Oi pessoal! Primeiro agradeço os comentários no conto MEU PILOTO, fiquei feliz e emocionada ao ver que tem gente lendo e aprovando meu trabalho. Agora venho trazer meu segundo conto. Os personagens principais têm o mesmo nome, espero que não se importem. Bem, desejo a todos boa leitura e como sempre perdoem eventuais erros gramaticais.
Um grande beijo!
-Sollene Martino.
A enfermeira me chamou e caminhei passos lentos até a sala no final do corredor, estava fria e amedrontada afinal nunca havia sido operada e estava ali para fazer um aborto!
Não sabia ao certo o que sentia pela coisinha que crescia na minha barriga, aliás, não sabia de mais nada a única certeza era a minha vergonha e vontade de sumir.
Nitidamente me lembrava daquela tarde quente de fevereiro, Maurício meu namorado de 23 anos, dois a mais do que eu estava impossível! Mãos em meus seios, e seu pênis para fora das calças, lentamente eu o masturbava, achava que pararia por ali. Apesar de tudo sempre fui uma moça tímida, Maurício fora meu primeiro e único namorado, o masturbava e deixava pegar em meus seios, porém nunca o deixei encostar em minha vagina. Tinha medo, por morar com meu pai após a morte de minha mãe e por ele ser muito rígido morria de medo de engravidar ou perder a virgindade, se ele descobrisse eu estaria perdida! Ainda mais que ele odiava Maurício, pois mesmo sendo de uma família de poses meu namorado era envolvido com drogas más companhias.
Mas meu namorado estava impossível como eu disse...
-Anda Leninha, só um pouquinho vai, todo mundo brinca assim nunca aconteceu nada...
Dizia tentando de todos os jeitos acomodar seu pênis entre as minhas pernas.
-Pára Maurício! Se acontecer alguma coisa eu to perdida!
-Não vai acontecer gatinha, vai você vai se amarrar confia em mim.
Maldita frase! Confia em mim... Deveriam proibir certos homens de dizer isso. Bem, caros leitores, vocês já devem estar pressentindo como essa brincadeira acabou?
Sim, ele gozou em minhas coxas, se eu disser que senti prazer estarei mentindo, pois o medo falava mais alto, mas eu acreditava que o amava e o medo de perdê-lo também era forte.
Em pé observava aquele líquido branco de cheiro estranho escorrer por entre as minhas pernas, enquanto meu namorado cansado se sentava de maneira jogada no sofá da sala da casa de seus pais. Hoje vejo que não o amava, pois meu primeiro intento foi correr para o banheiro para me lavar daquele líquido que achei nojento.
Voltei para a sala e ele tomava uma cerveja, como uma namorada carinhosa quis ficar abraçada nele fazendo uns “chamegos”, mas logo fui repelida.
-Espera Leninha to curtinho um barato gata.
-Eu não acredito Maurício! Você ainda não largou essa porcaria!
-Opa, larguei sim de droga eu to limpo.
-E que diabos é isso na sua mão?
Dizia apontando para o cigarro de maconha que aos poucos e com muito prazer ele fumava.
-Espera lá gata! Maconha não é droga...
-É o que então?
-Só uma ervinha, calma que stress...
Passadas algumas semanas, notei que minha menstruação falhara e que o sono e o enjôo eram muito fortes. Um dia passei muito mal e sem agüentar procurei um posto de saúde, lá um médico sorridente me deu os parabéns me dizendo que eu seria mamãe. Senti o mundo cair, eu que amava crianças tinha uma em minha barriga, mas aquilo ao invés de ser a maior e melhor emoção da minha vida estava sendo meu pior pesadelo. Como? Cheguei em casa, procurei o “Tio Google” e pesquisei sobre sexo nas coxas, e para meu espanto vi que em muitas páginas se afirmava categoricamente que sim, engravidava!
Num primeiro momento me permiti sonhar e me ver casada com Maurício, meu bebê nascido, nós três juntos e felizes. Ele não era mal de vida, pelo contrário filho de um empresário do ramo têxtil com uma professora da melhor universidade de São Paulo tinha casa própria e carro e ambos cursávamos o mesmo cursinho pré vestibular por sinal o mais caro de São Paulo, ele por livre vontade, eu pelo esforço de noites em claro estudando por uma bolsa.
Mas a reação dele não foi das melhores quando contei.
-Você está louca? Esse filho não é meu!
-É claro que é eu só fiquei com você!
-Ficou o caralho, eu só gozei nas suas coxas, você deu pra outro!
-Beleza, esperamos nascer e fazemos um DNA o que acha?
-Por mim tudo bem, com o conhecimento que meu pai tem eu até posso adivinhar o resultado.
Seu pai era influente e acobertava tudo que o filho um verdadeiro piti boy fazia de errado. Tinha muitos conhecimentos políticos e dinheiro o suficiente para desgraçar a vida de uma moça como eu.
Como além de estudar eu trabalhava, juntei cada centavo por quatro meses e na surdina procurei uma clínica de aborto. Procurava evitar tocar em minha barriga, e fingia que os movimentos do bebê eram gases, fazia de tudo para não me apagar a ele ou a ela.
Em casa todos notavam que eu havia engordado, mas as roupas largas me ajudavam a disfarçar, e naquela manhã fria de julho, lá fui eu virgem e grávida assassinar meu próprio filho e deixar meu hímen numa fria mesa de cirurgia.
Lembro-me de ter vestido apenas o longo jaleco azul sem nada por baixo, toucas e protetores nos pés e me deitado na cama. O médico me tranqüilizou dizendo que seria rápido e que se eu quisesse até trabalhar a tarde poderia, pois só me restaria uma pequena cólica menstrual.
Fechei meus olhos e pude começar a sentir a picada da agulha anestésica em minha veia, porém tal sensação fora interrompida pela voz forte de um homem com uma arma em punho.
-Polícia! A casa caiu, a casa caiu!
No canto a enfermeira levantava as mãos assustada e o médico que mexeria em mim atônito apenas se limitava a pedir calma aos homens que pouco a pouco invadiam a sala.
Eu estava completamente nua e exposta oscilando entre o medo e a vergonha, quando vi a imagem mais linda da minha vida. Atrás daqueles dois ou três homens que usavam um tipo de touca ninja entrou um homem de mais ou menos cinqüenta anos, alto e moreno tinha os olhos verdes e a voz firme com um leve sotaque italiano, entrou se apresentando como o delegado da operação.
Podia nitidamente perceber alguns olhares dos agentes mesmo através daquelas toucas para meu corpo que eu tentava cobrir com as mãos, estava morta de vergonha, medo e arrependimento, e sabia que agora o que eu mais temia aconteceria: meu pai ficaria sabendo de tudo!
-Você ta bem menina?
Disse aquele lindo delegado olhando meu corpo todo, mas não com um olhar paternal já que ele aparentava a idade do meu pai e estava de serviço, mas com um olhar um tanto malicioso que demorou em meus seios.
Inevitavelmente a mulher que vivia em mim, antes da mãe, da filha ou da estudante, até mesmo antes da envergonhada moça desamparada pega em flagrante numa clínica de aborto falou mais alto e na hora meus mamilos enrijeceram a presença daquele verde e lindo olhar.
-Eu vou ajudar você. Marcos leva o médico e a enfermeira pro carro eu cuido da moça.
-Pode deixar chefe.
Logo ficamos sozinhos e o homem malicioso deu lugar ao homem doce que eu mal sabia que seria meu único e grande amor.
-Vem cá, menina isso levanta.
Na hora ao levantar o pouco de roupa eu cobria minha vagina completamente depilada para a cirurgia deslizou e aí sim meu corpo todo ficou a mostra para meu Dr. olhar melhor.
-O que uma menina tão linda, faz aqui?
Disse pegando um pano e tomando a atitude mais que ousada para um homem da sua idade e da sua profissão.
Um pingo de leite escorria pelo meu seio e ele fingindo um gesto inocente limpou com cuidado e carinho. Meu Deus! Era a primeira vez que um homem de verdade me tocava! As leitoras sabem que a mulher fica bem mais sensível a carícias na gravidez e nessa hora tive que me segurar para não gemer, mas minha virgem vagina dava sinais claros de que mais do que o resto do meu corpo havia adorado a carícia do Dr. Antônio como ele se apresentou a mim, pois instantaneamente ficara completamente molhada!
-Por que você está fazendo isso? Você é bonita, é jovem, pode cuidar do seu filho.
Nessa hora a mão quente e forte pousou na minha barriga levemente crescida pelo quase quinto mês de gestação.
Meu anjinho que estava quieto o dia todo como que pressentindo a crueldade que sua mãe faria se mexeu, não timidamente, mas o de maneira forte como eu nunca havia sentido.
