A história de nós três - Parte 02 - Pai, mãe, sou gay!

Um conto erótico de My Way
Categoria: Homossexual
Contém 1889 palavras
Data: 08/01/2012 18:03:05
Última revisão: 14/03/2024 02:04:37

Olá... Então gente... este conto não acho que não servem para aqueles curtem algo sexual. É um romance, uma história de amor e aprendizado com pitadas de romance gay. É bom relaxarmos e curtimos uma leitura leve. Para curtir a primeira parte basta clicar no meu nick que está acima. Por favor, comentem lá em baixo e dê sua nota aqui em cima. A participação de vocês é essêncial para mim.

“Meu Deus? E agora? Será que o meu irmão vai esquecer a promessa que fizemos e vai contar tudo para os nossos país? Eu serei expulso de casa? Estou realmente desesperado e não sei o que fazer.”

Meu irmão não esboçou reação alguma. Ligou o carro e seguimos para casa. Fiquei envergonhado demais, lógico, quem não ficaria? Não conseguia olhar para o Paulo. Me senti culpado depois de jogar toda a novidade em cima do meu irmão. Sabia que ele ia precisar de um tempo para digerir tudo aquilo.

Cheguei em casa, tomei banho e deitei na cama. Não consegui dormir, o despertador tocou e levantei. Que loucura, o meu corpo continuava anestesiado. Levantei, peguei a farda que estava jogada no chão e vesti de qualquer jeito. Esperei o Paulo sair para o cursinho pré-vestibular. Não conseguiria encará-lo, não naquele momento.

A escola não ficava longe da minha casa, mas os meus pais pagavam uma condução para mim. Na van, alguns alunos começaram a cochichar. De início, não entendi direito. Coloquei meus fones e segui. Ao entrar na escola, todos começaram a rir e apontar na minha direção. Então, uma colega chegou perto de mim.

— Você é louco? — ela indagou.

— Como assim? O que foi Andréa? — perguntei confuso.

— Cara, o Márcio está falando para todos que você tentou agarrá-lo. — Andréa explicou.

— O quê? — indaguei em pânico.

Lascou. Eu estou lascado. Meu Deus. O que eu vou fazer? Quando Andréa contou a nova fofoca do colégio, o meu corpo entrou em um estado de torpor. Ouvi os comentários e risos. Foi neste momento que iniciou o meu inferno colegial. Passei todo o semestre sendo empurrado e humilhado.

O Márcio aproveitava qualquer situação para arrasar comigo. Acho que ele sentia prazer ao ver o meu sofrimento. Em casa, a minha relação com o Paulo ficou estranha. Ele não olhava mais para mim como antigamente. Ficou uma irmandade rasa. Falávamos só o essencial.

— Paulo. — o chamei.

— O que foi, Pedro?! - ele questionou, sem tirar os olhos do livro.

— Podemos conversar...

— Agora vou sair. — Paulo levantou e saiu do quarto.

Meu irmão passou dias sem falar comigo. A pressão da escola se tornou algo insuportável. Todo dia um bullying diferente. Minha vida não poderia estar pior. Entrei no banheiro e peguei duas navalhas. As posicionei sobre o meu pulso direito.

Pude sentir a lâmina machucando a minha pele. Naquele momento pensei: "É isso. Agora tudo vai acabar, né?".

— Tú é louco?! — gritou meu irmão ao entrar no banheiro. — Pedro, o que significa isso? Me diz? Quer matar os nossos pais? — emocionado, Paulou tirou as navalhas de minhas mãos e me abraçou.

— Eu não aguento. Não sou forte para viver desse jeito. As pessoas falam de mim, você parou de falar comigo e têm nossos pais.

Eu não conseguia respirar. O meu irmão me beijou no rosto. Ele sempre passou segurança, mas aquilo foi diferente. Pude sentir o coração dele acelerado. O Paulo, realmente, estava preocupado comigo. O meu irmão me amava.

— Não faça isso, por favor. Não se mate. — meu irmão pediu chorando.

Começamos a chorar os dois no banheiro. Pedi desculpa e contei o que estava acontecendo. Passamos horas pensando em uma solução para os meus problemas. Para o Paulo, a melhor opção era contar para os nossos pais.

Apesar do apoio do meu irmão, eu não estava preparado para a "grande revelação". Pensava em ir para a faculdade, me formar e arrumar um emprego estável. Entretanto, o meu irmão acreditava que quanto mais demorasse, mais eu negaria a contar.

