- Você o que?
- Nada!
- Arthur, eu ouvi!
- Então pronto! Sai! Vai Embora!
- Não!
- Por que?!
- Porque não! Você vai me explicar essa história direito!
- Não tem nada pra explicar, vai embora!
- NÃO! Você precisa de mim!
- Eu preciso que você vá embora, ficar aqui só vai me fazer sofrer mais.
- Porque você ta fazendo isso?
- Isso o que?
- Se maltratando assim.
- Porque eu me odeio! Eu não quero isso, eu tenho raiva de mim mesmo por me sentir assim, e se você ficar aqui eu só vou sofrer mais.
- Arthur, eu sou teu primo, seu amigo, conversa comigo, eu vou te ajudar.
- Você não entende não é mesmo? É por isso mesmo. Porque você é meu primo, meu amigo. Eu não quero... eu não queroVocê não quer o que?
- Te amar do jeito que eu amo!
- Vamos fazer um negócio. Vem aqui, vamos conversar.
- Não tem o que conversar.
- Tem sim. Olha você não deve saber o que está falando... você ta confundindo amor de primo com outra coisa.
- Você acha o que? Que eu sou idiota pra fazer uma coisa dessa? Por acaso amor de primo é vontade de BEIJAR o primo? Me poupe Bruno.
- Tá bom, então vamos fazer uma coisa. Vamos esquecer essa história? A gente finge que nada aconteceu, e você volta a catar as meninas e eu também. Pronto.
- Fácil assim?
- É fácil assim.
- Você não sente nada por mim? Mesmo?
- É... Não...Tá maluco?
- Bom saber Bruno, agora além de ser gay sou burro também! Em me apaixonar por um idiota feito você. Quer saber vai embora Bruno, se manda daqui! Vai some garoto! Desaparece da minha frente! Você é a maior decepção da minha vida, tanto como primo tanto como melhor amigo tanto como outras coisas.
- Mas Arthur...
- VAI BRUNO! – me levantei e fui arrastando ele em direção a porta - SOME!
- Arthur não eu...
- TCHAU!
Ai como eu sou burro! Como eu sou burro!!!!! Agora eu chorava de mais raiva ainda! Mas as coisas não iam ficar assim, aaah mas não iam mesmo! Ele deu uma enrolada quando foi falar que não sentia nada por mim.. tem alguma coisa aí, e eu vou descobrir. Resolvi sair, fui no salão e fiz um piercing no nariz e na orelha esquerda, doeu pra caramba, mas ficou muito louco.
Fui pra escola no outro dia, me arrumei como nunca, fiquei muito lindo, e estava decidido, vou pegar a Luana, a menina mais linda da escola e que era o sonho do Bruno, mas ele só levava patada dela e ela vivia dando mole pra mim, e eu tava decidido eu era capaz até de transar com ela pro meu plano dar certo. O Bruno morria de raiva da Luana por ela maltratar ele.
Ele não foi comigo de novo, quando desci do carro acho que metade da escola teve um infarto. Cortei meu cabelo, estava moicano o que deixava meus olhos mais a vista. O bruno quase morreu quando me viu, porque nós tínhamos um trato de não cortar o cabelo pra ficarmos mais parecidos e manter o titulo de “gêmeos”. Parece que todos olhavam pra mim. Passei por ele no portão, ele estava com a patrícia de novo, e nem falei nada, ele ficou olhando pra mim com cara de raiva e eu ria por dentro. Por onde passava olhavam pra mim. O corte no meu rosto ja tinha melhorado e o roxo do meu olho ja tinha saído.
- Nossa Artie, que mudança hein.
- Valeu Luan.
- Ta gato hein Arthur.
- Valeu Luana, você também, ta gata como sempre.
- Hmmm, que tal a gente conversar depois?
- Te encontro embaixo da arvore no intervalo.
- Te espero la.
Estávamos dentro da sala, todos em seus lugares já, incluindo o Bruno que estava com a cara fechada desde a hora que eu entrei. O pessoal ficou maluco naquela escola e por minha causa ainda. Eu sempre falava que nunca ia cortar meu cabelo, e nunca ficava com ninguém na escola, muito menos dar em cima de alguém na cara dura igual eu tinha acabado de fazer.
