Eu tinha concluído a graduação em Artes Cênicas há dois anos quando fui aprovado num concurso e passei a dar aulas em uma instituição de Ensino Superior no Norte do país. Uns três anos depois, houve um evento e, pela primeira vez, participei de uma peça "profissional", que fazia o encerramento do tal evento. Naquela montagem teatral eu interpretava um personagem gay muito complexo, embora não tivesse muitas marcas que revelassem sua orientação sexual, ele sofria muito por saber ou ver outros gays sendo agredidos verbal ou fisicamente. Essa peca era bem “pesada”, mesmo não possuindo cenas de contatos íntimos – chegava-se, no máximo, a um beijo.
No final, um cara, muito simpático, procurou-me dizendo-se impressionado com a “verdade” com que vivi aquele gay. Em seguida, convidou-me para um café. Aceitei.
Durante a conversa, recebi mil elogios e ele falou que era diretor e estava montando uma peça no Rio e que estava desesperado em busca de um ator. Eu estranhei, uma vez que o Rio é um lugar onde há um número grande de profissionais dessa área.
_ É verdade. Muitos já fizeram testes. No entanto, por incrível que pareça, nenhum conseguiu o tom, a medida exata para esse papel. E veja como são as coisas... eu senti essa medida na sua atuação!
Fiquei lisonjeado, mas logo afastei qualquer possibilidade de participação em seu projeto e justifiquei:
_ Seria um prazer... mas tenho dedicação exclusiva aqui na Universidade. Jamais seria autorizado a participar dessa peça... Ainda mais sendo em outra cidade – o que me obrigaria a não dar aulas!
Bem... ele compreendeu, mas ressaltou o quanto isso poderia significar para, quem sabe, uma carreira de sucesso e tal. Mas, enfim, recusei.
Na semana seguinte, fui chamado ao Departamento e, qual foi minha surpresa, o tal diretor estava lá. Após muito papo, ele conseguiu que me fosse dada uma liberação por dois anos para que eu pudesse participar de sua montagem. E, diante disso, na semana seguinte eu desembarquei na Cidade Maravilhosa, e fiquei morando com a família dele: esposa e três filhos – que me acolheram muito bem.
Dois dias depois, houve uma reunião com o elenco e, na ocasião, conheci Gil – com quem eu contracenaria – e que seria o ator principal: um prisioneiro político, chamado Alberto, que, depois de um período de grande sofrimento, se vê apaixonado por um dos seus algozes - meu papel –, Sebastião, que o fazia passar pelos piores momentos de tortura psicológica e, principalmente, humilhação verbal. Esse carrasco é um gay não assumido, mas com traços que fazem o prisioneiro perceber sua homossexualidade e, em certo ponto da trama, iniciar seu trabalho de conquista. No fim, o personagem de Gil morre, mas antes, acontece uma cena muito emocionante entre os dois, na qual, rola um beijo.
Gil era uma ator muito reconhecido no meio teatral, embora nunca tivesse feito nada na televisão.
Durante a reunião, ele parecia muito incomodado pelo fato ter um desconhecido como seu companheiro de cena. Acredito que ele estivesse com medo de, por uma má atuação, eu acabar pondo sua carreira em risco – já que o trabalho de um ator depende muito dos que dividem com ele as cenas. Mas o diretor percebendo seu desconforto, fez milhões de observações quanto ao meu trabalho.
Em sua casa, conversávamos eu, o diretor e sua esposa... e comentei sobre o Gil. A mulher, então, falou:
_ O Gil é, sem dúvida, um ator excepcional! Uma unanimidade! Mas muito difícil de se trabalhar! Eu já previa que ele fosse fazer caso com relação a isso. Principalmente porque ele indicou cinco atores para esse papel e todos foram dispensados.
E o diretor disse:
_ Ele não se sente a vontade para fazer uma cena de beijo com um ator com quem não conheça! Frescura! Ator é ator! E outra: o beijo é muito simples... o palco fica na penumbra!
_ Por isso, meu amor, eu aconselhei a chamar outro ator! Você não me escutou!
Fiquei na minha.
Tudo pronto... era hora de começar os ensaios.
A não ser durante as cenas, Gil mal falava comigo... e mostrava-se muito aborrecido... sempre reclamando... os outros atores até chamaram sua atenção. Num intervalo, uma atriz, muito conhecida, estava conversando com o diretor e, sem querer, escutei:
_ Esse rapaz é muito bom! Que achado!
_ Eu tenho certeza: ele vai estourar rapidinho!
_ Se o Gil deixar! Poxa! O rapaz está perfeito... mas o Gil não dá liberdade a ele!
_ Isso, eu acho... é por se sentir ameaçado! Será?
_ Não... eu estou reparando é que ele está fazendo tudo para o rapaz desistir! Cuidado!
_ Ah... Esse rapaz é muito profissional! É mais fácil o Gil pular fora!
_ É muita coragem a sua! Todo mundo sabe que o Gil mão suporta gays! Vem cá... esse ator novato é gay?
_ Não sei! Nem quero saber... Não interessa! Atua bem? Pronto! O Gil que vá se tratar! Ora...
