COMO EXPLICAR? LOGO ELE?!?

Um conto erótico de CearAcreano
Categoria: Homossexual
Contém 6697 palavras
Data: 22/07/2011 20:08:55
Última revisão: 04/09/2011 22:54:35

QUARTA FEIRA, SETE DE JANEIRO DE 1998

*

*

Véspera do vestibular, sete da noite, chego em casa e encontro meus pais e meus irmãos reunidos em volta da mesa da sala de jantar.

_ Que foi que houve? Vocês estão com umas caras!

Minha mãe, com uma calma que destoava do nervosismo dos demais, fala:

_ Senta aí, Vinícius!

_ Nossa! Falem logo... alguém morreu?

_ Morreu! O meu casamento com seu pai!

_ Como assim? Teve um enfarte? Até a hora que saí para o cursinho estava tudo numa boa! [...] Explica isso, pai!

_ Vinícius, não estava nada numa boa... Eu pedi que sua mãe não deixasse você notar nada para não te atrapalhar nos estudos... mas ela decidiu acabar com a farsa hoje...

_ Mãe! Que merda é essa?

_ Você usou a palavra certa: merda! É isso mesmo que minha vida tem sido tendo que fazer de conta que seu pai e eu estamos felizes, tendo que dividir a mesma cama... ! E pra quê? Para que você não se abale? Chega! Seu pai vai embora agora e vamos continuar nossas vidas... Você não é mais criança!

Meu pai falou:

_ Só quero deixar claro que nada fiz para que as coisas chegassem nesse ponto: fui fiel, fui responsável, fui um bom pai... mas um casamento não se faz só de um!

E minha mãe:

_ Exatamente! Suas malas estão na sala! Vou pro meu quarto! Quando sair de lá, não quero clima de velório entendeu Vinícius? Vangles? Virgínia?

*

*

DOMINGO. 01 DE FEVEREIRO DE 1998.

*

*

Véspera do resultado do vestibular... dez da noite, meu pai me liga:

_ Alô! Vinícius?

_ Sim.

_ É seu pai, rapaz! Não conhece mais minha voz?

_ Oh, pai! [Risos] Está um barulhão aí!

_ Filho, pega um táxi e vem aqui no meu apartamento... Não fala nada pra ninguém! Mas tem que ser já!

_ Certo! Não há necessidade de táxi, pai! O carro da mamãe está aqui... Eu chego aí num minuto!

_ Não, filho! Faça o que estou dizendo... Venha de táxi! Sua mãe pode precisar desse carro... Já viu!!

_ Tudo bem...

*

*

DEZ MINUTOS DEPOIS...

*

*

Cheguei e meu pai me deu um abraço chorando...

_ Que foi isso pai? Pelo amor de Deus... fala!

_ Parabéns, meu filho! Doutor Vinícius!

_ Ah, pai... Vai contando vitória antes da hora!!! Não estou tão esperançoso! Lembra como estava o clima lá em casa durante as provas?

_ Que esperança, rapaz! Esqueceu que seu tio trabalha no principal jornal da cidade? O resultado já chegou lá para sair amanhã cedinho... Seu nome está lá, filho! Terceiro lugar!

_ O senhor está falando sério?

_ Eu ia brincar com uma coisa dessas, Vinícius? E está aqui meu presente!

_ O que é isso?

_ Abre!

_ [Susto] Pai!!!!!

_ Dá uma olhada pela janela! Aquele vermelhinho!!! É seu, filho!

_ Eu te amo, pai! O senhor sabe disso!

_ E você é meu orgulho! Bem... mas agora eu tenho uma notícia... hummm... não tão boa!

_ Ai! Fala!

_ Depois de amanhã, parto para Santa Catarina... Fui transferido!

_ Oh... Pai! Tão longe... A falta que eu vou sentir do senhor. O senhor sabe... Lá em casa os meninos são todos do lado da mamãe, eu sou sempre o do contra! E depois que o senhor saiu... eu pouco paro em casa, não me meto nos assuntos... Vivem de segredinhos... [Choro] Pelo menos com o senhor eu podia desabafar!

_ Eu sei, filho! Escuta... Você agora tem moral! É um futuro médico! A proteção que sua mãe deu a eles... só fez deles uns dependentes, uns fracos... Você, não! Provou que era capaz! Quero te contar uma coisa: eu tenho certeza que ela decidiu falar sobre a nossa separação naquele dia, justamente, para te desestruturar, para te abalar... E olha só! Você conseguiu!

_ Eu também pensei assim...

_ Mas minha viagem não é definitiva. Esse apartamento vai ficar aqui e quero deixar as chaves com você... Se ficar insuportável viver lá... Vem pra cá! [Risos] Mas quero você lá, de seis em seis meses, matando as saudades desse paizão! Promete?

__ Prometo! Palavra de Doutor!!! [Risos]

*

*

DUAS HORAS DEPOIS...

*

*

Chegando em casa foi aquela festa! Meu tio já tinha ligado para lá e dado a notícia... Minha mãe decidiu fazer um jantar para comemorar. Chamou-me num canto e:

_ Vinícius, estou muito feliz. E quero dar esse jantar por dois motivos: para comemorar sua aprovação e para apresentar, oficialmente, o Marlon...

_ Quem?

_ O Marlon, filho... meu namorado! Você vai adorar!

_ Mãe... namorado? Que papo é esse? O papai saiu daqui faz um pouco mais de um mês!

_ Sim... Mas eu e seu pai não estávamos mais casados! :Você já sabia!

_ E a senhora já estava com esse Marlon?

_ Já!

_ A senhora deveria ter vergonha! Deveria respeitar seus filhos! Eu estou com nojo disso tudo! Nojo!

