Hurta não sabia falar. Chegara aos quinze anos e não pronunciava uma só palavra de qualquer linguagem. Sua mãe chegara a cogitar demência mas esta idéia foi descartada por que Hurta não parecia louca, somente não falava. Pelo contrário, seu ar taciturno lhe conferia uma expressão de eterna aprendizagem, desde cedo já se enxergava nos seus olhos um fascínio inexplicável pela crueldade.
Sua mãe era pobre e seu pai morto. Tanto faria se fosse a contrária ordem mas o caso é que tinham sérios problemas em manter-se de modo que já novinha aprendera a fazer farinha e vender na feira.
Se Hurta não fora dotada de riquezas materiais estas mesmas estavam enraizadas no seu corpo pueril. Nunca se viu no seu pequeno vilarejo garota mais bonita. Ninguém sabia explicar por que seus cabelos negros como de qualquer cabocla emanavam um perfume vagaroso que prendia nos cachos qualquer rapaz, não havia explicação para seu passo sem eco, seus olhos sem brilho e sua voz imperscrutável que para qualquer um pareceriam elementos sumários para uma beleza de moça nela se tornariam a chave do encanto que exercia em qualquer pessoa.
Todos a conheciam muito bem. Não sorria para ninguém. Somente chegava e entregava a farinha para o vendedor que pagava a quantia justa pela saca. Ela arrastava um carrinho arcaico para chegar até lá andando seus 8 km. Na sua volta além do dinheiro também trazia frutas, legumes, às vezes até galinhas. Não significa que ela aceitava simplesmente as pessoas jogavam dentro do seu carrinho.
Naquela época, no interior esquecido estava de passagem um grande fazendeiro de longos bigodes. Interessava-se pelos bois e as vacas. Os habitantes dali eram pessoas pacatas e todas as perguntas que fazia o fazendeiro eles lhes respondiam com a maior solicitude. Interessara-o Hurta que por coincidência naquele dia chegara um pouco mais tarde com sua saca de farinha.
O fazendeiro olhou a pobre menina, com a blusa meio suja do trabalho e pequena para os grandes seios que da sua idade e mocidade já emergiam, a saia rendada e maltratada que não escondiam a beleza de suas pernas e coxas modeladas pelo trabalho e principalmente olhava com lascívia indecifrável para as nádegas firmes e grandes que tinha. Pareceu-lhe ver naquela menina uma mulher já de idade mas pareceu triste quando foi informado dos seus ainda quinze anos.
Seguira Hurta de longe, desviando de vez em quando do olhar animal que ela dirigia para trás. Soubera de suas particularidades, de sua pobreza, do fato que não falava e tudo isso despertou no fazendeiro um avesso sentimento de piedade.
Chegara à casa que caía aos pedaços e encontrara a mãe de Hurta cozinhando pés de galinha para janta. Ela viu o homem bem vestido, com chapéu na cabeça e sapatos chiques nos pés e logo tomara consciência de que tinha dinheiro e queria alguma coisa. Hurta foi para seu quarto que não passava de uma velha cama onde antes dormia seu pai velho e morto.
O fazendeiro disse que aquela menina não poderia passar a vida inteira naquele fim de mundo tendo tamanha inteligência. Disse que a menina entendia de contas e ele vira com seus próprios olhos como multiplicara os parcos recursos na breve passagem à feira.
A mãe logo alertou que ela não falava e não se sabia se era muda, mas que ouvia muito bem e trabalhava. O fazendeiro inquiriu para aproveitar aquele ensejo único durante algum tempo até que com promessas de melhoria para o futuro da menina conseguiu dar alguma esperança a pobre e velha mãe que na mesma noite aprontara o que Hurta ainda tinha de roupas, um total de seis mudas e seus chinelos desgastados e partiu na carroça do fazendeiro que veio até aquele vilarejo atrás de Bois e Vacas.
Hurta não sabia o que pensar. Todos a achavam estranha e ela tinha a consciência disso e olhava o rastro das rodas por detrás da carroça. Adorava quando na lama aparecia alguma minhoca amassada ou um inseto com as tripas de fora. Estranhou, pois ouvira que o fazendeiro tinha ido atrás de bois e vacas mas não havia nenhuma. Enquanto viajava ele disse seu nome, conversando sozinho por que Hurta não respondia se não com pequenas pedrinhas que de vez em quando jogava nas ancas dos cavalos. Chamava-se Edgar e morava numa fazenda longe dali. Num lugar que tinha escola, delegacia, igreja e prefeitura e até regalias de cidade grande. Falou que seria bem educada e poderia ajudar com muito dinheiro a pobreza de sua mãe.
Não se pode afirmar com total clareza se aquelas promessas tiveram algum efeito sobre Hurta, no entanto, se fosse pra afirmar alguma coisa diria que ela só ia com o fazendeiro não pela educação, pelo dinheiro ou pela cidade: eram pelos animais que de vez em quando pelo caminho matavam. O fazendeiro também era Caçador e gostava de matar pássaros, no primeiro que matou viu os olhos famintos de Hurta, não sabia se era fome ou outra coisa mas foi dominado pela imensa tirania daquela bela garota e deu-lhe de presente o cadáver da ave. Ela tirou pena por pena e viu o buraco do tiro. O sangue que escorria manchou a roupa e ela quis tirar só que o fazendeiro não deixou e disse-lhe que esperasse chegar.
