Coração Otário
Capitulo: O Começo do Fim (9)
Algumas pessoas me perguntam: Porque coração otário? Pra quem leu todas as minhas outras "passagens" por aqui, já deve saber o porque. Meu coração é um otário, o dono dele é outro otário, eu sou um otário. Portanto acho que ela descreve bem, Uma garota, que eu conheci pela internet, através de um jogo deu esse nome. Ela havia criado um espaço na web, onde nós postamos algumas vezes sobre nós. Até hoje esse espaço existe, embora eu tenha certeza que nenhum de vocês encontrará. Falando nisso, quem sabe eu não crio algum espaço na internet pra postar a minha história? Alguém acha uma boa ideia? Voltando ao assunto, a Passionate Girl, que é assim como ela prefere ser chamada, pensou em criar esse espaço após eu contar pra ela que o garoto que jogava comigo era o grande amor da minha vida. Ela também sofria por um amor que maltratava ela, e nós nos consideramos muito parecidos. Hoje em dia, nosso contato é tão pouco, mas quando nós conversamos parece que o tempo não passou. Eu sinto saudade dos tempos em que eu, ela e ele jogávamos o tal jogo conversando pela internet. Bons tempos, Benjamin me chamava de maninho, ela falava "oun, que fofo". Se ele entendia, não faço ideia. Eu havia pulado toda a parte da nomeação porque não existia um motivo mais forte, era só isso. Tardes conversando, etc. Foi ela quem criou o codinome para ela mesma "Passionate Girl" e então eu adotei o Passionate Boy.
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Benjamin em um momento estava em meus braços, no outro, eu estava acordado. Durantes as férias nossa "amizade" ficou muito mais forte, tal ponto onde nós dois, sentíamos a necessidade de conversar (algo que eu posso dizer, pra mim era tão crucial quanto me alimentar) . Por parte dele, sempre falava. "Senti sua falta, não tinha ninguém pra conversar". Todos os dias, Benjamin estava em minha casa, jogando comigo, nós as vezes saiamos, e diariamente, pelo menos oito horas por nós nos víamos.
Sobre nós? Eu tinha medo de voltar ao assunto. O medo era dele não querer ser meu amigo. Eu podia perder um amor, mas acho que perder um amigo seria demais.
No dia da viagem de Benjamin até o litoral, ele acordou cedo e foi até a minha casa. Nós combinamos de nos ver, o que não era novidade. Seria um "até mais" para ambos. O que nós faríamos hoje, não importava. Ultimamente, nós ficávamos horas conversando. Algumas vezes, o silêncio pairava e então nós ficávamos nos olhando, geralmente, os dois com um sorriso de canto.
Estávamos em meu quarto. Entre as paredes azuis o nosso perfume preferido pairava no ar. Era doce, forte. Esse tipo de perfume eram os meus preferidos, que mais me marcavam. Eu estava sentado na cadeira do computador, apenas de calça e camiseta. Benjamin já estava no clima de praia. Ele tinha um óculos de sol pendurado na camiseta vermelha com cinza que eu tanto amava. Fica muito bem nele. Uma bermuda do tipo surfista, e tênis all star. Ele ainda tinha um mal gosto para se vestir, mas era tão fofo. Ele estava me fazendo arrepiar, fazendo cocegas em mim. Segundo ele minha risada é contagiosa.
O óculos de sol nele me trouxe lembranças ruins. Durante o passeio de final do ano da escola, o qual seria num parque aquático, eu havia chorado por causa dele. Isso me trazia a sensação de que eu o perderia. Eis o que aconteceu.