_ Nojo? Nojo porque sua mãe namora com um homem? [...] Nojo eu tenho de você que ...

_ Que?... Fala!

_ Que passou a vida nos fazendo passar vergonha, dando vexames, sendo a piada dos meus parentes, dos parentes do seu pai... Sem falar dos seus irmãos que na escola eram conhecidos como o irmão do veadinho, a irmã da bichinha! Isso sim é de dar nojo! E esse constrangimento eu tenho aguentado desde que, praticamente, você começou a andar, a falar!

Eu ouvia aquilo segurando as lágrimas... E ela continuava:

_ Quantas festinhas dos meus sobrinhos eu tive que ouvir dos meus irmãos e das minhas cunhadas: “Mas você vai trazer o Vinícius?”... Ahhhhhhhhhhhh...! Eu entendia tudo! Não queriam que meu filho se misturasse com os filhos normais deles! Aí, ou eu saia daqui de casa dizendo que ia lavar os outros dois ao médico, ou não ia pra festa!

_ Pronto?

_ Não! Se eu fosse falar tudo...

_ Eu só quero perguntar algumas coisas: Eu sou gay por que eu quero? A senhora mesmo disse que desde os primeiros passos já era visível que eu era assim... Naquela época eu já tinha um leque de opções e dentre elas eu pensei: “Vou optar por essa... assim vou ser a vergonha da minha família, vou ser “persona no grata” nas festas, vou fazer meus irmãos – que me amam tanto – serem motivos de piada”... Foi isso?

_ Bem eu...

_ Calma: Segunda pergunta: o fato de eu gostar de homens mudou meu respeito, meu comportamento responsável, minha dedicação aos estudos, meus modo de agir socialmente... até com esses primos de cujas festas eu não participei... fiquei estudando! [...] Me fale! Mudou alguma coisa?

_ Vinícius,...

_ Espera: Olha pra mim, mamãe! Esse seu filho gay – que nunca aliás teve nenhum envolvimento gay até hoje - seria motivo de orgulho para qualquer mãe... que o amasse! Qualquer mãe que não tivesse nojo dele, enfrentaria tudo e todos para mostrar que seu filho é igual aos outros. Agora... Preste atenção! Eu não quero que a senhora ligue para ninguém informando que SEU filho passou no vestibular para medicina! Entendeu!

_ Por quê? Seria uma oportunidade de esfregar na cara deles...

_ NÃO! NÃO! E NÃO! E sabe o porquê? Simplesmente porque eu não considero alguém que tenha nojo e vergonha de mim como minha mãe! Portanto... Espere que seus dois filhos passem no vestibular... e aí, pode espalhar!

_ Vinícius! Para onde você?

_ Nunca mais eu quero olhar na sua cara! Agora... eu tenho nojo de vocês!

_ Filho...!

_ Você não ouviu? EU NÃO SOU SEU FILHO!

Com alguns meses de curso, meu pai conseguiu, através de um pedido na Justiça, minha transferência para a universidade da cidade onde ele estava morando, e passei dez anos sem ter nenhum contato com minha mãe e meus irmãos. Meu pai, às vezes tentava conversar, mas eu cortava o papo. Minha colação de grau foi longe de todos, apenas meu pai esteve presente.

*

*

QUINTA FEIRA 20 DE AGOSTO DE 2009

*

*

Eu e meu pai voltamos à nossa cidade natal. Passamos a morar em seu apartamento e logo comecei a trabalhar em um hospital da cidade. As inúmeras atribulações por conta da mudança, os compromissos profissionais... enfim, a falta de tempo... fizeram com que eu só focasse minha profissão. Mas, depois de tanto tempo, e de tantas leituras de livros e de vidas, me fizeram repensar em tudo o que falei e escutei de minha mãe. Agora, eu sabia que ela era também uma vítima.

A partir dessas reflexões, decidi que em uma próxima folga, iria procurá-la! Mas antes disso, tive uma surpresa: estava no hospital, atendendo numa emergência infantil, quando um rapaz que fazia a limpeza tocou meu ombro. Ao virar:

_ Vinícius?!

_ Vangles!! Cara! Como você está diferente! Daqui a dez minutos, vai até minha sala! [Risos] Me dá um abraço, cara!

*

*

DEZ MINUTOS DEPOIS...

*

*

_ Entra!

_ Oi, Vinícius! Só passei para dar uma satisfação... Minha chefe é fogo! Se ele não me encontrar lá... é rua!

_ Entra, Vangles... senta! Quem é sua chefe?

_ É a dona Meire.

Peguei o telefone.

_ Alô, boa tarde, minha princesa! Aqui é o doutor Vinícius! Preciso falar com a Meire.

[...]

_ Oi, Meire! É o doutor Vinícius! Querida preciso de um favorzão seu!

_ Pode falar doutor!

_ Estou na minha sala, mas raptei um dos seus rapazes da limpeza... É coisa rápida!

_ Sem problemas! Vou mandar outro para ficar no lugar dele! Só isso?

_ Só, minha linda! Obrigado!

_ Nada! Estamos aqui!!!

[...]

Meu irmão mal me olhava...

_ E aí,Vangles... Como está a vida?

_ Dura! [Risos] Me juntei! Tenho um moleque!

_ Verdade?

_ Três anos. A Virgínea casa amanhã! Você vai, não é?

_ Tenho plantão!

_ Sei... Vinícius, dez anos sem dar notícias! Cara... a mãe sofreu pra caramba! Vivia olhando suas fotos!

_ E como ela está?

