Anjos e demônios

Um conto erótico de izis egpcia
Categoria: Heterossexual
Contém 2543 palavras
Data: 26/10/2011 13:52:03
Assuntos: Heterossexual

18:47 - O ônibus enfim para na estação Rodoviária de Salvador, depois de mais de 20hs de viagem, paro na porta do ônibus, “Céus ainda há tempo para desistir”, um pequeno filme passa pela cabeça, penso na loucura que eu fizera, vim para Salvador atrás de alguém que sequer conhecia. Viro-me no intuito de voltar para Fortaleza e sou surpreendida pelo motorista já irritado.

-Como é moça, vai descer ou vai ficar ai parada? – Aquela voz rude me liberta dos meus devaneios. “Já chegou ate aqui agora continua”, gritavam meus anjos e demônios interiores, os mesmo que me fizeram parti nessa aventura, aventura que eu não sabia onde ia dar. A estação esta cheia, pessoas embarcando outras chegando, lágrimas, risos, emoções a flor da pele, fico um tempo parada hipnotizada pela movimentação.

-Vai uma água ai dona? – Deparo-me com a figura de um negro, com trequinhos coloridos nos cabelos, e trajes despojados, um típico baiano me fazendo lembrar que de fato estava em Salvador, um misto de alegria, medo e desespero tomam conta do meu corpo, deixando-me trêmula e com coração aos pulos.

-Cê ta bem dona? – O prestativo jovem me ajuda a sentar percebendo meu estado de pânico. – Tome um pouco de água vá. – Bebo alguns poucos goles o bastante para me refazer. Um pouco mais tranqüila agradeço.

-Obrigada já estou melhor. Quanto lhe devo pela agua?

-Não deve nada não viu, fica como cortesia da casa. – O sorriso e a receptividade dele me fizeram sentir um pouco melhor – Você ta bem mesmo ta? Pq se quiser eu chamo um táxi?

-Não precisa, eu já estou bem melhor. Obrigada por tudo, acho que tanto tempo de viagem me deram um pouco de tontura. Só mais uma coisa, vc sabe uma pousada que seja boa e barata onde eu possa ficar