Quarenta minutos de viagem e eu e Benjamin estávamos cansados. Acordar cedo era desgastante, principalmente pra quem não era acostumado, no caso eu. Ele fazia de tudo pra ficar confortável, mas não conseguia. Conversamos o caminho inteiro, sem deixar o assunto acabar nenhuma vez. Estávamos animados. Durante a ida, eu lembro dele ter dito que eu era lindo, mas não foi intencional. Parecia que havia um pouco de relutância em lembrar do "nós". Não lembro como, lembro da minha felicidade. Mas perto do final da viagem, ele disse que queria um pouco ir até o fundo do ônibus para "brincar" com os outros. Eu fiquei chateado, mas relevei. Ninguém veio sentar-se ao meu lado, todos já tinham dupla. Quanto a isso, me abalou. Mas logo que chegamos ele veio pro meu lado puxar conversa, como quem tinha feito besteira, e eu já me derreti todo. Não muito após nos organizarmos, Ben desapareceu.
No local eu passei uma meia hora procurando por Benjamin. Eu sentia que ele estava no banheiro, algo me dizia. Eu detestava passeios do tipo, eu sou branco demais, eu até gosto da minha cor, mas os outros não. Eu provavelmente me tornaria um camarão até o final da tarde. Eu imaginava o que ele estaria fazendo. Ficando com alguma vadia. Ou pior, algum garoto. Evitei procurar nos banheiros. Aproveitei o resto do dia com outros amigos. Foi bem divertido até, mas eu queria que ele estivesse lá, ele ainda não havia aparecido. Eu queria poder olhar pra ele, sentir que ele era meu novamente. De preferencia colocar uma placa dizendo "Dono: Izaque" bem a vista.
Eu tinha medo de ir em alguns brinquedos, principalmente os de altura e os que acabavam em aguá. Era cômico, mas eu só havia ido com Franciele dar voltas em uma boia numa piscina redonda. Eu comentei o que havia acontecido pra mim ficar chateado.
Saímos da piscina, já estavam querendo nos expulsar (era recomendado para crianças). Andando pelo parque nós encontramos a casa do terror. Eu fui, junto com outros amigas incluindo a fran. Foi complicado, três meninas gritando e me empurrando para achar a saída. Eu devia ir na frente, tomando os sustos.
Saindo de lá amedrontados pelos gritos, sons de uma motosserra e a baixa visibilidade, eu vi ele. Já estava bronzeado, pois sua pele era bem mais clara. Estava com o cabelo molhado, mas lindo. Ele olhou pra mim por uns dez segundos, uma secada. E eu também. Ele havia se depilado todo pra ir ao passeio. Provavelmente literalmente todo.
Eu comecei a ignora-lo e ele viu que eu estava chateado pois ele tentava falar, mas eu falava com outros. Nessa época eu tinha tantos amigos, até dói lembrar que algumas pessoas não me tratam mais como amigo.
Já não estava conseguindo me concentrar na diversão, me lembrei da prova que eu teria outro dia. Seria a prova mais importante do ano. Não, não era prova da minha escola, e sim pra uma escola de ensino médio, uma das melhores do estado. Eu havia me preparado muito, e estava terminando de ler o livro. Vesti minha roupa, aproveitei e coloquei um casaco pois estava com muito frio já. Existiam bastante arvores no parque, e ventava. Comecei a ler, mas algo parecia errado. Comecei a chorar, no meio de uma duzia de professores. A sensação era de fracasso. Eu sentia uma pressão em cima de mim, meus pais. Me sentia um lixo por chorar ali, por motivo tão bobo, mas quando a professora de Artes me viu dando mais um show, ela veio e me abraçou, tirou o livro da minha mão e disse:
_Izaque, presta atenção. Não adianta você ler, você já se preparou, agora é hora de se acalmar e fazer o melhor possível. Você tem que se acalmar agora! - Ela repetia que eu iria me sair bem, porque era um aluno excelente, havia me preparado e não adiantava mais continuar preocupado. Argumentei que meus pais me cobravam muito.
_Seus pais vão ficar orgulhosos, não importa o resultado. Quem sabe você tenta ano que vem, caso não passe. - Ela disse baixinho.
