Gente agradeço mesmo pelos comentários. Já autentiquei minha história no cartório. Quero em breve transformar em livro, mas existem algumas coisas para serem feitas. Por isso a participação de vocês é importante.
Esse conto não acho que não servem para aqueles curtem algo sexual. É um romance, uma história de amor e aprendizado com pitadas de romance gay. É bom relaxarmos e curtimos uma leitura leve. Para entender melhor a história basta clicar no meu nick que está acima e poderá conferir as primeiras partes. Por favor, comentem lá em baixo e dê sua nota aqui em cima. A participação de vocês é essêncial para mim.
"Nossa que pergunta. E agora... o que eu respondo? Será que ele é homofóbico?"
- Hum.. – confesso que tive que pensar numa resposta. – Não Phelipe. Eu sempre tive o apoio da nossa família, logo não havia motivo para me envergonhar. Eu amo o Mauricio e nunca teria vergonha do nosso relacionamento.
- Legal. – ele disse se aproximando e me ajudando com a pilha de roupa.
Levamos algumas roupas para o meu quarto. Escolhi as camisas pequenas e dei para o Phelipe. A Priscila chegou toda molhada e perguntou se era uma reunião de família.
- Não. Resolvi pegar algumas roupas do Paulo para mim. Afinal acho que ele não está muito afim de usar. – falei rindo.
- Eu quero aquela jaqueta de couro. – ela disse.
- Nem vem que eu já peguei é minha. – falei mostrando que estava usando a jaqueta.
- Nessa família é assim Phelipe. Vai se acostumando. – disse ela enxugando os cabelos.
Deitamos na cama e ela colocou a cabeça no me ombro. O Phelipe ficou meio acanhando e sentou na beira perto da gente. Ficamos conversando por alguns minutos quando começou a escurecer. Havia muito tempo que eu não ria tanto na minha vida. Descobrimos que o nosso irmãozinho era um ótimo comediante e começou a imitar a dona Eugenia a nossa empregada.
Nossos pais resolveram viajar por conta de todo estresse dos últimos meses e eu ficaria responsável pela casa. Deixamos eles no aeroporto e minha mãe fez um discurso eterno sobre responsabilidade e pediu ao Mauricio e a Luciana que tomassem conta da gente. Mamãe realmente era uma figura. Depois que deixamos os dois idosos resolvemos fazer compras. Pedi para a Priscila dirigir o carro do nosso pai e levar a Luciana e eu e os meninos fomos ao supermercado.
Sempre quando eu ou o Mauricio estamos dirigindo trocamos caricias, olhei pelo retrovisor e senti que o Phelipe estava incomodado pela situação. Fizemos as compras e seguimos para casa. As meninas já haviam preparado o jantar e eu coloquei na rádio para ouvirmos ao festival de música que estava acontecendo na cidade. Bebemos, rimos e jogamos vídeo game. Quando dei por mim estávamos dançando na sala igual a malucos. Apenas pulávamos e riamos. Fazia tempo que não me sentia tão leve. Acho que me libertei naquele dia de qualquer senso de culpa. No outro dia a ressaca, eu acho que deveriam inventar um remédio que cortasse o efeito dela.
Fiquei preocupado por conta do Phelipe e resolvi deixa-lo na escola. No caminho íamos ouvindo uma música chamada “Gentileza” da Marisa Monte. Começamos a conversar sobre coisas banais e resolvi perguntar dele se incomodava o fato de eu ser homoxessual.
- Não a mim. Nos poucos meses que eu te conheço sinto orgulho de ter você como irmão. – disse ele ficando visivelmente vermelho.
- Então o que te incomoda tanto? – perguntei prestando atenção no transito.
- É que na escola as pessoas falam muito no Paulo. E em você também. Tem um garoto que fala que você é mentiroso.
- Phelipe no colégio estudam pessoas iguais a você. Parente de pessoas que já estudaram lá. E que garoto é esse? Porque eu sou mentiroso? – perguntei meio assustado.
- Não o conheço. Nem sei o nome dele. – disse meu irmão.
- Cara. Qualquer coisa que acontecer... não importa o que seja. Me ligue. – Falei passando a mão na cabeça dele.
- Tudo bem. Eu ligo sim. – disse ele saindo do carro.
Naquela tarde eu ia começar a trabalhar na empresa do meu pai. Como ele estava viajando quem ficaria no comando até mesmo para me adaptar caso no futuro fosse preciso. Os funcionários foram muito simpáticos comigo, quando eu sentei na cadeira a secretaria me chamou pele telefone e disse que uma senhora gostaria de falar comigo. Falei que estava tudo bem e para a minha surpresa quem entra na sala é a mãe do Márcio.
- Boa tarde. – disse ela sentando visivelmente abalada.
- Boa tarde. Gostaria de saber o motivo da sua visita? – perguntei friamente.
- Pedro. Meu filho... meu filho está um caos. Ele não sai mais de casa, vive esperando o julgamento. Como mãe eu te imploro... faz alguma coisa para ajudar meu filhinho. – suplicou ela chorando.
- Minha senhora. Não sou eu que tenho que ajudar o seu filho é a justiça. Ele cometeu um crime... matou o que eu tinha de mais precioso. – falei deixando uma lágrima escorrer no meu olho.