- E ai, qual o motivo dessa mudança toda Arthur?
- Ah, tem uma hora que a gente tem que mostrar pra alguém o que perdeu né Luan?
- E essa pessoa deve ser louca de perder você, Arturzinho... – eu SEMPRE odiei que me chamassem de Arturzinho, minha vontade era de matar aquela menina – você, que é tão lindo e gostoso assim.
E a Luana veio e me beijou, no meio da sala, na frente do Bruno. Eu não me fiz de rogado e coloquei uma mão na cintura dela e outra na bunda. O pessoal todo gritava. Nós estávamos em pé bem no meio da sala. Eu queria olhar pra cara dele mas não dava, não podia dar bandeira.
- Vamo acabar com a farra? Disse Bruno já em pé e com cara de bravo – Ta na hora de começar a aula já! Cadê o Nilton?! (Professor)
- A gente se encontra lá fora gatinha.
- Eu te espero lá na arvore gostoso.
Fui pro meu lugar, atrás do Bruno, e me sentei, um sorriso de orelha a orelha estava em meu rosto. Deu certo, ele ficou bravo, isso era nítido.
- Qual é Arthur?! Por que fez isso?
- Isso o que?
- Agarrar a mina no meio da sala assim, e por que cortou o cabelo? E o nosso trato? E esse negócio no seu nariz? Virou bicha agora?
- Você não falou pra esquecer a história e ficar com as minas? Então? E viu pra seguir o trato a gente não é irmão de verdade, e acho que não preciso responder a ultima pergunta não é mesmo?
- Por que tá fazendo isso? Você não é assim...
- Agora eu sou, e é melhor se acostumar.
A aula seguiu normalmente, fiquei com a Luana no intervalo. Ela era mais safada do que parecia, ficava beijando meu pescoço e alisando meu pau por cima da calça, e isso na frente de todo mundo embaixo da arvore bem no meio do pátio. Bruno não tirava os olhos de mim e eu fazia questão de ficar olhando pra ele. Acho que todos perceberam que nós tínhamos brigados...
- O que acha de a gente ir no banheiro depois da aula... uma rapidinha iria bem...
- Pode ser Lu, você é muito gostosa.
- E você então... só de pensar ja me deixa molhadinha.
Aquela menina era muito biscate mesmo, tava me dando até raiva dela, mas eu tinha que continuar e iria até o fim. Quando tocou o sinal da ultima aula:
- Bruno, vai indo que eu vou depois pra casa tá? Eu vou sair com a Luana, é hoje que vai rolar...
- Vai rolar o que?
- Vai rolar ué... você sabe não se faça de besta. Falou priminho.
Eu deveria ter tirado uma foto da cara dele. Fui pro banheiro masculino mais afastado da sala junto com a Luana, encostei na pia e ela abaixou minha calça e colocou meu pau na boca, eu só pensava no Bruno e em tudo que eu era capaz de fazer pra ter ele, quando de repende:
- posso saber que pouca vergonha é essa Arthur?
- Bruno! O que você ta fazendo aqui?
- Levanta daí sua biscate, vaza! AGORA!
- Bruno o que você ta fazendo?
- VAI LUANA VAZA DAQUI!
Luana pegou suas coisas e saiu, eu levantei minhas calças e fiquei olhando pra cara dele, ele estava com cara de ódio.
- por que você ta fazendo isso comigo?
- Isso o que?
- Você não é assim... você não é a pessoa que eu...
- Que você o que?
- Que eu quero.
- E você me quer por acaso?
- Quero, mais que tudo. – ele ja chorava ja – me desculpa por ontem.
- Bruno eu...
- Eu não devia ter vindo aqui, eu vou embora.
- Bruno espera...
- Oi.
- Vem aqui.
Eu então coloquei minha mão em seu rosto e limpei as lagrimas que escorriam.
- eu te amo.
E o beijei.
Continua.....