Meu delegado sorriu na hora e percebi que seus olhos ficaram levemente marejados.
-Eu acho que ele gostou de mim... É menino ou menina?
-Em que mundo o senhor vive? Eu estava aqui para matar essa criança, acha que me dei ao trabalho de saber o sexo dela?
Respondi chorando.
-Desculpa, vem aqui.
Disse me levantando da maca e apertando o frouxo avental em meu corpo.
-Onde está sua roupa?
-Atrás do biombo.
Respondi com a voz embargada.
-Eu vou ter que algemar você, me dá suas mãos.
-Mas moço...
-Menina, você foi pega praticando um crime e eu to aqui pra cumprir a lei.
Naquela hora fala o homem da lei apaixonado pelo seu trabalho que seria meu maior rival pelo resto da vida.
Estendi as mãos e ele me algemou, me ajudou a me vestir e na hora de me “ajudar” com a calcinha, roçou de leve as costas da mão em minha vagina a percebendo úmida e me dando um lindo e malicioso sorriso.
-Vamos.
Ao chegar à delegacia, via homens e mulheres de cara fechada que me tratavam como uma criminosa. O depoimento do médico e da enfermeira foi longo e eu quase adormeci no sofá da fria sala.
-O Doutor mandou perguntar se a moça ta com fome.
Disse-me de maneira fria um sujeito mal encarado.
-Não obrigada.
Mesmo assim ele colocou um pacote com um salgado e um suco no meu colo.
-O Doutor disse que é pra você comer, num é refrigerante porque faz mal pra criança.
Ele havia se preocupado comigo... Em vão, eu não tinha fome e se tinha perdi quando vi meu pai entrar bufando pela porta da delegacia.
-Sua vagabunda!
Disse acertando um tapa em meu rosto.
-Ei, ei violência aqui não, meu senhor!
Disse o mesmo sujeito mal encarado que me ofereceu o lanche.
E logo vi o Dr. sair da sala onde interrogava mais uma paciente da clínica.
-Que ta acontecendo aqui?
-Aí chefe, o cara aí ta alterado é pai da moça lá que o senhor ajudou na clínica.
-O senhor queira se acalmar, por favor, eu vou tomar o depoimento da sua filha e devido as condições dela conforme ocorrer o senhor pode levá-la para casa.
-Essa vagabunda? O lugar dela é na sarjeta! Dela e desse bastardo que ela ta esperando! Esqueça que tem pai Sollene, esqueça que teve uma família!
-Mas pai...
Ele não me ouviu e saiu pela mesma porta que entrou talvez nunca mais eu o visse.
Desabei a chorar compulsivamente, grávida, sem casa, sem apoio e encrencada com a polícia o que eu faria?
-Eu preciso falar um pouco com você, vem...
-Não! Chega!
-Prometo que vai ser rápido.
Disse Antônio me conduzindo até sua sala.
-Pereira, trás uma água pra menina.
Ele meio que se sentou na mesa e eu na cadeira chorando muito.
-Pára... Vai fazer mal pro seu neném.
-Eu quero que essa criança se dane!
Ele ficou sério e começou a tomar meu depoimento, me enchendo de perguntas, eu mal as respondia, pouco me importava se iria presa, ou se seria processada, nada me interessava queria mesmo era sumir.
-Tá liberada moça.
-Mas... Eu não tenho que responder nada? Nenhum processo? Onde eu assino, eu sei que to encrencada!
-Anda que eu tenho muito trabalho ainda...
Sem rumo saí para a rua fria, via os carros passarem, estava sem dinheiro e a fome já dava sinais e o cansaço era evidente. A madrugada prometia ser fria e sem ter para onde ir me acomodei em um pequeno canto escondido perto do estacionamento da delegacia.
Não sei se era o cansaço, mas foi o melhor sono da minha vida! Mas no meio da madrugada fui despertada, com um toque no ombro.
Era ele!
-O que você ta fazendo aqui?
-Não tenho pra onde ir...
Ele fez um gesto com o rosto numa expressão sem paciência.
-Anda, vem.
Disse me estendendo a mão.
-Pra onde?
-Anda!
Ele era doce, mas por vezes extremamente irritado e sem nenhuma paciência, o que o deixava ainda mais sexy.
O acompanhei até seu carro e ele me entregou seu paletó para me aquecer.
Acabei pegando no sono e quando despertei estava na sua casa, um lugar simples para um homem que até ganhava bem no tradicional bairro da Móoca.
-Vem, consegue andar?
-Sim, mas não quero te dar trabalho.
Disse me afastando.
-Anda, não discuta comigo.
Estava sem jeito, quando entrei em sua casa e logo percebi uma voz feminina.
- Onde você estava? Sabe que horas são?
-Oi Zélia.
-Nossa! Quem é essa?
Disse a mulata de corpo escultural aparentado mais ou menos uns 40 anos me apontando com desdém.
-É... Essa é a Sollene.
-Ah, e quem é a Sollene?
-Ela vai ficar aqui, vai dar uma mãozinha na casa. Você sabe cozinhar?
O olhei atônita, afinal ele não havia me dito nada sobre “trabalhar” em sua casa.
-Sim...
-Pronto, chega de arroz papa!
-Hum... Ela tem marido?
Perguntou olhando para minha barriga.
-Não perguntei essas coisas, né a moça precisava de emprego, sabe trabalhar em casa de família e eu a trouxe.
-Vou mostrar a ela o quarto de empregada...
-Não, lá é frio demais, põe a menina no quarto que ta vazio.
-Mas lá? Mas era do nosso...
-Põe a menina lá Zélia!
-Meu Deus como ela agüenta o gênio dele? Que cara mandão!
Pensei comigo mesma e logo Zélia me levou até o quarto que para minha surpresa apesar de meio bagunçado era decorado com motivos infantis.
-Tem coberta na gaveta, e não mexa em nada.
Me disse friamente fechando a porta.
Pouco me importava, queria dormir, descansar e assim que amanhecesse eu iria embora.
Porém despertei no meio da madrugada ouvindo a discussão que vinha do quarto ao lado, a porta estava aberta e mesmo que eu não quisesse pelo volume em que falavam dava para ouvir tudo.
-Você não pode continuar pensando no que passouZélia!
-Como você pode falar assim do nosso filho?
-Eu queria aquele menino tanto quanto você, mas Deus não quis!
-Não ponha Deus nisso! Eu perdi meu filho porque você ao invés de estar em casa comigo tava naquela porra de delegacia que só pra ela que você vive.
-Tá insatisfeita vai trabalhar! Eu viro madrugadas e mais madrugadas pra te dar uma vida boa, pra bancar seu luxo e você me vem com essa? Você perdeu o menino porque tinha que ser assim! O médico avisou a gente gravidez aos 40 anos é arriscado demais!
-Chega! Não vou discutir com você!
Nessa hora só ouvi a batida da porta, e como estava com sede esperei uns cinco minutos e fui até a cozinha, à verdade é que me sentia completamente deslocada, aquele homem era ao mesmo tempo doce e seco, havia sido um anjo para mim me levando até sua casa, mas nem me mostrara onde ficavam os copos acredito que por falta de pensar mesmo, ele trabalhava muito e deveria chegar tão cansado em casa que mal pensava direito.
Lentamente desci as escadas no escuro e qual não foi minha surpresa ao vê-lo na cozinha?
Vestia uma camiseta branca e uma cueca da mesma cor, na mesma hora aquele fogo que eu vinha sentindo desde a manhã quando o vi pela primeira vez se acendeu em mim e notei que pelo volume de sua cueca a mulata não tinha razão para ser tão mal humorada assim.
-Desculpa, eu não sabia que o senhor...
-Tá tudo bem, desculpa acho que a gente te acordou...
-Não eu...
Naquela hora me deu uma certa pena dele, como um olhar tão lindo poderia ficar triste? Mesmo sendo um homem meio rude e explosivo tava na cara que era um ótimo marido, como ela poderia tratá-lo assim? Por um instante me imaginei na cozinha de minha casa, olhando para o meu marido, o que eu faria? Provavelmente o agarraria ali mesmo.
Numa atitude meio impensada me aproximei dele e toquei de leve seu rosto, estava meio quente e a barba querendo aparecer roçou de leve minha mão.
Tinha certeza que ele iria me repelir, mas pela minha surpresa ele fechou os olhos e suspirou cansado.
Naquela hora me esqueci da sede e o acariciei de maneira carinhosa, logo senti beijos em minha mão. Levada pela emoção aproximei meu rosto do dele e o beijei. Sim, era a atitude mais ousada da minha vida! Sentia raiva naquela hora, raiva da mulher que gritara com ele, Deus sabe o quanto eu queria naquela hora uma casa, um marido, poder sentir amor e não repulsa pelo anjo que dormia em meu ventre e ela por um incidente jogando tudo o que tinha fora!
