Coração Otário Parte 8

Um conto erótico de Passionate Boy
Categoria: Homossexual
Contém 4501 palavras
Data: 30/10/2011 22:46:27
Última revisão: 30/10/2011 23:35:35

Coração Otário

Capitulo: Paixão e dúvidas (8)

O tempo da reconciliação, revela a profundidade da mágoa que causou e o tamanho do seu orgulho. O amor é o último sentimento antes de uma briga e o primeiro depois da reconciliação. Durante o tempo da briga, a pessoa tenta cicatrizar, curar. Após a reconciliação, vem o amor. Ele foi o último sentimento antes da briga, e agora que ela acabou, ele pode retornar para ficar.

Eu demorei um mês para falar com Benjamin, o que demonstra o quanto eu fiquei magoado. Mas eu sofri mesmo por não tê-lo. Agora que as coisas voltaram ao normal, o amor foi realmente o primeiro sentimento a aparecer. Ele me pediu em... Namoro. No momento eu ainda não tenho certeza de ter lido certo. É difícil de acreditar...

Forcei minha visão pra centralizar as letras. Realmente estava escrito "Você quer namorar comigo?", mas ainda sim era estranho.

_Qual é a desse papel? - Falei vermelho, sentindo meu estomago revirar dentro de mim. Meus olhos brilhavam e minha voz insistia em falhar.

_Eu pedi pra ficar com você. - Disse ele falando ao meu ouvido. Seu hálito esquentou minhas bochechas, que já deviam estar uns quatro tons mais vermelhas, eu as sentia queimar. O arrepio que eu senti aliviou um pouco o calor, e agora o que restava era espanto e curiosidade.

_Você tá me tirando? Quer brigar? - Estava me sentindo extremamente estranho. Sentia como se tivesse sido plugado na tomada, estava cheio de energia, parecia querer explodir.

_Eu... - Ele falou e então fez um coração com a mão um pouco abaixo da cintura e após apontou pra mim um dedo, escondendo de quem pudesse ver. Caso Alencar ou Vinicius vissem, não importava.

Continuei fazendo uma expressão de descrença, e então permaneci quieto. Não toquei mais no assunto.

Na hora de ir embora, eu sai apressado a frente de todos, e ele correu um pouco para me alcançar. Caminhou ao meu lado mas não disse uma sequer palavra. Fui caminhando apressado até a porta de casa, e ele passou o portão.

_O quê? - Ele disse quando eu olhei pra ele após entrar no patio logo atrás de mim.

_Você quer alguma coisa? - Falei ainda me sentindo desconfortável.

_Você vai fingir que não ouviu aquilo? Eu quero você. - Agora que eu tinha ele, eu voltava a negar.

_Não... Isso... Isso é... - Gaguejei ao tentar dizer que aquilo era errado. Era fácil pensar, falar. Mas era dificil agir.

_Você não gosta de mim? Esse tempo todo, eu pensei... Pensei que nós tínhamos alguma coisa. Sabe, você me mudou completamente. Pra melhor. Eu... Eu devo isso a você, e... Gosto de você. Muito.

_Olha eu não acho que isso vá dar certo... - Ele chegou perto de mim, e tentou me beijar. Eu virei um pouco meu rosto. Quando ele ia se afastando, eu segurei seu queixo, e virei seu rosto em direção ao meu. Eu o beijei. Foi apenas um beijo leve, apenas toque.

_Vamo lá pra dentro... Aqui alguém pode ver. - Eu disse e o puxei pelo braço.

Entrando na minha casa, ele me agarrou. Parecido com o meu sonho, mas dessa vez era real. Não era atoa que ele tinha tanta fama, ele beijava muito bem. Talvez porque eu não tinha experiencia, ou porque era algo realmente excitante. Era algo secreto. Acho que é por isso que existe muito mais adrenalina nesse tipo de relacionamento. Seu beijo era molhado, sexy e quente. Me fez delirar quando beijou meu pescoço. Por poucos segundos, imaginei como seria me entregar ao momento, ali, na sala, minha primeira vez. Mas eu queria tornar isso algo especial, e apesar de amar Benjamin, talvez não fosse a hora certa.

