Doce Kruelldade: #5 - De volta ao começo

Um conto erótico de Sweet Kruella
Categoria: Heterossexual
Contém 1510 palavras
Data: 29/12/2011 02:00:33
Última revisão: 29/12/2011 16:51:54

Nunca fui daquelas que se olha e se classifica como 'bonita'. Desde pequena meu gênio voltado àquela ingenuidade maldosa, que fazem as 'maldades' sem nem notar, me impedia nas relações. Até na família eu provocava conflitos e, admito, fui uma criança mimada e malcriada, mas mais porque não sabia o que fazer nem tinha máscaras: eu só seguia o ritmo da maré, e em geral, essa maré representava modismos tipo os de 'Malhação' e cia. E fora o gênio sádico, eu nunca havia gostado de me arrumar, de ser elogiada, de ser notava. Sentia que se fosse o centro, passaria vergonha nos próximos. Então eu era feia. Decididamente. E se fosse baixinha, certamente seria gorda. Com dez anos de idade eu já tinha 1,7 metro de altura (tenho quase 1,85 metro hoje).

Em contraste com o desleixo, eu tinha também a expontaneidade. Não tinha amigos, é verdade, mas era o tipo de pessoa que sabe criar um círculo grande aonde acomodar os conhecidos. Tipo o Google+ rs. E minha sexualidade, também por conta das modinhas, aflorou muito rapidamente. Eu tinha curiosidade de mim, ânsia de me conhecer.

No começo, apenas uns beijinhos no travesseiros (eu tinha sete, vai), seguidos de um sentimento de culpa que me mantinha quieta por dias, até que novos 'amassos' ocorressem. Depois, descobri que a fricção da calcinha contra o clitóris me dava uma sensação de formigamento que muito me atraía, mas só. Via a masturbação como pecado (família católica extremista, you know) e coisa ficava nisso.

Aos nove, porém, me aventurei a tocar-me com os dedos. Nessa época eu já tinha mais contato com o sexo, por televisão e revistas, e sentava-me sobre um gigante urso e forçava-me contra ele. Meu hímen continuava intacto. Foi assim por muitos anos, nos quais chegava a me masturbar seguidas vezes, mas sem me arriscar a 'perder o cabaço', achando que seria punida por Deus. Tinha pesadelos nos quais essa punição vinha com a morte e coisas assim, e a pressão da família para que eu, aos onze, me mantivesse a mesma fera dos cinco era grande. Aos doze eu descobri que Deus não ligava para mim, quando um amigo muito próximo foi assassinado em frente a uma locadora de VHS. Perdi toda a fé, me libertando de tatus sexuais e sociais.

Aos treze eu já não era mais virgem.

Jovem demais, despreparada demais, usada. Foi assim que me senti. Às vezes chego a me arrepender de ter feito aquilo, mas não há real motivo para crer que sendo mais tarde, seria melhor. Foi na hora certa, com a pessoa certa. Eu havia viajado para o Goiás nas férias, mas como a família é grande e era folia, tivemos de nos separar. Uns ficariam na cidade, outros iriam para a roça, mas não muito distante. Quis ir para a roça, porque tinha rio e paz, apesar das chuvas, e porque as casas dos parentes na cidade estavam bem cheias.

Fui para a casa de uma tia. Ela deve ter, sei lá, cinquenta filhos. Um deles, com quinze anos, foi o 'agraciado' com o meu cabaço, logo na segunda noite em que lá dormi. Ele era, sem ofensas, um cavalo. Diria que não foi sexo, nem amor, foi conjunção carnal. Penetração dolorosa e sofrida, estocadas ridículas, gozo. Dele, é claro. Ao menos ele não tornou a me importunar depois do ocorrido e, ao contrário do que esperava, ele não espalhou família afora que havia fodido a priminha da cidade. Até hoje eu acredito que a família inteira seja uma suruba só, escondida pela religião, mas sem fundamentos.

Essa transa, se é que pode ser chamada disso, meio que serviu para acalmar os ânimos, porque eu não tornei a ser penetrada por meses, curtindo a 'liberdade' (sério, cabaço é como um fado pesado e, libertos, APRECIEM!) de forma solitária, na calada da noite. Foi por essa época que meu irmão começou a ter fodinhas e, como soubesse que ele era virgem, comecei a observá-las. Era táboas secas, sem peito nem bunda. Imaginei que deviam ter bucetas de ouro, mas descobri que eles sequer se beijavam. A família era sacana, só o irmãozinho que não.

Não considero que a perda do cabaço tenha representado a perda da virgindade, de fato. Ao menos da minha. Isso só aconteceu cerca de um ano mais tarde, quando eu já tinha consciência da minha feminilidade e lutava contra a tranquilidade de ser criança ante assumir que eu tinha uma buceta e os caras gostavam disso (continuo nessa luta até hoje).