_ Morando no mesmo lugar... com o Marlon! Ele é bacana! Pensei, no começo, que era um aproveitador... mas que nada! O cara trabalha pra caralho!

_ Eles estão morando sozinhos?

_ É... Agora que a Virgínia vai casar... vão ficar sozinhos.

_ Depois eu passo lá e vamos conversar...

*

*

NO PLANTÃO DO DIA SEGUINTE TRÊS HORAS DA MADRUGADA

*

*

Sou chamado para atender um casal que sofreu acidente de trânsito. Nos dirigimos, eu e mais dois outros médicos, quando olho: minha mãe e outro homem: o Marlon. Eles foram encaminhados para a sala de cirurgia. Ela estava muito ferida e seu estado era mais grave, No entanto, estava acordada. Ele apresentava muitas fraturas e estava inconsciente. Uma equipe foi destacada para atendê-los.

Ao sair e chegar à sala de espera, minha irmã, ainda vestida de noiva, correu para me abraçar:

_ Salva a mamãe, Vinícius! Pelo amor de Deus! Salva!

_ Eu não posso participar da cirurgia dela, porque sou filho! Mas vou fazer a cirurgia do rapaz!

_ Ela tem chances?

_ Minha irmã... só Deus! Ele não corre risco de vida... mas ela!

_ Ela estava muito bêbada! Ele pediu tanto para dirigir! Mas ela deu um show!

_ Vamos rezar! Os médicos que estão com ela são os melhores!

*

*

TRÊS HORAS DEPOIS...

*

*

Voltei à sala de espera, meus irmãos se aproximaram... Virgínia perguntou:

_ Então?

_ Bem... o Marlon está fora de perigo, Mas está em observação e vai ficar aqui por alguns dias...

_ E a mamãe?

_ O quadro dela é delicado demais! Eu estou indo para lá... só para acompanhar! Depois eu venho aqui!

Entrei na sala de cirurgia e uma turma excelente estava dando tudo de si para salvar minha mãe. Alguns nem estavam em seus horários de trabalho mas quando souberam que se tratava de minha mãe se dispuseram a dar toda a colaboração necessária.

_ Estamos precisando de sangue... rápido!

Eu sabia que apenas eu tinha o tipo sanguíneo compatível! Fui ao setor de coleta e um analista chegou imediatamente para analisar o material e testar. Visto não haver nenhuma doença e ser adequado, foi retirado uma grande quantidade... inclusive, mais que o normal, com minha autorização.

Cinco horas de cirurgia já contava quando a doutora Gleiciane me chamou num canto e disse:

_ Meu amigo... sinto muito! O que estava ao nosso alcance foi feito... A equipe vai fechar! Não há mais o que se fazer!

_ Gleice... Você está responsável, não é? Então, peça para fecharem mas não desliguem os aparelhos... Eu sei que depois de fechada, ele pode voltar à consciência...

_ Vinícius... ela vai sentir muita dor! E o pior... não terá consciência de nada!

_ Por favor... são dez anos sem me ver! Quero pelo menos que ela olhe para mim... Você fica do meu lado. Quando ela começar a sofrer... Você conclui seu trabalho!

_ Está bem...

*

*

UMA HORA DEPOIS...

*

*

_ Vinícius... Vamos lá!

Entrei com a doutora Gleiciane e ela ficou afastada. Aproximei-me de minha mãe e assim que toquei sua mão ela abriu os olhos e um sorriso...

_ Meu filho...

_ Mamãe... não fale nada! Seu pulmão está muito debilitado... vai sentir dores! Não fale!

_ Chegue mais perto...

Aproximei meu ouvido de sua boca...

_ Me perdoe! Me perdoe... eu sempre amei muito você!

_ Perdoar... Nós devemos pedir perdão um ao outro... eu perdôo a senhora... e a senhora me perdoa?

_ Eu nunca quis mal a você... mesmo não sendo meu filho! Por isso eu tinha tanta raiva... Mas eu amava você como um filho...

_ Como é? Eu não sou seu filho?

_ Vinícius... cuide do Marlon! Ele sempre foi muito bom pra mim... e me perdoe! Aquela casa é sua, mas não o deixe na rua! Prometa, meu filho...

Ela começou a arquejar... A doutora de aproximou:

_ Prometa Vinícius! Prometa que vai cuidar do Marlon?

_ Prometo mãe! Mãe! Mããããããããeeeee!

Meu grito desesperado foi o suficiente para que os que aguardavam por notícias concluíssem que ele tinha se ido.

No dia seguinte aconteceu o velório e o enterro, mas Marlon ainda estava internado e não sabia o que tinha acontecido. Apenas no dia seguinte fui vê-lo... Eu era o médico responsável por ele.

Ao entrar no quarto, uma enfermeira acabava de aplicar uma medicação que eu havia indicado. Era um tranqüilizante para deixá-lo calmo ao receber a notícia.

_ Bom dia! Enfermeira, pode nos deixar a sós?

_ Sim, doutor!

_ Como está se sentindo, Marlon?

_ Meu corpo dói, principalmente minha cabeça, doutor! Ontem eu fiquei assustado porque não sentia minhas pernas, mas hoje já estou sentindo... pouco, mas estou!

_ É normal. Você sofreu uma pancada muito violenta na coluna. Por muito pouco não fica tetraplégico... mas os movimentos voltarão aos poucos. Vai depender do seu esforço... fisioterapia... enfim.

_ E minha mulher, doutor? Ninguém sabe me dar uma notícia dela! Perguntei até pelo filho dela que está trabalhando aqui... Mas até agora ninguém me dá uma resposta certa, direta... Talvez ele dê!

_ O filho dela... sou eu.