Nossos pais chegaram de uma festa da amiga da Priscila. Paulo avisou que precisaríamos conversar no escritório para ter uma privacidade maior. Meu pai olhou sério para nós, acho que ele pensou que fosse algum problema com o Paulo, não comigo.

Ah, uma coisa que eu esqueci de contar. Meu pai se chama Rodolfo e minha mãe Paula. Eles se conheceram no colegial no estado do Pará. Juntos decidiram vir para São Paulo e lutaram por uma melhor condição de vida melhor. Meu pai se formou em administração e mamãe em marketing. Eles construíram uma empresa de laticínios e, finalmente, prosperaram.

***

A ansiedade se instalou no meu coração. Entramos no escritório e quase desisti da ideia. Eu os amava e não queria mentir, porém, a possibilidade deles me expulsarem corroia a minha alma.

A única que ficou de fora foi a Priscila. Achamos que ela era muito nova para lidar com esse assunto. Eu tinha vergonha dela, porque eu deveria dar um bom exemplo. A minha sexualidade continuava um tabu grande dentro de mim. Na época, eu não pensava com clareza, apenas com medo.

— Mãe. Pai. — disse Paulo para os meus pais que estavam sentados em duas poltronas. — O Pedro tem uma notícia para dar a vocês. — pegou no meu ombro e apertou. — Pode falar.

— Eu...eu... — olhei para o meu irmão e ele consentiu com a cabeça.

Esse foi um dos momentos mais difíceis que eu já vivi. Três palavras. Três palavras que os atingiram como um trem desgovernado. "Eu sou gay". Não imagino quantos jovens já estiveram na mesma situação. Pensei, também, em quantos jovens vivem sufocados com essas três malditas palavras.

O tempo parou. A minha vontade era sair correndo de casa e só parar quando estivesse esgotado. Lágrimas escorriam pelo rosto da mamãe. O papai colocou a mão na cabeça e levantou. Nesse momento, o Paulo ficou na minha frente, com certeza, temendo uma atitude extrema do nosso pai.

Passamos a noite conversando e, apesar das negações (dos meus pais), eu não apanhei e nem fui jogado para fora de casa. Agradeço até hoje ao meu irmão. Sem a coragem dele, eu ainda estaria no armário e infeliz.

— Então, é isso? — questionou meu pai. — Podemos, podemos procurar um psicólogo... ou....

— Meu amor. — interveio a minha mãe. — Não. Vamos ter que enfrentar isso juntos.

— Me perdoem. Eu preciso sair. — disse meu pai, deixando apenas nós três no escritório.

— Filho. Não importa o que aconteça. Nós te amamos. — mamãe afirmou, me abraçando e saindo em seguida.

Eu nunca chorei tanto. O meu irmão correu e me abraçou, em seguida, enxugou as minhas lágrimas. Apesar da emoção, a fome bateu e decidimos celebrar em uma das lanchonetes mais famosas da cidade.

O Paulo foi a melhor coisa que me aconteceu. Ele declarou o "Dia do Assume". O dia 15 de abril ficou conhecido pela conquista da minha liberdade. Eu comi para cacete. Finalmente, retirei o peso de 200kg das costas.

Tentávamos seguir a vida normalmente. Meus pais ainda não se sentiam à vontade com a minha sexualidade e, por muitas vezes, demonstravam isso. Encontrei um verdadeiro apoio em meus irmãos.

A minha relação com os meus pais veio melhorar depois de uns três anos. Meu pai foi um desafio. Ele quase não falava comigo. Minha mãe impôs uma condição , se um dia eu encontrasse um namorado ela gostaria de conhecê-lo.

Na escola as coisas continuavam a mesma coisa. Mas eu estava mais tranquilo, meu irmão sempre me procurava na hora do intervalo para saber se eu estava bem. Até a Priscila, depois que soube passou a me vigiar. Éramos, realmente, os três mosqueteiros. "Um por todos, e todos por um".

Conheci um menino chamado Fernando. Ele era lindo, tinha 16 anos e estava no primeiro ano. Fazíamos uma matéria extraclasse juntos. Lembro que demorou um pouco para começarmos a namorar, em segredo, claro, o Fernando não era assumido.

