Nossa estou feliz pela repercussão da história. Bem este conto não acho que não servem para aqueles curtem algo sexual. É um romance, uma história de amor e aprendizado com pitadas de romance gay. É bom relaxarmos e curtimos uma leitura leve. Para entender melhor a história basta clicar no meu nick que está acima e poderá conferir as primeiras partes. Por favor, comentem lá em baixo e dê sua nota aqui em cima. A participação de vocês é essêncial para mim.
"Ok... tá bom. O que foi isso? Paulo seu idiota o que você fez com a minha amiga?"
— Eu não fiz nada. E parem de me bater. — pediu Paulo, depois de receber um pescotapa da mamãe.
Sim. O idiota do meu irmão fez merda. A Luciana estava fragilizada, principalmente depois do acidente e a perda da bebê. Ela se trancou em seu quarto e não queria sair por nada no mundo. Iniciei uma mini discussão com o Paulo, então, para apaziguar as coisas, a mamãe puxou nossas orelhas.
— Silêncio os dois! — gritou mamãe, ainda segurando nossas orelhas. — Onde está a Luciana?
— No quarto dela. Chorando. — informou a Priscila.
— Mãe, a minha orelha. Eu não fiz nada. — reclamei. Estava morrendo de vergonha do Maurício assistindo aquela cena, mas juro que o vi rindo. Ele riu de mim. Ele riu de mim naquela situação vergonhosa.
Depois da forma fofa da mamãe apaziguar a minha briga com o Paulo, tentei conversar com a Luciana. Infelizmente, ela não quis abrir a porta.
O Maurício pediu para lavar o rosto, afinal, ele era um verdadeiro torcedor do Flamengo. Não havia mais clima para comemoração. Depois de um tempo, resolvi insistir com a Luciana.
Apesar da resistência dela, eu consegui que ela abrisse a bendita porta. A Luciana voltou para a cama e deitou de bruços. Sentei ao seu lado. Não fazia ideia do que fazer para reverter aquele climão.
— Amiga, não fica assim. O que aconteceu? – perguntei, acariciando seus cabelos loiros.
— Seu irmão. Eu sinto algo muito forte por ele, mas olha para mim. Uma menina problemática, que vive de favor. E seus pais nunca aceitariam meu relacionamento com o Paulo. — revelou Luciana, enxugando as lágrimas.
— Lu. O que você está dizendo é loucura. — falei, ainda acariciando os seus cabelos. — Meus pais te amam e querem teu bem. Meu pai vive falando da sua responsabilidade e dedicação no trabalho. Minha mãe, não vou nem dizer, ela praticamente te adora. A Priscila tem em você uma irmã. Garota, você veio mudar as nossas vidas. — garanti.
— Obrigada. — ela agradeceu me abraçando.
— Espera aqui. — pedi, saindo do quarto ao ter uma ideia maravilhosa.
Peguei meu irmão pela camisa e levei até a Luciana. Certa vez, li em um artigo de psicologia que a melhor forma de enfrentar os seus medos é sendo confinado com eles. Não sei até onde essa informação é correta, mas usei para a Luciana e o Paulo.
Praticamente, joguei o meu irmão no quarto da Luciana, peguei a chave e tranquei os dois. Eles que lutem para resolver suas diferenças.
Depois de algumas horas resolvi destrancar os pombinhos. Para a minha surpresa, eles estavam dormindo abraçados juntos. Chamei todos para ver aquela cena, até tirei uma foto para guardar de recordação quando eles se casassem.
***
A semana passou correndo. Logo, chegou o dia de conhecer os pais do Maurício, ou seja, o meu coração parecia que ia sair pela boca. Peguei o carro e fui até a casa do meu namorado. Era a primeira vez que eu conheceria os parentes de um namorado.
Pensava se a história dele teria sido igual a minha, na questão da aceitação. Eu conversava muito com ele, mas sentia que ainda não era o momento certo. Acho legal quando vamos descobrindo as coisas aos poucos.
A casa dele era bonita e ficava numa área nobre da cidade. Eu saí do carro e ele veio me receber. Estava lindo como sempre. O Maurício se aproximou e me deu um beijo no rosto.
Estávamos andando pelo jardim quando aparece uma senhora alta e elegante. Como um reflexo, eu a cumprimentei. Estava tão nervoso que derrubei minhas chaves no chão. O Maurício agachou para pegá-las.
A mulher olhou para mim atônita. Não entendi a reação dela. Ficamos nos encarando. Na realidade, estava esperando que a mãe dele falasse alguma coisa.
— Posso saber o que significa isso? — indagou a mulher em um tom arrogante. Aquilo me deixou assustado.