_ O senhor é o Vinícius? Oh! Graças a Deus! Foi o senhor que atendeu a sua mãe? Eu apaguei completamente, nem vi como nós chegamos aqui! Quando acordei, já tinha sido operado... já estava aqui! Mas, eu creio que minhas lesões foram mais graves, porque eu estava sem cinto... mas ela estava usando. E a colisão foi do meu lado... Como ela está?

_ Vamos por partes... Não fui eu que a atendi. São normas... em havendo outros médicos, um familiar não participa da cirurgia! Eu cuidei de você!

_ Mas o senhor conhece o médico que cuidou dela?

_ Sim! Foram cinco... os melhores! Agora, Marlon, você poderia me contar, exatamente o que houve?

_ Foi o casamento da Virgínia! Ela já ficou chateada porque queria que eu entrasse com a noiva e eu disse que não era legal já que ela tinha pai, vivo, e estaria presente! A Virgínia também queria o pai! Pronto! Ela começou a beber antes da cerimônia! [...] Lá na festa, ela aloprou mesmo! Bebia, bebia, bebia... Até que eu disse para irmos pra casa! Ela sumiu! E, depois, um cara chegou dizendo que ela estava tentando tirar o carro do estacionamento! Eu tentei demais tomar a direção, mas seria pior. Entrei no carro, na marra. E eu estava sem cinto para poder controlar o que ela fazia... Loucura mesmo! De repente, ela avançou o sinal... Pronto! Não lembro mais nada!

_ Bem, Marlon! [Silêncio] Ela não resistiu...

_ Não... Não pode ser! Por favor, diz que isso não é verdade!

_ Eu queria muito dizer isso!

Marlon começou a chorar...

_Foram mais de cinco horas de tentativas. Acho que nenhum paciente foi tão bem assistido neste hospital. Havia sete médicos, os melhores especialistas, a maior parte veio de suas folgas por consideração a mim... e eu sei que eles deram o melhor!

_ Doutor... era estava tanto querendo ver o senhor... me apresentar... pedir perdão por umas coisas que ela tinha falado para o senhor! Todos esses anos que vivi com ela, só escutei maravilhas a seu respeito e ela não se perdoava por ter ofendido tanto o senhor! Ela morreu sem ver o filho que ela tanto desejou ver!...

_ Não Marlon! Ela morreu em paz e me deixou em paz! Eu ainda consegui falar com ela! Nós nos perdoamos! E nos vimos pela última vez!

_ Foi mesmo?

_ Foi! Olha... Amanhã eu volto e você terá alta! Eu próprio vou levar você para casa...

*

*

NO DIA SEGUINTE...

*

*

_ Pronto, Marlon... podemos ir?

_ Por mim...

_ Vou buscar uma cadeira...

*

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AO CHEGAR EM CASA

*

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_ Espera, Marlon! Se apóia no meu ombro...

_ Poxa, doutor...

_ Chega de doutor! Agora pode me chamar de Vinícius!

_ Poxa, Vinícius... como vai ser viver aqui... sem ela?

_ Bem... Sozinho você não vai ficar! Você tem uma licença de sessenta dias... e eu tirei quinze dias... Como vou morar aqui! Por esses dias iniciais, um fará companhia ao outro!

_ Você vai morar aqui?

_ Por duas razões: a primeira é a privacidade que queria dar ao meu pai... e a segunda, é atender a um pedido que ela me fez... cuidar de você!

_ Oh, bicho! Nem sei como agradecer!

_ Se comportando e seguindo minhas orientações! [Risos]

MAIS TARDE...

_ Marlon, eu já tinha vindo ontem com a Vangles e fizemos umas adaptações no quarto que era meu, pois nele há banheiro e fica aqui embaixo.

_ Bicho... uma das coisas que estavam me deixando louco para vir embora era quando batia a vontade de mijar! Ahhh... E vinha aquelas enfermeiras com aquele negócio de alumínio! Puta vergonha!

_ Elas estão tão acostumadas! O seu ficou duro?

_ Não... Só uma vez, quando terminou... [Risos]

_ Aqui você já pode ir ao banheiro... mas nunca sozinho! Entendeu, Marlon? Nunca! Um escorregão pode te deixar numa cama para sempre! Por isso eu desci a cama da mamãe para ficar com você...

_ Beleza!

_ Vamos pra lá! Vou aplicar a injeção! Já está na hora!!

*

*

NO QUARTO...

*

*

_ Deixa eu tirar sua roupa! Não se curve!

_ Tudo?

_ Tudo. Se vier alguém visitar você, eu pedi uma daquelas roupas que você vestia lá. Mas para não sujar... fique só de lençol mesmo!

_ Caramba! Por mais quanto tempo?

_ Um ano...

_ Hã?

_ [Risos] Só essa semana! [...] A última aplicação foi do lado direito ou esquerdo?

_ Direito.

_ Então vira a bunda pra cá! Relaxa... Pronto!

_ Já?

_ Já!

_ Porra... que mão! As enfermeiras pareciam estar enfiando um parafuso de roda de caminhão! [Risos]

_ Agora fica aí que eu vou preparar alguma coisa pra gente comer...

_ Vinícius... Leve a mal, não... Mas eu estou com vontade de mijar!

_ Vem... Não se curva... Se apóia em mim, homem!

_ Agora vai demorar... Eu estou encabulado!

_ Solta! Deixa que eu faço isso... Pensa no mar... [Risos] Tá vendo!

_ Ai, que alívio! [Risos]

_ Pronto? [Risos] Ainda vai ganhar uma balançadinha de brinde!

_ [Risos]

*

*

MAIS TARDE...

*

*

_ Toma esse comprimido! E a água!

