em que estava. A água fria deixa seu corpo dormente, ao ponto de ficar imóvel. Alessandra começa a se desesperar dentro d’água, tenta gritar, pedir socorro, mas seu corpo não obedece, e a cada onda que vai e volta ela é ainda mais empurrada para dentro do mar.
Levantam-se dois caras que estavam no quiosque correm em direção ao mar.
Enquanto isso estou na praia, olhando pro céu, tentando entender, tentando achar uma explicação. A minha mente ficou conturbada com tanta coisa ao mesmo tempo. Sempre soube que o Pedro tinha um segredo, e isso muitas vezes me incomodava, por que ele fez um esforço enorme para esconder seu passado no Espírito Santo, como se alguma coisa muito grave o pressionava a querer esconder. Me levanto e decido encarar os problemas de frente, precisava ver o Pedro, falar com ele, saber da boca dele a verdade. Não... eu não poderia acreditar no que estava acontecendo. O Pedro um assassino, não! Não o Pedro que eu conhecia. Tomo coragem e decido ir até a delegacia, estava na hora de enfrentar mais esse problemas, como eu sempre pensei, problemas são para serem resolvidos, não para fugirmos dele. O medo é um inimigo perigoso, pois ele nos trava, nos impede de fazermos o que realmente queremos e isso nos fazem sofrer muito mais.
Enquanto isso, no hospital, Robertinho decide sair do quarto, ainda bastante emocionado com o real estado da mãe. Fechando a porta do quarto Robertinho leva um susto ao encontrar seus irmãos: Rodrigo e Cinthya em pé o olhando. Robertinho respira fundo, tentando recuperar o fôlego para encarar os irmão. Cinthya é meiga, dá para perceber pelos seus traços, bem parecidos coma mãe. Olha pra Robertinho com compaixão, vê o quanto o irmão está arrasado. Rodrigo é mais duro, firme, e o terno que usava não deixava passar desapercebido sua profissão, e os óculos o deixavam mais sério ainda. Pelo seu porte dá pra perceber que cuida do corpo, forte, braços e ombros largos, coxas grossas. Olhos parecidos com os de Robertinho, e o rosto também. Robertinho se aproxima e dispara.
Robertinho - O que estão fazendo aqui. Vieram ver a carniça da mamãe, já de olho na herança?
Cinthya intervém, tenta amenizar.
Cinthya - Só podemos vir agora Roberto, estávamos atarefados.
Robertinho - Atarefado porra nenhuma. A mamãe há quase um ano nesse hospital, entre a vida e a morte e vocês não vieram um só dia ver como ela estava.
Cinthya - Sempre ligávamos, sabendo por informações.
Robertinho - Ligavam para dar uma satisfação, mesmo assim uma só vez. Nossa mãe Cinthya... nossa mãe, e só eu aqui ao lado dela. Urubus, vieram fazer uma última gentileza já de olho na herança.
Rodrigo - Você está sendo injusto Robertinho, está sendo cruel.
Robertinho - Quem é você pra falar de crueldade cara. Quem é você? Saiu de casa daquela maneira ridícula, e nunca mais voltou. Você é tão responsável pela doença da mamãe. Primeiro filho, sabe o quanto ela te adorava.
Rodrigo - Não agüentava mais o jeito do papai Robertinho, você sabe cara.
Robertinho - (explode) Não interessa cara, nossa mãe, nossa mãe. E você simplesmente se formou, pegou seu canudo e meteu o pé. Quase um ano cara, você é um mostro!
Rodrigo - Você não sabe de nada Robertinho.
Robertinho - Sei sim, agüentei todas as pontas. Estive aqui, ao lado dela, e agora ela está morrendo, e vocês aí com essas caras de filhos muito prestativos, mas que na verdade estão atrás é da grana dela. Do dinheiro que vão herdar. Abutres, urubus, canalhas!
Robertinho avança para cima do irmão é lhe dá um soco certeiro. Rodrigo vai ao chão sem reação. Cinthya tenta segurar Robertinho que possesso segura a irmã contra a parede.
Robertinho - Se vocês continuassem ao lado dela, ainda teríamos uma família, mas vocês foram covardes, fugiram, acharam mais fácil. Por isso tudo está como está. Eu odeio vocês, odeio com todas as minhas forças.
Robertinho sai correndo e Cinthya chora ao ouvir as palavras do irmão. Rodrigo permanece inerte no chão, até levar a mão à boca e observar que o soco cortou seus lábios. Percebemos o real clima desta família.
Nesse meio tempo chego à delegacia. Luciana está sentada na recepção com cara de sono, cansada, aguardando uma novidade. Me aproximo de Luciana.
Breno - Oi Luciana tudo bem, como estão as coisas por aqui?
Luciana - (aparentemente cansada) Doutor Rubens entrou já faz uma hora e até agora nada. Está na sala do delegado.
Breno - E o Pedro, você conversou com ele?
Luciana - Que nada Breno. Nem o Gileno que conseguiu um Hábeas Corpus eu vi ainda. Meu Deus Breno o que está acontecendo lá dentro.
Luciana me abraça, fico meio sem jeito. A culpa me consumia por completo. Mal sabia ela que era eu o responsável pelo fim de seu casamento. Eu era o amante que ela sempre suspeitou que existia, mas pensava ser uma mulher. Pior que ela nem merecia, é uma boa moça, a culpa estava na minha cara, e ela não a percebia.
Breno - Vamos confiar em Deus, pois tudo vai se resolver.
Minutos depois chega Doutor Rubens. Me levanto rapidamente.
Breno - E então doutor, o caso do Pedro é realmente grave.
Rubens - Parece que sim Breno. Acusado de ser o principal suspeito pela morte do padrasto. O pior é o testemunho da mãe contra a ele. O processo estava arquivado no Espírito Santo por conta do sumiço do Pedro e alguns depoimentos que não batiam. O Gileno em poucas horas será libertado e conseguirá responder ao processo em liberdade por ser primário e ter bons antecedentes.
Breno - Jesus!
Luciana - Isso é mentira, uma injustiça.
Luciana fica histérica e começa a gritar.
Breno - O que você sabe sobre essa história Luciana, diz o que você sabe.
Luciana - Eu prometi não me envolver.
Breno - Como assim. Se o Pedro é inocente, diz a verdade, conta o que houve. Salva a vida do Pedro.
No climão do momento.
Continua....