Seu beijo era diferente do de Maurício, era experiente e calmo, e quando finalmente nos soltamos ele me olhou com aquele sorriso lindo e me disse;
-Como eu sou desastrado, nem te ofereci um banho, vem cá.
Disse me puxando pela mão e me levanto até o banheiro. Lentamente abaixou as alças do meu vestido o fazendo cair no chão e eu quase que instintivamente procurei cobrir meus seios com meu braço, em vão, pois logo ele o tirou dizendo que queria me olhar.
-O senhor já viu hoje de manhã...
-Sou velho, mas nem tanto, tira o senhor... E a calcinha também!
Disse sorrindo, como eu amava aquele sorriso!
Encabulada me livrei da ultima peça de roupa que cobria meu corpo.
-Sua esposa pode acordar...
-Ela saiu...
-Nossa, mas é tarde!
-Foi pra casa da mãe dela não é longe daqui, ela anda nervosa, a gente perdeu um neném tem uns dois meses, um moleque.
-Sinto muito...
Disse pousando minha mão novamente em seu rosto.
-Vocês podem ter outro...
-A Zélia já tem 44 anos, o médico já riscou qualquer esperança.
-Nossa... Não quero me meter, mas por que brigaram?
-Já tinha tempo que não ia bem nosso casamento, a gente achou que um bebê iria ajudar, mas bom ela me culpa e desde que aconteceu eu a procuro e...
Notei que o volume em sua calça crescia e eu sabia que deveria demonstrar algum agradecimento, porém apesar de grávida era totalmente inexperiente e sabia que ele jamais entenderia isso.
Com isso o ajudei a tirar a camiseta e lentamente abaixei sua cueca me deparando com um pênis bem maior que o de Maurício, tinha os testículos e a cabeça arroxeados e as veias eram visíveis.
Me tomou pela mão e entramos no Box, ele abriu o chuveiro e lentamente começou a ensaboar minhas costas. Logo suas mãos estavam em meus seios, ora carinhoso ele os afagava me deixando louca e por vezes mais selvagem apertava os mamilos fazendo escorrer um pouco de leite.
Sua respiração em minha nuca... Em minha inexperiência apenas me limitava a masturbá-lo lentamente, ouvindo gemidos e palavras que eu nunca pensei ouvir.
-Minha putinha linda, eu nem me lembro qual foi à última vez que ganhei uma punheta de uma menininha tão novinha que nem você...
As mãos abandonaram meus seios banhados em leite e água morna e desceram carinhosamente pelo meu ventre que ele acariciou cuidadosamente fazendo meu bebê se mexer.
-É realmente ele gosta de mim.
Disse sorrindo antes de levar sua mão até minha vagina completamente molhada.
Seus dedos demoraram em meu clitóris me fazendo gemer, era a primeira vez que um homem me tocava ali e como era bom!
Ele era extremamente delicado e senti que molhei seus dedos mais do que uma vez...
Realmente o homem estava precisado, pois mesmo gozando duas vezes em minha mão seu pênis não demorava a endurecer novamente!
Quem disse que um homem mais velho não dá conta de uma mulher jovem está redondamente enganado!
Num piscar de olhos senti seu pênis em minha vagina enquanto uma de suas mãos suspendia minha perna.
-Não!
-Que foi? Tô machucando você?
-Não é isso é que...
-Vem cá princesa, eu prometo que vou fazer com carinho...
Dizia já posicionando a cabeça de seu pênis na entrada de minha vagina.
-Pára, não!
Dizendo isso saí do Box mesmo molhada e corri para o quarto, logo meu delegado veio atrás de mim.
-Desculpa eu, eu vou embora.
-Eu fiz alguma coisa de errado com você?
-Não, mas...
-Olha não tem nenhum problema em transar grávida, você ama o pai do neném, é isso?
-Eu não to pronta ainda...
Ele riu e se aproximou de mim tentando me abraçar.
-Qual é menina? Você está se comportando como uma virgem!
Nessa hora o carinho e o tesão que eu sentia nele se misturaram ao nojo que tomei dos homens quando Maurício me abandonou grávida, e me livrando de seus braços disse de maneira grosseira e alterada.
-Eu sou virgem!
Corri nessa hora de volta para o banheiro para me vestir, estava chorando e me sentindo a mais baixa das prostitutas, quando ele veio novamente atrás de mim, nessa hora o dia já amanhecia.
-Desculpa, mas eu não entendi você não pode ser virgem...
-Ah, claro então todos vocês são iguais, se tivesse acontecido com você, você também me largaria...
Disse me preparando para ir embora, quando ele me segurou pelo braço.
-Daqui você não sai.
-Se nem sua mulher agüentou seu gênio não vou ser eu a te agüentar.
-Escuta aqui moleca, você já me tirou do sério desde manhã primeiro querendo matar seu filho, depois seu pai fazendo zona no meu trabalho e agora birra de criança mimada, só não te dou umas boas palmadas por causa do neném.
Uau! Ia adorar levar umas palmadas daquele homem, mas na hora me assustei e comecei a chorar mais ainda, mulher grávida fica mesmo chata.
-Vai, pára eu falei de besta eu jamais bateria em uma mulher, ainda mais com um neném na barriga, vem aqui, anda pára de chorar, você chorou o dia inteiro hoje!
Disse me abraçando e acariciando meus cabelos molhados.
-Shio, ta tudo bem princesa, vem cá.
Disse me levando para a cozinha onde me serviu um copo de água com açúcar.
-Tá com fome?
-Não.
-Não me irrita mais moleca! Você tem que comer olha pro seu estado!
Abriu a geladeira e realmente a esposa não gostava de cozinhar, pois não tinha nada, sendo assim ele me entregou uma maçã.
-Agora me conta, como é que esse neném foi parar aí? Cadê o pai dele?
-É uma estória longa.
-Tô de folga amanhã, tenho tempo de ouvir...
Contei tudo a ele chorando e no fim ele só conseguiu dizer uma coisa:
-Filho da puta! Moleque desgraçado! Fazer isso com uma moça tão linda e com o filho dele!
-Você acredita em mim?
-Sim, na minha profissão aprendi a reconhecer mentira de longe.
-Por isso eu não quis continuar...
-Eu fui um grosso com você, desculpa.
-Já é de manhã, eu trabalho preciso ir.
-Nem pensar daqui a senhora não sai, você não dormiu nada essa noite.
-Não posso ficar aqui, sua esposa...
-Eu me resolvo com ela mais tarde.
-Escuta, Antônio...
-O que?
-Obrigada.
-Vem.
Ele me levou para o quarto que dividia com a esposa e me pôs na cama em que dormiam juntos, pensei que fosse dormir no sofá ou no outro quarto, mas além de extremamente lindo e irritado, meu delegado era ousado e se deitou ao meu lado em forma de conchinha acariciando minha barriga com o rosto em meus cabelos.
Estava quase pegando no sono quando ouvi baixinho.
-Se eu fosse o pai dessa criança, jamais te deixaria minha menina.
Nessa hora me virei e me aninhei em seu peito.
-Cuida de mim Doutor..
Pedi baixinho entre algumas lágrimas e cansaço.
Ganhei um beijo na cabeça e muito carinho em meus cabelos, era a melhor sensação do mundo estar ali em seus braços.
Eu não sabia, mas ali mudava a minha vida...
Sempre achei que o certo era namorar, noivar e casar, depois viriam os filhos... Sempre sonhei com um homem apaixonado, grudento, em casar virgem... E com alguém da minha idade, mas nem sempre a vida anda como a gente quer.
Naquela tarde a tal da Zélia voltou e mais uma vez eles discutiram, não sei se ela havia se arrependido de ter saído de casa, mas sei que o ouvi dizer que não agüentava mais dar uma vida de luxos para ela e ser crucificado pelo trabalho que escolhera, depois disso ela arrumou as malas e nunca mais a vi, os dois não eram casados no papel, apenas viviam juntos há quase quinze anos. Os dias passavam e eu o esperava chegar do trabalho até tarde no sofá da sala, havia deixado o emprego para “trabalhar” em sua casa, mas nossa relação ia muito além de patrão e empregada.
-Você é louca moleca? Acordada até essa hora?
-Tava te esperando.
-Já disse que chego tarde, que não precisa.
Disse me pegando no colo e me levando para o quarto.
Deitada na cama o esperei tomar banho e levei mais uma bronca.
-Não ta na hora de criança dormir?
-Não sou mais criança!
-Tô falando da criança que ta na sua barriga, não de você.
-Eu já tinha me esquecido...
Deitei de lado e o senti me abraçar por trás...
