Trabalho como garçom de um motel há dez anos, mas nunca tinha encontrado um casal com tanta disposição como aquele.
Pelo menos quatro vezes pôr semana eles apareciam para colocar o serviço em dia e demoravam, no mínimo, dez horas na melhor suíte da casa.
Os dois consumiam os melhores produtos do bar e faziam a maior festa.
Até aí tudo bem. O problema, ou melhor, o motivo da minha carta, é que um dia eles resolveram me incluir na festinha. Pediram novas fitas de vídeo, pois estavam cansados da programação, e quando cheguei me receberam como velho conhecido.
É, porque todas as vezes que servia o casal a mulher sempre estava presente.
Às vezes enrolada numa toalha, outras de calcinha e sutiã. Era um tesão em forma de gente.
Voltando ao assunto, devo contar que eles, ao pegarem a fita, pediram que eu entrasse e desse a opinião sobre o filme. Disse que aquele, especificamente, não conhecia, mas a atriz era muito boa.
‘Melhor que eu?’ A indagação da mulher bateu esquisito em minha cabeça. O que ela estava pretendendo?
O marido deu linha: ‘Querida, ele nunca te provou. Como vai saber?’
Aquilo já estava me deixando sem jeito e, ao fazer menção de sair, ela segurou minha mão. ‘Ele vai saber hoje’,
disse, deixando a toalha cair. A mulher não perdia para nenhuma Fábia Tafarel ou Viviane Araújo!
Era uma estátua esculpida em carne e osso. Meus olhos colaram logo naquela xoxotona bem desenhada e
convidativa. Podia perder meu emprego mas não negaria fogo nem a porrada.
O homem dela ria tranqüilo, como se estivesse esperando aquilo há muito tempo.
Sentou-se na poltrona e pediu que o espetáculo começasse. ‘Quero ver se alguém é capaz de fazer você gozar como eu consigo’, provocou. Aquilo mexeu com meus brios e minhas bolas.
Agarrei o avião e não desembarquei mais, passando a beijá-la com sede.
Joguei a mulher na cama, caí pôr cima e não teve quem me tirasse dali, de calça comprida mas com o pau de fora, dando
conta do recado. O camarada ria nas nossas costas, enquanto a mulherzinha dele gemia baixinho, dizendo que eu era
muito melhor. O jogo estava para mim e eu não deixei virar. Meti fundo, como devem ser tratadas as mulheres que provocam um homem sem ter sequer uma vara curta para catucar a onça...
Depois de vinte minutos, senti que o camarada começava a se preocupar. Ele se levantou e chegou perto, tentando desengatar a gente. Falei uns três palavrões e disse que quem convida dá banquete. Tratei de jantar a mulher e repetir.
O sujeito tentava tocar uma punheta mas não tinha concentração.
Tinha perdido a aposta e, pôr pouco, a mulher.
No final, depois de realizada, ela me agradeceu e pediu desculpas pelo marido. Dali em diante não foram vistos mais no hotel. Talvez estejam fazendo um garçom feliz aí no quarto ao lado..."