_ Tomara que ele não afunde esse barco! Ai, ai... Preconceito, numa época dessas... é grave!
_ Doentio!
A cada dia, Gil ia se mostrando mais arrogante. No sétimo dia, o ensaio seria só com nós dois, Era uma das partes mais dramáticas e havia muitas falas, então precisei me dedicar muito ao estudo do texto, buscando, inclusive informações sobre as vidas dos principais envolvidos: Alberto e Sebastião... e, graças à ajuda do filho mais velho do diretor, consegui muitas informações que foram ajudando a delinear minhas interpretações.
Logo que saímos, rumo ao teatro, o diretor comentou que ia precisar ter uma conversa em particular com Gil pois, pouco a pouco, o personagem dele estava tomando um rumo muito distanciado do proposto.
_ No início, ele fez umas sugestões interessantes e eu fiz umas adaptações e tal. Mas ele está exagerando! O Alberto existiu. Com personagens assim a gente não tem tanta liberdade! Daqui a pouco, quem conhece a história e for assistir à peça, vai procurar o Alberto e não vai reconhecer!
_ Eu percebi algumas coisas estranhas: expressões faciais, modos de falar em determinadas partes... mas como você estava presente e vendo tudo, não me senti a vontade para questionar...
_ mas hoje eu converso com ele. Lá pelas nove eu vou ver um assunto com o produtor e vocês continuam ensaiando... quando eu voltar, peço para ele ficar mais um pouco e resolvo este problema.
O ensaio começou e logo nossas interpretações estavam se chocando. Parecia que ele conversava com outra pessoa imaginária, e eu também! O diretor saiu e Gil começou a se mostrar impaciente e arrogante... não agüentei e começou um bate boca entre nós quando ele disse:
_ Cara... ou você acompanha meu ritmo ou não dá!
_ Gil, nós não fazemos personagens clones! O seu é uma pessoa, com características próprias... o meu é outra, com outras características! O meu é gay!
_ Só que você está misturando realidade com ficção! Você não é ele!
_ Como assim?
_ Você está entendendo muito bem, colega!
_ Quem está fazendo isso é você! A sinopse, ao apresentar as características psicológicas, não há nada que justifique comportamento homofóbico em seu personagem! Aliás, ele se vê atraído pelo meu personagem antes mesmo de saber que ele é homossexual! E isso não o leva a sofrer... pelo contrário! É a partir disso que ele vê uma ponta de esperança de viver um amor que nunca conheceu na vida!
_ Ele sofre, meu caro! Ele sofre por sentir-se gay e acredita que se sente assim por culpa do algoz! Ele repudia isso!
_ [Risos] Estou vendo que você leu direitinho a peça! [...] Só por curiosidade, Gil... Você estudou o texto até o fim? Gil, o sofrimento do Alberto é decorrente dos maus tratos! No entanto, na interpretação, você está mostrando raiva não pelas torturas e humilhações, mas pela orientação sexual do Sebastião! Reparou? Parece até que o fato de Sebastião ser gay é mais revoltante para Alberto! Preste atenção na cara de nojo que você faz!
_ Você está insinuando o quê? É muito petulante da sua parte! Nem chegou direito... Olhe, se você não sabe... procure informar-se a meu respeito!
_ Quando isso me interessar ou puder me acrescentar alguma coisa, não se preocupe que eu o farei! Por enquanto, saber quem você é ou deixa de ser é irrelevante para mim! Aqui, o que faz diferença é como você está atuando neste atual trabalho! Os anteriores passaram! Se foram dois, dez ou cem... isso não o torna perfeito e incapaz de errar!
_ Não houve um só trabalho meu que não fosse ovacionado pelo público e pela crítica! E desde a quinta peça, passei a ser assediado por autores, diretores e produtores da teledramaturgia para protagonizar novelas, minisséries... [Sorriso sarcástico] Aí vem um ilustre desconhecido, trazendo no currículo uma única atuação amadora, apresentada para um público sem qualquer visão crítica... e do Norte do Brasil! Ora... faça-me o favor!
_ Eu não sei qual é seu problema com o Norte do país... e tampouco preciso saber para concluir o quanto falta em você para que venha ser um grande artista! Primeiro que, se suas atuações foram tão destacadas... o mérito não é apenas seu! A não ser que se tratassem de monólogos apresentados no calçadão!
_ [?]
_ Geralmente, Gil, o início de uma carreira artística é difícil, e os batalhadores por oportunidades precisam ser apresentados a pessoas que tenham alguma influencia dentro do universo para o qual o iniciante busca uma chance de mostrar seu talento. Mas, até hoje, eu nunca vi nenhum... Nenhum artista que não tivesse apresentado ao principal... Justamente o que faltou a você conhecer: a humildade! Certamente, muitos também não conheceram e nem quiseram conhecer... porém, ela é fundamental! Sem ela, não há como se manter de pé... E, sem mais nem menos, o artista desaparece!
