É engraçado saber o quanto somos bobos durante essa fase a que toda a gente chama 'adolescência'. Mais engraçado ainda é saber que sabemos que somos bobos, mas continuamos... E muitas vezes porquê? Por amor. Sim, esse sentimento que reside até no maior coração de pedra do mundo faz-nos a vida negra, ou então faz-nos a vida um mar de rosas (sem espinhos é claro!). Eu sempre fui um garoto fechado ao amor, nunca transpareci o que realmente sentia por ninguém; afinal, como é que eu vou admitir que estou apaixonado por alguém se esse alguém é... um rapaz?
Desde novo que sei que sou bissexual e não vejo problemas nisso; porém, a sociedade onde vivemos ainda acha que a homossexualidade ou outra vertente que não a heterossexual é um problema. Milhares de anos volvidos para quê? Ainda somos muuuuuuito preconceituosos e não entranhamos a verdade facilmente. Portanto, não é de estranhar que tenha ficado sem um dente quando disse a um amigo meu (err... ex-amigo?) que estava apaixonado por ele.
Depois dessa desilusão fiquei bastante magoado com tudo. A vida era injusta para mim e nada fazia sentido... Eu amava esse amigo há 3 anos, e justo no dia em que lhe disse o que sentia ele me agride e deixa de me falar. Felizmente não contou a ninguém.
Verão
Férias, finalmente! 3 meses sem aulas e tudo de bom para acontecer! O amor florescera na Primavera, mas no Verão minhas hipóteses de encontrar um amor eram ainda maiores.
Combinei com os meus amigos ir até à piscina. Estava demasiado calor e eu estava derretendo aos poucos em casa. Eram duas da tarde e saí de casa para me dirigir para o ônibus. Tinha tudo o que precisava: toalha, protetor solar (um ruivo queima-se rapidamente!) e comida. A tarde prometia ser boa e, acima de tudo, refrescante! Iria com Irene, uma das minhas amigas de sempre; Daniel, meu melhor amigo; Carlota, sua namorada e Filipe, outro grande amigo meu.
Chegados à piscina, estendemos nossas toalhas, tiramos o tênis e a t-shirt e corremos feitos bobos para a água, só para ver quem chegava primeiro. Depois de mil mergulhos, decidimos que era hora de comer algo. Todos nós estávamos famintos. Carlota enchia Daniel de mimos, dava para ver que o amor estava em alta ali. Eu, Filipe e Irene falávamos sobre tudo, desde música a cinema, desde o cão da vizinha de Irene que lhe destruía o jardim às mais requisitadas meninas do colégio (e claro, Irene falava dos meninos mesmo estando em minoria). Estava tudo ótimo! Chega uma hora e eu fico aflitinho para ir no banheiro. Faço meu 'trabalho', lavo as mãos e caio no chão devido ao encontrão que um rapaz me tinha dado.
- Me desculpa, como sou desastrado! - ele.
- Ahhh, deixa para lá, acontece mesmo! - eu.
E que encontrão maravilhoso. O rapaz era totalmente o contrário; se eu era branquela como um copo de leite, ele era bem moreno! Eu ruivo, ele com cabelo preto. Eu magricela e ele começando a ter um corpo mais ou menos definido.
- Meu nome é Diogo, me desculpa mais uma vez!
- Prazer Diogo, -estendendo a mão- meu nome é Bruno. E deixa isso para lá! Agora tenho que ir, meus amigos estão esperando, adeus!
- Tudo bem, até um dia então e vê se não encontra outro bruta-montes e cai mais uma vez - disse Diogo, rindo.
Dei uma risada também e me despedi. Diogo era um gato, era um fato! Mas eu ainda estava muito magoado por causa daquela paixoneta dramática de 3 anos e não estava pronto para outra. E não queria quebrar outro dente, não é mesmo?
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bom, se vocês gostarem e quiserem que isto continue, é só comentar. não é um conto extraordinário, mas não quero que seja mais um conto cheio de clichés... mas esse pequeno acidente no banheiro aconteceu mesmo e não poderia deixar de escrever aqui. bem, foi isso.