Para entender esse conto... veja o conto anterior... abraços galera, cheguei a pouco tempo do sitio... mega cansado,,, dormir um pouco abraços!!!!!
- Ohhh Deus!!! – gritei levantando da cama.
A luz forte doeu em meus olhos. Aos poucos fui recuperando a visão e percebi que estava no meu quarto antigo, que ficava na casa dos meus pais. “Mas que diabos?”, perguntava a mim mesmo. Abri a porta e desci as escadas. Encontrei a minha mãe na sala lendo uma revista tranquilamente.
- oi filhinho... já acordou... está cedo amor... não passam de 14h. – ela disse sem tirar os olhos da revista.
- Quanto tempo eu dormi?! – falei sentando no sofá.
- Que horas você chegou da balada ontem filho? -ela perguntou virando a página.
- Mãe que história é essa?! Que balada, onde estão o Mauricio e Paulinho? – falei me levantando.
- Não sei quem é esse Mauricio, mas o Paulo foi resolver o problema do bebê. – ela disse sem olhar para mim.
-Saí e corri para a minha casa, mas havia algo diferente... a cor da casa estava diferente. Eu entrei e quando eu tentei abrir a porta estava trancada. Dei a volta e olhei pela janela e vi a dona Lucélia a ex moradora da casa. Eu fiquei sem entender nada e bati na porta.
- Dona Lucelia... o que a senhora está fazendo aqui... onde estão o meu filho e o meu marido? – perguntei quase chorando.
- Oh meu querido... de novo não... volte para a sua casa e seus pais vão te explicar melhor...
Meu coração estava disparado e eu estava suando além do normal. Onde estavam meu filho e o meu marido e que história é essa de explicação. Voltei para casa meio tonto e quando eu chego lá estão meus pais e a minha irmã sentados no sofá. Quando eu olho para eles eu começo a lagrimar.
- O que aconteceu?! – falei sentando.
- Pedro... essa é a milésima vez que te contamos isso... você está tomando seus remédios direitinho? – perguntou a minha irmã se abaixando perto de mim.
- Remédios que remédios? – falei sem entender.
- De novo não meu filho... esse tratamento é para o seu próprio bem. – meu pai falou pegando no meu ombro.
- Você nunca conheceu nenhum Mauricio... e não adotou nenhum filho...
- Para!! Porque vocês estão falando isso... – disse empurrando a minha irmã e sai correndo quando esbarro em alguma coisa.
- Calma... calma mano... – falou o Paulo me abraçando.
- O que?! – falei pegando no rosto dele e desmaiando.
Acordei e fiquei com os olhos fechados, esperando que tudo isso fosse um pesadelo. Abri primeiro o olho direito e percebi que estava no meu antigo quarto novamente. Comecei a chorar baixinho, tentando entender o que estava acontecendo. Meu filho e Marido não existiam e meu irmão Paulo estava vivo... será que foi um sonho?!
- Oi... posso entrar. – falou o Paulo na porta.
- Pode... mas você já deve saber que está...
- Estou morto... morri num acidente de carro há dois anos... provocado pelo Márcio que estudou com a gente... – ele disse trazendo um copo d’água.
- Eu morri... – perguntei chorando.
- Pedro, toma seu remédio... – ele falou me dando duas pílulas. – Vai mano... confia em mim.
Tomei muito a contra gosto e pedi para ele me explicar o que estava acontecendo. Porque eu estava no meu antigo quarto, onde estava a minha família e o nosso irmão.
- Não tem outra forma de te contar.... há três anos quando você estava na frente da faculdade, você e o Geovani tiveram uma briga muito feia e você saiu chorando no meio da rua sem olhar para os lados, você e mais uma outra garota foram atropelados.
- Como assim... não... não foi assim que aconteceu... acredita em mim. – falei abraçando ele.
- Calma.. – ele me afastou e pegou uma pasta e me entrou. – Vou ver se o teu jantar já está pronto.
Fiquei chorando um pouco e decidi abrir a pasta. Haviam fotos do acidente e um laudo médico com as palavras Esquizofrenia. Eu comecei a chorar desesperado. E lembrava da vida que eu levava. “Como... então era tudo uma mentira. Uma criação da minha mente?”. O Paulo chegou com uma bandeja e me esperou até eu acabar a refeição.
- Paulo... então... eu sou doente mental? – perguntei.
- Depois do acidente você começou a mostrar sinais de esquizofrenia, os médicos acham que a batida apenas liberou algo que já estava dentro de você. Pedro... convenhamos... você tentou se matar duas vezes na adolescência.
- Paulo...
- Oi?
- Deita aqui do meu lado e diz que está tudo bem. – falei me deitando.
Meu irmão se deitou ao meu lado e eu comecei a chorar no seu ombro. Não entendia... Tentava juntar as peças. O Phelip... Pensei muito no meu outro irmão. E cobrei uma explicação do meu pai. Ele disse que realmente o Phelip existia. O meu irmão apareceu um dia em casa e meu pai disse que foi um dia “D”, em que eu estava atacado e bati nele. Meu pai contou que o Phelip fugiu e nunca foi visto. Não voltou para casa no interior, apenas sumiu.
- Meu Deus...
Naquela noite não consegui dormir e vi uma movimentação pela casa fui até a escada e ouvi vozes. Estavam meus pais e irmão conversando na sala.
- Ele está diferente... está mais carinhoso. – falou Paulo.
- Acho que pode ser o efeito do medicamento, mas não podemos dar bobeira, ele muda de personalidade toda hora.
- Meu filho... e a Patrícia? - perguntou a minha mãe.