Me desvencilhei dele e corri até o meu quarto. Peguei um pendrive com algumas músicas legais, tema de algumas séries que nós gostávamos (isso incluí animes), músicas de bandas que eu gosto, ele gosta, românticas, rock. Quando eu voltei, aquela cara de bobão incrédulo continuava estampada. Coloquei no meu rádio e então puxei ele pra dançar. Não sei porque eu sempre tive vontade de fazer isso. No começo ele parecia... Obvio. Um bobão dançando! Era fofo demais... Após certas músicas, ele realmente curtiu o momento. Nós dois, músicas perfeitas. Ele dançava tão sexy certas músicas. Nossa, como ele dança bem. Bem não. Não sei a palavra certa, é algo meigo, sexy, calmo e com paixão. E detesta dançar, inclusive! Ele é perfeito...

Foi um momento de descoberta. Eu tocava ele, enquanto dançava. Era quase como o sexo, mas mais recompensador, a esta altura do relacionamento. Eu tinha uma energia e tanto para dançar, com ele então... Quando finalmente nós cansamos, eu sentei no colo dele no sofá, e após alguns beijos, perguntei.

_Então, nós estamos namorando? - Fui direto ao ponto. Eu já tinha certeza que sim.

_Hã... você quer? Depende muito, porque eu vi um carinha muito mais bonito ali... - Disse ele apontando pra qualquer lado.

_Ah! Bobo, é séria a minha pergunta! Como você é bobo as vezes! - Nós riamos, mas ele havia escapado da pergunta.

_Nós estamos ficando... - Ele disse mais sério.

_Ah... Entendi. - Ele estava certo, nós estávamos recém nos descobrindo. Eu não queria nada sério, apesar de sonhar com isso. Ele era meu primeiro amor, e talvez não fosse o ultimo.

_Tudo bem, ótimo então. Que tal a gente sair, ou pedir alguma coisa pra comer? Quer dormir aqui? - Eu havia me apaixonado demais pelo menino dos olhos melancólicos.

_Sair? Eu tô tão... malvestido. - Ele disse cansado.

_Eu te empresto algo. - Talvez sirva. Pelo menos as calças, já que camisetas ele é bem mais alto. E tem um tronco maior e mais bonito. Sem falar nos braços não musculosos mas sexy's. O problema era a cabeça passar na camiseta, mas se aquele tórax todo entrasse, ninguém iria reparar no resto.

_Acho que não vão servir. - Ele disse com razão.

_Mas pelo menos tenho cuecas boxers extremamente sexy's pra você usar. Quem sabe você desfila com elas depois? - Disse eu me aproximando pra um beijo.

_Olha, talvez nem as cuecas sirvam... - Disse ele extremamente malicioso, causando um arrepio em mim. Quase infartei quando ele mordeu os lábios.

_Nossa! Já ouvi boatos por ai, e vi o jeito como a Bianca ficou durante uma semana caminhando torta e com dores pra sentar, mas vindo de você, que morria de vergonha... Assim não tem quem não fique curioso! - Verdade seja dita. Isso tudo começou quando um garoto, um dos palhaços que gostavam da pegação entre garotos por pura zuação, resolveu "apalpar" ele. O garoto ficou quase um minuto inteiro verificando cada detalhe, mesmo por cima da roupa. Eu podia jurar que ele até lamberia os dedos. Caso ele não fosse "hétero".

_É... Eu sou tímido. - Foi quando começou uma música extremamente linda no rádio. A música é essa http://www.youtube.com/watch?v=HoN2gMrQya8 é uma versão apenas com piano da versão original. Eu cantei a música inteira, grudado nele. A letra é bem repetitiva, ela diz "Meu coração bate somente por você, ele é somente seu.". Como era uma versão só tocada com o piano, eu pude acompanhar toda letra. A cantora Hayley Williams realmente escreveu a trilha sonora pra minha vida, todas as músicas dela parecem que de algum jeito se relacionam com algo que eu penso. Vale a pena conferir a original "My Heart" do paramore, é extremamente romântica e comovente.

_Você cantaria a original comigo? O guitarrista canta com ela... é importante pra mim. - Eu disse sonhando com o momento em que ele diria "My heart, it beats, beats for only you".