A fazenda era grande. Havia bastantes empregados. O Fazendeiro não tinha mulher. Morava junto com o filho, um homem bastante robusto, de braços do tamanho de troncos de árvores e com uma criada velha que lhe bastava para limpar a casa e cuidar da comida.
Não havia crianças de qualquer tipo. Suas coisas foram colocadas juntas num tipo de estábulo. Estranhou por que havia bastantes quartos e ela foi colocada justamente naquele lugar. Hurta ficou parada com seus olhos inexpressíveis para o fazendeiro que lhe indicara o canto em que devia dormir o que não passava de um buraco onde havia palha seca, o local onde tomaria banho onde havia uma mangueira, balde e sabão e uma portinha de onde se divisava quase toda a dimensão de sua perna e o lugar para comer, uma tigela bem perto da onde as vacas deveriam comer se ali houvesse vacas.
Ela não estranhou esses fatos. Estava deliberadamente presa a um outro mundo só seu desde que nasceu por isso não falava. Não importava em quais condições vivia conquanto vivesse. Nunca teve a figura de um homem perto de si e costumava tomar banho nua no ribeirão e ali não importava que os animais a vissem e nem se eram machos. Ali, naquelas circunstâncias, apenas queria seu canto e teve-o de bom grado e até lhe esboçaria palavras de agradecimento se falasse. O fazendeiro passou a mão em sua careca e no bigode enquanto ela jogava suas coisas na palha sem fazer qualquer objeção ou reclamação do modo como fora instalada.
Não demorou em fazer daquele canto uma espécie de outro quarto do seu pai mesmo com poucos confortos nada disso importava. Edgar a deixara sozinha para cuidar de alguns negócios. O jantar já estava quase para ser servido. Hurta tomara banho no local destinado a ela, usando o sabão por todas as partes do corpo, em um movimento naturalmente sensual por se tratar de uma mulher com as mais afrodisíacas belezas do corpo mas totalmente inconsciente pois Hurta só tinha a consciência de ser ela mesma.
Não notou, por exemplo, que o filho grandalhão do fazendeiro estava olhando-a neste tempo todo, desejando sofregamente todo seu corpo para uso próprio assim como não pode perceber as reais intenções do fazendeiro ao levá-la: aprisionar uma mulher verdadeiramente livre.
Vestiu suas roupas normais, suas habituais velharias e como não sabia o que fazer ficou sentada na palha olhando pela fresta de uma janela com grades bem altas o sol que vinha e os pássaros que por lá passavam. Seus olhos magnéticos fitavam famintos, não de fome, mas de depenar as pobres aves, deixá-las sem o espojo que a natureza lhes dera, transformá-los em pedaços iguais a imagem que tinha de si própria. Fora os cabelos longos, nunca cortados, só havia uma pequena região no púbis com pêlos e ela os odiava, cortá-los-ia se pudesse mas doía toda vez que tentava e teve de se conformar com aquilo.
Edgar chegou tarde e verificou que a criada não fora buscar Hurta por medo. A velha disse que aquilo era um animal e não gente e teve essa certeza logo no primeiro olhar que dirigiu a pequena. Edgar não fez que sim nem que não, nem sequer sabia afirmativamente sobre isso e fora buscar sua hóspede. Encontrou-a sentada no canto que lhe foi destinado a olhar para a porta. Não sabia quanto tempo ela era capaz de ficar ali e nem se por sua cabeça, durante àquelas horas, passaram alguma sombra de pensamento.
Logo notou como ela se adaptou sem quase nenhum conflito aquele ambiente opressor e viu com perfeição que enfim encontrara quem queria. Hurta era mais fêmea que mulher em si.
Perguntou se Hurta podia entender suas palavras. Ela não sabia como cognitivamente expressar idéias de concessão e de negação e tudo que pôde fazer, pelo simples ato lógico foi virar a cara para ele que assim, por seu espírito empreendedor e conhecedor dos bois e das vacas soube que enquanto olhasse para seu rosto certamente lhe entenderia. Tendo essa certeza disse que ela não sairia dali e passou a ditar alguma das regras com a qual permearia a vida da garota.
Disse que enquanto estivesse sob seus cuidados não usaria as roupas velhas, as sandálias surradas, que tirasse tudo ali e agora que ele providenciaria logo outros tipos de roupas para vestir, antes também de comer deveria primeiramente esperá-lo em pé do seu lado ou onde ele quisesse fazendo o que ele bem entendesse para que assim pudesse obter o direito à comida e nunca se sentaria à mesa sem ordens expressas mas ficara ao seus pés ou no canto em seu quarto. Trabalharia enquanto não começavam as aulas na escola e atenderia todas as ordens dadas tanto por ele quanto pelo seu filho que no exato momento estava de viajem para trazer outra hóspede que lhe faria companhia. Ficou determinado que antes de dormir fosse ao quarto do Fazendeiro para outras e demais ordens que construiriam a vida cotidiana de Hurta.