-Vem cá vem...
Disse trazendo meu corpo junto ao dele.
Mesmo sendo inverno devido à gravidez eu morria de calor e dormia com uma camisolinha curta que facilitava e muito os intermináveis carinhos noturnos que eu recebia do meu doutor.
Levantou aos poucos a fina peça de seda e começou a descer minha calcinha, como sempre sem paciência.
-Não sei pra que usar isso!
-E vou ficar com a periquita de fora Doutor?
-Em casa não precisa usar, pra que criar a bichinha em cativeiro, deixa solta.
Começamos a rir juntos.
-Você não sabe como eu tenho te esperado...
Disse gemendo ao sentir uma carícia nos pequenos e sensíveis lábios internos de minha vagina.
-É?
-Hum...
-Pecado deixar uma mulher tão gostosa nesse estado... Toda meladinha...
Disse me mostrando meu gozo quase que instantâneo em seus dedos...
-O que houve com o minha menina?
-Tá guardado pra quando eu for te fazer dormir, agora você é a minha vadiazinha gostosa.
Dizia mexendo o dedo do meio entre meus lábios e meu clitóris.
-Aquele moleque nunca fez isso em você?
-Eu nunca deixei, tinha medo, você foi o primeiro que me tocou aí.
Dizia gemendo.
-Mas com esse fogo todo aposto que você se acabava na siririca.
-Se eu soubesse fazer isso não sentiria tanto a sua falta seu tonto!
Disse prestes a gozar em seus dedos.
-Nunca fez?
-Não...
-Olha o trabalho que você me dá...
Disse virando meu corpo na cama de modo que me deitei normalmente e ele de lado olhando para mim.
-Dá a mãozinha aqui, isso...
Disse pegando meu dedo do meio e o levando até minha vagina.
-Assim, ta sentindo? É o seu grelinho... Sabe por que ele ta durinho desse jeito? Porque você ta cheia de tesão.
Dizia mexendo meu dedo em meu clitóris.
-Hum...é bom...
-Agora aqui.
Fazia meu próprio dedo deslizar entre meus lábios e começou a afastá-los.
-Põe o dedinho dentro, vê que gostoso...
-Mas pode machucar...
Lentamente ele foi introduzindo meu dedo em minha vagina e parou assim que me ouviu reclamar.
-Ai! Agora doeu.
-É o seu cabacinho.
Disse tirando um pouco do meu dedo.
-Agora mexe assim, isso olha que gostoso minha putinha ta gozando no dedinho. Viu que xaninha apertada você tem meu amor? Eu to louco pra meter nela e te deixar toda abertinha.
Dizia fazendo movimentos de vai e vem com meu dedo.
-Agora aqui.
Disse levantando minha camisola e me fazendo tocar em meus seios.
-Aperta o biquinho. Isso...
Ri e disse gemendo.
-Sai leite.
-É? Então faz assim...
Levou meu dedo até minha boca o molhando em minha saliva e em seguida começou a passá-lo em meu mamilo.
Estava em completo frenesi, me limitava a gemer e seguir o que ele me ensinava, porém quando pude notar não era mais meu dedo que me dava prazer, nem o dele e sim... Sua língua!
Só eu e meu corpo sabemos o que senti naquela hora!
Como podia um homem daquele ser desprezado pela mulher?
Seu carinho era firme e delicado e quando me penetrou com a língua tesa... Desculpe desapontá-los, mas sinceramente não me recordo de mais nada, creio ter entrado num êxtase tão grande que naquele momento só fazia sentido fechar os olhos e gemer...
Só me recordo dos beijos subindo pela minha barriga, onde ele deitou a cabeça e deu de conversar com meu bebê que incrivelmente não parava quieto quando ele chegava perto.
-Você precisa ir num médico...
-Pra que?
-Como pra que? Pra ver se ta tudo bem com a criança!
-Deve estar, ta me fazendo comer que nem doida ta melhor do que eu.
-Como você pode?
-Como eu posso o que?
-Ser tão fria com seu filho?
-Eu já te contei às circunstâncias que esse bebê foi gerado, por favor, já bastam os meus problemas não me julgue por não sentir nada por ele, está bem?
-Gostando ou não ele ta aí e daqui a pouco nasce e você não se preocupou em saber se ta tudo bem ou não.
-Tava tudo tão bom, por que você tem que continuar com isso Antônio?
-Não Sollene, não tava tudo bem! Agora é minha vez de te perguntar em que mundo você vive?
Era incrível como nos dávamos bem, mas em um segundo estávamos querendo nos matar.
-Escuta aqui Doutor, como o senhor acha que eu me sinto? Minhas coisas? Eu não sei nem onde estão os poucos pares de sapato que eu tenho, ou tinha sei lá! Não sei se meu pai jogou minhas roupas fora, do jeito que ele me expulsou da vida dele. E meu emprego? Meu curso? Eu não tenho mais nada!
-Espera aí mocinha... Você só pensa em você, no seu emprego, na droga do seu sapato, isso que ta na sua barriga não te diz nada?
-O caralho!
-Olha essa boca moleca, você não ta na sua casa falando com o seu pai que te deu essa educação não.
-Eu sei muito bem onde eu estou, estou na casa de um homem casado bancando a puta dele. Como vai ser ein? Quando a Zélia voltar, ou você quer que eu pense que vocês se separaram e você me ama? Poupe-me!
-Deixa a Zélia fora disso garota!
-Claro!
Nessa hora eu já não segurava o choro e o bebê me chutando me irritava.
-A putinha, a vadiazinha que você ensinou a gozar no dedinho não pode tocar no nome da santa, da divina, da rainha do lar.
-Eu não quis dizer isso, menina.
-Sollene! Eu tenho nome! E você pára de me chutar seu monstrinho!
Descontrolada bati com as duas mãos em minha barriga e saí correndo para a rua mesmo de camisola não dando tempo dele me alcançar.
Andava pelas ruas daquele tradicional bairro da capital paulista sem rumo, a noite de céu estrelado anunciava que o inverno seria longo, eu apenas de camisola sem calcinha já que ele havia tirado quando estávamos na cama sentia a brisa gelada maltratar meu corpo.
Maurício, meu pai, minha vida, ele... Sim eu estava me apaixonando por aquele homem insuportável. Quando parei pra pensar na mulher dele senti a sensação que nunca sentira por ninguém: raiva!
-Vaca!
Permiti que meu pensamento escapasse por minha boca.
-Mas que delicinha perdida por aqui!
Balbuciou um bêbado mal encarado me seguindo pela rua.
Fingi que não era comigo e continuei, mas o desgraçado continuava atrás de mim, naquela hora impressionantemente pensei em meu bebê quando senti medo imaginei que se eu estava amedrontada, uma adulta ele ali tão frágil como estaria se sentindo? E pressentindo o perigo que eu corria comecei a pensar no quanto eu havia sendo cruel com ele. Rejeitado pelo pai, pelo avô e pela própria mãe, apenas aquele grosso se preocupava com ele e como eu desejava que aquele grosso fosse o pai dele...
-Vem aqui gostosa não foge não pitéu...
Disse me agarrando pelo braço.
-Me solta seu nojento!
-Delicia além de gostosa ta sem calcinha, é hoje que eu me acabo!
-Só me matando.
-Não curto foder com defunta não, mas se a vaquinha não calar a boca eu faço um estrago nessa barriguinha linda.
Disse colocando um estilete sujo e enferrujado sobre minha barriga.
Amigos, não considero esse episódio um infortúnio e sim uma grande sorte, pois foi a partir daí que comecei a ver meu bebê com outros olhos e me senti mãe pela primeira vez em meio ao medo e a repulsa daquele homem nojento fedendo a cachaça barata.
-Faça o que quiser comigo, mas deixe meu neném em paz.
-Se depender de mim eu meto nos dois!
Disse enfiando a mão em deu decote pegando em meus seios. Já estava crente que seria estuprada e quiçá morta ou gravemente ferida e em meus pensamentos começava a pedir perdão a Deus pela minha crueldade com o bebê, por cobiçar o homem alheio, por deixar Maurício me iludir... Enfim já começava a “ver a luz” como se diz popularmente, quando só senti algo puxando aquele ser desprezível de cima de mim.
-Fica na tua vagabundo!
Era ele! Meu delegado! Apontava a arma para a cabeça do cara que já suplicava.
-Calma aí meu amigo se essa aí fosse boa coisa não tava pela rua mostrando a boceta.
-Não sou amigo de estuprador!
Disse antes de acertar um soco na cara do infeliz e algemá-lo, encostando sua cabeça em cima do capô de seu carro.
-Antônio...
Ele pediu reforço que chegou rápido e conversou brevemente com alguns policiais hoje depois de algum tempo ele me contou rindo que estava evitando terem que me levar para prestar queixa.