— Desculpe, dona Celina. — lamentou o meu namorado. — Ele pensou que a senhora fosse a minha mãe. — explicou.
— Não é a sua mãe?! Desculpe, senhora. – lamentei, soltando a mão dela e limpando a minha mão na roupa, porque estava suada.
— Que isso não se repita. — finalizou a mulher, se retirando.
— Ok. O que foi isso? — perguntei.
— Pedro. — Maurício disse me entregando a chave. — Ao contrário da sua família, a minha é humilde. Meus pais trabalham para essa bruxa maligna. O sustento de todo o meu estudo veio daqui. — ele revelou, ficando vermelho.
— Amor, você acha realmente que eu sou tão superficial? – perguntei, colocando a mão no rosto dele. — Você tem vergonha dos teus pais?
— Não. — respondeu ele, enquanto uma lágrima escorria do seu rosto. — Eu amo os meus pais. Eles sacrificaram tudo para que eu pudesse ser alguém na vida. Passamos períodos de necessidade, para que eu pudesse pagar livros de medicina. Meu sonho é tirar eles dessa casa. — continuou, fechando os punhos.
Não sei o que aconteceu. Um sentimento forte tomou conta do meu coração, eu também estava chorando. Foi a primeira vez que vi o Mauricio naquela posição de fragilidade. Me deu vontade de pegá-lo no colo e dizer que estava tudo bem.
— Ei. — ressaltei. — Você já está nesse caminho. Cara, não tem noção o quanto eu gosto de você. Vai dar tudo certo. Você pode fazer tudo aquilo que sonhar. E sei que seus pais sentem orgulho de você, porque você é um herói, o meu e o dos teus pais. — dando um beijo no rosto dele.
— É sim, moço. — disse uma voz feminina. Ao virar, deparei com uma senhora idosa, negra, gordinha e com os cabelos encaracolados.
— Mãe, pai. — Maurício limpou os olhos e arrumou a postura. — Vocês estavam aí?
— Sim — afirmou um senhor de idade, provavelmente, o pai dele. — Ouvimos tudo, filho. Você nos enche de orgulho.
Os três se abraçaram, apesar de simples, a família do Maurício era igual a minha, eles tinham o ingrediente principal: amor. A mãe dele olhou para mim e agradeceu.
— Pai e mãe, esse é o meu namorado, Pedro. Amor, esses são os meus pais, Francisco e Antônia. — Maurício nos apresentou. Graças a Deus, que aquela mulher arrogante não era parente dele. Detesto gente desse tipo.
— É um prazer conhecer vocês. — os cumprimentei.
Seguimos para os fundos da mansão. A família de Maurício morava em uma casa pequena. Ao entrar senti um forte aroma de bolo. Não vou mentir, o meu estômago roncou, mas acho que ninguém percebeu.
A sala era pequena, porém, organizada. Fotos antigas do meu namorado pequeno decoravam as paredes brancas. Haviam poucos móveis, devido ao espaço limitado, só que todos eram novos.
— Então é aqui que você cresceu? – perguntei, depois de um tempo calado.
— Mais ou menos, trabalhamos aqui há uns 15 anos. Os patrões são bons até, mas o idiota do filho deles. Um verdadeiro sem noção. — ressaltou.
— Garotos mimados, conheço o tipo. — soltei. — O importante é que você está sendo alguém na vida. — comentei.
— Meninos, o bolo ainda vai demorar um pouco para ficar pronto. — anunciou a mãe do Maurício, que não parava quieta, sempre arrumando alguma coisa pela casa.
Maurício pegou pela minha mão e me levou até uma porta. Ele falou que ali era o quarto dele. Havia uma cama, um pequeno guarda-roupa e a foto que tiramos no nosso primeiro encontro. Mas, eu nunca vi tantos livros na minha vida. Tentei contar os livros, só que parei, porque demandaria muito tempo.
— Você deve tá estranhando, né? — ele perguntou.
— Estranhando? — indaguei, sem entender o motivo da pergunta.
— Minha situação.
— O quê? Dois pais maravilhosos e uma casa linda? Amor. Para. Vocês têm uma história de vida incrível. Adorei tudo. — garanti, o beijando.
Fomos criados em universos diferentes, mas o meu pai sempre se certificou que os meus irmãos e eu continuássemos com os pés no chão. Ele queria que nós soubéssemos dar valor às pequenas coisas, evitando assim, que nós não tivéssemos pessoas esnobes.
— Meninos, o bolo está pronto. Estou passando um café. — avisou a mãe de Maurício.