Como se fosse natural Hurta não teve outra reação ante as palavras se não escutá-las e ainda sem a expressão cognitiva certa não se sabia se ia obedecer ou não. Tudo que o fazendeiro tinha certeza é que não gritaria. A mente de Hurta era treva sem fim e funcionava alheia a tudo quanto seria o padrão de normalidade. Na sua casa se quisesse ter o que comer fazia farinha e vendia. Ali estava configurado que para ter o que comer tinha que fazer aquelas coisas, trabalhar de dia, visitar o quarto do fazendeiro, submeter-se aquele ritual que devia ser prática assim como as cobras que antes de comer esmagam todos os ossos do corpo de suas vitimas, como uma cachorra que para alimentar seus filhotes regurgita a comida de seu ventre. Quanto às roupas pouco importava. Além de não ter dimensão de sua imensa beleza pouco atentava para lascívia do outro sexo. Achava normal, igualmente ao reino animal andar portando somente aquilo com o quê Deus nos destinou e se usava essas poucas roupas era somente por influência e apreço da mãe que tinha o juízo inteiro.
Tirara seus trapos ali mesmo, sentia apenas um pouco de frio mas só era até se acostumar com a temperatura ambiente. Dobrara como a mãe ensinou todas as roupas e juntadas com as outras deu nas mãos de Edgar que acariciou seus cabelos em um gesto de carinho interpretado pelo instinto de Hurta que tentou até sorrir numa luz invisível aos olhos do próprio Edgar que não tinha noção do como era especial e imprevisto aquele fenômeno estando ocupado demais em apreciar todo aquele corpo jovem e escultural que ia ser logo de seu uso.
Só faltava uma coisa para que a primeira parte estivesse concluída sem maiores transtornos, como previra inicialmente e tratou de executá-la o quanto antes. Voltou com uma coleira e tentou colocar na primeira chance que tivera mas Hurta mostrou-se contra naquele momento. Não entendia a necessidade daquilo, ela era livre e não se podia colocar uma coleira em seres livres. Edgar disse que tinha de obedecer se não ela morreria de fome por que não daria nada enquanto não obedecesse mas o argumento que Hurta achou mais convincente e lógico foi apresentado pelo latido do cão na janela lá fora. Rapidamente subira e conseguira com que seus olhos vissem a fera, sendo levada pelo filho do fazendeiro sob a coleira. Ali Hurta teve noção de que usar uma coleira não era sinônimo de prisão mas sim de proteção. Considerava-se uma fera pelo caráter de ser livre e para qualquer fera exigia-se como questão de segurança aquela coleira para que não ferisse com sua própria noção de liberdade as outras pessoas, considerou também que a única maneira de ser realmente livre era usando aquilo pois passaria a confiar todas as responsabilidades dos atos para quem detivesse a coleira e passaria a viver fora das regras sociais, entre regras que a deixavam ser como a natureza lhe criou e isso era magnífico e extremamente gratificante.
Enquanto ela olhava para fora, Edgar se maravilhava com seu corpo, esticado para poder alcançar a janela, a bunda perfeita, às curvas que pedira a Deus! Quando ela se aproximou dele tentando lhe tomar a coleira, deteve-a no ato. Hurta não teve outra reação a não ser seu livre pensamento e desejo pleno de usar aquele adereço. Afastou os cabelos e inclinou o pescoço. Edgar ainda a fez ficar de joelhos e colocou apertando o quanto podia. Já tinha noção de como tratar seu animalzinho. Ela pensava como qualquer criatura sem a consciência humana do pudor e da honra, via na liberdade um instinto primitivo. Porém o homem corrompera esse sentido na própria natureza que para sobreviver, pois a sobrevivência é um instinto ainda maior, adaptou sua liberdade ao autoritarismo humano cabendo ser livre mesmo estando teoricamente presa. Assim haveria uma justificação lógica contra os atos totalmente inversos em sua essência e aquilo se traduziria numa devida explicação do fenômeno natural. Sorriu por que sentiu a respiração dela normal e teve pulso para dali em diante fazer coisas mais além do imaginável possível. Apertou bastante a coleira de Hurta que não esboçou qualquer movimento de desaprovação apenas achou desconfortável inicialmente, porém sabia que assim como acostumara-se com outras coisas antes e o frio já estava bem menos intenso certamente aquele desconforto passaria. Passou a mão por aquele colar e pela primeira vez mostrou os dentes perfeitos. Na sua concepção estava livre e era tudo que importava.
