Há meses eu vinha desejando-o.
Saber que eu não podia me deixava meio transtornada.
A "mente" é algo que me intriga. Tudo começou com um sonho:
No sonho, ele me pegava de quatro e tinha muito prazer rolando. A pegada era forte, do jeito que eu gostava e eu acordei molhada - de suor e de tesão. Minha vida nunca mais foi a mesma. Meio dramático, mas, real.
Eu passei alguns dias pensando naquele sonho e fazendo um esforço em vão pra não pensar.
Quando eu o via, automaticamente aquela cena vinha em minha cabeça e foi ai que tudo passou a mudar. Eu já não o olhava mais com inocência, nem como aquele cara que sempre teve um lugar especial no meu coração, como um irmão. Não! Eu comecei a desejar que aquele sonho pudesse acontecer.
No fundo, acho que pessoas que são muito ligadas ao sexo, deveriam poder controlar seus sonhos a fim de evitar que isso aconteça, por que posso dizer que é praticamente fatal.
Não tinha COMO, se quer, cogitar essa possibilidade e jamais eu poderia tocar nesse assunto. Decidi então, que esse seria mais um dos secretos que eu levaria comigo, sem que pudesse colocá-lo pra fora de meu peito.
Decisão tomada. Resolvi esquecer.
Acontece que há aquelas dias em que acordamos verdadeiros "filhos da puta". Esse dia chegou pra mim e creio que tenha sido no dia errado (ou não). Era final de semana, dia em que nos juntávamos aqui em casa para beber. Bebemos bem, como sempre. Eu estava bem alterada, mas, perfeitamente consciente de tudo que estava rolando em minha volta. Em casa, gosto de ficar confortável, então, estava usando calça legging.
Os assuntos de vez em quando ficavam mais quentes e pela liberdade que tínhamos acabávamos falando besteiras ou contando algumas coisas de nossa intimidade. O álcool corta os inibidores, então, toda ética e moral que podemos ter, vão por água abaixo.
Lembro-me que em dado momento, estávamos do lado de fora conversando e fumando um cigarro de cravo. Ele estava parado bem na porta, então decidi entrar. Até ai, agi com naturalidade, mas, ao tentar passar por ele, acabei esfregando minha bunda no seu corpo. Isso me fez muito mal. Parece que em fração de segundos, meu corpo ligou milhões de terminações nervosas e me deixou em um estado de tesão frenético.
A noite foi passando e em certo momento, coloquei o copo de vodka na mesinha de centro na sala. Eu tomei um gole e ele quis pegar da minha mãe pra tomar também, eu já estava louca com a situação e resolvi dar uma "provocada" de leve. Abaixei e coloquei o copo de volta na mesinha, ele veio por trás para pegar o copo, então, dei uma empinada na bunda e claro, pude sentir seu pau encostando em mim. A merda estava feita.
Fomos num outro momento para a escada, sentei no 3º degrau e entre um cigarro e outro começamos a falar de minhas escapadas com mulheres, ele fazia perguntas e estava claro que estava com tesão conforme eu respondia.
O copo estava na sua mão, então, pedi mais vodka. Ele me deu e eu quis o gelo que estava no copo. Adoro comer gelo e naquele momento não houve malícia alguma em meu pedido.
Ele pegou o gelo, chegou perto, colocou uma perna ao meu lado no degrau da escada e passou o gelo na minha boca. Achei que teria algum tipo de "piripaque" tamanha à tremedeira que me invadiu.
Senti aquele gelo descer, passar pelo meu pescoço e parar no meu peito.
Coloquei a mão em sua perna e um princípio de beijo rolou. Numa confusão entre tesão extremo e medo, eu o afastei.
Logo, ele decidiu ir embora, me deu uma leve prensada na parede e um beijo bem singelo aconteceu. Rolou língua, mas, bem de leve.
Subimos mais alguns degraus e outro beijo, dessa vez fugi de novo.
Entrei, deitei e não consegui para de pensar naquilo. No dia seguinte conversamos e definitivamente ficou decidido que era loucura, resolvemos esquecer e continuar nossas vidas... e continuar nossas vidas...