_ Interessante... Você acabou de dizer que saber sobre mim era irrelevante... mas se acha capaz de afirmar que não sou humilde! Nada sabe sobre mim... baseado em quê você pode dizer isso a meu respeito!? A falta de afinidade com você? Saiba que eu sempre fui muito valorizado pelos meus colegas!
_ O que falamos, Gil, diz muito mais do que as palavras que saem da nossa boca. De uma simples frase, pode-se depreender muitas outras informações que estão pro detrás das palavras que são utilizadas. E a conclusão de que você é desprovido de humildade não é baseada em nossa falta de afinidade. Não teria fundamento! [...] Eu só queria destacar uma coisa: Se você foi valorizado pelos seus colegas, isso só mostrou nobreza da parte deles... Pena que você não foi recíproco!
_ Como é que é?
_ Você acabou de falar dos seus trabalhos como exemplos do seu sucesso e do seu reconhecimento... Gil, o trabalho de um ator não é só dele. Você não teria sido aplaudido se não fossem os demais atores, os diretores, os iluminadores, os figurinistas, os maquiadores... isso sem falar no pessoal do som, no criador do cenário e principalmente, o autor! Muito do que se vê numa interpretação é mérito do texto! De nada serviria seu talento – que não duvido que tenha! Mas esse povo todo foi apagado e o foco só foi dado a você! Isso, para mim, foi o bastante para constatar que em você, o que sobra em talento, falta em humildade! Mas você é jovem... Apesar do brilhante currículo, ainda há muita estrada pela frente! Não quero, de jeito nenhum, que você tome minhas palavras como lição! Lições para a vida, a gente tem com a própria vida! Observe como se comportam e o que falam Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Marília Pêra... eles começaram cedo e se sustentaram até hoje... e quando perguntados sobre o segredo de tanto sucesso ao longo da árdua estrada que vêm percorrendo... a primeira coisa que citam: humildade!
_ [?]
_ Desentendimentos a parte... Cuidado com o que você fala, Gil! Nessa profissão, nada é garantia de ir ao topo e lá permanecer eternamente. Atualmente, você pode se dar ao luxo de recusar trabalho. Que bom! Bom pra você e bom para outros atores que terão o papel que seria seu! Não há nenhum mal nisso! Não gosta de televisão, não aceita! Mas, futuramente podem aparecer outros “Gils” e as oportunidades vão ficando escassas. Pode até acontecer de você ter que buscar trabalho – o que espero nunca acontecer! Mas no caso de acontecer... Já imaginou se aquele que tem nas mãos a chance de entregar o papel a você for exatamente uma vítima da sua arrogância nos tempos de glória? Eu por exemplo!
_ Nesse caso, se você me negasse o trabalho, só mostraria que você não passa de um mesquinho e lha falta profissionalismo!
_ Muito pelo contrário! Eu iria me basear justamente no conhecimento que possuo do seu difícil relacionamento e da sua arrogância para fazer a recusa. Eu seria tão profissional que pensaria no bem que faria a equipe não incluir você no time! [...]
_ Aproveitando isso... se eu faço tanto mal assim, o que o impede de desligar-se deste projeto e voltar pra sua terra?
_ Meu profissionalismo e a consideração que tenho por todos que estão envolvidos na peça! E a esperança de que você caia em si e passe a remar a favor do sucesso deste trabalho. Não esqueça que sucessos e fracassos são divididos entre todos! E nós dois temos uma dependência muito significativa neste trabalho. Oitenta por cento da história se passa entre nós dois. Se um for mal... não haverá como o outro se sair bem!
Ele baixou a cabeça,,, suspirou...
_ Portanto, Gil, nós não precisamos se bons amigos, mas precisamos ser bons colegas de trabalho. Depois, quando a temporada acabar... não precisamos nem nos encontrar... caso você prefira assim! Se bem que é isso mesmo que vai acontecer, pois no dia seguinte à última apresentação eu voltarei a minha cidade... voltarei a ser o ilustre desconhecido, não mais amador. Meus alunos... lá do Norte, sabe?... estão me aguardando. Lá eu não sou nem ilustre... pois sou como qualquer outro colega... mas também não sou desconhecido!
Estendi a mão a ele.
_ Colegas?
_ Colegas!
_ Gil, vamos dar uma paradinha... Quero mostrar a você um material que consegui sobre nossos personagens...
_ Ok.
Mostrei o material a ele e passamos a discutir sobre os detalhes comportamentais que Gil estava mostrando no palco e que não correspondiam ao personagem... e que, daquele modo, o sentido ficava incoerente. E, com isso, havia um desencontro entre os dois personagens. Eles perdiam a sintonia! Gil resolveu modificar e voltamos ao ensaio. Desta vez a cena parecia outra! O envolvimento era notório e estávamos tão concentrados que nem percebemos a presença do diretor – que ao término da cena, aplaudiu gritando:
_ Bravo! Bravo!
[Risos]
_ É isso! É esse o tom! Meu Deus... que alívio!
[Risos]
A partir daí, os ensaios passaram a ter outro ânimo e outro ritmo. Mas entre mim e Gil, a harmonia só existia em cima do palco. Nem falávamos um com o outro.