-Antônio...
Dizia com a voz embargada.
-Entra no carro agora.
Disse-me nervoso e me levou de volta para sua casa. Estava crente que ia ganhar um abraço e algum carinho, mas assim que entramos tive a maior surpresa da noite.
Ele acertou em cheio um tapa em meu rosto!
-Ai! Seu grosso, eu te odeio!
-Uma pessoa tão egoísta como você me odiar é um favor, se não fosse por essa criança eu te punha na rua agora!
-Mas eu...
-Mas nada! Sobe agora pro quarto, cansei de você por hoje! Moleca mimada, caprichosa, devia deixar aquele verme te comer. Some da minha frente!
Subi as escadas chorando, mas no fundo sabia que ele estava certo, eu havia errado com Maurício e descontava todo o meu erro no meu filho. O xinguei, tentei matá-lo, não me preocupei com sua saúde... Mas e eu? No fundo eu ainda era uma menina assustada e sozinha.
Acordei já passava do meio dia e ele já havia saído, olhei na sala e vi um copo sujo ao lado de uma garrafa de whisky.
Tinha algumas mudas de roupas que ele me comprara, sim ele havia sido bom para mim, mas vivia estressado e eu o tirava do sério.
Vesti-me e fui ao primeiro posto de saúde que encontrei e depois de uma longa espera consegui finalmente fazer um exame de ultrassonografia que me possibilitou ouvir o coraçãozinho dele... Quero dizer dela! Era uma menininha e quando a médica me deu a notícia me lembrei de querer tanto aquelas bonecas caras que imitam bebês de verdade quando criança e não poder ter e deixei que a emoção falasse mais alto deixando uma lágrima correr dos meus olhos.
-Tá tudo bem com ela?
-Sim, mas você vai precisar fazer o pré natal com freqüência. Passe na secretaria e faça um cadastro.
-Sim senhora.
Saindo do posto eu tinha um destino certo: a delegacia em que Antônio trabalhava.
Assim que cheguei uma moça alta e loira me informou que ele estava em depoimento que não adiantava insistir.
-Mas é rápido...
-Não dá, desculpa o Doutor, está no meio de um depoimento, não posso te deixar entrar.
-Então você me faz um favor?
-Se eu puder.
-Diga a ele que é uma menina, que ta bem e que já tem até nome Antonella, diga também que agradeço a hospedagem.
Com os olhos marejados caminhei em direção a rua. Já havia andado mais de três quarteirões quando ouvi sua voz me chamando.
-Sollene, espera!
-Você não estava ocupado?
-A Bruna me deu o recado.
-Achei que você ficaria feliz em saber.
-Tá tudo bem com vocês duas?
-Sim.
-Olha quanto à ontem à noite.
-Tá tudo bem eu mereci.
-Eu fiquei desesperado quando vi você sair daquele jeito, e quando vi aquele cara em cima de você fiquei louco, fui injusto com você... Eu... Caramba você é só uma menina...
-A menina que te ama.
Disse antes de beijá-lo ali mesmo no meio da rua.
Sim, ele retribuía meu beijo, sua língua se movimentava lenta e calmamente em minha boca e suas mãos acariciavam meus cabelos, demorou, mas nos soltamos e estava na hora de devolver a grosseria.
-Ai!
Disse após eu lhe devolver o tapa em seu rosto.
-Bateu levou Doutor.
Ele riu e enlaçou minha cintura.
-Vem cá.
-Vamos sair daqui?
-Ei eu to trabalhando!
-Foda-se e eu com isso?
-Olha essa boca Sollene!
Ri e o beijei.
-Anda “delegato” me leva pra outro lugar, mesmo porque alguém aqui já está acordando.
Disse pousando a mão sobre seu pênis que avolumava sua calça.
-Você acaba com a minha vida moleca!
Disse me pegando pela mão.
Caminhamos um pouco pelas antigas ruas do bairro do Brás, onde ficava o distrito que ele trabalhava e logo paramos enfrente a um hotelzinho barato.
-Aqui está bom!
-Mas aqui princesa?
Ele olhava com desdém para a simplória fachada estilo a década de 20, já meio deteriorada pelo tempo.
-Eu posso te levar pra um lugar melhor... Isso é uma espelunca!
-Doutor, o senhor não está entendendo, eu quero dar pro senhor, quero te sentir todinho dentro de mim e não me importa nem um pouco a espelunca!
Dizia apertando seu membro por cima da calça social cinza que ele usava.
Nessa hora os lindos olhos verdes já me comiam acesos apenas me olhando e entramos no lugar nos beijando pouco importando quem visse e o que pensaria.
-Um quarto, por favor.
O velho senhor atrás do balcão escuro não parava de nos olhar, aposto que me achando uma prostitutazinha barata e ele um velho sem vergonha, e isso me excitava ainda mais me fazendo apertar o volume em suas calças e dizer pequenas obscenidades em seu ouvido enquanto o cara procurava as chaves.
-Me fode Doutor...
Ele sempre tão sério e avesso a palavrões apenas sorria e retribuía as doces e picantes frases.
-Eu vou te mostrar o que um homem de verdade!
Nos encaminhamos para o pequeno quarto nos atracando pelo corredor escuro iluminado por uma fraca luz que vinha de um lustre antigo. O chão desenhado completava o estilo retro do lugar.
Ao chegar ao quarto ele logo quis se desvencilhar do meu corpo.
-Espera meu amor, eu vou tomar um banho.
-Nem pensar! Quero meu macho assim bem suado, quero sentir todo esse seu gosto de homem.
-Ei, cadê aquela menininha assustada?
-Tá guardada pra quando você for me fazer dormir.
Agora foi a vez dele me beijar e se livrar do meu vestido.
-Cuidado aí moço...
Disse ao vê-lo apertar meus seios.
-Que gosto tem?
-O que?
-O leite...
Perguntou com aquele jeito moleque que todo homem tem.
Nem me esperou responder e colocou a boca em meu mamilo sugando de leve e me provocando uma deliciosa fisgada em minha vagina.
Mas logo o tesão deu lugar ao riso ao ver sua cara feia de criança que toma remédio ruim.
-Caramba, isso é horrível!
-Ninguém mandou mexer no que não é seu! Além de comer a mãe da menina ainda toma o leite que é dela!
-Ela não vai gostar disso!
-Deixa de ser bobo paixão, todo neném gosta.
Sentada na cama beijava seus cabelos enquanto ele beijava a minha barriga.
-Hum...
Disse de maneira nada sensual lhe provocando espanto.
-Que foi? Tá doendo alguma coisa?
-Não Doutor, só um desejo de grávida, ai...
-Pô, mas justo agora?
A cara de decepção dele era impagável.
-O pior é que você não pode passar vontade...
Ele já se punha em pé na minha frente crente que nossa louca aventura acabava ali.
-Fala o que você quer que eu vou comprar.
-Não precisa, o que eu quero o senhor tem Doutor.
Ri do jeito dele não entendendo nada e o puxei pelo cinto para perto de mim.
-Tô doida de vontade de chupar um picolé bem grande e bem grosso e depois tomar leitinho bem quentinho na boca!
Meu Deus! Aquela não era eu! Estava me transformando numa devassa com aquele homem!
-Então vem cá mamar o seu macho, vem minha putinha...
Disse tirando para fora das calças aquela coisa enorme que eu mal conseguia segurar na mão.
-Você tem certeza que isso cabe em mim Doutor?
-Menina, seu corpo foi feito pra por um bebê no mundo, não se preocupa que cabe sim.
-Se o senhor diz...
Disse antes de desajeitada passar a língua por toda a extensão de seu pênis.
-Hum... Que picolé gostoso! Se eu soubesse que era tão bom não tinha esperado tanto tempo pra experimentar.
Nessa hora seu olhar se acendeu em ciúmes e ele segurou meu queixo com uma certa brutalidade que fazia minha vagina se contrair de tesão.
-Presta bem atenção menina... Você é minha ta entendendo? E eu não admito ouvir gracinha envolvendo aquele moleque filho da puta!
-Olha a boca moço!
Disse rindo antes de continuar o passeio que fazia com minha língua em seu órgão.
-Cuidado...
Ele sabia que eu era inexperiente e era engraçado vê-lo oscilando entre o medo e o tesão enquanto eu tinha meu delicioso picolé só para mim.
-Pode brincar aqui?
Perguntei segurando seus testículos delicadamente.
-Pode, mas devagar.
-Assim é bom?
Pus minha boca suavemente ao redor e dei uma leve sugada o fazendo gemer.
Inutilmente tentava acomodar tudo aquilo em minha boca enquanto o masturbava, mas era enorme e grosso me causando ânsias por vezes e ele vendo minha situação um tanto quanto delicada, teve uma atitude fofa que me fez ter a certeza de que o amava.