Ele aceitou cantar, e então eu ensinei pra ele qual era a parte dele. Apesar de não entender quase nada de inglês, ele foi bem, e eu quase chorei. Foi um dos momentos mais perfeitos que eu já vivi. Mas eu ainda não tinha coragem de dizer aquelas três palavras. Isso poderia mudar a minha vida, e eu não ia me entregar sem ter certeza de que ele me amava da mesma maneira.

Resolvi pedir pizza. Minha mãe deixava dinheiro em caso de emergência, e ela talvez nem saberia. Não importava. Eu liguei enquanto assistíamos televisão no sofá deitados, com uma coberta (nem estava frio) mas eu queria ficar juntinho, abraçado. Ele havia pego uma bermuda minha (porque eu não as uso, detesto), e estava sem camiseta. Ele não deixou eu ver seu tórax, seu peito que eu amava tanto, ele disse ter vergonha de algumas cicatrizes. Mas eu sabia que isso não duraria muito. Era incrível como ele era tão perfeito. O cheiro dele estava impregnado no lugar, era um cheiro doce, agradável.

Durante o jantar, parecia até que nós morávamos juntos. Planejando o que iriamos fazer no dia seguinte. Era um sábado, e nós teríamos a manhã, a tarde, a noite pra ficar juntos. Nessas horas era bom não ter ninguém no meu pé, principalmente pela privacidade. Eu dei a ideia de irmos assistir um filme. Piratas do Caribe, o novo. Era quase nostálgico lembrar daquele dia, em que eu assisti Piratas do Caribe pra passar o tempo. Era uma boa escolha.

Jantamos, e então fomos até o meu quarto. Eu estava um pouco mais tímido lá dentro, e sentia pressão psicológica. Se fosse rolar, seria ali, na minha cama. Nós ficamos um tanto constrangidos, mas isso passou quando ele resolveu tirar a camiseta novamente. E a calça. Eu fiquei olhando pra suas costas, apenas para as costelas dele. Acho que eram as costelas, não tenho certeza. Risos. É a parte das costas onde ficam os ossos que ficam bem expostos nos homens. Acho que é da genética, ou de malhação. Eu achava muito atraente aquela parte do corpo. É estranho, mas tenho essa "atração" até hoje. Então ele se virou.

_Que foi? - Disse rindo daquele jeito dele. Eu ainda não havia olhado pro seu corpo, de vergonha. Mas ele parecia insistir em ficar parado esperando que eu desse uma conferida. Não dei esse gostinho a aquele narcisista. Risos.

_Nada, é por isso que você as vezes tem a postura meio corcunda. Olha! - Eu tive que falar, devia ser testosterona demais!

_Eu fazia flexões antigamente, coisa de menino... Era por vaidade e etc. - Não entendo porque essas pequenas coisas me deixavam tão obcecado por ele.

_Hmm, eu achei legal. Te dá um ar mais emo, mas isso é sexy. - Eu disse, ele riu.

_Só isso é sexy? - Ele foi chegando, e chegando cada vez mais perto do meu rosto.

_Olha, não quero que seja hoje. - Eu disse direto, temendo ser levado pelo desejo.

_Porque? - Ele disse um tanto frustrado.

_Porque eu quero que seja especial, e não vai ser se nós fizermos assim do nada. - Eu disse rápido, atropelando.

_Mas, você quer dia mais especial que o de hoje? Nós fizemos as pazes, eu não vou mais chorar quando dormir, eu me sinto tão bem, nós dançamos juntos. Eu achei isso especial. - Ele tinha razão, e era romântico demais, isso me matava. Eu esperei esse tempo todo por ele...

_Foi especial... Foi perfeito. Foi com você, e isso tornou especial, mas eu tenho medo e acho cedo ainda... Desculpe. - Eu disse, devastado pela cara de decepção que ele fazia. Mas se ele queria transar ele podia pegar qualquer outro por ai.

_Tudo bem... Ao seu tempo. - Então ele deitou na minha cama, e eu peguei meu fone de ouvido do computador. Coloquei música bem baixinho nele, suficiente pra nós ouvirmos.

Eu adormeci sob o peito desnudo dele. Era tão quente, e lindo. Ele havia me contado que a tal cicatriz, que era bem feia mesmo, foi de quando ele havia caído numa grade de portão. Até mesmo cicatrizes de brigas ele tinha. Um garoto havia enfiado não sei o que nele, durante uma briga. Como qualquer bobão, ele até se gabava dessas coisas.