_É só isso, ou você tá com vergonha? - Eu pensei pra mim mesmo: Sim, mas se fosse só vergonha, eu continuaria lá. Obvio que é outro motivo.
_Tira esse casaco, você é lindo. - Eu pensei: É o que ele disse...
_Hey, franciele! - Ela havia chamado a Fran, era obvio que ela conseguiria me tirar dali e me obrigar a fazer qualquer coisa.
Ela explicou que eu estava chorando, e disse pra Franciele me levar pra dar uma volta. Eu fui até uma piscina e mergulhei, após isso nós ficamos conversando. Era uma piscina de agua quente, bem grande. Nós estávamos no canto. Conversamos, ela perguntou se era algo relacionado com Benjamin. Eu disse que não. O cheiro de protetor solar, o gosto de cloro na boca e a irritação nos olhos me fizeram sair de lá. Estava com dor de cabeça de ter chorado. Sai pela porta enorme que servia de entrada única pra piscina coberta do local. Então eu vi a garota insuportável que atrapalhou eu e Benjamin aquele dia no campo. Ela nos convidou pra ir na "bóia". Então fomos eu, Henri, Fran, e Carol naquele escorregador" dentro de uma boia gigante. Após isso eles me levaram na montanha russa. Eu tremia de medo, mas a partir da primeira vez, que eu relutei com muita insistência, eu viciei na sensação. Me fazia esquecer do mundo, e de Ben. Mas existia algo perturbador. Cada garoto com cabelos pretos que eu via tinha o rosto dele, me lembravam ele. Devia ser algum efeito colateral dos enjoos que eu tinha começado a ter. Era fascinante observar. Lá estavam Henri, Franciele e a garota que todos odeiam. Nós éramos tão unidos. Mesmo com a tal garota. Acabou que o passeio chegou ao seu fim, e no ônibus eu fui com a Fran. Nós conversamos sobre varias coisas, e eu ainda me sentia um tanto hétero quando o assunto era a Franciele. Eu gostava dela, talvez até um pouco a mais do que amizade.
Alguns dias se passaram e Benjamin havia me reconquistado, tudo voltou ao normal.
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_Então, você vai que horas? - Eu perguntei demonstrando toda minha frustração e chateação.
_Ahh não me lembra disso... - Ele disse.
_Que horas? - Eu perguntei novamente.
_Eu tenho que voltar as 16:00. - Ele respondeu.
_Ahhhhhh. - Fiz cara de triste.
_Eu volto até seu aniversário... Com um presentinho que você vai gostar... - Talvez fosse impressão minha, mas aquele tom de voz e aquela mordidinha nos lábios me deixaram um tanto curioso.
O relógio marcou 15:55 e Benjamin disse que teria que ir. Antes de ir ele me abraçou com força.
Eu fui até a porta e praticamente contei os passos, até ele dobrar a esquina.
Três ou quatro dias depois eu sentia uma sensação de vazio, uma saudade de matar. Não me deixava triste, mas sim ansioso. Após algumas perturbações por parte do Davi, eu simplesmente esqueci que Benjamin havia viajado. Não sei o que aconteceu comigo, eu não sentia mais a saudade excruciante. Pra ajudar, ele não havia ligado nem mandado nenhum sinal de vida. Sumiu de vista. Um amigo que estava na mesma região que Benjamin havia voltado para nossa cidade. O William, me disse que o viu dentro de uma lan house. Disse que eles conversaram sobre a minha prima. William ia totalmente contra o relacionamento que Vanessa queria com Ben. Ele me entendia. Se colocou no meu lugar, e disse para Benjamin que ela era... Infantil.
Alguns dias depois ele deixou uma mensagem no meu msn. Se vocês estão pensando "porque não narrar alguma outra coisa sobre esses dias", a resposta é "sei lá". Não tinha graça, mas também não estava sendo tão ruim quanto eu esperava que fosse ser. Só era entediante.