Houve um período que eu não precisei ir aos ensaios pois as cenas não tinham minha participação. Aproveitei para conhecer a cidade co a esposa do diretor. E uma certa noite, ao voltarmos para casa, encontramos o diretor que – desesperado – soltou a bomba:
_ O Gil sofreu um acidente!
E eu:
_ O que houve? Como ele está?
_ Não foi muito grave... mas isso vai alterar tudo! E minha preocupação é em relação ao seu tempo de licença! Não poderia haver nenhum contratempo! E agora?
A esposa do diretor perguntou preocupada:
_ Mas que acidente foi esse?
_ Ele estava indo pra casa de carona com um amigo também ator. Esse rapaz perdeu o controle da direção e colidiu com outro carro. O Gil está com a perna quebrada e alguns hematomas pelo corpo! Ou seja, sem andar, fica impossibilitado de ir aos ensaios!
No dia seguinte fomos ao hospital e Gil estava melhor e teria alta em dois dias. O diretor estava muito chateado e desanimado. Eu já pensava em retornar quando sua esposa, conversando comigo, sugeriu:
_ Eu estava pensando... os ensaios poderiam ser realizados na casa do Gil. Daqui para a estréia, ele já terá se recuperado! Se não interromper essa fase de ensaios, não precisará alterar nada! O Gil é muito competente... e eu sei que não precisa estar no palco para ensaiar... ele já conhece o palco, e mais pra frente ele pode fazer os ensaios finais no teatro novamente...
_ Por mim... sem problemas!
E ela conversou com o diretor, que resolveu aceitar a idéia e, após conversar com Gil e ele aceitar numa boa, passamos a ir diariamente ao seu apartamento todas as tardes – inicialmente para ensaiar as falas pois não era possível sua movimentação. Depois, com muita dificuldade, passamos a ensaiar as cenas completas.
Após uns quinze dias, o diretor fez uma viagem para ir a uma premiação e eu precisei ir sozinho. E foi num desses dias que encontrei Gil muito deprimido. Inicialmente não falei nada. Mas certo momento não agüentei e perguntei:
_ Gil... cara, não leve a mal, mas estou sentindo que você não está legal. Você prefere parar e deixar para amanhã?
_ Não. Não... por favor! É melhor que eu me distraia com o trabalho. Ficar só é muito pior! Fica, por favor!
_ Vamos dar uma pausa, então.
_ Tudo bem...
_ Gil, eu sei que não temos gênios compatíveis, mas quero que você saiba que estou à disposição para conversar... se quiser.
Antes que ele respondesse o telefone tocou e ele atendeu, já alterado
_ De novo, Sandra?
_ [?]
_ Não! Não! Eu não quero! E nem posso! Você não entendeu quando eu disse que estaria ocupado a tarde toda? Eu não estou no teatro, mas estou trabalhando! Poxa!
_ [?]
_ Não! Nem dez, nem cinco, nem um minuto! Não insiste!
_ [?]
_ Sandra... escuta...
_ [?]
_ Sandra, escuta! Você está me prejudicando! Será possível! Porra! O outro ator pediu para parar o ensaio por conta do meu estado! Porra! Você não é mais criança!
_ [?]
_ Eu não vou conversar mais nada! O que importa eu já falei pra você... ao vivo! Quer que eu repita? A-ca-bou! Acabou! Viva sua vida e me deixe em paz! Assunto encerrado! Felicidades! Tchau!
Eu não tive como não escutar. E ele, claro, percebeu isso e já voltou para a sala falando:
_ Caramba! Acabar um relacionamento é chato... mas muito mais chato é a outra pessoa não aceitar o fim! Porra, que inferno!
_ Infelizmente, quase sempre o amor não acaba para os dois! E para o que continua gostando, aceitar é difícil! Sei bem como se sente do outro lado! Apesar de não ter tentado reatar... não fui procurar nenhuma vez... dói demais! Eu me sentia sem chão... sem norte... sem vida! Um dos motivos que me impulsionaram a aceitar participar dessa peça foi poder sair daquele ambiente.
_ Você tinha um relacionamento e a outra pessoa terminou?
_ Exatamente. O difícil foi não encontrar razão para que isso acontecesse, sabe? Num domingo até onze da noite, era só felicidade, carinho, risadas... e na segunda, nove da manhã eu escuto: “Eu quero terminar tudo. Não estou feliz e quero me sentir livre para viver o que pintar de legal... mas não quero ser desleal, infiel, sacana com você. Até porque você não merece isso. Portanto, para que isto não aconteça, vamos ficar por aqui!”.
_ Assim... do nada?
_ Do nada! Não estávamos em crise, não houve nada que aborrecesse... Nada! Eu só disse: “Tudo bem. Obrigado pelos bons momentos e por sua atitude agora! Isso só confirma seu bom caráter e a pessoa maravilhosa que você é! Desejo felicidades!”. E dei um beijo no rosto. Pronto! Até hoje.
_ E já superou?
_ Já. Eu sou ariano... intenso em tudo. Se é pra amar, eu amo loucamente; mas se é para esquecer, bastam dois dias e duas noites. Não preciso colocar ninguém no lugar e nem fazer análise...