Acordei, fiz um pouco de café (café pronto), e acordei ele passando a mão pelo seu peito. Ele acordou rindo e com o cabelo bagunçado.

Até o almoço, nós olhamos desenhos animados. Minha mãe passou por lá simplesmente pra resolver o que seria do almoço, hoje ia ser um dia agitado pra ela. Ela avisou que ou voltava cedo, ou bem tarde. Ela desejou voltar cedo, mas eu sabia que no fundo era só uma desculpa.

Minha mãe não estranhou Benjamin lá em casa, mesmo não o conhecendo direito. Ela não gostava dele, e eu percebia, mas ela não o estranhou estar lá, já que eu ficava sozinho em casa mesmo.

_Izaque! - Gritou minha mãe me chamando até o outro cômodo. Lá vinha bomba!

_Você não me avisou que teria visitas... - Ela começou a reclamar.

_Mãe, para. Eu... - Ela me interrompeu.

_Eu só quero te avisar que hoje a tarde sua prima Vanessa vai vir aqui. Não sei porque, antes que você pergunte. - Hostilidade... Essa era minha mãe.

_Eu não acredito, as vezes ela é tão convidativa. - Voltei alterado pra sala, e ele me perguntou o que estava acontecendo.

_Não é nada, minha prima vai passar a tarde aqui, então não podemos sair... Nem mesmo.... - Falei baixo, pra ele entender.

_Ah tudo bem, eu vou embora. - Eu pensei pra mim mesmo: Isso não ia dar certo mesmo...

_Não, relaxa. Eu já falei de você pra ela sabia? Falei bem, pra variar... - Eu ri lembrando o quanto eu não conseguia ficar sem falar e pensar nele.

_É mesmo? Espero que sua prima goste de mim... E acostume... - Ele piscou maliciosamente.

Eu o convidei pra ir até o meu quarto e nós jogamos alguns jogos, escutamos músicas. Ele sabia tocar violão mais ou menos, e então foi na sua casa busca-lo. Ele tocou a música "The Only Exception" do paramore, uma música que fala de um amor diferente, a unica exceção que a pessoa deu ao amor. Era como eu me sentia. Hayley Williams mais uma vez lendo meus pensamentos... Eu cantei, e então nós assistimos televisão. Eu fiquei pensando onde havia ido parar o ar sombrio dele. Eu já não o via.

Quando deu mais ou menos dezessete horas, alguém apareceu no portão. Era ela. Quando eu a vi, esqueci que estava irritado pelo incomodo que ela iria se tornar. Ela era legal, era injusto com ela. Era expansiva, mas era boa pessoa. Agora, talvez meu conceito mude. Não pretendo fazer drama sobre isso, mas logo quando ela botou os olhos no Benjamin eu senti uma coisa ruim. Nos olhos dos dois.

Eu fui tomado por ciúmes, e inconscientemente tentava evitar assuntos entre os dois. Benjamin foi mexer no meu computador, e eu fui atrás. Eu estava sendo estupido, mas não sabia o que ela queria lá. Se era ficar perto de mim, ela podia ter avisado. Então não me importei em deixá-la na sala.

Quando eu cheguei no quarto, e sentei na cama, ela chegou no quarto. Não lembro bem os assuntos, e dou graças a Deus por isso, mas eles começaram a conversar. Ele estava estranho, ela não tirava os olhos dele, eu estava irritado, querendo acertar ela com um gato raivoso. Deixar marcas naquele rostinho. Até certas insinuações aconteceram. Então ela me perguntou de canto, se eu pediria pra ele ficar com ela. Eu já estava cansado dela, cansado dele aceitar o joguinho que ela estava fazendo.

_Porque você mesma não pede? - Eu disse irritado.

_Ok, me dá dez minutos sozinha com ele. - Eu não acreditei. Me enchi de raiva. Eu temia que talvez ela conseguisse, afinal de contas, até pouco tempo ele era hétero, e ela poderia rouba-lo de mim. Mas eu estava errado, sobre ele ser hétero.

_Ok, você tem os seus dez minutos. - Eu sai dali e corri pro banheiro, pra chorar um pouco. Eu sabia que aquilo não daria certo, e no primeiro dia já tinha a prova. Era simples, não era pra ser, não era certo.