- Fui no juiz hoje e ele falou que sem provas eu não consigo tirar a minha filha das garras daquela vadia. – ele disse mudando de semblante. Eles faram que eu haveria de conversar com o meu psicanalista para contar do novo ataque que eu sofri. Sem muita opção eu tive que ir. Chegamos cedo no consultório e havia uma moça limpando o chão pedi licença e quando ela virou eu tomei um susto.
- Luciana?! – falei. – Paulo... essa é a... a... Luciana! – gritei quanto abraçava ela.
-Moço... me solta. – ela falou batendo em mim.
- O que está acontecendo aqui? – perguntou um homem velho e com semblante engraçado.
- Esse homem doutor Moreti... tentou me agarrar a força. – ela disse se arrumando.
- Doutor... ele está naquele dia. – disse o Paulo meio constrangido.
- Moça perdoe o meu irmão, ele não quis fazer isso. – falou a Priscila me levando do outro lado da sala.
- Eu não estou louco... aquela mulher era para ser a nossa melhor amiga... – falei chorando.
- Para!! Apenas para! Eu não aguento mais você falando de uma vida perfeita... uma vida que não existe!! Isso... aqui é real. Contente- se com isso. – ela disse e indo em direção ao Paulo, eles discutiram um pouco e ela foi embora.
- Pedro queira me acompanhar por favor. – disse o médico me levando até o seu consultório.
A sala era bem ampla e a luz do sol conseguia tocar as pequenas plantas que tentavam alegrar o lugar. Sentei no divã e o doutor ficou numa poltrona bem ao meu lado. Ele fez um pequeno discurso sobre a confusão que existe em nossas mentes e eu fui curto e grosso.
- Doutor... eu quero que o senhor entenda... eu... eu não sou louco, essa vida não é a minha. Eu tenho um marido, um filho...
O doutor pegou um dvd e colocou no aparelho, lá eu vi a mim mesmo. Eu gritava com o médico e dizia que aquela vida não era a minha, que eram todos loucos. Fiquei desesperado, me faltou o ar e apenas as lágrimas faziam o seu papel. O médico falou que pacientes com esquizofrenia geralmente idealizam um mundo ideal , onde eram felizes e sem problemas. Aquela noticia me arrasou, então eu realmente era doente mental e tudo o que eu passei era idealização da minha cabeça. Dois anos de vida simplesmente criado na minha cabeça.
Voltei para casa cabisbaixo, eu sentia um vazio enorme dentro de mim. O Paulo tentou iniciar uma conversa, mas totalmente sem sucesso. De repente no rádio toca “Só Agora da Pitty”, eu rapidamente desligo e deixo no silencio absoluto. Eu sei que deveria estar feliz por meu irmão estar vivo, mas eu simplesmente não conseguia. O trânsito estava uma loucura e para amenizar a falta de som eu decidi conversar com ele.
- Quem... quem é Patrícia? – perguntei olhando pela janela.
- hum... e a minha filha. Ela tem dois anos agora...
- E porque você precisa tomar ela da mãe?
- Pedro... acho que é a milésima vez que eu te conto isso, e sempre é doloroso para mim... – ele disse apertando forte o volante do carro.
- Se quiser não precisa contar... Já tivemos essa conversa muitas vezes... então depois de três meses ela me procurou e disse estar gravida, tentamos morar juntos e não deu certo. Ela é uma mulher mesquinha, só pensa em dinheiro e trata a Patricia igual a um animal. Semana passa descobri umas manchas roxas nos braços e pernas da minha filha, mas o pai dela é policial e e....
- É complicado eu sei, mas precisamos fazer alguma coisa. – falei.
- Nossa até parece o Pedro de anos atrás... mas mano relaxa essa bronca eu resolvo. Eu preciso tirar a minha filha daquele lugar.
O resto da noite transcorreu com calma, assistimos a um filme, rimos, parecia que tudo havia voltando ao normal, mas dentro de mim algo dizia que aquilo não era verdade. No outro dia desci abracei minha mãe de uma forma carinhosa e beijei minha irmã. Ela ainda estava meio relutante sobre o meu comportamento. Falei que iria ao mercado para comprar algumas coisas que eu estava precisando e ela concordou.
Na verdade eu iria ao hospital o Mauricio tinha que me reconhecer de um jeito ou de outro, naquele momento a única coisa que me preocupava era o Paulinho. Eu só precisava do meu filho e tudo ficaria bem. Estacionei o carro e fiquei esperando por alguns minutos e vejo o Mauricio saindo do prédio e acendendo um cigarro. Não conseguia acreditar naquilo o meu marido estava fumando, ele que sempre foi contra... aquilo tudo só poderia ser um sonho maluco.
Desci do carro e caminhei na direção dele quando estava na metade um carro para bem em frente onde ele estava eu contornei e parei querendo que tudo aquilo fosse mentira. O Márcio beijando o Mauricio naquele momento eu fechei os olhos por alguns segundo e mantive a respiração lenta. Quando eu abri foi pior, um sentimento de desespero me tomou a alma, ele tirou do carro o Paulinho. Eu me apoiei num carro que estava estacionado perto e segurei no espelho para não fazer escândalo. Afinal se eu fizesse algo perderia minha razão e acabaria preso ou brigando com o Mauricio, mesmo com o coração sangrando eu voltei e para o carro e chorei feito uma criança. Porque Deus estava sendo tão malvado comigo...
“ O que significava tudo aquilo. Eu precisava arrumar a minha vida e arrumar a vida de todos a minha volta.”
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