_ Valeu!

_ Quer mijar? Melhor agora que durante a madrugada!

_ É mesmo!

_ Vamos!

_ Vou pensar no mar...

_ Dessa vez não vai precisar. Eu vou mijar também e isso estimula você!

_ É mesmo! Ahhh...!

_ Pronto?

_ Pronto! E a balançadinha?

_ [Risos] Não vá se acostumando não viu?!

_ Tá bom! Dá próxima vez... a gente troca! [Risos]

*

*

TRÊS DIAS DEPOIS...

*

*

Era madrugada. Marlon estava dormindo e eu estava totalmente sem sono, então fui assistir TV na sala para não acordá-lo. De repente, eu não estava mais prestando atenção ao que era exibido na TV e só conseguia pensar nas últimas palavras da minha mãe revelando que ela não era minha mãe verdadeira! Deixei aquilo adormecido por esse tempo, mas agora tudo estava me inquietando...

Passei a pensar em Marlon e, embora tentasse negar, ele estava mexendo comigo! E o pior: eu sentia que havia um jeito diferente no olhar dele... comecei a ficar de pau duro e iniciei uma punheta. Mas interrompi ao escutar:

_ Vinicius! Vinícius!

_ Estou indo!

Disfarcei a pomba dura e fui.

_ Oi?

_ Eu acordei e não te vi aqui... bateu um medo!

_ Uma lapa de homem desses com medo?

_ Dá pra me levar para mijar?

_ Vamos...

Quando entramos no banheiro...

_ Só tem um problema...

_ Qual?

_ Meu pau tá duro! [Risos]

_ Besteira! Vamos lá! Pensa no mar...[Risos]

_ Dessa vez essa manha não está fazendo efeito... Mija aí também!

_ Tá. Deu vontade mesmo...

Marlon deu uma olhada discreta para minha rola que ainda não tinha amolecido depois da punheta e estava avermelhada, deu uma risadinha, e disse baixinho...

_ Isso é igual a bocejo é? Vai passando de uma para outro?

_ Isso o que, Marlon?

_ Pau duro!

Eu olhei para baixo e ri, mas com a maior naturalidade respondi...

_ A sua ereção eu não sei, mas a minha é porque eu estava batendo uma lá na sala...

_ Caralho, bicho... e o Mané aqui cortou?

_ [Risos] Cortou! [Risos] Mas não fica grilado, não! Uma, que eu não gosto de punheta! Eu só estava batendo para ver se batia o sono. E outra que minha prioridade é você! Até você ficar cem por cento... Depois a gente segue nossa rotina...

_ Você vai embora novamente?

_ Não... Pelo menos isso não está nos meus planos!

_ Mas vamos morar juntos?

_ Por mim, sim! Você tem outros projetos?

_ Não... Estou gostando muito de ... Assim... Da nossa convivência! Com os outros meninos era muito frio, sabe? Cada um na sua! Mesmo com sua mãe... eu me sentia deslocado!

_ Sim, Marlon... Vamos mijar ou não? Estou com meu pau numa mão e o seu na outra... batendo papo...

_ Vamos! Vou pensar no mar!

_ Olha só... já estou mijando!

_ Eu também...

Eu comecei antes mas demorei mais a acabar. Ainda saindo urina da minha rola, dei uma balançadinha na pomba dele e ele permaneceu do meu lado. Quando percebeu que eu ia balançar a minha, tomou da minha mão...

_ Promessa é dívida! Eu falei que na próxima eu balançaria a sua!

Rimos. Levei-o até a cama.

_ Vou desligar a TV da sala e já volto...

Ao voltar, Marlon estava de olhos abertos e me olhando...

_ Vinícius... quando eu vou poder voltar à ativa?

_ Depende qual ativa...

_ Sexo...

_ Marlon, com cuidado... Sem piruetas... você já pode... mas você acabou de ficar viúvo!

_ Mas o que eu já poderia?

_ Um papai-mamãe cuidadoso, frango-assado nem pensar! [...] Bem, na verdade, posições que permitam você ficar deitado sobre... entende? Se curvar é que não dá!

_ E de ladinho?

_ Também pode... mas explique â parceira suas limitações!

_ Faz tanto tempo que eu não gozo!

_ A mamãe morreu um dia desses...

_ Mas ela estava sem querer sexo há mais de cinco meses...

_ Por quê?

_ Eu tenho vergonha de contar...

_ Conta, Marlon!

_ Porque eu pedi pra ela fazer um “fio-terra”... E ela disse que isso era coisa de veado... e desde essa noite... Nada!

_ Minha mãe era cheia de preconceitos... Você sabe por que eu fui embora daqui, não sabe?

_ Sei. E eu fui te defender... Isso depois de uns quatro anos... e quase fui engolido! Ainda bem que ela explodiu antes que eu falasse tudo o que tinha pra falar, senão era capaz de eu ter sido expulso daqui por ela...

_ Você me defendeu sem me conhecer...

_ Era como se eu conhecesse! Eu já tinha visto você de longe... uma vez que fui ao cinema com ela e você estava saindo do cursinho... no mesmo shopping. E depois, seus irmãos, quando ela não estava por perto, rasgavam elogios de você!

_ E o que você falou para ela... e o que deixou de falar?

_ Eu nem lembro por que começou... mas eu vi que ela estava indo longe demais e tomei a palavra: “Só quem saiu perdendo foi você! Um rapaz exemplar, bonito, educado, estudioso... como não há nenhum em sua família! Qual dos seus sobrinhos se compara a ele? Nenhum!” [...] Aí seu tio... aquele metido a machão... disse assim: “Mas dá o cu!”. Aí eu não agüentei: “Se ele dá o cu, ele dá o que é dele, ou ele já pediu o seu emprestado para dar?”. E ele revidou: “´Isso não é coisa de macho!”. E eu: “Pois eu considero muito macho aquele que assume o que é... porque, quem me garante que entre os filhos de vocês não tem uns que fazem a mesma coisa... só não são mais machos que ele... são uns covardes!”