_ [Risos]
_ [Risos] Mas não sou assim por querer, sabe? Sou assim e ponto! A única coisa que me deixou chateado foi não haver uma razão que justificasse aquilo. Mas depois eu parei e pensei: para se apaixonar a gente não tem um motivo... por que haveria de ter para se desapaixonar? Não é verdade? O amor pode acabar simplesmente por acabar... embora a gente continue querendo bem à pessoa! Mas querer bem não é amar! Então, permanecer com alguém só por querer bem é desleal com os dois, principalmente consigo mesmo!
_ Eu concordo. Pra ser sincero, entre mim e a Sandra também não houve um grande motivo! Foram vários pequenos motivos que se juntaram e, quando dei por mim, o amor tinha acabado.
_ E quando você se deu conta disso?
_ Quando eu me vi apaixonado por outra pessoa!
_ Ihhh...! Aí é insuportável! Mas... não tenho esse direito, mas vou fazer um pedido: não deixa ela ver ou saber que você já está com outra pessoa! Se dói ver quem você ama distante, dói muito mais ver quem você ama distante e acompanhado!
_ Não, mas eu não estou acompanhado...
_ Ah... Pensei que...
_ Essa paixão é impossível de ser vivida! Sem a menor possibilidade mesmo! Sabe quando um garoto da quarta série se apaixona pela professora? Ele sabe que nunca vai namorar com ela... mas está apaixonado! Um dia passa! [Risos] É mais ou menos assim...
Rimos e eu fiquei um tempo pensativo...
_ Que foi? Está distante...
_ Gil, estou aqui tentando imaginar que tipo de paixão poderia surgir, em mim, que pudesse ser considerada impossível. Eu só encontro uma: a outra pessoa não estar apaixonada... mesmo assim, é possível conquistar seu coração! [Risos]
_ Mas há! Depende das suas prioridades... Minha prioridade é minha carreira, minha imagem... Então, viver um amor que poria em risco minha profissão está fora de cogitação! Não há absolutamente nenhuma chance!
_ Eu acho que a questão aí não é prioridade, mas intensidade. Se a paixão for forte mesmo... não há profissão ou imagem que a segure. Talvez seja uma atração passageira... Paixão mesmo... fogo... explosão... tesão... não é! É muito forte, Gil! Incontrolável! Você passa a viver em função daquilo... os pensamentos são inevitáveis... vai tomando conta da sua vida de tal forma que se torna vital ter a pessoa do seu lado... ainda que seja de forma clandestina – como é o caso dos amantes, nas relações extraconjugais! Se os apaixonados são capazes de colocar as próprias vidas em risco... imagine as carreiras, as imagens! Fora que ainda se pode, a depender da situação, não deixar que a relação se torne pública! E é só o que acontece por aí!
_ Acho que você tocou num ponto crucial! Essa paixão não tem tanta força assim... embora, confesso, eu passe vinte e quatro horas pensando... [Risos] Mas vai passar... Sempre passa!
_ Gil, eu admiro muito o valor que você dá à sua carreira! É um amor muito bonito! Eu jamais abriria mão de ser feliz no amor, em nome do trabalho! Eu adoro trabalhar e adoro meu trabalho! Foi muito suado chegar lá. Mas se para viver uma paixão eu tivesse que correr riscos ou conviver com obstáculos... Ah! Eu nem contaria pipocas! Cara... amar é bom demais! Nada substitui. Eu prefiro chegar ao fim da vida e fazer a contagem de quantos amores eu vivi, que contar quantos prêmios profissionais eu ganhei!.
Gil ficou reflexivo e eu tratei de despertá-lo:
_ Vamos voltar ao trabalho?
Depois de umas duas horas terminamos e decidi ir embora. Logo que saí do prédio, a caminho do ponto de ônibus, fui assaltado. Pensei em ligar para a casa do diretor, mas eu estava tão nervoso que nem consegui lembrar o número. Voltei ao apartamento do Gil... tremendo. Ele ficou meio revoltado com a onde de violência e ao mesmo tempo preocupado comigo... no fim, convidou-me para passar a noite lá. E eu aceitei.
Após um bom banho, que me deixou mais relaxado, sentamos numa sacada que dava visão para um parque muito bonito. Aquilo foi a razão de um papo sobre a cidade onde eu morava, mas que não era minha terra natal. Lá eu estava há seis anos, desde que eu fui aprovado num concurso e passei a dar aulas no curso de Artes Cênicas. Até concluir meus estudos, eu morava em uma capital nordestina – que Gil disse ter conhecido quando participou de uma peça que passou duas semanas em cartaz lá. Rasgou elogios às praias, à cultura e ao modo como os atores eram tratados pelo público.
Aproveitei para tentar mudar a forma como ele via o Norte, especialmente quanto à fama de lugar atrasado. Disse, inclusive, que esta também era minha visão até o dia que conheci, e passei a ver que isso não correspondia à realidade, pois com tantas possibilidades tecnológicas, tantos avanços em termos de transportes e comunicação... era até meio ilógico pensar que ainda existissem tantas diferenças entre as cidades, em termos de conhecimentos, ou em termos de desenvolvimentos; mas em termos culturais, sim... e que isso era muito bom, era uma riqueza para nós... Acho que consegui que ele pensasse diferente.
