-CONTINUAÇÃO-
Vendo aquela cena, virei às costas e sai correndo com os olhos cheios de águas, estava quase chegando às escadas quando me deparei com Phillype, ele me olhou e perguntou o que havia acontecido comigo, eu não disse nada e continuei andando, e ele foi em direção ao quarto do Marllon, enquanto eu descia as escadas de cabeça baixa em direção a porta, Carmem veio em minha direção e viu que eu estava chorando, abri a porta e sai correndo, Carmem veio e me chamando, e perguntando o que havia acontecido comigo, apenas virei e disse que não havia acontecido nada, sai correndo. Enquanto isso Phillype entra no quarto de Marllon e vê a cena dos dois, briga com ambos e faz eles se vestirem e voltarem para a festa.
Enquanto isso sai do condomínio chorando, e começo a andar sem rumo, ate que vejo um parque e me sento num banco e começo a chorar. Escuto paços, era um grupo de rapazes vindo em minha direção, quando eu os percebo, eles já haviam me cercado.
Um dos rapazes: Passa a grana mané...
Outro rapaz: Perdeu boiolinha...
Escuto um grito alto, era outro cara que vinha em minha direção.
O cara: Largue ele, o deixem em paz.
O cara estava chegando perto e os rapazes estavam saindo, o cara me puxou pelo braço, me segurou forte, eu estava sem reação. Apenas o acompanhei. Ele era alto, forte, não dava para vê-lo direito, pois estava à noite, e no lugar havia pouca iluminação. Ele me levou ate um canto mais afastado do parque era um lugar coberto e tinhas algumas árvores em volta, lá ele me soltou e disse q era para eu sentar, me apontando para um papelão, sentei, e fiquei olhando para ele.
O cara; Não se preocupe, não vou te machucar e não vou deixar ninguém te machucar.
Eu não conseguia dizer nada, a noite estava fria e o sono começou, ele percebeu e se aproximou de mim, falou para mim deitar, me deite ao seu lado, em seguida ele me cobriu com um cobertor. Ele ficou me olhando, mas logo eu adormeci. Acordei com ele passando as mãos em meus cabelos.
O cara: Bom dia.
Eu: Bom dia. –meio sem graça e com um pouco de medo-
O cara: Você esta bem?
Eu: Estou sim. Obrigado por ontem à noite. – me levantando e me sentando ao seu lado-
O cara: Não foi nada. Te ligaram e mandaram mensagens varias vezes pra você ontem, mas como você estava dormindo, eu coloquei no silencioso. Acho melhor você retornar.
Eu: Obrigado, mais uma vez. –começando a ler as mensagens ali mesmo, da Nanda do tipo aonde “você esta, com quem?..”, e mensagens do Marllon, “ desculpe por ontem, não fizemos nada de mais...” -
O cara: Posso te fazer uma pergunta?
Eu: Sim, qual?
O cara: Por que você estava chorando ontem à noite?
Eu: Porque eu vi o meu namorado me traindo. - quando eu percebi o que havia falado gelei na hora com medo que ele fizesse alguma coisa comigo -
O cara: Como ele pode fazer isso com você?!
Eu: Bom eu tenho que ir para a casa. Muito obrigado por ontem senhor.
O cara: Pode me chamar de... Rafael, e não me chame de senhor.
Eu: Obrigado mais uma vez Rafael.
Fico olhando a minha volta tentando descobrir onde estou e pergunto para o Rafael, onde eu estava e como fazia para chegar ao meu bairro. Ele foi me levando em direção à saída do parque e me explicando como eu chegaria a minha casa, foi aí que pude reparar nele, como havia percebido de inicio era alto e forte, não era musculoso como o Marllon, mas tinha tudo no lugar, pelo que pude perceber, seus cabelos eram pretos e lisos, seus olhos me fascinavam tinham um brilho incrível, eram pretos, sua boca parecia que havia sido desenhada, sua voz era calma, doce... Me despedi e fui para a minha casa, no caminho liguei para a Nanda.
Nanda: Onde você esta? Onde você estava? Com quem? O que aconteceu?
Eu: Calma Nanda, eu to bem... - e comecei a explicar para ela tudo o que havia ocorrido-
Nanda não estava acreditando naquilo, perguntei para ela se eu podia ir para a casa dela, pois não estava com uma aparência boa, ela disse que sim, cheguei lá, tomei banho e peguei uma roupa emprestada do seu irmão, e peguei minha roupa suja e coloquei em uma mochila fui para a casa com a Nanda, minha mãe e meu pai me deram uma bronca daquelas quando cheguei em casa, pedi para a Nanda ira para o meu quarto, ai meus pais soltaram o verbo comigo, depois eu fui para o quarto, Nanda estava me contando do seu namoro com o Leo, amigo do Marllon, ela estava feliz com aquilo e eu também, pois o que importava para mim era ver meus amigos felizes, tinha ate me esquecido do que eu havia visto na noite anterior. Fomos almoçar, acabamos e voltamos para o quarto e não demorou muito Ana e Fred chegaram, fui atendê-los e fomos, ficamos a tarde inteira conversando, eu estava muito feliz em saber que meus melhores amigos estavam felizes, Nanda com o Leo, Ana com o mesmo cara com ela já estava, e Fred com um primo de Ana. Do nada comecei a lembrar do Rafael, do que havia acontecido, da maneira como ele me tratou, dou um sorriso e abaixei a minha cabeça. Nanda percebeu e foi logo perguntando:
Nanda: Allann, o que foi? Não te vejo assim faz anos. .