Talvez eu fosse o errado, e estivesse me magoando de propósito. Era clichê, a primeira menina que apareceu, já parecia para destruir tudo. Mas eu estava disposto a lutar. Eu tinha sentido coisas que eu nunca senti na minha vida, e estava disposto a lutar pelo meu amor.

Eu não sei quanto tempo demorei no banheiro, mas não foi tanto assim, nem foram poucos minutos. Talvez já tivesse acontecido. Um calafrio percorreu meu corpo, e eu fiquei com medo de voltar ao quarto e presenciar algo ruim. Talvez eles estejam ficando. Me apressei e fui em direção ao quarto. Quando eu cheguei, ela estava do lado dele, e ele olhando para o computador. Eles estavam conversando baixinho, o que me deixou intrigado. Eu me irritei com tudo aquilo, e no clima de joguinhos psicológicos, pedi pra que Benjamin ignorasse ela. Disse que o que ela estava fazendo era ridículo, e quase a ofendi.

_Você tá na minha casa, eu tô aqui! Quer ficar de pegação vai pra rua! Você tá louca ultimamente, chega e já vai causando confusão, o que você veio fazer aqui? - Eu peguei leve, minha vontade era de chamar ela de vagaba pra baixo. Eu não conhecia aquela pessoa que estava na minha frente, e ela mexeu com a pessoa errada.

_Calma Zack, ninguém tava falando de você. - Ele disse tentando me acalmar, o que só piorou as coisas.

_Calaboca, o que você tá tentando dizer? Cansei disso, vai pra lá que eu vou mexer no computador. - Afastei os dois, e agora sem poder conversar, mas ainda se olhando bastante, o clima diminuiu. Eu me acalmei,e ele disse que iria embora. Antes de ir, ele me disse que tinha algo importante pra falar.

Fiquei ansioso, com medo, mas acreditei que seria algo bom. Nós havíamos planejado passar a noite juntos, meus pais iriam viajar hoje, pra uma cidade longe, e nós havíamos comprado bebidas. Isso tudo foi estragado pela queridinha. Nós ainda poderíamos dançar como dois grandes amigos, mas ela estranharia ele não cair nas suas investidas. Ela dormiria lá comigo.

Passei o tempo que se seguiu refletindo, no gramado, olhando pras estrelas. Era uma noite estrelada, e eu estava com uma garrafinha de "vodka", daquelas que passam propagandas na televisão. Eu já havia tomado umas cinco daquelas. Eu estava bebendo pra esquecer. Enquanto isso, ela estava no meu computador, lendo históricos de mensagens entre eu e ele. Existiam conversas realmente tristes, coisas bem pessoais. Isso podia até colocar nós em uma situação complicada, mas não existia nada que demonstrasse 'um caso'. Só uma amizade profunda.

Peguei meu telefone e liguei para Benjamin. O telefone tocou até a ligação cair. Ele havia me dito que após o pai dele sair, ele voltaria escondido. Mas eu não acreditava mais nisso, porque ele me disse que queria conversar pelo msn.

Liguei para o Vinicius e contei tudo que havia acontecido desde a nossa reconciliação até esse momento. Eu resumi, mas contei detalhes bobos, como a música que ele cantou comigo. Eu chorava conversando com ele, e Vinicius me disse exatamente o que eu pensei que diria. "Ciúmes é normal, o importante é ter controle, diálogo". Ele tentava me convencer de que ninguém me tiraria Benjamin agora que tudo havia dado certo, e que eu tinha feito o possível e impossivel por ele, agora era hora de deixar o destino agir. Eu detesto não ter o controle da situação.

Voltei ao meu quarto e pedi licença. Foi quando eu vi ela remexendo meus históricos. Eu mandei ela sair, e disse que isso era falta de educação. Sorte dela eu ter falado com Vinicius, porque a bebida circulava pelo meu sangue e me alterava. Eu estava tão piegas no telefone... Se não fosse ele, eu teria batido nela.

Entrei no meu msn e logo Benjamin veio falar comigo. Não lembro como foi a conversa, se eu perguntei de cara ou se deixei levar. Eu apaguei isso da minha memória, assim como os históricos misteriosamente sumiram do meu computador. Ele disse em poucas palavras, que achava que estava afim dela.