"Oi, saudades. Tudo bem por ai? Eu não tenho entrado muito na internet, tive uma crise esses dias, provavelmente vou ter que remover as amigdalas. Agora ninguém mais cuida de mim Zack, eu preciso me cuidar. Nessa época minha mãe sempre cuidava pra mim não ficar doente. O William já voltou? Conversei com ele por aqui. Me liga."
Obvio que ele ia falar do William, caso esse me falasse da conversa. Pensei em ligar, mas não liguei. Risos. Preferia não ouvir a voz dele pra não começar a sentir saudade. Até que um tempo depois nós conversamos pelo msn.
_Oi. Liga pra mim quero falar com você. - Ele disse. Meu coração acelerou.
_Quanto tempo... kkkkkk porque? - Eu perguntei procurando pelo motivo.
_Quero ouvir sua voz. - Eu podia até imaginar ele dizendo isso para mim. "Eu quero ouvir a sua voz.... Zack". Me arrepiei.
_Hmmm... Também sinto falta de falar com você. - Era oficial. Eu comecei a sentir um aperto no peito, saudade.
_Zack, eu tava pensando, porque você não pega algum meio de transporte e vem pra cá? Ou pede pro seu pai... - Ele devia estar louco. Eu ri lendo aquilo, mas a ideia me convenceu na hora.
_Não, ia ser complicado. Meu pai não ia me levar também. - Eu mandei. É verdade, eles não iam deixar.
Mais tarde, liguei para minha mãe. Disse a ela que me acordasse quando chegasse, precisávamos conversar. Assim foi feito.
_Izaque, o que você queria falar? - Ela me perguntou. Nós estávamos na cozinha. Como eu havia dormido, as luzes ofuscavam a minha visão.
_Eu quero ir pra praia mãe. Quero ver se vou de ônibus, ou se o pai me leva. Você deixa? - Eu perguntei educadamente.
Após o surto sobre eu não poder viajar sozinho, meu pai apareceu dizendo que não via problema. Mas não deixaria. Nós discutimos e então ele disse que eu não tinha experiencia, em poucos dias era meu aniversário e eu deveria ficar. Eu disse que voltaria com Benjamin. Foi o bastante pra confusão aumentar ao ponto de eu dizer que ia fugir. insisti arduamente, mas não adiantou.
Falei com Ben no dia seguinte sobre eu não poder. Ele disse que já havia preparado o lugar onde eu ficaria, e estava super afim de me mostrar uns lugares. Que desperdício de oportunidade.
Vanessa me ligou, e disse pra mim decidir quantas pessoas convidar. Eu tinha muitos amigos, mas eu sabia que eram amigos não tão próximos. Se fossem, seriam uns dez. Avisei ela pra anotar vinte e cinco pessoas. Ela disse que convidou uma média de cinquenta. Estava cada vez mais odiando isso tudo. Sem falar que as músicas seriam péssimas, e meus pais estariam por perto.
Mais alguns dias passaram e chegou o grande dia. Vanessa demorou até o ultimo minuto e eu tive que receber os convidados dela. Então, um amigo do meu pai e eu fomos buscar a "noiva". Ela devia achar que era seu casamento... Fez eu abrir a porta do carro pra ela e tudo. Eu me sentia um nada, não havia chegado ninguém dos meus amigos. Desejei que Benjamin estivesse lá. Eu e ela dialogamos e ela afirmou que ele era o mais importante pra festa. Eu disse com prazer que ele não viria, ele me avisou três ou quatro dias com antecedência. O pai dele voltou pra cidade e deixou ele lá junto com o irmão na casa da tia. Algumas horas mais tarde, chegam Renata, Jaqueline e Laura. Somente elas dos meus amigos vieram. Laura é uma garota quieta e extremamente simpática. Renata tem bom coração, e Jaqueline é adorável. Mas nenhuma delas era uma das minhas amizades mais profundas. Imaginei que alguns dos meus amigos não poderiam vir, mas não pensei que seria caótico. Foi a maior vergonha da minha vida, nós quatro num canto conversando. Eu até fui azarado por um garoto. Devia estar pesando pro meu lado. Dancei com Laura, mas logo elas iriam embora. Eu decidi esquecer. Fui pro carro do meu pai no estacionamento, e liguei o pendrive com as minhas músicas. Inclusive a minha e a dele. Só estavam Laura e Jaqueline, e elas estavam dançando. Resolvi ligar pra ele. Ele estava se divertindo com os amigos, disse ele que estavam jogando videogame, alguns fumavam e outros bebiam, mas ele estava só jogando. Antes de eu perguntar, ele já disse que não estava fumando, sabe o quanto eu detesto cigarro, bebidas não tanto. Mas ele me deixou curioso. Disse que tinha uma bomba pra me contar, e que não sabia como eu iria reagir.