- Pelo Amor de Deus... – gritou a mulher. – É o meu filhinho, eu faço qualquer coisa. Ajuda ele. – disse ela se ajoelhando perto de mim.
- Pare... a senhora devia estar lá com seu filho. Mas não, preferia perder tempo fazendo sei lá o que. – falei tirando ela do chão. – Agora eu tenho uma tarde cheia, a senhora poderia sair.
Foi muito impactante ver aquela mulher que antes andava de nariz empinado praticamente humilhando as pessoas, ali de joelhos no chão. Liguei para o Mauricio e contei o que havia acontecido. Quando desliguei o celular resolvi ligar para o número do meu irmão e caiu na caixa postal.
“Olá, sou o Paulinho. Caso eu não atenda fique preocupado e depois retorno sua chamada”
Chorei e ri ao mesmo tempo e liguei mais umas 15 vezes para ouvir a voz do meu irmão. A secretaria ligou novamente para mim e avisou que a direção do colégio estava me chamando. Na outra linha a diretora me avisou que havia acontecido uma briga entre o Phelipe e outro aluno. Fiquei desesperado e saí praticamente correndo da empresa. No caminho liguei para a Priscila e pedi para ela me encontrar na escola.
Meu coração estava acelerado, não entendia o que estava acontecendo. Como podia me preocupar com alguém que não fazia parte da minha? Cheguei na escola e mal estacionei o carro e entrei procurando pelo meu irmão. Não havia reparado de como aquela escola era grande.
Quando entrei na sala da diretora o Phelipe estava sentando e eu o abracei e olhei dos pés a cabeça. Perguntei se ele estava bem e ele me mostrou as mãos todas raladas e com sangue.
- O que aconteceu? – perguntei.
Phelipe ficou calado, olhando para o nada. Realmente fiquei preocupado. A secretaria da diretora pediu para eu entrar. Sento e lá encontro a mãe do Márcio acompanhada por um menino de uns 18 anos. Perguntei o que estava acontecendo.
- Sente. – falou a diretora.
- Eu posso saber o que essa mulher está fazendo aqui? – perguntei.
- Seu irmão bastardo que agrediu meu filho. Será que essa guerra não vai ter fim. – disse ela chorando.
- Calma senhora. – disse a diretora, se levantando e indo em direção a uma televisão. – Nossa sistema de câmera flagrou o momento da agressão. – ela disse.
Olhei para o garoto e ele esboçou uma reação de medo. Nas imagens em preto e branco mostrava o meu irmão sentando numa parte isolada da escola perto da fonte, quando um grupo se aproximou e começou a conversar com ele. Quando meu irmão se levanta, o irmão do Márcio que se chamava Júnior, deu um soco no rosto de Phelipe. Ele se levantou e partiu para cima do Júnior quando os guardas chegaram para apartar a briga. Naquele momento me subiu um ódio mortal.
- O que está acontecendo aqui? – entrou a minha irmã gritando na sala.
- Olha por você só as imagens. Esse pirralho aqui, socou o nosso irmãozinho menor de idade no rosto. Sem motivos aparentes. – falei sentado na cadeira com as pernas cruzadas.
- Ei moleque? Você já tem 18? – perguntou a Priscila.
- Tenho. – disse Junior.
- Seu desgraçado!!! – gritou a Priscila pulando em cima do menino.
Apesar de eu mesmo querer fazer aquilo, tive que segurar a minha irmã o que não é tarefa fácil. Ao ouvir o barulho da confusão o Phelipe correu e partiu para cima do Junior. Fiquei desesperado. E corri para tirar o meu irmão de cima do garoto. A diretora gritou e todos ficaram na posição que estavam.
- Chega. Eu não quero mais confusão nessa escola. Dona Carlota. Seus filhos sempre foram péssimas influencias para os outros alunos. Vivem brigando. Eu não tenho outra alternativa senão expulsar o Junior dessa escola. – disse ela.
- Você acha mesmo que eu vou me importar com o que a senhora diz? Eu vou mandar meu filho para a Europa. Para que ele seja educado de verdade. E não se preocupe conhecemos a saída dessa espelunca– disse ela puxando o garoto pelos braços.
- Desculpem por esse inconveniente. – disse a diretora.
- Tudo bem. Podemos ir? – perguntei.
- Claro. E se o Phelipe quiser folgar amanhã não tem problema. – ela disse.
- Vamos então. – falei, enquanto saia à diretora me chamou.
- Pedro. Se você pudesse ir até a ala oeste onde ficam os troféus seria muito bom. – ela falou.
Enquanto caminhava pelos corredores da escola eu era jogado em uma máquina do tempo. Tudo parecia a mesma coisa. Era um sentimento nostálgico que fazia meu peito doer. Vejo a minha irmã olhando para a parede e as lágrimas caindo do rosto dela. Eu me aproximo e não consigo conter o choro. A imagem que vemos é o nosso irmão quando ele tinha uns 17 anos jogando futebol. E uma frase em baixo: “Campeão. Vencedor. Deus dá asas, faz teu voo”.
"Meu Deus como ele era lindo... Será que eu nunca vou superar isso."
*Se vocês curtiram, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.
Se tiver dúvidas ou comentários podem enviar para o email:
contosaki@hotmail.com