Nossa primeira vez foi na casa dele. Até esse dia eu estava em dúvida se era gay ou não. Senti o corpo dele no meu foi como um teste, e eu, realmente, gostava de homem.

Infelizmente, nosso relacionamento durou pouco tempo, os pais deles conseguiram um emprego nos Estados Unidos e ele teve que ir. Cheguei a visitá-lo algumas vezes, mas decidimos para o bem dos dois terminar.

Naquele ano, o tempo do "tenebroso" vestibular foi o pior. Eu não sabia o que fazer. Tentei três faculdades , não me interessei. Até que optei pelo curso de Publicidade. O tempo passou e fui me apegando ao curso.

Eu fico pensando, como as coisas podem acontecer em nossas vidas. Um dia estamos bem e no outro não estamos. Fora as armações do destino que entrelaçam a vida de outros com a nossa.

Graças a Deus, que encontrei a minha família. Não me via convivendo com pessoas diferentes. Eles eram o meu porto seguro. Com o passar dos anos, mesmo com as obrigações da vida, nós continuávamos amorosos e fiéis uns aos outros.

A Priscila se distanciou um pouco devido ao curso de Medicina. A minha irmã foi a primeira de sua turma, então, o esforço valeu a pena. Já o meu irmão se formou em engenharia e passou a trabalhar em uma empresa de telefonia (para o desespero do meu pai).

Na faculdade, comecei a namorar um estudante de economia. Nós nos conhecemos em uma festa e quando percebi já estávamos em um estado avançado de compromisso. Depois do primeiro ano, ficamos estagnados, por esse motivo, ele pediu um tempo.

Lembro que brigávamos feio, às vezes, por coisas bobas. Apesar de tudo, eu ainda nutria sentimentos por ele. Eu fiquei arrasado. Com o coração partido. Naquela tarde, eu não queria papo com ninguém. O mau humor me consumia vagarosamente.

— Pedro, acho que devemos terminar. Eu vou embora da cidade. De qualquer forma, a gente nunca funcionaria no mundo real. — Giovanna, o meu, aparentemente, ex-namorado soltou.

— Podemos tentar e...

— Eu não quero, Pedro. Você é um cara muito legal, mas ainda não estou preparado para assumir. Eu preciso de um tempo. Por favor, apenas me esqueça. — ele pediu, antes de sumir nos corredores da faculdade.

Para completar, uma forte chuva torrencial desabou sob a cidade. Sentei na calçada, limpei os olhos e respirei fundo. Do outro lado da rua, uma garota também brigava com um homem. "Pelo menos, alguém está na pior comigo", pensei.

O homem esbravejou com a moça e em um carro vermelho. Ela se debruçou sob o capô do veículo pedindo mais uma oportunidade. "Irmã, pelo amor de Deus", a julguei, achando a cena no mínimo constrangedora. Depois de um tempo, o rapaz conseguiu sair com o carro. Deixando a garota aos prantos.

De repente, ela saiu correndo e tentou atravessar a rua. Eu pensei em gritar, porém, tudo aconteceu rápido demais. Um carro a acertou em cheio. Ela caiu perto de mim e o motorista fugiu. A moça usava uma capa preta, quando tirei percebi que estava grávida.

— Alguém me ajude! — gritei em desespero. — Liguem para a ambulância. Mas essa agora. Será que ela morreu? Moça acorde.

"Alguém me ajude?! Liguem para a ambulância. Mas essa agora... será que ela morreu? Moça acorde.."

*Se vocês curtiram, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.

Se tiver dúvidas ou comentários podem enviar para o email:

contosaki@hotmail.com

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive My Way a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Meu irmão quando descobriu não perdeu tempo p falar p minha mãe, eu era novo e não estava preparado para aquela revelação. Eu sofri muito com aquela pressão e tbm tentei suicidio. Mto bom. Adorei.

0 0
Foto de perfil genérica

A melhor coisa é ter um irmão assim, e eu tive a sorte de ter um

0 0
Foto de perfil genérica

FANTÁSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSTICO....................

0 0
Foto de perfil genérica

aiiii eu tambem keria um irmão assim

maravilhoso

continua logo

0 0
Foto de perfil genérica

Muito bom! Quem me dera ter irmaos assim... Ate chorei aqui hehe posta logo o proximo!

0 0
Foto de perfil genérica

Que lindo. Queria ter essa coragem e o apoio dos meus irmão para contar que sou gay. Conto execelente.

0 0