- Por que você faz isso comigo? Você me deixa louco, sabia? Você me beija e depois me ignora, diz que me ama e me manda embora. Eu não te entendo...
- As vezes nem eu me entendo, mas esquece isso, ja te pedi desculpas.
- E eu te desculpo.
Nós estávamos na minha cama mais uma vez, só que agora ele me beijava, com carinho, amor. Eu estava com a cabeça no peito dele e brincava com os dedos de sua mão.
- Rick, por que um pássaro?
- Porque essa pessoa parece um gavião. Sempre me olha como se eu fosse uma presa, com olhar enigmático, e sempre acerta o alvo. E também é corintiano hahaha...
- Besta.
- Você é meu gavião! Meu gaviãozinho, gostosinho, bonitinho, cheirosinho...
- Para de apertar minha bochecha. Hahaha.
- Te amo, sabia?
- Sabia, e demorei tempo demais pra acreditar.
- Cabeça dura é foda, mas é por isso que eu te amo.
- Bobo.
Ficamos em silencio por um tempo, nos beijando, fazendo carinho...
- Gá. Eu to confuso.
- Gá? Quem é Gá?
- Você, meu gavião.
- Era só o que me faltava...
- Não sério agora. Eu estou confuso, e com medo. Eu não... sou...
- Gay? Sério? Depois de tudo isso?
- Não! Não é isso. O que a gente teve foi diferente. Eu gosto de ficar com você, você me atrai, eu gosto do seu corpo, do seu cabelo, dos seus olhos... mas só de você. Eu não me sinto atraído por mais nenhum homem, só mulheres.
- Eu acho que... bom... hetero você não é mais, e gay.... não completamente, então você deve ser bi.
- Bi? Mas eu só gosto de você, de homem.
- Mesmo assim, Rick. Hetero você não é mais, e não por ser bi que você tem que sentir atração por todos os homens que aparecem na sua frente.
- Você ta certo. Só um homem me atrai, e é meu gavião.
- Meu deus, como consegue ser tão besta?
Ficamos namorando mais um tempo, mas eu percebi que ele estava distante.
- Érik, ta tudo bem?
- Eu... vou embora ta? Eu te ligo mais tarde.
- Dorme aqui? Por favor?
- Eu vou em casa pegar roupa e ja volto... pode ser?
- Pode...
- Então ta.
Ele me deu um beijo rápido e saiu. Uma hora se passou e ele não tinha chegado ainda. Resolvi ligar pra ele e ele não atendeu. Então meu celular tocou depois de quase duas horas:
- Eu vou dormir em casa ta?
- Mas... Érik ta tudo bem? Você ta chorando? Eu te explico depois ta?
- Tudo bem... eu te amo viu?
- Eu sei. Eu também.
Fui pra escola muito feliz no outro dia, mas estava preocupado com ele, ele não me ligou nem mandou mensagem. Quando sai da escola ele estava na frente. Ele estava todo arrumado, ele deveria estar trabalhando, e com óculos escuros.
- Oi, ta tudo bem? Eu o abracei e ele me deu um beijo no rosto. (como ele sempre fazia, mesmo antes de eu me declarar etc.)
- É... entra, eu te levo pra casa.
- Senti sua falta ontem, você não me ligou nem mandou mensagem... e por que você tava chorando ontem? O que aconteceu?
Enquanto ele dirigia eu via que ele estava tentando se segurar, mas uma lagrima escorreu por seu rosto.
- Eu falei com a minha mãe, eu contei tudo, que eu me apaixonei por um cara.
Ele parou o carro em frente a minha casa. Ele encostou a cabeça no volante e começou a chorar.
- o que ela falou?
- Que não sabia se ficava feliz por eu ter finalmente descoberto o amor ou decepcionada por ser por um homem.
- E o que aconteceu?
- Meu pai não olhou na minha cara. Minha mãe mandou eu seguir a minha vida, mas sem contar com ela, e sem dizer quem era o tal homem que acabou com a minha vida.
- Então.... é melhor você ir. Eu não vou te ligar mais ok? Pode seguir sua vida.
- Não! O que você ta falando?
- Eu não quero te separar da sua mãe. Isso não é certo.
- Eu ja fiz minha escolha, eu escolho você.
- Eu não estou pronto pra me assumir.
- Ta brincando né? Você me seduz, eu falo tudo isso pra minha mãe e você me diz que não ta pronto? Só pode ser brincadeira mesmo.
- Érik! Você é mais velho do que eu, tem a mente mais formada, eu só tenho 16. Você não sabe o inferno que vai ser minha vida na escola!
- Ta! Tudo bem. Me desculpa.
- É melhor eu ir...
- Espera! Não vai me dar um beijo.
Dei um beijo rápido nele e sai. Estava com medo de isso não dar certo, mas era o melhor a ser feito. Ja estava na hora de falar com meus pais, essa era a maior prova de amor que eu poderia dar.
Continua