-Bom tem uma que fica já perto do pelourinho e que é bem barata sim, mais é bem simples, se vc quiser eu anoto o nome e o endereço pra você. O rapaz anota em um pedaço de papel arranjado por ali mesmo, com endereço nas mãos agradeço mais uma vez pela atenção, ele vai embora perdendo-se entre a multidão, olho no relógio já eram quase 19hs, meu estômago reclamava de fome e meu corpo implorava por banho e uma boa noite de sono. Na saída encontro um ponto de táxi e dirijo-me ate a pousada, no caminho fico bestificada com a cidade, alguns pontos parecem ter parado no tempo do Brasil colônia. Chegamos ate a pousada indicada, um local bem simples mais bem acolhedor, na calçada uma das famosas baianas vendendo acarajé, na recepção a moça sorridente faz minha ficha e me leva ate o quarto, por sinal bem simples, uma cama uma cômoda, uma tv pequena e um ventilador eram tudo que habitavam o local, larguei a mala e fui direto pro banho soltando as roupas pelo caminho, no chuveiro deixei que água gelada caísse pelo meu corpo, exausta sai do banheiro e me joguei na cama ainda nua, acordei com o baralho da cidade lá fora, já passavam das 9, tomei um banho e vesti um vestido simples peguei minha bolsa e desci, tomei um gostoso café e sai. Parei na calçada pra observar o lugar, casas coloridas, baianas e seus tabuleiros, crianças correndo, mulheres bem negras com tranças e roupas coloridas. Andei um pouco tirando algumas fotos e admirando tudo, parei em bar e sentei em uma das mesas tão coloridas como o local, fui atendida por mais um baiano sorridente, que me serviu um suco de laranja bem gelado. Parada ali comecei então a pensar, a menos de 2 dias eu estava em Fortaleza entrando num ônibus para Salvador atrás de alguém que conhecera pela net, e agora la estava eu, sentada num bar no meio do pelourinho, sem saber como faria pra encontrar com Pedro, era quase meio dia, normalmente ele sempre estava online nessa hora, voltei correndo pro hotel que embora simples dispunha de serviço de internet 24 hs, “Santa Modernidade”, pensei comigo mesma, corri para um dos computadores que ficavam disponíveis pros hospede e entrei no msn, droga, ele não estava online, fiquei esperando conversando bobagens com a recepcionista pra passar o tempo, já eram quase 6 da noite e nada do Pedro entrar, perdi a tarde inteira na frente do computador e nada, resolvi tomar um banho, Joana a recepcionista era uma mulata simpática e bem humorada, muito legal que me convidou para conhecer as belezas noturnas da cidade, cansada e já sem esperança fui com ela e o namorado, passeamos pelo pelourinhos, visitamos algumas praças e igrejas, fomos ate o famoso elevador Lacerda, tudo muito lindo, tomei uma caipirinha o que foi bastante pra me tirar um pouco de órbita, voltamos para a pousada e capotei sendo acordada no dia seguinte pelo barulho da cidade em movimentos, depois do café voltei para o computador e mais uma vez fiquei a espera do Pedro, que não entrou no msn, assim iam passando os dias seguindo sempre o mesmo ritual, durante o dia esperar no msn, a noite os passeios com Joana e de dia ser acordada pela cidade, esse ciclo viciosos estendeu-se por todo o fim de semana, eu já estava em Salvador a quatro dias, só tinha mais 3 dias dos 7 que havia reservado e o dinheiro que dispunha tb já estava ficando escasso, na terça entro novamente no msn apenas seguindo o que já parecia ser um ritual, e fiquei conversando com Joana, já próximo das 13hs fui ao restaurante em frente a pousada para almoçar, e quando estava comendo escuto Joana me chamando desesperadamente da calçada da pousada.

-Izis, ô Izis, venha cá venha, o seu príncipe entrou. – Deixo a comida como esta largo um dinheiro na mesa e corro de volta para o computador Pedro já chamava por mim, iniciando a conversa do mesmo jeitinho de sempre

Pedro diz:

Oi, como vc esta?

Izis diz:

Oi, eu estou bem, e estou perto.

Respondo já sem mais cerimônias visto que já não me restava mais tanto tempo na cidade.

Pedro diz:

Perto? Como assim perto????

Izis diz:

Perto bem perto, estou em Salvador, mais precisamente no pelourinho – Um súbito silêncio de alguns segundos que pareceram horas.

Pedro diz:

Kkkkkkkkkkkkkk, vc esta brincando???

Izis diz:

Kkkkkkkkkkkkkk o pior é que não

Pedro diz:

Não vc não pode esta em Salvador

Izis diz:

Estou sim cheguei sexta a noite, desde sábado tento falar com vc mais vc não entrava no msn.

Pedro diz:

Eu estava fora da cidade tentei falar com vc na sexta mais vc tb não entrou.

Izis diz:

Não deu eu estava dentro de um ônibus indo pra Salvador pra encontrar com alguém que eu conheci pelo msn kkkkk

Pedro diz:

Aonde vc esta? Eu vou ai agora

O silêncio agora foi da minha parte, eu sabia que iria vê-lo, estava ali para isso, esperava por aquele momento, mais aquela pergunta e a certeza de que chegara a hora me fizeram tremer mais uma vez.

Pedro diz:

Izis??? Onde vc ta, responde que eu vou agora te encontrar.

Nervosa acabei por bater na CPU que fez tudo reiniciar, esperei tudo voltar ao normal na esperança de que eu tb voltaria junto, quando enfim reiniciou entrei novamente com meu login e senha e parei alguns instante com o mouse sobre a tecla entrar no Messenger, entrei e logo apareceu a tela do msn

Pedro diz:

Onde esta vc me diz????? O que foi que aconteceu????