_ Foi mesmo, Marlon?

_ Também, desde esse dia eu não falei mais com nenhum deles...

_ E a mamãe?

_ Pois ficou calada. Aí quando chegou em casa veio defender o irmão justificando que ele agia assim, principalmente, pelo fato de você "manchar" o nome de uma família que te acolheu. Foi aí que eu soube que você não era filho biológico dos seus pais. Eu logo vi! Você é muito diferente deles... nem tanto fisicamente... mas de cabeça, de comportamento...

Quando Marlon disse isso eu fiquei atônito! Por dentro eu tremia e minhas mãos começaram a transpirar. Mas eu percebi que ele não sabia que isso era novidade para mim... Então procurei disfarçar a fim de que ele falasse mais sobre esse assunto...

_ Que é isso, cara?! "acolheu"?!? Sua mãe falava de uma maneira como se "essa família" tivesse feito um favor! Ora porra! Você não pediu para que eles o adotassem! Eles não eram obrigados a ficar com você. Quiseram ficar? Pois que o fizesse de coração!

_ Talvez, se soubessem que eu, ao crescer, me descobrisse gay, não teriam adotado!

_ Foi assim que eu pensei também! [...] Cara... aquilo foi me subindo... me deu uma revolta, sabe?! Quase que eu dizia pra ela que, quando eu tinha uns dezesseis anos, eu me apaixonei por um colega de classe... mas foi platônico... Já pensou se eu tivesse dito!

_ E isso aconteceu mesmo?

_ Aconteceu... duas vezes!

_ Duas? Pelo mesmo garoto?

_ Não... A segunda foi...

Marlon se aproximou de mim... Eu gelei...

_ ... por você!

E me beijou... suavemente. Nossos lábios se afastaram e eu, sem crer, ainda permaneci de olhos fechados e fazendo um biquinho com a boca... Despertei!

_ Ah... Marlon! Por favor... Você só está carente, inseguro, e grato por eu estar aqui cuidando de você... Paixão... Ah, paixão é outra coisa!...

_ É passar o dia inteiro pensando em você e ansioso que chegue a hora de sentir seu toque em minha pele? É ir mijar e ao deitar aqui ficar de pau duro... louco de desejo de te ter em meus braços? É sonhar, dia após dia, com um beijo seu, nós dois nus?... Ou será que é, mesmo antes de te ver, morrer de bater punheta, escondido, olhando fotos tuas... querendo gozar contigo!!!

_ Não acredito que...

_ Não? Põe essa mesinha aqui ... Sobe nela. Agora abre a primeira porta do maleiro! Passa o braço por detrás desses livros de capas grossas. Agora pega umas revistas e desce...

Eu fiquei chocado! Havia várias fotos minhas de sunga... manchadas de gala!

_ Marlon...

_ Foi nesse dia que houve a discussão que passei a vir aqui no seu quarto... todas as madrugadas que eu tivesse chance... só para ver suas fotos e gozar!

_ Antes de você me chamar... eu estava tocando uma punheta pensando em você... porque... eu acho que estou gostando de você também Marlon...

_ Então vem cá! Não vamos perder mais tempo! Vem! Eu quero te beijar... te sentir... te amar!

Não houve tempo para pensar sobre o tipo de ligação que tínhamos, ou seja, que havia entre nós a figura de minha mãe. Não houve espaço para remorsos ou culpas... nem mesmo para refletir o que se daria depois. Naquele instante, a única coisa que ainda me preocupou foi o estado de saúde de Marlon... e foi pensando nisto que, ao ser puxado por ele, falei:

_ Calma, Marlon! Vamos com muito cuidado! Eu sei que você quer e confesso que também quero, mas quero... acima de tudo... que você fique cem por cento! Assim poderemos aproveitar muito mais... na hora certa!

_ Eu esperei até hoje... Não me importo de esperar um pouco mais! Mas... Vinícius, vem deitar aqui... Tira essa roupa, deixa eu ficar sobre seu corpo! Deixa eu sentir o teu calor... Vem!

Tirei tudo e deitei. Ele veio sorrindo, pegou meu pau e deu uma lambida. Em seguida, deitou-se sobre mim e nos beijamos... roçando nossos cacetes com carinho... e, por fim, toquei uma punheta nele e em mim ao mesmo tempo... Gozamos e dormimos.

Isso se repetiu durante os dois dias seguintes. Até que chegou o dia de ir ao hospital! Foram realizados os exames e tudo estava perfeito! Voltamos para casa.

_ Marlon, agora preciso ir conversar com meu pai. Ele viajará amanhã e quer me deixar algumas coisas dele para eu resolver. Você está bem... Não vou me preocupar com nada... Se puder, prepara alguma coisa pra gente comer...

_ Tá certo... amorzão! [Risos]

Nos beijamos e segui ao encontro com meu pai. Lá, passei cerca de três horas. Eu havia digerido com facilidade o fato de ter sido adotado... mesmo porque, de alguma forma, eu passei a vida me sentindo um "estranho", tanto entre os mais próximos, quanto entre tios, primos... A única exceção sempre foi meu pai! Mas eu precisava saber porque ele tinha escondido isso de mim... Com relação à minha mãe, isso não era surpresa... Mas meu pai...?!? Não! Isso não combinava com ele!