Edgar disse que ela não passava de uma cadela sem pêlos. E por isso devia ser obediente. Hurta entendia muito bem o que era uma cadela (ser animal) e ficou contente com aquilo. Edgar então lhe ensinou como fazer para expressar concordância e negação. Ela aprendeu na hora por que era inteligente. Hurta começou a ser guiada como um peixe dentro do rio que é movido pela força da correnteza e do vento, pouco a pouco aprendendo seu lugar na água. Corrigira seu passo que durante toda vida foi condicionada nas duas pernas humanas e Edgar lhe explicara que hora devia andar como cadela e hora como mulher pois dentro da sua alma duas naturezas. Hurta não tinha dificuldades em assimilar aquelas ordens, em sua cabeça elas se configuravam em um objetivo lógico. Aquela corrente em seu pescoço não lhe pesava, nem o passo quadrúpede ou alguma coisa parecida. Olhou para Edgar que agora estava no controle das suas ações e viu nele o mesmo reflexo que via o cão quando olhava para o filho do fazendeiro. Apesar da força do animal que com uma só dentada podia arrancar a jugular daquele homem, contrapondo todo seu poder se submetia ao controle humano simplesmente pelo fato de ser mais forte do que ele. Aquela era a demonstração mais fiel que existia, para Hurta logicamente, do quanto livre era e o quanto podia ser, lidar com a insignificância mascarada da humanidade e se afirmar como ser vivente e livre na condição da obediência. Por isso obedecia aquele homem que começava a esboçar com clara realidade o seu plano: transformar Hurta em sua escrava sexual. É claro que Hurta não sabia aquilo, na verdade ela não sabia de nada no mundo, portanto, ele estava guiando-a para um jeito de ser no mundo que era o que ela assimilava como certo e seria até o fim da sua existência. Edgar antes de ir apresentá-la formalmente dentro da casa lhe perguntou se ela se reconhecia livre como um animal e sendo assim reconheceria ele como sendo seu dono. A resposta de Hurta foi afirmativa e se falasse alguma coisa seria simplesmente para reclamar que sua barriga já estava remexendo de fome. Caminhou então dali até a cozinha. Hurta sentia com suas mãos o piso de madeira da casa, sua textura, sua rigidez, assimilava aquele chão como pertencente também a sua natureza e se alegrava de poder tocá-lo com seu corpo. Diga-se de passagem, Edgar não esperava resultados tão bons e nem uma cobaia tão interessante e prestativa para sua experiência. Pegou então uma vareta de bambu e quando chegou à cozinha causou espanto na velha que tomava uma sopa e no seu filho.
__ O que significa isso Sr. Edgar?
__ O que parece, ela é meu animalzinho. Quer ver, Hurta senta!
Hurta sentara-se sobre os joelhos e manteve-se assim enquanto Edgar e seu filho olhavam aqueles seios grandes para sua idade, de mamilos negros, seu volume e mal se agüentavam sem atacá-la ali mesmo e usufruir de todos os dotes da garota inocente. A velha não se conformava e dizia que iria levar aquele caso as autoridades mas calou-se no instante em que Edgar ameaçou tirar todos os investimentos que fazia para sua neta estudar no estrangeiro.
__ Está tudo bem então - engoliu a velha - se a garota aceita quem sou eu para discutir.
__ E você vai instruí-la nos trabalhos domésticos.
Hurta estava com fome e quando Edgar finalmente sentou para comer pensou que podia degustar uma maça e ia pegando-a se não houvesse recebido na bunda uma varetada. Edgar repreendeu-a dizendo que não estava autorizada a comer e disse também que comeria usando somente as mãos, sem talheres se fosse de sua vontade mas pelo abuso cometido seria castigada. Não sabia na verdade que Hurta sempre comera com as mãos em contato direto com o alimento e aquilo não era novidade. Novidade era ter apanhado. Nunca ninguém havia lhe batido, aquela dor na sua bunda espalhou-se para sua alma com uma pungente revolta. Sentia dentro do seu peito um farfalhar de folhas secas que ia dominando-a e estava a ponto de atacar, de destroçar, mostrar a fera com quem estavam lidando mas Edgar bateu nela mais três vezes e ela então entendeu que aquilo era a mesma disciplina com o qual o cão apanhava. Para sua transformação animal, para viver sua liberdade de agora tinha de ir se acostumando aquilo, apesar da dor intensa já não gerava um sentimento de revolta, agora era de submissão, e assim como o animal procurava agradar seu dono para não apanhar ela faria o mesmo, com exceção a regra que não sabia como agradá-lo de modo que se ele não dissesse morreria de pancadas sem atacá-lo por causa de sua submissão e com o abismo da ignorância dos homens na outra margem.
Foi quando se lembrou que teve um gato quando era pequenina. O gato não tinha o que comer e procurou-a sem saber quem era Hurta e que ela não era o melhor abrigo. Esfregava-se na perna dela, dava pequenas lambidas em seus dedos. Ela até que gostou mas jogou o gato num buraco e enterrou-o. Essa lembrança veio forte em sua mente e ela começou a esfregar seu corpo nas pernas de Edgar e a lamber seus pés, havia encarnado um espírito de gata tentando agradá-lo, se apoiando na esperança de que ele parasse de bater e não a jogasse num buraco para enterrá-la. Edgar muito se agradou, passou duas vezes as mãos na bunda dela, depois amarrou sua coleira na cadeira de modo que ela ficou olhando-o comer e toda vez lembrava da vareta bem perto do seu alcance e lançava seu olhar pedinte de modo furtivo e de vez em quando ganhava uma migalha que praticamente lambia direto das mãos de seu dono.
