Oi gente, fiquei muito tempo sem escrever por falta de privacidade, mas
agora estou voltando.
para quem não leu os contos anteriores, leia para entender.
Capítulo 1:
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"O Amor É Cego!" - Capítulo 04
- Eu te amo, Nato... sempre sonhei com isso! - disse Natan beijando Pedro.
- Natan, você disse Nato? eu ouvi bem?
Natan não sabia o que dizer. Acabara, sem querer, de confessar para
Pedro que estava gostando do melhor amigo dele; e o pior, fez isso após
transarem.
- desculpa, foi efeito da bebida... - Foi a desculpa mais esfarrapada do
mundo, mas foi o que Natan conseguiu pensar. Sabia que Pedro não
acreditara; aliás: quem iria acreditar em uma desculpa como essa? mas foda-se. A noite foi boa; ou
melhor: será que tinha sido tão boa assim? Natan sempre fora liberal:
mesmo quando estava apaixonado por alguém transava com outros caras sem
sentir-se mal com isso, mas o que estaria acontecendo? lembrou-se do seu
antigo relacionamento que terminou depois de ele ter sido pego na cama
com outro cara. Natan gostava de seu antigo namorado, mas não o
Suficiente para que esse relacionamento tivesse o poder de "amarrá-lo". Depois do término do relacionamento, Natan
sentiu-se culpado, mas logo passou.
Mas agora era diferente: E se Pedro contasse para Renato que eles haviam
transado, como ele iria conviver com Renato?
Mas porque ele estava pensando isso, se Renato nem sentia nada por ele?
Será que não sentia?
Não, não sentia!
mas e a forma com que Renato se despediu dele? Parecia triste com algo;
antes de ele e Pedro ficarem Renato estava alegre.
bobagem, bobagem. Quando estamos gostando de alguém colocamos coisas
aonde não existem.
Natan adormeceu com esses pensamentos. Quando acordou, estava com uma
infernal dor de cabeça. Dando trombada nas coisas por não conhecer
direito o
ambiente, arrumava-se para ir embora torcendo para que Pedro não
acordasse; não queria encará-lo.
Mesmo sem disposição para usar a bengala, não foi de táxi. Arriscou-se e
saiu batendo sua bengala e perguntando para as pessoas até conseguir
achar o ponto de hônibus.
chegou no ponto de hônibus, sentou-se e se pôs a esperar.
- Natan!
Era a voz de Renato.
- Nato?!
- oi... tudo bem?
- tudo! e você?
- tudo... dormiu na casa do Pedro? - disse Renato, com uma voz triste.
- sim... pra onde está indo?
- estou indo pra lá. Ele tá lá?
- Tá, sim. Mas tá em um sono pesado.
- poxa, você veio até aqui sozinho?
- sim.
- quer que eu vá até sua casa com você?
- não precisa, vou sozinho... Não quero dar trabalho.
- trabalho algum. O dorminhoco não vai gostar de ser acordado, e eu
estou morrendo de tédio. Preciso fazer algo pra não surtar com
pensamentos bestas... - Renato calou-se triste.
- que mal lhe pergunte, que tipo de pensamentos?
- nada, deixa... agente se ilude e depois se ferra... só isso. Na
carência vemos coisas aonde não tem.
- entendi, você não quer falar... precisando estou aqui.
- o hônibus, vamos?
- vamos.
Pegaram o hônibus e seguiram conversando banalidades. Quando chegou,
Natan convidou Renato para entrar.
- tá entregue - falou Renato.
- Obrigado, Nato. mas não vou te deixar ir embora assim. Entra, vamos
tomar nem que seja um refri.
- não, quê isso... agora quem não quer dar trabalho sou eu!
- trabalho? você anda até esse fim de mundo de hônibus, em um calor do
cão, e ainda não entra pra tomar nem um refrigerante? desse jeito quem
está dando trabalho sou eu.
- só pra você não botar na cabeça que está dando trabalho, vou entrar.
os dois sorriram e ficaram conversando e bebericando os refrigerantes.
- Natan?
- oi
- você gosta do Pedro?
- ham?
- você gosta do Pedro?
- não!
- então por que ficou com ele?
- por nada. Ele quis ficar e ficamos, mas só isso. Não gosto dele. Quer
dizer: pra namorar, não. Só amizade. Aliás, acho que depois de ontem
estragamos a amizade.
Renato deixou escapar um suspiro de alívio, e Natan percebeu.
"será que isso foi um suspiro de alívio?"
"não, Natan, para com isso. Vai se iludir."
"mas que ele suspirou, suspirou."
Os pensamentos do garoto foram interrompidos por Renato:
- Bom, acho que já vou.
- já? por que, tem compromisso?
- não...
- então porque não passa o dia aqui?
- não vou dar trabalho?
- aff, maldita frase que fui inventar de dizer. Agora você não para de
usá-la. Esquece essa frase, você não dá trabalho, caramba!
Eles riram e Renato aceitou o convite. Depois de Natan esquentar o
almoço e eles almoçarem, foram ouvir música.
Em um determinado momento começou a tocar a música when i look at you
"quando eu olho pra você" de miley cyrus.
Renato disse:
- conhece a tradução dessa música que tá começando?
- não.
- então vou traduzir.
Na medida que a música ia tocando, ele ia falando:
"todo mundo precisa de inspiração,
todo mundo precisa de uma música
Uma linda melodia
quando a noite é tão longa
porque não existe garantia
de que a vida é fácil
quando o meu mundo está desmoronando
quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão
é quando eu
eu...
eu olho para você
quando as ondas inundam a costa
e não consigo mais encontrar o caminho para casa
é quando eu
eu...
eu olho para você
quando eu olho para você
eu vejo perdão
eu vejo a verdade
você me ama por quem eu sou
como as estrelas abraçam a lua
bem ali aonde elas devem estár
e eu sei que não estou sozinho
quando o meu mundo está desmoronando
quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão
é aí quando eu
eu...
eu olho para você
quando as ondas inundam a costa
é quando eu não consigo mais encontrar o caminho para casa
eu...
eu olho para você
você apareceu simplesmente como um sonho para mim
como as cores de um caleidoscópio
que provam para mim
que tudo que preciso
cada suspiro que eu dou
você não sabe
que você é lindo..."
Renato não conseguiu terminar, percebeu que Natan estava chorando e instintivamente
ele puxou com carinho Natan para perto dele e o beijou, no que foi
correspondido.
depois de um tempo de beijos calmos, Renato disse:
- Natan, você não sabe... você não sabe o quanto te ver beijando o Pedro
me fez mal... aí que eu percebi que te amo... eu te amo Natan, eu te
amo...
- que porra de viadágem é essa na minha casa?
- pai?