Meu mundo caiu. Eu comecei a chorar quando terminei de ler, sai do msn sem responder e fui para o chuveiro. Após me sentar e chorar, eu talvez tenha sentido um outro efeito do álcool, o que me deixou sem medo pra tomar uma decisão. Em meio a alguns "por quê?", eu decidi por um fim a toda aquela desgraça inacabável que eu chamava de 'vida'. Fiz alguns cortes, chorei. Não foram profundos como eu pensei que seriam. Pra minha vingança ser completa, eu tinha que faze-lo sofrer. Eu entrei no msn e troquei minha frase. Queria algo de duplo sentido, que só ele entenderia. Coloquei algo parecido com "É o fim? Cicatrizes eternas...". Lembro de ter colocado o "Cicatrizes eternas". Ele então perguntou o porque da frase, e eu disse pra ele não se preocupar. Eles estavam conversando. Então ele me mandou uma música que dizia "Este não é o fim, não é o começo..." e ligou pra minha casa. Minha prima atendeu, e eu sai pela janela, deixando a porta trancada. Ela começou a me procurar e dizia "Ele demorou no banheiro, o que tá acontecendo?". Eu assistia do lado de fora

da casa, e então com mais raiva ainda por eles estarem conversando, eu entrei e peguei o telefone. Ela me disse pra mostrar os pulsos, mas os cortes estavam na parte de cima deles, e então ela não viu nada. Eu fiz ele parecer louco, idiota pra ela, disse que ele havia inventado tudo, e então fui dormir.

O amor eterno é de muito breve duração; podemos odiar eternamente, porém, amar eternamente, não. Minha história havia acabado de começar, e já terminava tragicamente. Eu senti ódio de mim mesmo por ter sido tão bobo.

No outro dia ele apareceu na minha casa cedo. Ele fez questão de me ligar antes, pra avisar. Mais tarde eu fiquei sabendo que ele fez isso pra mim não pensar que ele foi lá por ela. Nesse dia ela adicionou ele no orkut e mandou seu número de celular pra ele. Ele veio diretamente conversar comigo, parecendo irritado.

_O que você fez? Deixa eu ver. - Mostrei com um prazer incrível. Havia pânico nos olhos dele.

_Não acredito, por quê você fez isso? Outra vez, eu já não pedi... - Eu cruzei os braços e disse.

_Cala a boca. Você não manda em mim, você não é nada meu. Tudo que aconteceu ontem, era brincadeira não é? - Eu disse calmo, indiferente.

_Não, não era. Mas... - Eu novamente interrompi.

_Como eu posso acreditar nisso? - Eu disse enquanto sentia meu coração partir novamente.

_Olha, eu quero ser seu amigo outra vez. Eu quero sua permissão pra falar com ela. - Ele disse.

_Não. Você não tem minha amizade ou permissão. Eu quero distancia de você. Não quero você na minha família, te ver durante as comemorações agarrado com ela vai acabar comigo.

_Por favor zack... Me perdoa. - As palavras dele não faziam sentido, eu não entendia qual era o ponto.

_Tchau Benjamin. Isso ainda não acabou, eu ainda vou acabar com isso. Vocês. - Eu disse e me virei.

A noite ele me ligou.

_Oi, desculpa por hoje. Eu não vou fazer isso com você. Eu tô numa confusão. Eu gosto de você, mas senti algo por ela. - Ele disse.

_Sinto muito. Eu nunca vou ser ela. Eu quero alguém que goste de mim do jeito que eu gosto. - Eu disse, querendo chorar.

_Eu não vou fazer isso. Me perdoa? - Ele disse.

_Você não vai? Jura? - Eu disse, já me entregando ao choro.

_Juro, não vou. - Ele parecia desapontado.

_Não faz isso comigo... Você já me magoou outra vez, isso dói demais... Não faz isso comigo. - Eu chorava no telefone.

_Eu não vou. - Ele parecia aborrecido, mas a voz estava embargada.

Quanto as questões que ela me fez sobre sábado a noite, não vale a pena falar. Benjamin estava diferente. Ele deixou claro que se sentia dividido. Eu relembrei ele do quanto ele iria sofrer novamente, assim como nas vezes anteriores. Minha prima era um garota de um circulo de amizades completamente diferente do nosso. Ela não era popular, mas nós eramos menos. Benjamin seria um peixinho fora d'água.