_ Meu filho, você não faz ideia do quanto isso me fez sofrer durante todos esses anos! Em muitas oportunidades... principalmente quando estávamos a sós, eu tentei esclarecer tudo... mesmo contra a vontade da sua mãe.

_ E o que o impediu?

_ Filho... hà certas coisas que precisam acontecer no seu tempo. Dizer ao filho que ele é adotado é uma delas! E o momento para isso ser feito é na infância, pois a criança vai crescer dentro da verdade e vai perceber que é amada tal como ou até mais que um filho biológico. Fazer uma revelação dessas a um adulto é como revelar que sua vida foi uma grande mentira! Que seus pais são uns mentirosos! Entende? Eu sei que isso não é uma regra! Você próprio acabou de me dizer que isso não lhe causou sofrimentos... Graças a Deus!

_ E por que não fez isso na infância? O senhor teve medo que eu contasse a ela? Olha, pai... realmente, saber que fui adotado não me fez sofrer. Não mesmo! Mas saber que o senhor me omitiu isso... aí, sim! Fiquei decepcionado!

_ Meu filho... eu não tive escolha! Contar a história pela metade, para mim, era pior! E eu tive receio da sua reação ao saber de tudo... Tudo o que nem mesmo sua mãe soube! Essa foi uma verdade que ela morreu sem conhecer! E eu sempre ensinei a você que a verdade sempre deve prevalecer... a dor que se pode sentir ao tomar conhecimento da verdade é muito menor que a que se pode sentir ao descobrir uma mentira. Imagina se sentir enganado, se decepcionar com o autor da mentira...!!! Mas... seu pai foi um covarde!

_ E o que foi que a mamãe não soube?

_ Que você não era filho dela... mas meu... sim!

_ Como assim, pai?

_ Eu vou contar: eu já era casado quando, por acaso, reencontrei uma antiga namorada. Foi um momento muito louco! E acabamos indo a um motel. Meses depois descobri que ela estava grávida e acompanhei toda a gestação... escondido, claro! No dia do parto, ela faleceu! Sua mãe verdadeira deu a própria vida para que você viesse ao mundo. Eu fiquei desesperado! Além de mim, só um amigo, o Nelson, sabia dessa história. E foi ele que me deu a ideia.

_ [?]

_ Eu não tinha como contar sobre a traição! Ela nunca me perdoaria! Foi aí que eu combinei com o Nelson para que ele deixasse você em nossa porta durante a madrugada e tocasse a campainha. Acordamos e fomos atender e tudo pareceu que você tinha sido abandonado. E para não haver problemas, fiz um "cambalacho" para conseguir registrá-lo como nosso filho.

_ Pai... ela morreu sem conhecer essa história?!

_ Sim... Você entende, agora, porque eu não revelei tudo antes?

_ Entendo, pai... Mas fico pensando na mamãe...

_ Ela morreu em paz. Isso basta!

Depois de conversarmos, voltei. Ao estacionar o carro, percebi a casa muito escura, logo pensei que Marlon tivesse saído, devido a minha demora. Fui abrindo a casa e fui direto ao quarto: vazio! Nem a cama estava lá! Subi.

_ Estou aqui, Vinícius!

Marlon estava numa varanda que ficava após o corredor e dava vista para o quintal. Quase tive um treco! Ele estava lindo... Todo perfumado e usando uma roupa muito bonita que o deixava, simplesmente, irresistível!

_ Hoje é a nossa noite! Vá se arrumar... estarei aqui aguardando!

Eu não consegui dizer uma só palavra. Fui ao banheiro e tomei um banho caprichado. Fui ao quarto e vesti-me de acordo com a forma que ele estava vestido e fui ao seu encontro. Mas ao chegar lá, ele não estava e de repente as luzes dos fundos da casa se acenderam e lá estava ele, à beira da piscina, segurando duas taças de champanhe. Sorri e desci.

_ Você está lindo, doutor Vinícius! Desculpe... Vinícius! Pensei que não conseguisse ser mais do que já é!

_ Apenas procurei estar à sua altura, Marlon!

Ele me deu um beijo...

_ Estou surpreso! Em três horas você conseguiu fazer tudo isso!

_ Você ainda não viu nada! Pegue... Vamos brindar este que será o primeiro dos muitos dias de felicidade, prazer e respeito... entre nós!

_ Obrigado! Tin-tin?!

_ Tin-tin!

Depois de tomarmos um gole de champanhe, Marlon me abraçou e nos beijamos com muita vontade...

_ O jantar está no ponto, mas antes... eu não agüento mais esperar...

Quando eu já ia virar para entrar em casa, Marlon pega minha mão e me conduz para um alpendre onde, geralmente, nossa família organizava as festas. Ficava logo depois da piscina mas estava escuro, Marlon acendeu as luzes... A cama estava lá! Toda linda, com uma colcha de rendas branca...

_ Não acredito, Marlon!

_ Eu disse que essa noite seria especial!

Começamos a tirar as roupas um do outro, enquanto nos beijávamos, do lado da cama. Quando chegou a hora de tirar minha cueca, ele se abaixou, deu um cheiro forte apertando o meu pau, e desceu a peça.

Quando fui tirar a dele...

_ Espere...

Deitou-se e disse:

_ Agora pode tirar...

Quando fui tirando sua cueca, havia, amarrado ao pau dele, duas alianças. Eu comecei a rir... Ele desatou o nó...

_ Você quer casar comigo, Vinícius?

_ [Risos] E tem como dizer que não? Claro que quero! Eu não tenho mais nenhuma dúvida, Marlon! Eu amo você!