Como eu tinha uma turminha de caras com quem mantinha relações amigáveis, não foi difícil arrumar um pau. Eu tinha vários para escolher, e ao invés de me aventurar nos bem dotados, optei por um de tamanho aceitável e normal. 12cm. Novamente eu não gozei, mas tive minhas primeiras preliminares e soube o que é receber prazer, embora não soubesse dar prazer. Foi alguns meses depois, quando a Internet bateu à porta. Pesquisava tudo que podia, embora fosse tenso ver vídeos e tudo mais, até porque eram poucos sites em português e não tinha ideia de que Internet fosse algo mundial. Google e sua mania de restrigir o conhecimento rs.

Nessa época eu havia começado numa coisa que mais tarde eu chamaria de sexo virtual. Sem webcam, apenas masturbação. Eu me masturbava, descrevendo situações que imaginava, e o cara do outro lado respondia; embora eu acreditasse que boa parte não se masturbasse com a minha conversa fiada, eu fazia, porque gostava e era bom. Apesar dos convites para algo real (eu mentia a idade descaradamente, dizia que tinha 20, 25 anos, por que desde pequena parecia bem mais velha do que era), eu ainda tinha medo de conhecer pessoalmente as pessoas com quem conversava no bate papo.

Pessoalmente, continuava a garota quieta que sempre fora, antissocial. A putinha adolescente era apenas virtual. No entanto, começava a mudança de corpo. Foi uma fase tensa, quando engordava e emagrecia, espinhas e tudo mais. Quando passou, eu havia me tornado minimamente desejável.

Comecei a andar com umas amiguinhas bem ruins, de verdade. Eu achava que perigoso era usar minissaria na sala de aula, e elas mostravam que era mesmo, e também pois eu queria ser popular. Elas podia me dar isso. Durou bem mais tempo que as outras modinhas, mas eu sobrevivi com fodinhas exporádicas enquanto elas faziam a linha púdica na hora H. Eu me orgulhava de ser fácil, acreditem. Triste, muito triste.

Pouco tempo depois eu mudei radicalmente, não entendo o motivo dessa mudança. Cortei o cabelo, troquei o guarda roupas, comprei maquiagem e aprendi a usar. A fase de 'p!riggetchyý' havia passado. As fodas começaram a ficar mais sérias, mais legais também. Eu não era mais tão rápida (para provar que era boa de cama, deixava que fizessem o que quisessem de mim) e passei a exigir prazer da mesma forma como dava. Meu irmão descobriu que eu não era mais virgem, mas ficou quieto, sem falar nada, porque ele sabia que eu sabia mais coisas sobre ele do que o contrário. Irmãos usam isso muito.

Aos dezesseis é que comecei a viver de verdade. Já havia experimentado de tudo possível entre duas pessoas. Um dia, uma das fodas perguntou se eu sabia o que era sadomasoquismo. Respondi que não. Ele riu, me fazendo sentir idiota. Foi a primeira vez que deixei de ser fodida por escolha (antes, mesmo se não quisesse, deixava só para alegrar o dia de um idiota). Como a internet banda larga (tipo, quinhentos contos por hora, mas valia à pena) chegou em casa, comecei a ver vídeos e fotos e me interessei cada dia mais por 'uma foda que não fosse apenas sexo, mas arte'. Me lembro dessas palavras, as que quebraram toda a resistência que eu tinha contra as práticas.

Tinha medo, pois via slaves sendo machucados e implorando por mais, não entendia como podiam reagir àquilo daquele jeito. Como na época não era nada comum dominatrixes, fui iniciada como slave pelo meu primeiro senhor. Mentindo idade, é claro. Nossa senha era 'chocolate', porque sempre que nos encontrávamos, ele me presenteava com uma barra. Nunca a utilizei, e disso sim me orgulho. Fui slave 'exclusiva' por anos, até o dia em que ele me disse que não havia nada mais o que aprender nem o que ensinar. Passamos de uma relação sadomasoquista para uma amizade muito bem resolvida, sem dificuldade alguma, e vez ou outra nos falamos. Ele não quer mais escravas, mas é irresistível mostrar-lhe serviço. Chamo-O de Morgenstern, estrela do amanhecer em alemão, sua nação. Daí vem o meu gosto por alemães.

Tenho um instinto profundamente antissocial, não por traumas (mentira) por não me considerar bonita, mas sim porque não vejo necessidade de ser social para com todos. Sou o que sou, simplesmente, e nada nem ninguém deve tentar mudar isso. Tornei-me egocêntrica e orgulhosa, manipuladora, e tornei-me mulher. E tudo isso por causa de uma foda mal feita, numa fazenda esquecida dos homens.

Que venham os comentários de 'isso não é um conto erótico'!

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Comentários

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Oi amiga gostei do seu depoimento.São relatos que fazem a gente meditar sobre a vida!bjs♥

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