-Tá bom princesa, espera a neném nascer que os enjôos melhoram e a gente brinca mais assim.
-Mas e meu leitinho?
Perguntei de forma mimada o fazendo rir meio cansado.
-Tem outro jeito de você ganhar leitinho...
Entendi o recado e comecei a masturbá-lo com a boca aberta e seu pênis encostado em meus lábios acelerando o ritmo quando percebi que ele iria gozar.
Logo minha boca, meu rosto e meus seios estavam banhados no esperma do meu homem que se deitou exausto na cama.
-Ah, não amor... Pode levantar vem! Anda...
-Calma princesa...
-Calma é? Olha só...
Peguei sua mão e levei até o meio de minhas pernas lhe mostrando o quão molhada eu estava.
-Faz o que eu te ensinei faz pra eu ver...
-Ih, to achando que o coroa não vai dar conta da gatinha.
Disse passando lentamente a mão em minha vagina e dando atenção especial ao meu clitóris.
-Hum... Assim?
Perguntava enquanto vibrava meu dedo sobre meu inchado e pulsante botão de prazer e logo senti seu dedo entrando e saindo lentamente de minha vagina.
-Hum... Que delícia!
-Tá gostoso? Tem um jeito de ficar melhor...
Logo sentia sua língua explorar meu clitóris enquanto cuidadosamente dois dedos entravam e saiam de minha vagia me causando um pouco de dor e prazer.
-Hum... Ai, devagar... Hum...
Gemia e reclamava no mesmo compasso em que meus quadris se movimentavam.
Quando senti que iria gozar não me segurei e pedi.
-Vem amor... Me faz tua mulher, quero você todinho dentro de mim.
Confesso que a cena foi engraçada, minha barriga já estava grande e foi difícil acharmos uma posição para uma grávida perder a virgindade, com isso optamos pela tradicional de ladinho. E após sentir seu pênis roçar demoradamente meu clitóris pude começar a sentir a cabecinha ganhado espaço em minha entrada tão apertada.
-Ai...
-Calma amor no começo dói um pouco depois fica gostoso.
-Faz mais devagar.
Dizia enquanto sentia como se algo me rasgasse por dentro.
-Ai...
-Que bucetinha apertadinha amor...
Lentamente ele introduzia todo aquele volume dentro de mim, quando senti como se algo estivesse rompendo, quebrando e notei um pouco de sangue em minha coxa.
-Tô te machucando?
-Não...
-Então por que você está chorando?
-Pára Antônio, todo mundo sabe que primeira vez dói ta tudo bem amor...
Calmamente ele se movia dentro de mim e logo pude perceber que a dor dava lugar ao prazer e comecei a mexer meus quadris na medida em que seu pênis fornicava minha inexperiente vagina.
-Hum...
-Tá ficando bom princesa?
-Unhum...
-Posso fazer um pouco mais rápido?
-Pode, mas se doer muito você pára?
-Paro sim meu anjo... Eu nunca vou te machucar...
As estocadas aumentaram assim como meus gemidos e senti que perderia o chão quando o dedo que eu tão bem já conhecia começou a vibrar meu clitóris. Descontrolada eu apertava meus próprios seios e emitia sons e palavras desconexos que só para quem ama e está no templo sagrado do amor que é cama com o ser amado conhece e sabe decifrar.
Sua boca em meus ouvidos, a barba cerrada que roçava meu rosto, sua respiração ofegante e o cheiro de sexo no ar, tudo completava o perfeito cenário da minha tão esperada e pouco convencional primeira vez.
-Minha menina... Eu... Eu amo você!
Disse-me em meio aos sussurros que prediziam seu gozo que me inundou e como era bom sentir seu líquido correr para fora de mim. Ao contrário das minhas brincadeiras com Maurício não tive nojo, afinal até tomado daquele leite eu já havia.
-Você me ama Doutor?
Perguntei incrédula.
-Amo Sollene... E se você deixar eu quero ser o pai desse anjinho que você está carregando.
Disse com a mão pousada em meu ventre.
-Mas a Zélia? Não consigo acreditar que você a tenha esquecido...
-Nós estávamos casados há quinze anos. Quinze anos de reclamações do meu trabalho, quinze anos adiando termos um filho... Você é diferente, você me trouxe tudo, criança, problema, tapa na cara, tesão...
Recostada em seu peito sentia os carinhos em meus cabelos enquanto brincava com seus pêlos macios e emocionada ouvia suas palavras.
-Eu tenho certeza que a minha bonequinha vai adorar ter um pai delegado, isso é até a adolescência.
-Por que só até a adolescência?
-Ué, você vai espantar todos os namoradinhos da menina, coitada!
-Vou sim, moleque safado perto da minha filha não chega!
Adorava meu amor com ciúmes e agradecia a Deus cada vez que ele se referia ao meu anjo como filha dele, sabia que aquilo tudo era loucura, mas eu estava feliz como nunca.
-Mas a gente vai ter um moleque também né?
Perguntou-me beijando minha cabeça.
-Vamos sim amor, eu estou aprendendo agora a amar essa neném, não pude sentir minha barriga crescer com alegria ou em paz, eu quero sentir isso um dia.
-Se depender de mim vai sentir e mais de uma vez... Sempre quis no mínimo uns três ou quatro filhos.
-Tá doido Doutor? Aí eu fico gorda e o senhor me troca por alguma gostosa, ainda mais polícia, pensa que não sei da mulherada que vive fantasiando com vocês?
Dizia beijando seu queixo.
-Não troco não princesa, não é todo dia que se acha uma grávida virgem.
Rimos juntos, nessa hora já era noite e o luminoso do hotel iluminava nosso quarto me fazendo prestar atenção em cada detalhe daquele corpo que havia me feito mulher.
-Não, mãe, não é com a Zélia. É Sollene o nome dela, isso Sollene. Aconteceu mãe, eu me apaixonei. A Zélia foi embora a gente não se entendia mais. Escuta a senhora vem? A neném nasce em novembro, isso é menina, Antonella.
Acordei o ouvindo falar sobre mim com sua mãe no telefone.
-A mãe da Sollene é falecida já. É claro que a senhora vai gostar dela, ela é linda, tem os olhos puxados parece mestiça. Tá bom, depois a gente se fala, sua bênção.
-Ela deve estar me achando uma vadia destruidora de lares...
-Ela tem a cabeça antiga, mas tenho certeza que vai te adorar e babar na nossa filhinha.
-Me abraça.
-Tô sentindo falta das nossas brigas e da sua boca suja.
-É? Não seja por isso. Me fode Doutor?
-Só se for mais tarde agora tenho que trabalhar.
-Mas, e eu?
-Brinca sozinha como te ensinei.
-Tô vendo que tem outra na sua vida...
-Outra?
-Sim a Dê...
-Que Dê menina, ta louca?
-A Delegacia!
Nessa hora rimos e nos abraçamos.
-Ah, amor, eu vou dar uma passada na empresa que eu trabalhava, vou ver se eles me dão mais uma chance.
-Pra que?
-Como pra que? Pra trabalhar!
Dizia servindo um pedaço do bolo de laranja que eu sempre fazia pois ele adorava.
-Eu podia continuar não ganho muito, mas...
-E quem vai cuidar da Antonella?
-Ah amor, eu tenho uma licença e tem creche né?
-Não, agora você tem que ficar em com a neném, quando ela for maiorzinha a gente vê o que faz.
-Mas vou me manter como?
-Você tem marido pra que? E outra não ta na hora de continuar a estudar?
-Eu completei tudo.
-Mas falta a faculdade.
-Eu não quero depender de você.
-Problema seu, eu sou o pai dessa criança e não quero ela em creche, seu lugar é aqui em casa cuidando de mim e dela. Não vai faltar nada pra vocês duas.
-Mas eu fico sem graça amor, eu sempre trabalhei...
-Tá na hora de alguém cuidar de você.
-É, mas eu sou cara!
-Eu pago.
Ele riu e me abraçou acariciando minha barriga.
-Mas mesmo assim eu vou passar de lá, deixei uma amiga muito querida que eu queria que fosse a madrinha da nossa filhinha, tem problema pra você?
-Não, mas padrinho eu queria que fosse o Carlos, um colega meu que ta me acompanhando faz tempo.
-Tudo bem. Você volta cedo? O que quer comer?
-Volto um pouco tarde tenho duas diligências hoje, e quanto a comer, bom... Posso comer você sem problemas...
Disse rindo e metendo a mão por baixo de minha saia.
-E você, sua trombadinha, cuida direito da mamãe enquanto o papai tiver trabalhando.