Ouvia vagamente a conversa entre os dois, de que o filho grande de seu dono iria viajar e quando voltasse traria de volta a neta da velha que vinha de um lugar que nunca ouvira falar antes mas a palavra ficou reverberando na sua cabeça como um novelo de linho: Alemanha. A velha indagou se sua neta viveria junto com a "Animalzinho" e Edgar disse que a velha devia chama-la por seu nome: Hurta. Disse que tudo ficaria como está e quando a garota chegasse as coisas se acertariam. Ouviu também que ela seria treinada durante o tempo em que ficasse fora e o filho grande disse que mal esperava a hora de provar daquele pecado também. Hurta queria muito olhar para aquele grande homem que conversava com seu dono mas não podia. Estava acorrentada naquela cadeira e não podia se mexer dali. Seu cão havia dado a Hurta respostas imperiosas e pensava também que ele, por ser filho do fazendeiro também teria a posse dela e estava doida para passear com eles, cadela e dono, latindo pelos campos. Latindo. Quem latia era o cão. O que Hurta fazia? Não sabia. Não tinha aquela resposta e pela primeira vez sentiu um vazio que crescia dentro dela, um abismo sempre mascarado e que agora ruía frente sua necessidade ser liberta! Precisava também daquelas respostas.
Ao final da refeição as poucas migalhas que ganhara não a satisfizeram toda. O filho do fazendeiro trouxe uma das tigelas do seu cão e Edgar colocou nela comida, pegou uma corda e amarrou as mãos de Hurta para trás, atrelou sua guia a um canto e Hurta finalmente pôde comer. Não entendeu por que foi amarrada daquele jeito, considerou alguma estranheza e ignorou, assim como era estranho as pessoas para ela, como eram estranhas as fundamentações humanas. Comia usando da forma delicada de sua boca e conseguia comer, mesmo sem utilizar as mãos impossibilitadas, sem sujar-se. Ficou nervosa quando o filho grande do fazendeiro chegou bem perto e meteu-lhe a mão na sua bunda descendo sobre a vagina e depois lhe apertou os seios. Aquela foi a mais brutal das invasões que Hurta sofrera e ficou vermelha instintivamente. Não sabia do seu corpo feminino mas um prazer, uma mistura de alegria e tensão lhe percorreu toda espinha, como se uma terra desconhecida tivesse sido desbravada e o mundo que antes era quadrado tornava-se lentamente redondo ante a contemplação do horizonte que se curva cada vez mais longe para uma Hurta que estava perdida num mar sem fim. Não olhou para ele pois estava ocupada comendo. Sua mão grande cotinha boa parte do seu seio e um tapa ardido nas suas ancas lhe foi deferido com uma exclamação de "gostosa". O fazendeiro disse que os dois tinham muito que fazer e seu filho partiu na mesma noite já com ânsias de voltar. Assim que acabou de comer Hurta foi levada até o quarto do fazendeiro, havia uma cama muito grande com lençóis finos, cadeiras, móveis bons e caros e uma planta quase murcha.
Naquele quarto ela viu seu dono se despir. Nunca viu um homem nu. Não sabia o que ia acontecer e guardava no corpo e na memória o toque do filho do fazendeiro. Viu então como ele era grande, seu dono, ali de perto, com seus músculos que já sofriam a corrosão do tempo, suas formas distas às que ela mesma estava acostumada a ver. Ficou sentada esperando ele acabar o que quer que fosse fazer, viu pegar cordas, a vareta. Hurta tinha só quinze anos e era a garota mais bela e desenvolvida daquela região.
Quando ele terminou seus preparativos arrastou-a com força para cima da cama, jogando-a, demonstrando uma voracidade surpreendente para a garota que só então conseguira captar no ar o que estava prestes a acontecer. Viu várias vezes os animais num movimento, corpos juntos, colados como se fossem inimigos ou um ser só. Sua mãe disse que era a reprodução. Perguntou a si mesma se a fêmea sentia dor e chegou à conclusão que sim mas que isso era instinto e fazia parte da natureza por mais que não parecesse as mútuas partes envolvidas sentiam prazer. Não lhe tinha ocorrido noções sobre amor e concessão e não sabia da convenção social por trás do sexo, ponderara por base na observação empírica da soberana natureza. Se seu corpo estava pronto ou não? Não sabia. Não tinha opção. Se os animais faziam aquilo ela descobriria como podia fazer e continuaria vivendo sua liberdade, estava crescendo rápido demais. Edgar lhe amarrou as pernas uma em cada lado da cama, abrindo-as o máximo que pôde, depois amarrou suas mãos para trás e deu um tapa na cara de Hurta. Ela por sua vez sentia-se extremamente desconfortável e um medo de repente apoderou-se de sua alma. O que era sua voz, o que ela fazia? Essa pergunta veio mais forte, não se sabia como mulher, esperava que Edgar pudesse guiá-la naquele mar sem trégua e submetida aquela coisa que ele tinha no meio das pernas esperava encontrar sua resposta. Edgar maravilhou-se com a jovem mais bonita que já vira totalmente aberta e entregue ao seu prazer. Seus olhos não lhe mentiam a angustia que ela sentia mas Edgar estava pronto a lhe ensinar totalmente como uma cadela devia se portar e faria de tudo com ela por que afinal, Hurta não falava e era um animal. Uma fêmea ao seu deleite.