Eu: Assim como.
Nanda: Com esse sorriso, com seus olhos brilhantes, calmo.
Eu: Nanda não é nada. – disse com um sorriso no rosto-
Fred: Se você quiser falar a sós com a Nanda a gente não se importa.
Eu: Não é nada de mais gente.
Fred, Ana e Nanda: então fala. – falaram em coro-
Eu: Esta bem, eu me lembrei do Rafael, e de como ele me tratou ontem.
Ficaram em silencio, ate que meu celular toca, era o Marllon, simplesmente ignorei a ligação. Por incrível que pareça eu não estava mais triste com aquela situação. Já era tarde e no outro dia tínhamos aula, Fred e Ana se despedem e eu fico com a Nanda, fui tomar banho e ela em seguida, depois fomos jantar, vimos um pouco de TV e fomos dormir. No outro acordamos cedo, nos arrumamos, tomamos café e fomos para a escola. Chegando ao portão da escola vi Fred, Ana e o cara de pau do Marllon rindo com seus amigos. Passei por ele, como se não o conhece-se, ele me cumprimentou eu não respondi. Entramos na sala assistimos as aulas, tocou o sinal, fomos para o pátio, sentamos na mesma mesa de sempre, que era afastada das demais. Aparece Marllon querendo falar comigo:
Marllon: Posso falar com você?
Eu: Sim. Pode falar.
Marllon: A sós.
Eu: O que você tiver de falar pode falar na frente dos meus amigos.
Marllon: Me perdoa por aquilo, eu perdi a cabeça, minha prima ficou me seduzindo, você não apareceu, eu já tava sem sexo desde que a gente se conheceu, eu não tava agüentando mais.
Eu: E eu aqui só achando que vocês tinham ficado só nos beijos. Eu sou trouxa mesmo. Acreditei em você. Toma. - tirando o anel do bolso e entregando para ele-
Ele pegou o anel virou as costas e não falou mais nada. Senti um aperto do peito e comecei a chorar, as lagrimas escorriam em meu rosto. Me recuperei e fomos para a sala, a aula termina ficamos de papo por alguns minutos, pois estávamos marcando um horário para fazermos o trabalho... Marcamos e fomos embora. Fiquei em casa o dia inteiro pensando no Rafael. No outro dia eu levantei disposto, ia para o parque, queria muito vê-lo, fui para a escola, convenci Nanda para ir comigo, voltei pra almocei troquei de roupa e fui para a casa de Nanda, avisei a minha mãe que ia à casa de Nanda e que demoraria lá, que era pra ela não se preocupar. Cheguei mais cedo e Nanda não estava, tinha ido ao medico, pensei em voltar para trás, mas não o fiz, fui para o parque sozinho, meu coração se acelerava aos poucos avistei um banco que me parecia muito familiar, sentei-me nele, fiquei relembrando tudo o que havia acontecido ali, estava me levantando, ouço alguém me chamando:
Rafael: Allann, o que faz aqui?
Eu: Oi Rafael. – virando o rosto e dando um sorriso-
Rafael: Tudo bem com você? – sentando ao meu lado-
Eu: Sim, e como você está?
Ficamos conversando a tarde inteira, contei um pouco sobre mim, e ele me contou um pouco sobre ele, que ele era alcoólatra e usuário de outras drogas, que estava na rua a um ano... e que queria um tratamento Me prontifiquei para ajudá-lo, ele aceitou, já estava escurecendo, meu celular toca, era Nanda perguntando aonde eu tava, expliquei e disse que já estava indo para a sua casa. Me despedi do Rafael e fui para a casa da Nanda. Fui andando e pensando, como eu tinha perdido a noção do tempo, como ele era legal, atencioso, e como ele ficaria bonito em uma roupa mais limpa, com a barba feita... Cheguei na casa de Nanda, ela me olha e me da um sorriso:
Nanda: Allann eu nunca te vi assim antes. Você ta muito estranho, de um jeito bom.