Em seguida, entramos, novamente, no assunto sobre namoro. Em algum momento perguntei:
_ Vai levar um tempo para ela se acostumar... Sabe o que dificulta? A rotina. Quando a gente namora, a nossa vida tem um ritmo. Quando acaba, fica aquele vazio, sabe? A gente fica sem saber o que fazer... mas com o tempo, outros compromissos surgem, outras atividades vão preenchendo aquelas lacunas... Aí fica mais fácil esquecer! Eu tratei logo de preenchê-los! [Risos] Faz quanto tempo que vocês acabaram?
Ele olhou para o relógio no pulso e disse :
_ Agora são oito horas, então... vinte e três horas!
_ Hã?
Rimos.
_ Foi ontem o fatídico dia?
_ Foi.
_ Ora... E eu achando que você estava irritado porque ela estava há uns quinze dias insistindo! Mas você, heim, Gil... está impaciente demais! Coitada da Sandra! – que eu nem conheço!
[Risos]
_ Cara, ele é um amor de pessoa. Demais, demais! Mas, como você disse, bem querer não é amor! [...] Só para você ter uma idéia, ela vinha todas as noites me ajudar no banho! Aliás... [Risos] ... vou explorar você hoje! [Risos]
_ Para ajudar no banho? Ah... sem problemas! É dizer o que terei que fazer!
E um pouco mais tarde, Gil chamou-me para lhe dar uma mãozinha no banheiro, pois, nem o pescoço e nem a perna poderiam ser molhados.
_ O que eu devo fazer?
_ [Risos] Primeiro, me ajudar a tirar a roupa...
Quando fui puxar sua cueca, ele falou:
_ Não... não precisa tirar a cueca.
_ E você vai tomar banho de cueca? Por quê?
Ele ficou envergonhado e depois disse:
_ Tá... Me ajuda a puxar...
[...]
_ Pronto. E agora?
_ Agora me ajuda aqui... Tenho que me apoiar em você!
_ Então deixa eu tirar minha roupa também... senão vou ficar todo molhado!
Gil não olhava para mim, e isso ficou tão evidente que não tive como evitar o constrangimento. Já no Box, perguntei:
_ Gil, aqui tem alguma corda ou algo que possa substituir... aqueles cordões de varal...
_ Tem. Pra que é?
_ Onde está? Você verá depois...
Fui buscar e fiz dois apoios amarrados na estrutura do Box. Eles serviram para sustentar o braço e a perna engessados e possibilitou que eu ficasse livre para ajudá-lo a passar sabonete, xampu...
Ele gostou da idéia, mas seu incômodo por sentir minhas mãos deslizando por seu corpo era evidente. Percebendo isso, nem cheguei perto de suas partes íntimas... Mas ao notar que havia concluído, Gil pediu:
_ Cara, não leva a mal, mas passa sabonete nas minhas virilhas...
_ Bem, eu não fiz isso porque você estava meio encabulado... mas eu mesmo não estava satisfeito com esse banho. Posso fazer o serviço direito?
_ [Risos] Pode!
E eu passei novamente o sabonete pelo seu pescoço, seu tórax que tinha uns pelos que começavam sobre os mamilos e, se encontravam no meio do seu tórax, de onde desciam até o saco. Nessas partes onde havia pelos, ainda que não fossem abundantes, formava-se bastante espuma. Ensaboei até a barriga e passei para as costas. Voltei para a frente e comecei a ensaboar suas virilhas – onde aconteceu algo meio vexatório: seu pau começou a endurecer. Apressei o que fazia, mas não me esquivei de ensaboar sua rola, inclusive puxando a pele para dar o grau na cabeça. Fui para detrás dele e comecei a ensaboar a bunda... e passei os dedos bem no seu cuzinho. Ele suspirou e, bem discretamente, foi empinando o traseiro.
De repente, com certa irritação, falou:
_ Chega! Chega! Vamos acabar com esse banho!
Fiquei muito sem graça e tratei de terminar aquele banho. Sequei-o e fomos ao quarto. Ajudei-o a deitar e me retirei. Um pouco depois, voltei:
_ Gil, onde eu vou dormir?
_ Você se importa de dormir aqui?
_ Aqui no quarto?
_ [Risos] Sim... mais especificamente, aqui na cama...
Eu sorri.
_ Por mim... sem problemas!
E acabei dormindo ao seu lado. Demorei um bocado a “cair nos braços de Morfeu”, mas quando me dei conta, já era manhã. E Gil já estava acordado...
_ Bom dia, dorminhoco!
_ Poxa...! Dormir tanto assim é novidade para mim! Bom dia!
_ Estou segurando a vontade de mijar... Preferi deixá-lo dormir! Você poderia me ajudar?
_ Claro! Você deveria ter me chamado, Gil! Vamos!