-Ah vai cuidar sim, já ta me fazendo desejar um monte de doce.
-O que você quer que eu traga?
-Hum... Chocolate e bala de goma!
-Tchau to atrasado.
Nos despedimos com um beijo.
-Tchau papai...
Disse fazendo voz de neném.
A vida nos prega peças... Eu que estava completamente perdida havia ganhado um marido e um pai para a minha filha, um completo estranho há algumas semanas e hoje o homem que eu contava as horas para ver.
Fui até a empresa rever minha amiga senti uma ponta de tristeza pois ganhava pouco mas era dona do meu dinheiro, não tinha a intenção de me encostar nele, mas queria cuidar da minha filha por um tempo, ela merecia a atenção e o carinho que não dei nos cinco primeiros meses de minha gravidez. Estava saindo quando ouvi alguém chamar meu nome e ao me virar tive a maior surpresa de minha vida: Maurício!
-Maurício?
-Oi gata...
-Como?
Estava atônita como ele podia me tratar assim depois de me rejeitar?
-Eu to com saudades de você, to arrependido...
-Meio tarde não?
-Eu sei gata, mas é que poxa eu agi mal, eu tava cheio de bagulho NBA cabeça naquela época será que não dá pra gente passar uma borracha no passado?
-O nome disso é Antonella e não passado!
-Ah é uma menina?
-E o que te importa?
-Ô gata é minha filha...
-Não, não é...
-Num faz assim Leninha... Poxa, tem três meses que eu to limpo, quero assumir vocês duas, dar um nome pra neném... E você gata, pô to doidinho de saudades...
Num ímpeto ele me agarrou e me beijou ali no meio da rua, eu nada sentia apenas tentava me desvencilhar do beijo que agora me causava asco.
-Sollene! Larga ela seu canalha!
Minha melhor amiga e colega de serviço Rosana presenciara tudo, e graças a Deus viera me ajudar a me livrar de Maurício.
-Não se mete!
-Maurício, entenda acabou, você me destruiu, se não fosse...
Fiz uma pausa e me apoiei na parede, pois senti uma dor estranha nas costas.
-Se eu não tivesse encontrado um homem de verdade pra assumir a mim e ao meu filho eu teria cometido o maior pecado da minha vida, ou então estaria na rua sem destino.
-Que homem?
-O marido dela meu filho, pai da filha que você não quis assumir.
Disse Rosana em minha defesa.
-Some Maurício!
-Isso não vai ficar assim...
-Obrigada amiga.
Disse abraçando Rosana.
O dia transcorreu normal e eu já esperava meu amor com uma panela de sopa quentinha e muito carinho, mas como eu mesma disse a vida nos prega peças...
-Oi paixão.
Corri e beijei sua boca, porém recebi indiferença e frieza de volta.
-Como foi seu dia? Tô vendo que bem mais proveitoso que o meu.
Disse jogando uma fotografia sobre a mesa que mostrava o beijo que Maurício me dera mais cedo.
-O que? Como...
-Como eu consegui? Seu namoradinho mesmo me entregou pessoalmente.
-Antônio ele me forçou, eu tava na empresa e não sei de onde ele surgiu.
-Arruma suas coisas e some, to vendo que sua filha já tem pai, vocês não precisam mais do velho babão aqui.
-Antônio...
-Some! Eu não vou gritar com você, não vou me alterar, apenas suma da minha frente!
Senti o mundo cair em mim, estava perdendo o homem a quem aprendi a amar por um capricho, por uma maldade de um playboy mimado que fizera de minha vida um inferno.
Olhei com tristeza o bombom e o pacote de balas de goma sobre a mesa antes de pegar algumas mudas de roupa e sair.
-Antônio, pelo amor de Deus me ouve!
Ele de cabeça baixa apenas limpava a arma ignorando minha presença.
Saí sem rumo novamente aquilo já virava rotina para mim e por sorte fui acolhida por Rosana.
Sozinha e sem emprego fazia alguns bicos como limpeza e revendia algumas bijuterias que pegava na 25 de março. Sentia aos poucos minha barriga crescer e em meio a tantas turbulências graças a Deus e ao meu delegado não mais odiava minha bonequinha, pelo contrário gastava boa parte do meu pouco e suado dinheiro com roupinhas e fraldas para ela.
Percebi que estava naquela situação por causa de Maurício e não dela e que ela era a única pessoa que me acompanhara nas vezes que fiquei sem rumo e sem um teto para morar.
Já se passavam dois meses e ele continuava me procurando e eu fugindo, sempre que nos encontrávamos discutíamos ele se dizia arrependido, mas eu não acreditava.
Estava entrando no sétimo mês de gravidez quando numa noite chuvosa ele apareceu em casa completamente drogado
-Que você ta fazendo aqui?
Minha amiga não estava e a filhinha dela sem saber de nada o deixara entrar.
-A gente tem que conversar.
-Chega Mauricio não há nada para ser dito.
-Cala a merda da boca e vem comigo, senão eu estouro os miolos dela!
Disse empunhando uma arma para a cabeça da filha de minha amiga.
-Pelo amor de Deus, eu vou pra onde você quiser, mas deixa a menina fora disso
Vendo que eu estava disposta a acompanhá-lo ele soltou a garotinha e me puxou violentamente pelo braço.
Amedrontada entrei no seu possante carro vermelho sangue que ele arrancou sem rumo noite adentro.
-Maurício, pára você não está em condições de dirigir!
-Cala a boca! Eu só te pedi uma chance, uma chance!
Gritava alterado e fazendo manobras perigosas.
-Pelo amor de Deus pensa na sua filha, pára esse carro!
Nessa hora pensava mais nela do que em mim, e pensava em Antônio como eu queria que ele estivesse lá para me salvar. Aquele homem era muito mais do que o homem que eu amava era o meu herói aquele cujos braços me protegiam de todo e qualquer perigo.
-Você achou mesmo que eu ia deixar aquele velho criar minha filha? Sua traidora!
-Pensa no seu pai, se você fizer alguma besteira vai ficar ruim pra ele Maurício.
-Foda-se aquele velho inútil!
Nessa hora meu celular que estava em meu bolso começou a tocar.
-Se eu não atender vão desconfiar?
-É? Quem vai dar falta de uma pé rapada quem nem você?
Dizia rindo.
-Me deixa atender, pode ser a Rosana preocupada, eu preciso tranqüilizá-la.
-Atende logo essa porra, mas nada de gracinha senão você vai abrir as pernas pra parir nos quintos dos infernos!
Disse batendo com a arma em minha cabeça.
-Alô?
-Sollene sou eu!
A voz firme, o sotaque meio italianado, sim era ele! O meu anjo da guarda de olhos verdes...
-Oi Rosana...
Disse disfarçando, pois se Maurício soubesse que eu falava com Antônio com certeza não prestaria.
-Escuta, sua amiga me ligou, ela me disse que o filho da puta ta com você.
-É eu to com o Maurício amiga!
-Disfarça e deixa o celular ligado no painel do carro.
-Anda logo caralho!
-Ele ta drogado?
-Sim, ta tudo bem...
-E a neném?
-Tá quietinha, acho que ta dormindo.
-Amor, deixa o celular ligado, eu vou salvar vocês, você confia em mim?
De novo aquela maldita frase... “Confia em mim...” Mas dessa vez teve conotação diferente para mim e ao invés de me sentir em perigo, senti-me amparada e protegida.
-Sempre... Um beijo Rosana, não se preocupa comigo.
Disfarçadamente coloquei o aparelho ligado sobre o painel do carro e tentei agir com psicologia para com Maurício.
-Maurício, nesse estado a gente não vai poder conversar. Pensa na neném ela deve estar assustada.
-E você pensou em mim?
-Eu achei que você não me quisesse mais que não fosse querer nossa filha, você mesmo disse.
-Você me traiu Leninha!
Era claro o desequilíbrio emocional dele.
-Olha gato, vamos até aquela pracinha na Vila Mariana, perto do cursinho, onde a gente se conheceu? Vamos conversar lá com mais calma...
-Eu não confio em você!
-Eu sei e sei que te dei motivos, mas a gente merece uma segunda chance, pelo menos uma conversa a gente não ta mais sozinho tem um bebê nessa história... Lembra na Rua Sena Madureira? Vamos lá vai só um pouquinho.
-Não vem com gracinha...
-Vamos lá vai...
Com muito custo o convenci esperando que Antônio tivesse ouvido do outro lado da linha.
-Poxa Maurício o que a gente viveu foi tão legal né, não tem que acabar assim... Você pode ver a Antonella sempre que quiser, eu quero que ela conviva com você.
Enquanto eu falava em meio aquela praça escura os olhos avermelhados pelo tóxico brilhavam em ódio até que de súbito ele me pegou pela garganta me ameaçando.
