Caminhos da Vida II
Chegamos do final de semana animado da fazenda e nada de extraordinário ocorreu a semana inteira, tirando o comportamento de Celo que chegou até a faltar à aula, coisa que nunca fazia, exceto quando estava doente, pois era realmente um caxias. A semana se arrastou com as mesmas aulas chatas e nada de diferentes ocorrendo.
Na quinta feira Letícia nos anunciou que faria uma festinha no sábado em sua casa para comemorar o segundo ano de namoro dela com o Marcos, e o melhor de tudo é que a festa seria free, ou seja, ninguém precisaria levar nada, pois ela daria toda a festança e somente necessária a nossa presença. Me animei todo e fui chamar o meu fiel escudeiro como sempre, o Celo que neste dia havia faltado a escola. Desta maneira fui após a aula até a sua casa para convidá-lo.
Cheguei já adentrando em sua casa, como erámos amigos há tempos, tínhamos intimidades suficientes para tal. Chegando a seu quarto o vejo deitado de olhos fechados me aproximo e pulo em sua cama, como de costume, ele se assusta:
_ O que você faz aqui Binho? (Ele costuma me chamar assim).
Ainda deitado e o Celo em pé:
_ Vim te ver ué! Você não foi à escola hoje e estou aqui para saber se está tudo bem.
Ele desviando o seu olhar do meu:
_ Está tudo sim, porque a pergunta?
_ Você não falta às aulas, e quando falta é por que está doente, então vim ver como você estava, mas pelo visto você está bem e só queria mesmo era matar aula, não é mesmo?
_ Ah! Sei lá! Não estou a fim de ir à escola, prefiro ficar aqui em casa, deitado e assistindo televisão, estou me sentindo meio estranho.
_ Realmente eu tenho percebido Celo, não só eu, mas todo mundo vem até mim perguntando o que você tem e eu com cara de tacho respondo que não sei. E não sei mesmo porque você não confia em mim para e contar o que está realmente acontecendo.
Marcelo se cala, olha nos meus olhos e meio ríspido:
_ Não tenho nada! Apenas quero ficar na minha e você não me deixa!
_ Nossa Celo se é assim tchau. Eu hein, pensei que fossemos amigos. Disse isso me encaminhando para fora de seu quarto.
Nisso Celo me chama:
_ Cala Binho, me desculpe. Estou cansado e o pior é que eu sem sei o porquê.
_ Relaxa Celo, pode contar comigo, eu na verdade vim até aqui para lhe fazer uma convocação. Você vai sábado comigo na casa da Letícia em uma festa, e não adianta dizer que não. Disse saindo de seu quarto sem dar chances de Marcelo responder.
No outro dia Marcelo vai à escola e conversamos normalmente e ele parece até animado em ir à festa da Letícia, coisa que eu não acredito muito, pois sei que ele apenas estava fingindo entusiasmo, conheço o Celo como a palma de minha mão.
Finalmente o sábado sem aulas eu e minha mãe vamos a uma cidade vizinha com um comércio melhor e fomos às compras, coisa rara de acontecer, devido a profissão de minha mãe que é dentista e atende todos os dias inclusive sábado, quase não sobrando tempo para mim, fato que me deixa muito solitário as vezes, pois sou filho único e com parentes bem distantes de mim.
Após toda manhã e tarde fazendo compras voltamos para casa e ligo para o Celo perguntando em que horário poderei passar em sua casa para irmos à festa de Letícia e Marcos, ele demora a atender e quando atende:
_ Oi Binho, então acho que não irei mais não, não estou me sentindo muito bem.
De cara percebo a malandragem de meu amigo, se fazendo de doente:
_ Então já que você não vai à festa eu também não irei, estou me arrumando e já chego em sua casa, como você não vai a festa, a festa vem até você, vou chamar todos e vamos para a sua casa.
Ele se assusta e diz que em meia hora estará pronto para a festa da Letícia, mas explicando que não seria boa companhia e eu não poderia reclamar depois, além da condição de que quando ele tivesse vontade de ir embora eu teria que levá-lo. De imediato topei e segui para sua casa quarenta minutos mais tarde.