Izis diz:

Desculpa, foi sem querer derrubei tudo aqui.

Pedro diz:

Relaxa, agora me diz onde vc ta?

Criei coragem e acabei dando o endereço da pousada onde eu estava.

Pedro diz:

To indo pra ai

Izis diz:

Ok

Em seguida apareceu a mensagem Pedro esta offline e pode não receber suas mensagens.

Pronto agora estava feito, ele chegaria logo e eu não sabia o que fazer.

-Vou embora Joana, vou sair daqui quando ele chegar vc diz que eu não estou. – Disse já quase chorando

-Você é doida é? Mais é claro que não viu, eu não vou deixar não, depois de 4 dias esperando vc quer fugir é? Pois vai não que eu não vou deixar. – Disse a baiana com sotaque carregado

- E o que é que eu faço? Eu estou morrendo de medo, e se ele não gostar de mim? E se ele me achar feia heim? – Disse já quase chorando.

-Olhe, é claro que ele não vai achar isso não, faça o seguinte, suba, tome um banho daqueles, vista um vestido bem bonito daqueles seus, uma sandália, bote um perfume arretado que quando ele chegar eu ajeito tudo viu. E vá agora que isso num é um pedido. – A voz firme e decidida de Joana me fez obedecer, subi e fiz tudo do jeito que ela mandou. Passadas quase 1 hora o interfone do quarto toca, meu coração pula, fico com as pernas bambas e tenho a impressão que vou desmaiar, acabo atendendo e com voz tremula

-Alo

-Oh minha linda, é Joana, vc ta prontinha ta? – Respirei fundo

-To, já acabei de me vestir, ele já chegou??? – Pergunto ansiosa

-Olhe chegou ainda não mais quando chegar eu lhe aviso, eu vou deixar a menina aqui e vou ai ver vc viu, chego já ai no seu quarto. – Desligo o telefone já mais calma, seria bom ver a Joana antes do Pedro chegar, ajeito o cabelo com os dedos e o vestido, escuto Joana bater na porta corro pra abrir, me deparo com um homem parado.

-Oi, tudo bem? – Era ele, minhas pernas ficaram tremulas e sem força e de subido quase caio no chão, sendo segurada por Pedro.

-Opa você esta bem? – Os braços daquele homem me seguraram forte guiando-me ate a cama onde me ajudou a sentar.

-Vc esta bem? Quer uma água ou um medico? – Senti o meu rosto queimar, meus olhos ficaram marejados de vergonha e medo.

- Eu não sabia que causava essa reação nas mulheres. – Disse sorrindo, um sorriso que me fez voar longe, ele era exatamente igual a foto, lindo, meigo, amável, carinhoso, tudo. Fiquei olhando e lembrando as nossas horas e horas de conversas pela internet. Eu não conseguia dizer nada enquanto ele falava do susto que levou, jamais imaginaria que eu estivesse em Salvador, que ainda não acreditava, e falou por alguns minutos ate que também silenciou. Olhou bem em meus olhos e me envolveu em seus braços me abraçando forte, podia sentir a protuberância dos meus seios em seu peito, me segurou forte pelos ombros afastando meu corpo do seu, agarrou meu pescoço e cabelos me puxando de encontro ao seu rosto, beijando minha boca com força e vontade exteriorizando o desejo contido de todos aqueles meses segurou-me pelo quadril, eu envolvi sua cintura com as minhas pernas, ele me carregou assim ate a cama onde me fez sentar enquanto sua boca percorria todo meu rosto e pescoço, tirou meu vestido levando sua boca de encontro aos meus seios que beijou chupando com força, eu já não mais conseguia controlar minha respiração, e gemia enquanto suas mãos passeavam pelo meu corpo às vezes acariciando outras pegando com força, agarrou minha coxa e foi descendo ate tocar no meu intimo dei um pequeno gritinho apóie-me nos braços dando espaço para que ele me explorasse com sua boca quente ate chegar entre minhas pernas e me fazer gemer de verdade, sem controle e sem parar, sentia sua língua penetrar em meu sexo, acariciando cheio de desejo, indo fundo enquanto suas mão tocavam meus seios, me proporcionando sensações incríveis, afastei as pernas dando-lhe ainda mais espaço para sua língua invadir minha privacidade ate me fazer explodir num gozo frenético, ele tirou a camisa e abriu a calça a deixando cair, parei e observei encantada beijei seu peito e fiz minha língua percorrer todo seu corpo deixando minha mão seguir de encontro ao objeto de meu desejo, acariciando levemente todo seu órgão genital, beijando-lhe docemente depois sugando-lhe com minha boca arrancando dele gemidos, ele me segurou pelos cabelos empurrando seu membro contra minha garganta, suas expressões de homem me excitaram ainda mais, empurrou meu corpo me fazendo deitar na cama e mais uma vez me explorou com sua língua, deitando-se sobre mim, pude sentir o peso do seu corpo sobre o meu, parou olhando em meus olhos, beijei seu pescoço, prendi minha pernas em sua cintura e sussurrei em seu ouvido.