_Ah meu Deus você tá namorando? - Falei animado. Fingindo do melhor jeito possível. Mas ficou péssimo.
_Não... Outra coisa. amanhã eu volto, e te conto... - Ele com certeza não estava sóbrio.
A festa pra mim foi um desastre, e é meu maior arrependimento. Eu me sinto envergonhado por ter sido tão tímido, e garanto que fui bem criticado pelos meus parentes, e "amigos".
No outro dia eu estava no portão de casa, jogando vôlei com a parede. Eis que eu vejo lá na esquina um ser com um cabelo inconfundível. Ele estava com uma camiseta branca, que contrastava com a pele dele atualmente mais morena. A camiseta tinha uma gola maior, então eu vi a marquinha de bronzeado do peito. Ele não deve ter ido até a aguá, deduzi.
_Nossa, você tá diferente. Nem te reconheço! - Eu disse. Mas era a falta de intimidade que me deixava desconfortável. Eu não sabia o que ele pensava, como estava. Era desconcertante não sentir ele.
_Bobagem. Você acha? É só implicância sua! - Ele disse com um sorriso tão cativante. Podia curar câncer, literalmente.
Conversamos sobre o que fizemos nesses dias. Então ele lembrou do que tinha pra me falar. Na verdade, ele não parecia ter esquecido. Estava ansioso. Então ele disse, rápido, mas compreensível.
_Eu fiquei com um garoto. - Tentava esconder um sorriso. Eu o olhei com olhar de reprovação e negação. No fundo, isso me dava esperanças de que ele não havia voltado a ser hétero. Mas me sentia traído.
_O que? - Eu fiquei sério. - Como foi? - Eu continuei.
_Foi legal... Foi no impulso. Nós estávamos no quarto dele, um pouco bêbados. Ele veio pertinho pra me beijar, e eu beijei. - Ele disse normalmente. Eu fiquei um tanto pensativo quanto a isso. Não sabia se me sentia esperançoso ou magoado. Já ele parecia um tanto arrependido. Caso pensasse que eu havia "voltado a ser hétero" assim como eu achava dele, esse seria o momento de zuar ele. Então ele disse.
_Isso mudou alguma coisa entre nóstom de arrependimento.
_Não... - Eu disse nada convincente.
_Mudou sim...
Mais tarde ele me mostrou fotos do tal garoto. Ele era muito mais bonito que eu, sem falar que nossos nomes eram iguais. Ele havia bebido até cair, pra variar.
Mais alguns dias a frente, Vanessa havia tentado todo tipo de aproximação com Benjamin. Ela disse pra alguns familiares que iria pra praia com ele. Me enchi de raiva, pois eu iria. Só podia ser mentira. Todos os domingos após ir a casa dela, e ela inventar algo, eu ligava pra Ben alterado, ele ia lá e desmentia tudo. Havia virado rotina. Ele se irritava pelas bobagens dela. Mas ainda estava dividido. Houve um dia, em que algo aconteceu....
_Oi, voltei. - Ele havia reaparecido lá em casa. O portão estava aberto, então ele já estava na sala praticamente.