Alguns meses se passaram e Benjamin e eu éramos novamente amigos. Era ruim não poder ficar com ele, mas eu me sentia melhor assim. Preferia isso do que vê-lo com ela. Já era quase final de ano, natal e ano novo chegando. Eu iria completar 15 anos em poucos dias. Já era ferias, e eu continuava apaixonado por Benjamin. Vinicius e Alencar me diziam pra não desistir dele. Durante as férias nos quatro nos viamos seguidas vezes, mas Ben eu via todos os dias. Eu evitava que ele encontrasse ela, enquanto ela ainda me perguntava dele. Foram dias torturantes pra mim, já que eu acho que ela colocou na cabeça de alguns parentes que eu era mais que amigo de Ben.

Eu contei a Benjamin que iria aproveitar minha festa de aniversário, e acabaria logo com toda essa pressão em cima de mim. Eu contaria a verdade. Ele disse que viajaria pouco antes do natal, e passaria o ano novo na praia. Mas pelo menos ele voltaria pra minha festa de aniversário, que inclusive, seria a mesma festa da Vanessa. Ela convenceu meus pais a fazerem uma festa pra nós dois, já que as datas tem poucos dias de diferença. Eu estava chegando perto de algo grande, eu sentia isso. Ia mudar a minha vida...

Obrigado por todos que leem. Demorou MUITO essa continuação, mas foram dias complicados. Aconteceram coisas maravilhosas, e coisas péssimas. Eu tentei escrever, mas parece que tudo estava contra mim, até tive problemas com o computador. Eu dedico esse conto ao Fhe Lipe, que é um garoto especial, que gosta muito da minha história. Ele disse que eu ajudei ele numa época difícil, e eu me sinto feliz por isso. Binho, obrigado por tudo amigo, obrigado por você existir! A todos que gostam, desculpem pela demora.

Não fiz nenhum "gancho" pro próximo simplesmente porque não tinha como. Os próximos serão decisivos, e eu deixei na expectativa apenas. Eu espero que vocês gostem, eu estou tão ansioso pra escrever algo completamente feliz, com paixão, mas até agora, quase tudo que aconteceu foi sofrimento. Mas nem tudo está perdido, isso que é o amor, é uma batalha, até a vitória, tudo que nós encontramos é tristeza. Mas vale a pena a escalada, porque lá no topo, está o que nós desejamos. Eu decidi narrar a minha história, e é assim, infelizmente que ela é.

Outros capítulos!

Coração Otário - Capitulo: Prólogo

(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário - Capitulo: Destino (1)

(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário - Capitulo: Olhos Mistériosos (2)

(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário: - Capitulo: Ironia (3)

(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário: - Capitulo: Montanha Russa (4)

(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário - Capitulo: Aceitação? (5)

(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário - Capitulo: Verdade Incontestável (6)

(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário - Capitulo: Enfim Amor (7)

(http://www.casadoscontos.com.br/texto/

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Comentários

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Olha eu li as suas postagens de uma vez so. So quero dizer q eu simplesmente adoro a sua historia. Me identifico com ela, na verdade. Se não for incomodo, queria q você me add no seu msn. Vou te passar o meu por e-mail. Um grande abraco e parabens.

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MUITO BOM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

ADOREIIIIIIIIIIIII!!!!!

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Muito, Mas MUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIITO BOM!!! Parabéns....

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Nossa Zack, quanto mais leio tua historia mais eu te admiro, fico feliz de verdade em saber que o final vai ser um “felizes para sempre” ;). Ahh, já te disse isso, mas vc ta escrevendo cada dia melhor... to na espera.. ;)

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Incrivel!! Você escreve super bem cara!! Esperando a continuação!!

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vc demorou eim menino!! Tudo bem esta otimo, amei mais um conto seu!

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Ótimo mesmo , está muito foda sua série de contos *-* , Sou seu fã

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OMG AMeiiiii!!!!, vc e demais, sua historia, vc , o bem, TUDDOOOOO.

Obrigado pela dedicatória rsrsrsrsrrs

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Ai kra perfeito cmo sempre mto lindo so teu fã^^

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