- Tur, ligaram da casa de praia, houve um problema lá e eu e seu pai vamos ter que ir resolver, a gente vai amanhã de manhã.
- Mas eu tenho prova amanhã mãe.
- Então você se importa de ficar sozinho?
- Não...
- Por que você não chama o B. pra passar uns dias aqui com você? – minha mãe disse usando o apelido de criança do Bruno, eu tinha até me esquecido disso, nós éramos A. e B. quando criança, mas um dos motivos do apelido de “gêmeos” - Eu não sei quanto tempo nós ficaremos lá.
- Tudo bem mãe, pode deixar que eu chamo sim, vai ser ótimo...
- Tudo bem então. Vou deixar dinheiro pra você na cozinha, qualquer coisa use o cartão de créditos do seu pai.
- Ok.
Fui pro meu quarto e passei o dia estudando e pensando no que fazer pra tornar essa noite perfeita. Acordei no outro dia com tudo planejado, seria uma noite especial. Tomei meu banho arrumei minhas coisas, passei o perfume que ele amava e arrumei meu cabelo bem arrepiado, de uma jeito que eu só arrumava quando ia sair pra algum lugar, e nunca pra ir a escola, a não ser aquela vez que eu queria provoca-lo, o que era exatamente o que eu queria fazer de novo.
Tomei o café da manha, peguei o dinheiro e o cartão do meu pai que minha mãe deixara.
- Dorota, você pode ir pra casa o resto da semana, eu vou ficar sozinho mesmo... acho que consigo me virar na cozinha.
- Tem certeza Tur?
- Tenho pode ir depois de dar uma ajeitada no resto da casa.
- Você não vai precisar de nada mesmo? Não quer que eu arrume o quarto do Bruno?
- Não, não precisa eu me viro com o B.
- Não vai me aprontar nada hein Arthur!
- Fica calma, está tudo sobre controle, e não é a primeira vez que eu fico aqui sozinho e vamos combinar que eu sei cozinhar.
- Isso é verdade, então ta bom.
- Então tudo certo né? Beijo Dodo.
- Tchau, meu filho, vai com Deus.
- Amém.
Dorota estava conosco a anos, ela praticamente ajudou a me criar. Ela era responsável pela casa e por cuidar de mim desde sempre, e era meio que “chefe” de Adriana a outra empregada, mas ela só vinha as vezes.
Apertei o botão do elevador e entrei, ele então parou dois andarem a baixo e ele entrou, tão lindo como sempre e com uma cara não muito feliz que só piorou quando me viu arrumado daquele jeito.
- Bom dia amor!
- Bom dia. – disse que dando um selinho – posso saber onde você vai todo arrumado assim?
- Pra escola ué!
- Posso saber pra que? Ta afim de catar a Luana de novo?
- Deixa de ser bobo, eu só tenho olhos pro meu B.
- Eu não acredito que você ainda lembra desse apelido. Você sabe que eu não gosto...
- Mas é tão lindo BB.
- Se você pode me chamar de BB. eu posso te chamar de Tutu e você não pode reclamar.
- Então ta, tudo pro meu amor. – o abracei e o beijei – te amo.
- Eu também.
O elevador então parou e nós saímos e fomos em direção ao carro. Chegamos a escola e tudo passou normal como o ocorrido. Eu tinha que me esforçar ao máximo pra me concentrar na aula e não ficar olhando pra ele, aquele cabelo loiro caindo propositalmente pelos lugares certos, o contorno de seu rosto, a marca de sua barba começando a crescer, seus dedos cumpridos, suas unhas ruídas (mania que me irritava mas no fundo eu achava fofo como ele começava a roer as unhas quando estava entediado ou nervoso)... eu tinha que me conter pra não ficar excitado toda vez que ele levava a caneta a boca e ficava mordendo, o que não estava adiantando ja que eu não podia me mover, levantar ou tirar meu casaco do meu colo pra esconder meu pau que parecia um mastro de ferro esperando uma bandeira pra ser hasteada.
Na hora do intervalo eu fiquei na sala uns minutos sozinho até que ele veio saber por que eu não tinha saído.
- Amor, ta tudo bem? Por que você não saiu?
- É.. que.... er... eu to de...
- Você ta o que?
- Eu não posso levantar sabe? Você... – disse apontando para o casaco entre minhas pernas – me deixa louco.
- HAHAHHAHAHAHA você ta de pau duro? Seu tarado!
- A culpa não é minha! Você fica mordendo aquela bosta daquela caneta! Não tem como eu me concentrar! Ainda mais depois de você ter me rejeitado aquele dia!
- Me desculpa Tutu, eu tento me controlar.
- Ta falando sério que só vai me chamar assim agora?
- Só assim não, mas eu vou chamar. Ninguém mandou desenterrar aquele apelido.
- Aaah, mas é fofo, BB da mamãe! Lembra?
- Eu odiava quando ela me chamava assim.
- Mas então, meus pais foram viajar hoje. Minha mãe falou pra você ficar la comigo... – me levantei e fiz um carinho em seu rosto - o que me diz?
- Acho melhor não...
- Você vai ficar me evitando por quanto tempo?
- Não sei...
- Ei! Esquece o que aconteceu, prometo não tocar mais no assunto, mas fica la comigo? Por favor?
- Tudo bem...
- Então vai em casa lá pelas 20h ok?
- Por que? Vai sair pra algum lugar?
- Vou, mas agora vamos que eu to morrendo de fome – disso o puxando pela mãe até a porta.
- Você vai assim? Nesse estado?
- Foda-se o que é bonito é pra se mostrar não é?
- Não quando o que é bonito é meu!
- Ah, é seu é?
- É só meu, e você vai sair com isso – ele me entregou meu casaco – na cintura.
- Ta com ciúmes é? Tem medo da concorrência?
- Tenho, não quero olho gordo pra cima do que é meu.
- Tudo bem então, meu BB.
CONTINUA...