-Me faz sua mulher agora.

E com um estocada forte e certeira penetrou em meu corpo arrancando meu grito, calou minha boca com seu beijo quente e estocou varias vezes, eu o aranhava as costa, sentia um pouco de dor mais estava gostando, queria mais o puxava contra meu corpo fazendo com que me penetrasse mais profundamente, desejava que aquele momento não terminasse nunca, fechei os olhos e me deixei ser conduzida por ele ate juntos atingimos o clímax e nos perdemos em meio a euforia do êxtase de nossos corpos, seu corpo cair sobre o meu, podia sentir seu coração acelerado em sintonia com o meu e cansados dormimos abraçados e totalmente entregues. Já passavam da meia noite quando a fome nos despertou, pedimos algo ali mesmo. Passamos o resto dos dias assim, comíamos, conversávamos e fazíamos amor, estendi minha estada na cidade por mais 3 dias, ate saímos um pouco ele me levou para conhecer alguns lugares mais logo nossa libido nos levava de volta ao quarto daquela pousada simples mais suficientemente aconchegante para exteriorizarmos nossos desejos.

No domingo depois de mais uma noite de amor, acordei cedo as emoções daqueles últimos dias estavam entranhadas na minha pele, mais já passava da hora de voltar a realidade. Levantei devagar não queria que Pedro acordasse, seria melhor sem despedidas, talvez eu não agüentasse, tomei banho e me vesti tudo muito em silencio, minha mala já estava praticamente pronta, peguei apenas alguns objetos pessoais que estavam sobre os moveis, já na porta olhei para cama, Pedro dormia despreocupado, fiquei alguns instante a observá-lo, sentir uma enorme vontade de desistir de tudo, e deitar-me ao sei lado para mais vários dia de muito amor. "Vai, acorda ele e fica ", sussurravam mais uma vez meus anjos e demônios, mais sabia que não podia e dessa vez deixe-me guiar pela razão e os fiz calar, aproximei o meu rosto do dele, podia sentir sua respiração tranqüila e permiti que meus lábios tocassem os seus num gesto de adeus, me levantei apressada contendo as lagrimas e sem mais olhar pra trás sai, na recepção encontrei minha já querida amiga Joana, ela pareceu entender como estava difícil para mim e evitou qualquer comentário, paguei minha estada, ela já havia providenciado o carro que me levaria a estação e fui embora, quando o carro enfim saiu das coloridas ruas do pelourinho eu já sem forças permiti que minhas lagrimas rolassem.

Chegando na estação e feito todo o ritual de embarque, fiquei a espera da chamada que não demorou a acontecer, levei as malas ate o bagageiro e entrei no ônibus, fiquei na janela, olhando a multidão que se aglomerava, alguns minutos depois o motorista entra e enfim da partida no ônibus que me levaria de volta pra casa e me despertaria de vez do sonho que acabara de viver.

Fim

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