Ao chegar percebo como o Celo estava super arrumado, com uma calça clara que eu havia lhe dado de presente de amigo secreto e uma camisa azul, que reluziam em sua pele branquinha, nossa ele realmente estava demais. Entrando no carro faço o comentário que ele está super lindo, ele desvia o olhar e me manda parar senão irá embora. Eu travo o carro e acelero com medo que ele vá mesmo embora.
A festa já estava rolando um som super alto e com os parentes dos dois pombinhos enchendo a casa. Assim que chegamos Marcos nos recepciona com uma dose de tequila, O Celo logo de cara quis correr e eu pego eu em braço e aviso que hoje ele iria curtir nem que se fosse à força. Vendo a minha cara Celo tomou e tomou com gosto, despois fez uma cara estranha, já que não estava acostumado a beber.
A noite vai passando e eu percebo o entusiasmo de Marcelo nas bebidas. Ele bebia de tudo e com certeza em pouco tempo estaria mais que bêbado, estaria é muito louco. Tento fazer ele parar de beber e ele se livra de mim:
_ Você não queria que eu viesse à festa e me divertisse? Então é isto mesmo que eu estou fazendo.
Fiquei com muita, mas muita raiva. Já eram aproximadamente umas três da manhã, os parentes deles já haviam se recolhido só restando mesmos os amigos do casal. Levanto-me e digo que vou embora, nisso a Letícia e grita e diz que o Celo está mal no banheiro chamando por mim. Chegando ao banheiro o Celo bastante mal, com uma cara horrível me pede que eu o leve embora. Com a ajuda dos meninos carrego o Celo que não possuía a mínima condição de andar, o colocamos em meu carro e fomos até a sua casa:
_ Binho, por favor não quero chegar em casa desse jeito, meu pai me mata. Por favor, me deixe dormir em sua casa.
_ Mas e sua mãe? Ela não vai ficar preocupada?
_ Eu avisei a ela que se eu não chegasse até as três, que eu iria dormir em sua casa.
Seguimos para minha casa e eu o coloquei com muito sacrifício em um quarto ao lado do meu, mas como o Celo estava muito mal, acabei colocando um colchão em meu quarto mesmo para ele dormir. Troquei de roupa e quando me viro o Marcelo estava me observar bem compenetrado:
_ O que foi Celo? Por que estais me olhando assim?
Ele com a mesma voz serena de sempre me diz que eu sou lindo, eu dou bastante risada e digo que ele está muito loucão. Me deito em minha cama e ele se levanta vem até a beira da minha cama olha em meus olhos:
_ Binho, posso ... pedir ... uma coisa ... – As palavras pareciam não querer sair de sua boca.
_ Claro Celo, pode pedir.
Segurando meu rosto:
_ Me dá um beijo?
_ O que é isto Celo você está louco? Capaz né, nunca.
Nisso o Celo vem em minha direção e tenta me beijar eu me afasto e saio do quarto indo ficar no corredor. Ele me chama várias vezes, fico no corredor pensando no que aquilo representava, não que eu não achasse o Celo bonito, mas eu nunca havia pensado em um homem para beijar, abraçar e namorar, para mim o Marcelo era como um irmão, um irmão muito bonito e sensual, mais apenas um irmão. Esses pensamentos não saíam da minha cabeça, será que eu me sentia atraído pelo meu melhor amigo? Não isto não poderia ser verdade.
Após um tempo percebi que o silêncio havia tomado meu quarto entro e vejo o Celo dormindo em minha cama. Saio do quarto e vou dormir nos quarto de meus pais. Quando acordo no outro dia vou ao meu quarto e Celo não está lá, encontrando somente um bilhete que dizia para eu desculpá-lo e deixá-lo sozinho para ele pensar no que havia ocorrido aquela noite. Desse modo fiz o que no bilhete ele havia me solicitado e nos encontramos somente na sala de aula, visto que não tive coragem de passar em sua casa.
Quando nos olhamos na sala ele ...
Pessoal este foi à segunda parte do conto, espero gostem, obrigado pelos comentários e aguardo mais comentários para avaliar meu trabalho. Bjaum