Rimos, e ficamos na sala conversando, depois dona Beatriz mãe de Nanda nos chama para jantar e eu fiquei pensando se o Rafael tinha comido alguma coisa, Nanda percebendo que eu tinha ficado calado foi logo puxando assunto, terminamos de jantar, liguei para minha mãe me buscar, pois estava tarde, fiquei esperando minha mãe, e nós não parávamos de fofocar sobre a vida alheia, minha mãe chega me despeço de Nanda e de sua mãe e vou embora. Chego em casa tomo um banho e vou direto pra cama. No outro dia pra variar acordo atrasado, saio correndo me arrumando, chego à escola vejo que o pessoal já havia entrado, entro e vou em direção a minha sala, percebo duas pessoas se agarrando em plena 07h30min da manha, no meio do pátio, era Marllon e sua nova peguete. Vou para a sala com um aperto no peito, eu ainda gostava dele, mas depois daquilo tudo pra mim acabou, as chances de voltarmos já não existiam. Cumprimento o pessoal e conversamos um pouco ate o professor chegar. As Semanas foram se passando, sempre que eu podia ia lá no parque ver e conversar com o Rafael, em pouco temo tínhamos nos tornamos amigos, começamos a marcar os dias para nos vermos, víamos quatro vezes por semana, eu sempre levava alguma coisa para ele comer, estávamos muito próximos um do outro. Um dia tínhamos marcado de nos ver na quarta-feira, cheguei e sentei no banco esperando ele, ele demorou a aparecer, fiquei mais de uma hora esperando por ele, ate que ele aparece, vinha correndo e feliz, me levantei e fui ao seu encontro, ele para em minha frente todo feliz e me diz:
Rafael: Consegui um tratamento. –com a fala ofegante e com um sorriso enorme no rosto-
Eu: Serio Rafael?! Que bom. - dou-lhe um abraço apertado e demorado-
Rafael se assusta com a minha atitude. Eu pergunto o porque da sua reação quando o abracei, ele explica, que ele com receio de me sujar, porque ele usuário de droga, tudo sujo, podia me sujar. Respondo que não tinha problema nenhum e que eu estava muito feliz por ele.
Rafael: Posso te pedir um favor?
Eu: Claro que sim Rafael.
Rafael: Será que você poderia ir me visitar algum dia?
Eu: Claro que eu vou te visitar Rafael, eu não vou te esquecer.
Rafael: Obrigado por tudo Allann, por tudo o que você fez por mim nesses últimos dias.
Eu: De nada Rafael. – dou-lhe um abraço, mas dessa vez ele corresponde, me abraça apertado-
Ficamos ali conversando mais um pouco, passo meu endereço e meu telefone celular para o Rafael. Rafael me fala que eles iam buscá-lo no outro dia para levá-lo para fazer o tratamento. Vejo que estava ficando tarde, dou um abraço apertado nele, e ele me aperta ainda mais lagrimas escorrem do meu roto, e vejo quando vejo seu rosto a mesma coisa, damos um sorriso da situação, ele me da um beijo na testa e me diz:
Rafael: Nunca vou te esquecer, você é um anjo, o meu anjo.
Dou-lhe mais um abraço, e vou embora, chorando, uma mistura de alegria com tristeza, pois não saberia se iria vê-lo outra vez. Vou para a casa, minha mãe briga comigo, pois eu estava um pouco sujo e com um cheiro desagradável, mas eu nem me importo. Custo a dormir pensando no Rafael, amanhece, Me arrumo, tomo café, vou para escola, volto e decido fazer uma visita para o Rafael, ele ia embora naquele dia, mais eu tinha certeza de que ele estava lá ainda, passei perto de uma loja, tinha um cordão muito bonito que me chamou a atenção, entrei na loja, perguntei o preço, era todo a dinheiro que eu tinha mas compre assim mesmo, e fui para o parque, sentei no banco, e logo vejo Rafael vindo com uma mulher, ele me apresentou a ela, e me disse que ela que havia conseguido a vaga na clinica de reabilitação que ela ia ficar, ficamos conversando um pouco, daí tirei o embrulho e entreguei a ele.
Eu: Rafael, isso é pra você, é uma lembrança pra que você não se esqueça de mim, espero que goste.
Rafael: Allann, não precisava obrigado.
Me deu um abraço apertado. E pediu para que eu coloca-se o cordão nele, então o fiz. Depois nos despedimos oficialmente, com um abraço longo e apertado, lagrimas escorriam de ambos os olhos. Ele foi embora com a mulher e eu fui para a casa.
Passou duas semana, recebo um telefonema:
-CONTINUA-
Desculpe a demora para escrever a continuação, esta meio complicado as coisas aqui para mim, essa parte esta meio grande, e também não ficou boa, se quiserem eu paro por aqui mesmo. Desculpe se decepcionei alguém.
Obrigado mais uma vez pelo carinho e pelos comentários.
Obrigado pelos cometarios O Sonhador, Aleguto, Pato S2,Diêguito'o , diiegoh', BReally , fenty , CrisBR ....