Foi como uma mão em chamas. Sentira o toque de Edgar lhe mexendo as partes íntimas, instintivamente quis mover o corpo e só então teve noção das amarras, não tinha poder, somente o macho devia ter poder sobre a fêmea, foi o que dissera-lhe Edgar e ela tomou como verdade absoluta pois ele conhecia daquelas coisas e afinal era seu dono e estava guiando-a a liberdade. Naquele momento ela precisava das amarras mas seria treinada até não precisar mais dela e seu corpo passar ao poder da palavra suprema do seu dono. Sentia aquelas mesmas inflamações de quando o filho grande do fazendeiro lhe tocou, descobriu então que era a mesma coisa, ser ele, ser o filho, talvez se fosse até outro homem que estivesse tocando-a naquela parte seria a mesma coisa pois ela não tinha amor, respeitava demais a matéria. O fazendeiro Edgar maravilhou-se com a mulher virgem e descobriu como era sensível e perfeita. Sua buceta reagiu logo ao seu toque e já se molhava mostrava os primeiros e doces líquidos daquela princesa das selvas. Chupou-a. Hurta teve um início de espasmo quando sentiu a língua dentro de si, repuxando, reboando incontrolável e imprudente sobre sua feminilidade. Algo crescia sem fim dentro dela, algo que se debatia entre suas idéias e seu instinto de animal e Hurta resolveu abrir sua mente para aquilo que vinha, quebrando tudo por onde passava, como se nascesse ali novamente uma outra e mais forte reprimenda, uma reverberação do fato de não falar. O que a mulher fazia? O que a fêmea fazia? O cão latia, o gato miava, a vaca mugia e Hurta, o que fazia Hurta? Ela gemia! Gemeu ao toque, a língua, e tremia toda junto com o gemido. Descobriu que não falava e sua expressão eram aqueles gemidos. Edgar viu o quanto era sensível e explorou bem tudo aquilo, levando-a ao prazer e lhe tirando aqueles gemidos. Tinha poucos pêlos em sua genitália. Quando ele parou Hurta estava cansada. Seus olhos não passavam de uma interrogação. O que representava tudo? Seria a arte de entregar-se o segredo da liberdade? Não sabia. Tirou estes pensamentos da cabeça quando recebeu um golpe de vareta nos seus seios, depois nas coxas, na barriga, nos lábios vaginais, onde pegasse, Edgar ria ensandecido enquanto Hurta urrava de dor, com expressões bem próximas da fala como "AAAIIII" e fazia que não com a cabeça. Tomou ciência de que mesmo na negação tinha de se entregar e residia naquele contraponto um dos segredos. Ele dizia que ela seria a mais perfeita das escravas, que mandaria forjar um coleira de ouro para seu pescoço. Quando ele terminou passou as mãos para sentir os vergalhões nos seios grandes e as marcas vermelhas, nas escoriações que deixara na buceta que latejava num prazer acetifico.
Vivera até aquele momento num falso mundo. Hurta compreendeu que foi Deus que mandou aquele fazendeiro e fizera ela se atrasar dois dias atrás para que se encontrasse com ele e enfim se libertasse daquela vida vulgar que levava. Presa em um mundo falso, de pessoas falsas que ignoravam seus instintos e seus desejos. Ela entendia agora que era desejo, parte do instinto bruto tanto do homem quanto da mulher, sentira-o pela primeira vez quando viu o filho grande do fazendeiro mas não entendia o que significava. Agora estava sentindo pelo próprio Edgar que fazia o que queria com ela, sentia-o forte dentro de si, como se um estranho espírito lhe possuísse o corpo e desejava-o porquê ele proporcionava para ela os sentimentos mais livres que já tinha sentido, estava transcendendo finalmente para o outro mundo, e as pessoas já não podiam ser livres em seus próprios mundos, tinham de migrar e fazer confluência em outros mundos. O dela era o mundo de Edgar onde era uma escrava e devia ser obediente e desejava tanto que entendeu aquela dor que ele lhe proporcionava como um ferrão com o qual se defendia dos cães e lobos. Seus olhos em lágrimas ferviam. Queria passar a mão em suas feridas e a mão de Edgar era a sua e lhe proporcionava um prazer impudico. Ele ficou em cima dela, beijou-a. Hurta sentia o gosto daquele beijo como quando bebia água. Era bom aquele beijo, os lábios juntos, as duas línguas se entrelaçando, querendo se devorar. Edgar então lhe mostrara o membro mais duro que nunca, pronto para desvirginá-la, para usar de seu corpo perfeito. Disse que era para ela chupar, colocar na boca até que o consumisse inteiro, sem morder, para cuidar como se fosse sua própria vida. Hurta não sabia o que era aquilo que ele queria e pretendia quando colocou o seu membro