Conheci minha mulher nos bancos da universidade, uma loira de 42 anos, bem tratada, cara de safada, executiva de uma grnde empresa da cidade do litoral do Paraná.
Nosso romance começou em 2005 e foi se desenvolvendo com os naturais altos e baixos até 2011.
Neste período ficamos afastados por nove meses, uma vez que ela acabou caindo nas cantadas e graças de um de seus colegas de trabalho.
Quem já leu outros de meus contos sabem perfeitamente da veracidade da situação. O que foi relatado em contos passados e este que vocês estão lendo agora, teve origem em fatos verídicos pincelados de nossa vida.
Minha mulher sempre soube de minha liberalidade em relação aos seus possíveis desejos de experimentar outra pica, desde que eu fosse devidamente comunicado. Havendo transparência, cumplicidade, companheirismo entre o casal, não existe traido nem traidor. Nâo existe corno, traição. Traição é quando existe dolo.
Ela trabalha em uma grande empresa que atualmente está passando por reformas.
Veio da capital um cara transferido para um setor ligado diretamente ao seu.Ambos trabalhavam na mesma sala.
Eu, formado em Marketing Empresarial, Turismo e Eventos, esporadicamente prestava consultoria ao departamento de promoção social da empresa em que minha mulher trabalhava. Acabei fazendo amizade com seu novo amigo de trabalho, Israel. Prestei alguns serviços aos seu departamento. O cara,indiretamente, passou a fazer parte do meu relacionamento, uma espécie de amigão para um almoço, uma janta, um bate papo durante as caminhadas pela avenida da orla de nossa cidade.
Na verdade um típico amigo da onça.
Minha mulher, na cama, na hora de dormir depois das naturais e gostosa trepadas, sempre se referia ao seu novo colega.
Um cara sozinho, que sempre na roda de conversa com os demais dizia que se tivesse de casar, casaria com quem lhe sustentasse.
Muito bem.
Esse papo às vezes me deixava desconfortado.
Mesmo sendo liberal eu preconizava as fronteiras, os limites, a informação e o respeito.
De setembro de 2010 a Janeiro de 2011 o comportamento de minha mulher passou a ser diferente.
Muito diferente.
Posso ter cara de corno, mas manso e burro de forma alguma.
Fui policial um bom tempo de minha vida. Fiz alguns bons trabalhos investigativos na época. Mandei alguns desavergonhados falarem com Jesus antes do tempo
Como já disse, como escreví acima, sou igual à propaganda do antigo shampoo Denorex; parece mas não é.
Minha mulher passou a fazer depilação todas as quartas feiras. A comprar e usar roupas mais insinuantes e coisa e tal.
E eu, já sentindo alguma coisa me causar coceira acima das sobrancelhas, coloquei meus perdigueiros a campo.
Em minhas viagens para Curitiba sempre deixava um vigia do serviço de minha mulher abastecido de grana e equipamentos de espionagem. Os caras me faziam um relatório completo.
Ficava fora uma semana, dez dias. Quando voltava, ia buscar minha esposa no trabalho, acabava me deparando, me encontrando com "meu colega de caminhada" Israel. O filho da puta me tratava como um marajá. Chegava até a me pagar almoço, bebidas, crente que eu estava comendo com farinha.
Ele mora em frente ao trabalho, em um pequeno apartamento.
Todas as quartas e sextas feiras minha mulher ou não vinha almoçar ou jantar em casa. Dizia que tinha de fazer serviços extras.
No final de setembro de 2011 inventei uma viagem para Curitiba e não fui.
Emprestei um carro de um colega, todo insufilmado fui a campo.
Para não deixar muito longo o texto, cadela de minha mulher ou trepava com Israel na hora do almoço ou na janta impreterivelmente.
Em janeiro de 2011, numa destas sextas feiras, em nosso quarto, apertei e ela abriu o jogo.
Segundo seu relato, Israel tinha uma renda extra paga por sua namorada de Curitiba. Nao gostava dela. Viva comendo para não perder a mesada. Como veio para o litoral , passou a se interessar por minha mulher, cantou, e ficou comendo a vagaba a partir de setembro.
Não lhe dei um tiro na cara para não desperdiçar um projetil ponto quarenta.
Fui para o Mato Grosso. Fiquei lá até a páscoa.
Quando voltei, já com outra viagem marcada para o Rio, encontrei o filho da puta indo para o almoço e fui conversar.
O cara se desmanchou em desculpas. Disse estar arrependido. Que já tinha falado e contado tudo para sua mantenedora em Curitiba. Que era para eu voltar para minha mulher porque sua namorada caixa dois descobriu e seu emprego estava ameaçado.
Falou com os olhos cheios de água, talvez por medo de ver em minha polchete o cabo de minha pistola.
Fui ao Rio. Quando voltei minha mulher ( já estavámos separados) me procurou pedindo para voltar. Mostrou-se arrependida, culpada. Falou que Israel lhe enganou.
Falou que se eu permitisse, casaríamos legalmente, e aí então, ela me faria um corno oficial. Um corno perfeito, sem esconder nada.
Como todo candidato a corno, voltei. Aceitei os chifres, mas tenho na garganta um espinho, pois foi uma bofetada. E a resposta para bofetada na cara de um homem íntegro, honesto, probo é uma, apenas uma bala.