_O que te traz aqui? - Eu disse.
_Eu tenho que voltar depois, meu pai vai pra uma festa hoje. É o dia da semana sabe. - Era uma quarta feira.
Então o telefone tocou.
_Sim. Ok. Ele ta aqui. É porque eu to aqui, na verdade. Tudo bem. - Ele desligou.
_Quem era Ben? - Eu sabia com toda minha intuição que era ela.
_Vanessa. Ela ta chegando aqui. - Foi o bastante pra mim começar uma discussão. Até ele dizer que ia embora. Os detalhes ainda são muito difíceis de lembrar, eu tentei várias vezes me lembrar da história, mas como ela foi contada e recontada por ambos, está confusa. Eis o que aconteceu. Ben diz que foi embora de carro, pois o pai dele iria sair e queria certificar que Benjamin estivesse em casa. Ela não apareceu na minha casa e então começou um drama entre meus familiares. Eu disse com todas as letras que ela podia estar sendo violentada por ai, por bem ou por mal. Inventei uma péssima reputação pra Benjamin, e contei que ele havia transado com Bianca, que é irmã mais nova de uma amiga da minha mãe.
Foi o que bastou. Minha mãe foi até o portão de casa e fez eu ligar pra Ben e colocar no viva voz. Ele negou até a morte e disse que eu poderia ir até a casa dele, ela não estava lá. Eu tive que acreditar.
Vanessa disse, depois de eu colocar na cabeça dela que Ben havia a humilhado, que eles haviam ficado naquele dia. Foi muito forçado, mas a história ficou complicada. Ela disse que se ele queria guerra, iria ter. Então disse que eles haviam se encontrado, que ela havia visto o novo corte de cabelo dele (cujo o qual era a "atração " dele, ela disse que perdeu a graça, sendo que só estava mais curto... Sim, ela curte Fiuk) e que ele havia dito que tinha que cuidar do carro do pai. Vários detalhes, pra me confundir. Mas ela é convincente como mentirosa. Muito. Até hoje nenhum dos dois cedeu dizendo que mentiu. Nos próximos dias eu vou ter uma chance melhor de confrontar os dois, então eu posto aqui só pra esclarecer ;). Apesar de acreditar em Benjamin, foi algo que eu nunca consegui evitar investigar. Pulando todo o drama que isso foi, porque eu odeio essa parte da minha história, é algo que não cicatrizou, resta a minha próxima grande chance. Eu já havia cansado de investigar, pensar e repensar, faze-los contar tudo outra vez, pedir opiniões... Fiz William falar um pouco de Vanessa e da sua vida, e foi tiro e queda. Ben ficou com nojo dela, e eu venci. Ele ficou magoado, mas iria superar.
- Fevereiro.
_Então Ben, você sabe que eu já comprei ingressos pro show.... - Show sabe de que banda? Adivinha! PARAMORE. Sim, a minha banda preferida. Eu comprei no primeiro dia. Dois ingressos. Eu iria leva-lo mesmo que amarrado. E lá eu tinha certeza que eu teria minha grande chance.
_Sim... - Ele disse.
_Nada de ficar com alguém lá. - Eu disse pedindo um grande favor. Claro, eu não me incluia na lista de proibidos.
Eu ia me arriscar dessa vez. Era uma oportunidade e tanto. Eu, ele, Hayley Williams e boa música. Ninguém ia reparar em nós...Cruzem os dedos!
Obrigado a todos que acompanham! Demorou, mas finalmente chegou o fim toda a espera...
Ficou um pouco menor esse capitulo, mas eu não queria entrar muito em detalhes da história que aconteceu com Vanessa. Eu tinha a ideia de escrever sobre isso, mas nos conversamos recentemente e isso voltou a mexer comigo. Então eu só fiz o gancho pro grande dia *-*.
Estou ansioso pra postar o próximo, abraços!
Outros capítulos!
Coração Otário - Capitulo: Prólogo
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