bem perto de sua boca e decidiu que obedeceria pois ele já estava com a vareta na mão e lhe bateria de novo se ela não fizesse logo. Abriu então os lábios ainda umedecidos pelo beijo e Edgar segurou-a pelos longos cabelos e meteu-lhe na boca, indo primeiramente devagar considerando que era a primeira vez que ela fazia tal coisa e tratando de instruí-la segundo seus próprios desejos. Hurta sentiu o gosto daquele pau entrando na sua saliva, era grande, podia sentir e com dificuldades não mordera mas engasgara, o que a fez apanhar com a vareta, bem nos seios que iam e voltavam como um balão d'água prestes a rebentar fazendo de si uma coisa ignóbil e franca. Abriu os olhos com dificuldade e viu que Edgar se desfazia em um prazer inócuo, por isso lhe batia e viu que para dar prazer ao homem para o qual estava condicionada bastava fazer qualquer coisa para estimular aquele membro. Assim ficou mais calma, abriu mais a boca e deixava-se dominada e manejada, igual quando era levada pela guia, pelas mãos de seu dono e mestre. O pênis alcançava sua garganta e apavorada ela tentava exceder seus limites, gostava de sentir os pêlos pubianos de Edgar bem perto de seu nariz, lambia suas bolas deixando a língua para fora como estivesse no meio de uma chuva com gotas doces que lhe regassem a alma com um sentimento torpe e animal. Ela gostava daquilo, tinha certeza, era fêmea e estava sendo tudo que sempre sonhou: livre nos braços do homem que lhe usava sem se importar com tal grandeza de seus sentimentos, um homem e uma mulher instintivamente presos nas correntes entre o se importar e não se importar consigo mesmos. Edgar disse que aquilo que estava na sua boca agora era o prêmio sagrado, era seu objetivo de vida, todas as coisas que devia fazer eram para que ganhasse um pau, devia alojá-lo em todas as partes do seu corpo, gerando ou não dor, devia sempre desejar aquilo, estar pronta para dar, ficar agradecida quando alguém lhe comesse e nunca se negar a qualquer homem pois toda a existência da cadela estava fadada ao sexo, a procriação, dar prazer ao macho. Hurta achou coerente, tinha certo medo e receio de algo invisível nas paredes mas viu que sentir-se dominada, estar ali naquelas condições, amarrada, servindo, obedecendo, fazendo o que jamais vira mulher nenhuma fazer era uma expressão da liberdade que queria para si e pensando nisso apertava mais os lábios no pau de seu dono lhe tirando tanto gosto que Edgar gemeu, enfiou mais fundo que podia, apertou o pescoço dela por debaixo da coleira e despejou seu rio de essências masculinas. Hurta sentiu aquele líquido tomando conta de tudo dentro dela, tentou naquela mágica hora assimilar tudo quanto podia. Sentiu a dor da mão apertando seu pescoço, o membro lhe passando da garganta, o sufoco, então o mel sagrado, aquele liquido viscoso que vinha de dentro do pênis e que representava a essência masculina, o mais bendito prazer que proporcionava para ele com seu corpo. Não conseguiu engolir tudo pois não estava acostumada com o gosto nauseabundo e ao ritmo frenético com o qual era despejado em sua boca, escorrera-lhe no queixo e pingou nos seios. Foi quando novamente a palavra "dono", "mestre", "escrava" lhe reverberavam e tiveram seus sentidos juntados, como se o esperma de seu mestre fosse o junco da sua existência e liberdade e viu que adorava-o completamente sem qualquer sombra de amor mundano, seu amor era livre.
Sugara as últimas gostas enquanto ele tirava o pau de sua boca. Hurta ficou triste por ter derramado o gozo e foi repreendida por aquilo com mais uma seqüência de vareta, ouvia a ordem de nunca desperdiçar uma só gota sequer de esperma e toda vez que isso acontecesse seria punida de alguma forma. Aquela lição foi aprendida e somente deixaria de derramar treinando muito pois aquela tarefa no calor do ato era difícil. Seu único consolo enquanto apanhava e Edgar voltava a ter sua ereção era o gosto que lhe tinha ficado e que a deixava quase entorpecida por um veneno macho. Ao terminar aquilo novamente era possível ver seus seios vencidos pela vermelhidão, aquecidos pelo Dono dela. Suas mãos já estavam doendo, passou muito tempo de pernas abertas e queria fechá-las um pouco porém sua noite estava apenas começando e ela o viu montar de novo em cima, as suas duas mãos foram diretamente nos seus seios, apertando-os, tomando os bicos entre os dedos enquanto seu pênis procurava espaço dentro dela e estava ocorrendo naquele momento a mais profunda das transformações.