_ Eu também amo você! E se depender de mim, você será a pessoa, o homem mais feliz desse mundo... Deixa eu pôr a aliança...

_ Perfeito! Agora é minha vez!

_ Agora... o melhor! A noite de núpcias!

_ [Risos] Você não existe!

_ Existo sim! Venha cá sentir como eu existo!

Marlon me puxou fazendo com que ele ficasse sobre mim. Fechei os olhos para que eu pudesse sentir com mais profundidade os seus toques, os seus beijos que foram do meu pescoço ao meu umbigo e retornou até o ponto inicial, não mais com beijos, mas com sua língua, que deu umas pinceladinhas nos meus dois mamilos e continuou até entrar em minha orelha me provocando arrepios e arrancando do fundo do meu ser um suspiro gemido:

_ Ahhhhhhhhhhhhhhh...!

_ Eu te amo!

Ele me girou e passei a ficar sobre ele. Abri os olhos e ri... Ele pediu, num sussurro:

_ Chupa meu pau!?!

Agarrei sua rola com força e comecei a lamber a cabeça meladinha...

_ Porra! Que coisa gostosa!

Engoli seu pau inteiro e comecei a chupar e punhetar... e salivar muito. Ele, às vezes, segurava minha cabeça para conter sua sensação de gozo... E eu continuava...

_ Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Me solta! Eu quero chupar esse cacete gostoso! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...!

_ Ahhhhhhh...! Calma! Calma! Ahhhhhhhhhhh...! Essa chupada tá me fazendo quase gozar! Ahhhhhhhhhhhh...!

_ E aqui no saco? Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Também? Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...!

_ Delícia! Delícia! Ahhhhhhhhh...!

Levantei suas pernas...

_ E nesse cuzinho! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Nessas preguinhas? Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...!

_ Caralho! Que loucura! Ahhhhhhhhhhhh...! Ahhhhhhhhhhhhh...! Ahhhhhhhhhhhh...! Vem cá!

Marlon me colocou de quatro, abriu minhas pernas e puxou meu pau para trás... começou a chupar...

_ Gosta de ser chupado, doutor? [Risos]

_ Issssssssssss...! Claro! Isssssssssssss...! Ai! Gostoso!

_ Inclusive no cuzinho? Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Pisca pra mim! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...!

_ Issssssssssssssss...! Isso! Isso! Ohhhhhhhh...! Mete a língua! Issssssssssss...!

_ Quer que eu te foda com a língua? Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...!

_ Isssssssssssssss...! Quero! Ohhhhhhhhhhhh...!

_ Mas quer também que eu te foda com minha pomba? Hummm...! Hummm...! Hummm...! Diz! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Hummm...!

_ Quero tudo o que tenho direito! Não estamos casados? Issssssssssss...! Mete logo essa rola!

E Marlon não contou pipoca... montou em cima de mim, apontou a rola, deu umas esfregadinhas com a cabeça nas preguinhas... eu relaxei...

_ Mete, Marlon!

_ Ohhhhhhhhhhhhhhhhhh...!

_ Ahhhhhhhhhhhhhhhhh...! Isso! Fode! Fode gostoso!

_ Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Que cuzinho quentinho! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Gosta assim, bem rapidinho? Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...!

_ Gosto! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Fode! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Issssssssssssss…! Que cacete! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...!

_ Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Ai, Vinícius... Não estou aguentando... Vou gozar! Quer que eu goze na sua boca?

_ Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Ah...! Quero! Quero sim!

_ Vem! Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh....! Ahrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...!

Marlon me empurrou e segurou minha rola e começou a chupar forte... sugando... eu já estava prestes a gozar...

_ Quero beber sua gala...

_ Quer?

_ Quero! Goza! Goza!

_ Lá vai! Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...! Issssssssssssssssssssss...!

Depois, ainda deitados, aconteceram muitos abraços, beijos, cheiros, carícias, cócegas... Quase esquecíamos o jantar... de tão saciados de amor!

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*** ATENÇÃO!

O PRESENTE CONTO FOI PRODUZIDO POR G. FROIZZ.

(Enviei a idéia e os elementos estruturais da narrativa para G. Froizz e pedi que ele escrevesse um conto utilizando-os. Após concluir e me enviar, decidi publicá-lo nesta página - uma vez que o autor não aceitou colocá-lo em sua página em respeito a mim. Agradeço-o e disponibilizo o conto para o deleite dos demais leitores.)

OBRIGADO FROIZZ!

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Comentários

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Que maravilha de conto.Lera-o há algum tempo e o havia perdido(não lembrava o nome). Cheguei a postar um comentário num conto do G.Froizz pedindo para me ajudar a localizá-lo. Por acaso o reencontrei (nos favoritos de Bruce W.). Lindo, perfeito, maravilhoso. Pode ser que seja apenas um conto, mas não há motivos par não supor que algo assim jamais tenha ocorrido. Um abraço carinhoso ao autor da ideia e ao autor do texto.

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Cara PARABÉNS pela idéia. Mas o G. Froizz é demais, adoro os contos dele. Se for possível, manda mais uns dois contos para ele continuando esse. Te u enredo é muito bom. PARABÈNS. Ficamos na esperança de novas publicações.

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Emocionante,fascinante, excitante, maravilhoso! Nota 10!!!! (Só faltou saber a questão da mãe)

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Muito bom, e concordo com o m4t3u2, que eu também tava com a impressão que era o G. Froizz que tinha ajudado.

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O conto é maravilhosos e o incrivel é que o tempo todo eu tive a impressão que tinha a mão de G. Froizz no texto. Excelente. Nota 10!

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Nota dez(mas vc não esclareceu o fato de sua mãe não ser sua mãe)mas adorei o conto leia os meus contos

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