-Tá achando o que piranha? Que aquele velho vai criar minha filha?
-Aquele velho é o homem que eu amo... Ai... Me solta!
-Sua vaca do caralho você sabe com quem você ta falando? Passadora de fome, pé rapada!
-Pára Maurício, ta me machucando!
-Antes daquele velho maldito se sentir pai da minha filha eu mando vocês duas pro inferno com passagem só de ida.
Dizia já pronto para atirar em minha cabeça. Naquela hora fechei os olhos e ao invés de temer agradeci. Sim, agradeci a Deus pela chance ainda que mal aproveitada de ter sido mãe, mesmo que da filha do homem que me tomaria a vida e de ter conhecido o verdadeiro amor nos braços do meu delegado. Foi quando ouvi um estampido e logo em seguida só pude perceber Maurício caindo em meus braços.
-Leninha...
Foram suas últimas palavras.
Por trás das árvores escuras saíra ele o meu herói de arma em punho e mais dois ou três agentes policiais, mas o tiro havia partido de sua arma.
-Amor...
Apenas chorei e me joguei em seus braços, estava exausta, assustada, confusa...
-Me perdoa eu te julguei mal eu... Eu fico louco de ciúmes de você e quando vi aquela foto...
Eu nada dizia apenas chorava e o abraçava.
-A Rosana me contou tudo, ela me ligou e me disse que ele estava com você e da armação da foto, me perdoa minha menina.
-Eu te amo demais Antônio, eu não saberia... Ai!
-Que foi?
-Minhas costas... Ai!
Mais um grito e percebi a água que caía no chão por entre minhas pernas, era minha bolsa que havia rompido prematuramente.
-Meu Deus vai nascer.
-Me ajuda ta doendo muito.
-Quer ajuda aí chefe?
-Eu vou com ela pro hospital, você vai com a viatura na frente e abre o caminho. Vem amor, dá pra andar?
-Ainda não ta na hora Antônio, faltam dois meses...
-Eu acho que ela ta com pressa amor.
Dizia tentando me manter calma.
-Mas e se acontecer alguma coisa com ela?
-Não vai acontecer nada, ta bom, fica calma e respira.
Foram quase dois meses de agonia, até ela ter alta da UTI neonatal. Passava quase o dia todo ao lado daquele pequeno ser que um dia eu pensara em tirar a vida, mas que se tornara a razão do meu viver.
O primeiro banho foi Antônio quem deu, ainda no hospital era engraçado ver o medo dele que a segurava com receio de quebrar. Hoje ele me diz que foi uma das maiores emoções de sua vida, pois ela mesmo tão pequenina e frágil segurava o tempo todo em seu braço como que confiando no pai que Deus lhe dera.
Saímos do hospital carregando o pequeno pacote que vestia verde e branco as cores do time do pai. Rosana e um dos colegas de trabalho de Antônio foram os padrinhos, assim como do nosso casamento que aconteceu alguns meses depois. Sentado em um dos bancos do cartório, não era o padrinho quem segurava meu bebê que olhava tudo atentamente batendo palminhas e sim meu pai, que havia se arrependido da forma como me tratara. Antônio nunca tocou no assunto dela ser filha de outro homem, mas nós sabemos que ele sabe mesmo porque a morte de Maurício foi destaque em toda a imprensa e seu rico e poderoso pai nada pode fazer para acobertar a verdadeira índole do filho.
Com o tempo meu marido foi transferido para uma delegacia que ficava na rua de cima de casa e sempre que eu podia, deixava meu amorzinho dormindo com a moça que cuidava da casa e ia visitá-lo. Lá Carlos, o padrinho da neném me dava uma piscadela cúmplice e durante um bom tempo não batia e nem deixava ninguém bater na porta da sala do delegado titular a não ser quando era algo grave.
-Já não disse que não te quero aqui essa hora?
-Shio...
Pousei meus dedos em seus lábios e o empurrei delicadamente para o sofá que havia em sua sala o fazendo cair sentado.
Beijava sua boca desesperadamente e desabotoava sua camisa. Deixava marcas de dentes e unhas em seu peito e adorava puxar seus pêlos.
-Você me deixa louca Doutor!
Via apenas o olhar verde se acender enquanto lentamente abria sua calça. Não demorava para todo aquele volume endurecer em minha mão e aí era a hora de me fartar com meu banquete predileto: um delicioso sorvete de chocolate recheado de creme bem quente.
Passava a língua pela cabeça e a beijava sensualmente, ele por sua vez não deixava por menos e acariciava meus seios, agora que Antonella não mamava mais, eu estava sem leite e ele podia apertar e beliscar meus mamilos a vontade causando-me dor e prazer.
Aos poucos conseguia acomodar cada dia mais aquele pênis enorme em minha boca enquanto minhas mãos se encarregavam de massagear seus testículos.
Não demorava eu estava por cima dele cavalgando feito louca aquele mastro rijo e grosso que me preenchia por completo. Voltava pra casa com a vagina molhada e pingando de seu gozo, e sempre levava uma bronca.
-Já disse que não te quero aqui moleca esse bando de besta fica tudo babando em você.
Dizia batendo em minha bunda.
-Ai, mas eu tenho dono.
-É? E quem é seu dono?
-É um macho gostoso, delegado de polícia, cinqüentão sabe mas lindo me deixa molhadinha só de pensar olha.
Pegava sua mão e levava até minha vagina e ele sempre introduzia um ou dois dedos enquanto falava em meu ouvido.
-É? Então agora vai pra casa que teu macho vai querer comer essa bucetinha gostosa de novo mais tarde, mas dessa vez com minha cadelinha de quatro quero ver esse cuzinho lindo piscando pra mim.
Nessa hora o dedo grande e ágil já brincava no lugar mais apertado de meu corpo. Nunca fizemos anal, sempre tive um pouco de medo, pois se já era difícil receber tudo aquilo na frente imagina atrás! Mas adorava as brincadeirinhas que ele fazia ali.
-Ai... Devagar doutor!
Dizia ao sentir seu dedo dentro de mim num misto de dor e uma sensação única que não sei descrever.
-“Palabein” papai, acorda!
Dizia meu anjinho já com dois anos em meu colo o acordando em seu aniversário.
-Deixa o papai dormir trombadinha.
-Não, “abi” o “pesente” acorda, anda!
Dizia o sacudindo na cama até fazê-lo se sentar e pegá-la no colo.
-Parabéns meu amor.
Foi a minha vez de lhe dar um beijo gostoso na boca.
-“Abi”!
Dizia meu bebê entregando um pacote para ele.
-Papai vai abrir minha boneca, deixa o papai ver. Que linda meu amor, brigada!
Dizia beijando sua cabecinha enquanto acabava de desembrulhar a camisa azul clara que eu escolhera para nosso anjo lhe presentear.
-E agora o meu.
Lhe entreguei um pequeno envelope que ele prontamente abriu e começou a me beijar.
-De novo?
-Sim papai, você não disse que queria a casa cheia?
Ria o beijando.
Ele recostou a cabeça em minha barriga a beijando vagarosamente enquanto eu acariciava aqueles cabelos negros com alguns grisalhos que teimavam em aparecer.
-Tem neném na “baliga” da “mamã”?
Rimos nessa hora e ele a pegou no colo.
-Tem sim filha um irmãozinho pra você brincar!
-Ah então também tem na minha...
Dizia com a carinha mais fofa do mundo levantando a camisola e mostrando a barriguinha.
Ele trabalhava muito, chegava tarde em casa, mas nunca deixou faltar nada para mim e para nossos cinco filhos! Sim, cinco! Nossa Antonella que é o amor da vida dele já está com 15 anos e como eu previa a coitadinha sofre para arranjar um namoradinho, sogro delegado é para cabra macho, mesmo... O Antônio tem 13 e é todinho o pai, explosivo e sem paciência quer seguir a carreira policial, contra minha vontade, pois já não basta ficar com o coração na mão quando um sai de casa, imagina dois! As gêmeas Catarina e Sophia têm dez anos e são esforçadas como eu quando estudava, uma quer fazer medicina e a outra ser bailarina e por último nosso Vinícius de apenas um ano e seis meses... Pois é para quem acha que um homem de já sessenta e cinco anos não pode satisfazer uma mulher de trinta e cinco, não preciso dizer mais nada (risos). Com a ajuda dele fiz minha faculdade e hoje trabalho como advogada, mas o papel mais feliz e bem feito de minha vida foi o de mulher dele e de mãe de seus filhos. Sei que pela nossa grande diferença de idade ficarei sem ele um dia, mas sei também que se existem outras vidas em todas vou querer estar ao lado do homem que me fez mãe e mulher. O meu lindo delegado...