Ao segurar o pau dele, que já estava meio duro, ele riu...
_ Que foi?
_ Lembrei de uma piada.
_ Conta!
_ Ah, eu sou péssimo pra isso! Um cara acordou bêbado com vontade de mijar e quando chegou ao aparelho, viu o pau duro e disse: “Olha aí, quando você precisa, eu levanto!”
[Gargalhadas]
O dia foi passando e à tarde começamos a ensaiar... Depois de uma hora:
_ Essa parte do tapa? Precisamos treinar bastante... mas nessas condições...
_ Gil, eu já disse... pode dar de verdade!
_ Eu não vou fazer isso, cara!
_ Mas sou eu que vou ser atingido! Se fosse um murro, que deixasse hematomas... tudo bem! Mas um tapa?! No máximo vai ficar avermelhado! É sério! Pode dar o tapa de verdade!
_ Não, cara! Existem técnicas para se fazer isso!
_ E fica horrível! Eu já vi várias cenas... e nenhuma me passou verdade!
_ Vamos deixar para decidir isso depois... Vamos para a seguinte: Ih... o beijo! Para essa, é importante usar técnicas. Você conhece?
_ Não. Quer dizer... mais ou menos!
_ Mas o diretor falou que na sua apresentação havia cenas de beijos!
_ Mas... não havia técnica nenhuma. Eram beijos de verdade...
_ De língua?!!
_ Sim! Mas era uma coisa física, era uma representação! Não havia sentimentos verdadeiros, entende? Assim como a raiva, a alegria... Tínhamos consciência que aquilo era ficção... nada foi para a vida real!
_ Mas, se pelo menos fosse com uma atriz!
_ Bem... eu sempre aprendi que o ator deve se desprender de certas coisas... uma delas é o preconceito! Por isso nunca me importei com o sexo ou a orientação sexual dos que estão em cena!
Gil ficou sem jeito... Tentei contornar:
_ Vamos! Quais são as técnicas que você conhece?
_ [Sorriso] É o seguinte...
Ele foi me mostrando cada uma usando sua própria mão como se fosse o parceiro. Depois pediu que eu o levantasse para fazermos cada uma delas...
_ Ok, Gil! E qual dessas vamos usar?
_ O ideal seria que outra pessoa assistisse e opinasse! Já sei! Pega meu notebook! A gente grava e escolhe.
_ Perfeito!
Assim fizemos e depois da última, Gil disse:
_ Só para compararmos, vamos fazer um real! Ninguém está vendo mesmo!
E nos beijamos. Gil falou:
_ Vamos assistir?
_ Sim... Vamos!
Eram cinco cenas técnicas e duas reais. No final :
_ Então... que achou, Gil?
_ Fala você primeiro!
_ Vou opinar como se eu estivesse na platéia... Entre os técnicos, o segundo; e entre os reais, o primeiro.
_ E entre esses dois?
_ O real, claro! Mas estão descontextualizados, não é? Se os colocássemos dentro do texto...
_ Eu também achei o segundo técnico melhor... mas preferi o segundo real. Vamos ensaiar a cena completa?
_ Gravando?
_ Sim... sim!
Após terminarmos a cena com o segundo beijo técnico, eu disse:
_ Vamos ver?
_ Não é melhor fazermos os outros dois que achamos legais?
_ Os beijos reais?
_ Sim!
_ Mas seria perda de tempo, Gil! Se não serão utilizados, pra quê compararmos?
Ele ficou sem palavras. De repente:
_ Eu gostaria de gravá-los, você acharia ruim?
_ De forma nenhuma! Vamos lá!
Ao terminarmos o primeiro, Gil fez uma observação:
_ Cara, eles estão há anos guardando essa vontade, esse desejo... Vamos pôr mais paixão nesse beijo! Mais intensidade, mais fome... até mais desespero!
Eu ri.
_ Ok, Gil! Vamos para o segundo!
E nessa cena houve algo interessante: nenhum de nós conseguiu falar o texto que havia depois do beijo. Gil tratou de quebrar aquele momento:
_ Vamos assisti-los!
Foi um momento estranho. Não nos olhávamos e nem falávamos nada durante a exibição das cenas gravadas. Ao fim, ainda sem me olhar, Gil falou:
_ Não tem como negar... a última foi perfeita!
_ É verdade!
Olhamos... olhos nos olhos:
_ Poderíamos fazer o último, mas deixar que todos pensem que é técnico...
_ Impossível não perceber, Gil! Até a respiração muda! É óbvio que ninguém vai achar que esse beijo é técnico!
_ E aí?
_ Vamos ensaiar o que será encenado!
_ Ok! Você tem razão! Vamos ensaiar o técnico, então!
E assim fizemos.
Os dias foram passando e mesmo depois que o diretor retornou de viagem continuei no apartamento de Gil, que já estava muito bem fisicamente. Faltando uma semana para a estréia, Gil propôs fazermos um ensaio da peça inteira, gravando-o. Afastamos os móveis da sala, deixando apenas o tapete. Então demos início!