Do seu interior corria um calor que sufocava mais do que o pênis em sua boca, um calor vivido, capaz de lançar o corpo em uma agonia intrépida, um calor que começara muito antes, desde o primeiro toque do filho do fazendeiro, a faísca, a fagulha que lhe inaugurou o fogo mais intenso. Hurta sabia que tinha um corpo material no qual vivia, esse corpo obedecia as leis naturais, só que em momento algum de sua reflexão pode encontrar qualquer coisa escondida nas estrelinhas dessa estreita lógica que pudesse justificar a existência da alma, dizer que seu corpo era mais que uma casca e dar-lhe uma esperança mais significativamente humana. Aquele fogo foi capaz de tocar na alma de Hurta inflamando num incêndio sem precedentes e fazia a pobre garota selvagem correr perdida no labirinto que sua selvageria, aliada a alma era capaz de erguer das trevas na qual se condicionou. E como sair disso? Como estar novamente em seu estado normal? Como parar toda reação que lhe prendia no léxico das almas e do corpo? Como associar estes dois paradoxos? Hurta fechou os olhos, sempre que fazia isso podia sentir as coisas mais perto e diferentes da visão dos seus olhos viam. Via sua essência e nessa visão estava ela: uma fêmea legítima e um macho legítimo lhe tomando para si, naquele pensamento, no sentir o entrar e o sair do membro em seu corpo, mais que o coração, era a alma que ele estava tocando, retirando dela os amargos labirintos, fundindo seu lado selvagem e o lado humano que sempre existiria, ele mesmo disse que ela tinha duas existências em si e que a liberdade desejada só viria quando soubesse unir os dois mundos. Edgar estava unindo tudo. Essa união estava porém no prazer e na dor que juntos eram a ponte que ligava a alma e o corpo. Hurta sentia a dor de sua virgindade e o prazer da penetração, os dois faziam sentido mas se pensasse nelas separadas não haveria o sentido que tanto queria. Edgar sabia e estava guiando-a nesses dois caminhos. Ela teve convicção de que estava bem sendo cadela daquele homem e sê-lo-ia para sempre, até ser totalmente livre naquela dor e no prazer que somente ele foi capaz de lhe perpetrar. Estava livre e selvagem naquele instante, seu corpo respondia com gemidos enquanto Edgar fartava-se com a vagina apertada que comia, com os mamilos que mastigava, apertava e fustigava. Continuou nesse ritmo por quase a noite inteira, sendo alternado suas posições. Hurta foi comida de quatro, de atravessado, de canto, de soslaio. Cavalgou em cima daquele cavaleiro insaciável e aquele pau remexeu tanto dentro dela que achou que quando acabasse já não teria nada por dentro, estaria transbordando Edgar por todos os poros. Chegou ao êxtase duas vezes enquanto cavalgava e encheu a boca, o rosto, o pescoço, o peito, tudo que encontrava em Edgar para beijar. Sentia os bíceps de seu macho, como uma fêmea que julga seu parceiro, no seu caso, uma cadela que analisa seu dono. Edgar encheu duas vezes seu interior com o líquido precioso. Então se sentou na cama com Hurta limpando-o sentada na sua frente, suja de esperma, acariciando os cabelos prolixos. Colocou de volta sua guia e levou-a novamente ao seu canto, onde ordenou que se banhasse e dormisse pois teria trabalho no outro dia. Assim Hurta o fez, seu dono lhe observava de longe, o modo como ela lavava suas partes íntimas, aqueles buracos que eram seus e de quem ele quisesse, realmente teve a sorte grande com aquela garota que ainda crescia e era a mais linda que ele já vira. Ficou tentado a duas vezes interromper o banho de sua cadela para copular mais uma vez só que já estava cansado, tentou se lembrar de qual foi a ultima vez que transou até se cansar mas não conseguiu pois somente Hurta estava no seu pensamento. Hurta tratou de se limpar bem, sabia muito bem seus cuidados higiênicos e estava com frio, de corpo molhado, viu seu mestre na porta e de quatro encaminhou-se até ele, implorando nos seus olhos o que o corpo arrepiado já dizia. Edgar enrolou-a em uma toalha seca, enxugando seus cabelos, seus seios, sua buceta descabaçada , aproveitando para se certificar que não estava vivendo uma ilusão e aquela mulher realmente existia. Hurta em seu silêncio deixou o corpo ser enxuto, de vez em quando beijando as mãos de Edgar e por fim fazendo a reverência que tomou para si como símbolo maior da sua submissão: de quatro, seios no chão, bunda para cima beijou os pés de Edgar até que ele lhe desse uma grande e sonora bofetada nos glúteos e lhe dissesse que podia dormir e que acordaria cedo no outro dia.
(continua)
Desde já quero pedir desculpas pelos eventuais erros de português pois estou com pouco tempo para corrigir o texto. Quem gostar por favor comente. Podem mandar emails para o endereço sadoboemio@yahoo.com.br. Não sei se vou continuar este conto pois ficou uma experiência muito abstrata e não sei qual o efeito desse tipo de leitura nos meus contos. Cordialmente, Boemio.