A mãe dele era uma mulher gordinha e pequena, o oposto da minha. E o pai dele era um senhor moreno e alto, diferente do meu pai. Mas todos souberam dar carinho para os filhos mesmo com as diferenças.
Do nada, o pai do Maurício levantou e pegou uma camiseta antiga. Ele saiu apressado dizendo algumas palavras que eu não entendi.
— Pai, o senhor está indo aonde? — perguntou Maurício.
— Filho, lembrei das pedras da piscina que foram retiradas. O motorista do caminhão chega hoje à tarde para retirar. – informou o seu Antônio.
— Meu velho e a tua coluna? — questionou dona Antônia.
— Pai, eu faço isso para o senhor. Deixa eu ir lá. — Maurício levantou e tirou a blusa. Eu desviei o olhar, porque não achava certo observar o meu namorado descamisado na frente da família dele.
— Eu vou com você. — disse levantando.
— Não Seu Pedro, por favor. — interveio dona Antônia.
— Antônia. Me chame de Pedro. Assim eu fico desconcertado.
— Amor, fica aqui conversando com meus pais. — pediu Mauricio, colocando a camisa sob a mesa.
— Eu tive uma ideia. — sugeri.
Pegamos o guarda-sol e colocamos perto do caminhão, que estava estacionado ao lado da área da piscina. Enquanto carregávamos as pedras, os pais dele iam contando histórias do meu namorado. Como, por exemplo, o dia em que ele assumiu a homossexualidade ou a primeira vez que o Maurício fez uma cirurgia.
Naquela tarde, conheci um lado do meu namorado que me fez ter certeza que ele era o cara certo. De repente, escutei uma voz conhecida. Eu quis morrer quando o vi. O Márcio, o mesmo bacaca que fez da minha vida um inferno. O que ele estava fazendo ali?
— Pedro Soares?
— Márcio? — perguntei embasbacado.
— Está trabalhando com o proletariado? — ele perguntou, rindo de maneira sarcástica.
— Vocês se conhecem? — perguntou o Maurício.
— Sim, infelizmente. — respondi, tirando o suor da minha testa e pensando em uma boa resposta para o Márcio. — Nossa Márcio, você continua com o mesmo senso de humor ridículo, não mudou nada. Continua atacando as pessoas sem necessidade. Ao invés disso, deveria sair do armário e parar de esconder quem você realmente é. Pelo visto, todos crescem e tomam maturidade, você continua na estaca zero. — falei, enquanto a mãe dele se aproximava.
— O que está acontecendo aqui filhinho?— perguntou a mulher esnobe.
— Nada mãe, falando com um velho amigo. Nós estamos atrasados para o jantar da tia Fabia. — andando em direção ao carro.
— Tá legal. O que foi que aconteceu aqui? — indagou o Maurício.
— Por causa desse idiota que eu sai do armário. — expliquei. — Vamos que ainda tem muita pedra para entulhar. — usei toda a minha frustração para trabalhar. O encontro com Márcio trouxe sentimentos ruins dentro de mim.
Os pais do Maurício falaram que a dona Celina ainda iria sofrer muito pelo comportamento dos filhos. Eles eram mimados, preconceituosos e mesquinhos.
Quando terminamos, seu Francisco e dona Antônia, foram terminar os afazeres da mansão e nós ficamos na casinha. Não resisti e comecei a beijar o Maurício. Transamos no quarto dele. Estávamos suados, cheirando a homens rústicos, algo de outro mundo.
Meu corpo estava queimado do sol, definitivamente, foi a melhor transa da minha vida. Ficamos conversando no quarto, deitados e aproveitando o frio da tarde.
A mãe dele preparou uma macarronada para o jantar. Estava muito gostosa. Eu lembrei de uma frase da minha avó: "É na simplicidade das coisas que encontramos a verdadeira felicidade".
Era uma família humilde, mas que se apoiava em todas as situações. No fim da noite, escutei mais histórias sobre o Maurício. Eu não cansava de conhecer mais do meu namorado.
Me despedi dos pais do Maurício e fui para casa. Estava todo sujo, suado e vermelho por causa do sol, mas meu dia valeu a pena. Cheguei e minha mãe perguntou se os pais dele eram tão valentes, eu ri e a abracei. Falei tudo sobre o encontro e comentei o incidente com o Márcio.
— A pior coisa do ser humano é ter uma alma mesquinha. — ressaltou mamãe.
— Verdade, mãe. Verdade. — concordei respirando fundo.
— Agora passa para o banheiro, moleque. Está todo imundo. — ordenou.
"Verdade, mãe. E o melhor em breve estarei me formando na faculdade. Uma nova vida está se formando"
*Se vocês curtiram, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.
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