No momento do beijo, tive uma surpresa: Gil beijou-me como o último gravado dias anteriores, quando estávamos escolhendo o que encenaríamos. E mais, o texto que seria dito pelo seu personagem, na peça, que era “O que você fez comigo?”, foi substituído por:
_ Eu não sei como isto está acontecendo comigo... mas... estou apaixonado por você!
_ Gil...
_ Não fala nada! Apenas vamos sair da ficção e entrar no mundo real... é nele que eu estou louco de desejo por você! Me beija!
Começamos a tirar nossas roupas e nos abraçamos, ainda com nossas bocas coladas, naquele tapete. Eu lambia cada parte daquele corpo que eu tanto desejava e ele pediu, sussurrando:
_ Chupa meu pau!
_ Chupo...
Segurei sua pomba que já babava e enfiei na boca. Ele urrou...
_ Ahrrrrrrrrrrrrr...! Isso!
_ Seu cacete é muito gostoso! Hummm...! Hummm...! Muito! Muito mesmo! Hummm...!
Ele segurou minha cabeça deixando-a parada e passou a socar minha boca. Eu delirava!
_ Engole meu caralho! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Isso!
_ Ahrr...! Adoro isso! Fode minha boca!
_ Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Oh coisa boa! Quer mais?
_ Quero! Hummm...! Hummm...! Mais! Mais! Hummm...!
_ Toma! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Assim mesmo! Gosta de chupar rola? Então toma! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Ahh...! Chupa meus ovos! Isso... Ahhhhhhhhhh... Gostoso demais!
_ Fica de quatro e abre essa bunda! Empina... Isso...
A língua dele pincelou minhas pregas...
_ Ohhhhh... Que cuzinho gostoso!
_ Ahhh... Isso! Ahhh... Que língua safadinha! Ahhh...!
_ Gosta de língua no cu, safado! Sente!
_ Gosto! Ahhhh...! Ahhhh...! Mete mais! Ahhhh...! Ahhh...! Ahr...!
Gil começou a dar palmadas em minha bunda enquanto socava a língua no meu cuzinho.
_ Aiii! Hummm...! Hummm...!
_ Gosta mesmo de uma língua no rabo, não é sem vergonha? Pisca na minha língua, pisca! Hummm...! Hummm...! Hummm...! Isso, pisca! Hummm...! Hummm...!
Não agüentando mais, pedi:
_ Gil, come meu cuzinho! Mete esse caralho todo! Mete de uma vez!
_ De uma vez? Assim que eu gosto! Toma! Issssssssssss...!
_ Aiiiiiii...! Isso! Ahhhhhhhhhh...! Delícia! Faz tanto tempo que espero por isso!
_ Você esperou tanto... Vou compensar agora!
Gil segurou minha cintura, retirou o pau até a cabeça e deu uma estocada forte.
_ Aiiiiiiii...!
_ Gosta assim?
_ Gosto! Vai! Fode! Aiiiiii...! Issssssss...! Delícia!
_ Toma! Ohhhh...! Cuzinho quentinho!
_ Fode bem rápido! Vai!
_ Opa! Assim é bom... Lá vai! Toma rola! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Isso, safado! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...! Hum...!
_ Isso! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...!Assim! Mais! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...!Mais! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...!Isso! Fode! Ahr...! Ahr...! Ahr...! Ahr...!Fode! Fode, Gil! Estou gozando! Ahhhhhhhhhhhhh...! Ahhhhhhhhhhhh...!
Quando meu cu começou a dar contrações, Gil falou:
_ Vou gozar! Vou gozar!
_ Quero beber sua gala!
_ Abre a boca! Isso! Bebe tudo! Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...! Ahhh...! Issssss...! Ohhhhhhhhhhhhhhh...! Puta que pariu... Que gozada doida!
Caímos exaustos...
_ Gil, quando está transando, você se transforma!
_ [Risos] Como?
_ Fica mais autêntico... Você se despe dessa imagem de artista e passa a ser, naturalmente, o homem... que deseja, que tem fome de sexo, que quer sentir prazer... fica mais animalesco!
_ E isso é bom ou ruim?
_ É maravilhoso!
_ E eu consegui fazer você sentir prazer?
_ Muito...
_ E o que você acha de sentirmos isso pelo resto da vida?
_ Hã?
_ É uma forma que encontrei de pedir para vivermos juntos... Aceita?
_ Seria um sonho, Gil... mas sentimento nenhum consegue ser mais importante que a liberdade! Eu jamais trocaria a prazer de ser livre por um amor... por mais lindo que ele fosse – como o que sinto por você! Eu não conseguiria ter duas vidas: uma para os outros e uma outra para nós dois...
_ Mas eu não quero isso também! Você me mostrou que isso não vale a pena! Eu quero é que o mundo saiba que eu amo você!
_ Verdade? Você está disposto?
_ Estou! Estou disposto a viver! Estou encorajado a ser eu mesmo!
A peça estreou e ao final fomos premiados em muitas categorias. Gil foi comigo para minha cidade e lá abriu uma escola de teatro, mas, de vez em quando, somos convidados a integrar elencos de peças de importância nacional.
Somos felizes!