A campainha tocou e eu fui abrir a porta. Quando abri, vi uma mulher linda de aproximadamente 45 anos, muito bem vestida e de uma aparência séria. Até que Robert correu e a abraçou:
- Mãe, você já chegou?
Ai meu Deus. Abri a porta pra minha sogra e fiquei ali parado esperando mais um xingamento pra minha lista que já tava ficando extensa. Ela o abraçou e a expressão de felicidade dela me deu mais esperança de que alguma coisa poderia dar certo. Até que o abraçou acabou e eles vieram em minha direção:
- Mãe, esse é o Carlos, o amor da minha vida. Amor, essa é minha mãe, Claudia.
- Tudo bem Carlos?
Só balancei a cabeça porque esperava uma briga como as outras com a minha mãe e com o pai do Robert. Eles foram conversando e eu observando como eles pareciam se dar bem. Até que a mãe do Robert nos convidou pra almoçar em um restaurante e nós fomos dentro de alguns minutos. Nos sentamos à mesa e o papo foi ficando legal durante o almoço. A cada minuto eu sentia mais confiança em Claudia, pois percebia que ela gostava de mim por estar fazendo seu filho feliz. Mas uma coisa foi desarmoniosa. Havia um homem de aproximadamente uns 25 anos almoçando sozinho em uma mesa em frente a nossa que não tirava os olhos do Robert. No começo achei que era implicância minha, mas quando o olhei vi que ele piscou pro Robert.
Claudia disse que iria ao banheiro e eu só esperei que ela saísse da mesa pra começar:
- Robert, até que horas você vai ficar flertando com esse carinha minha frente?
- Que carinha amor? Você tá ficando paranoico.
- É, devo estar paranoico mesmo.
Fiquei emburrado até o fim do almoço. Pode parecer infantilidade mas eu percebi que rolou um clima entre os dois. Claudia disse a Robert que havia conversando com seu pai, mas que ele estava irredutível já que nunca esperava isso. Aproveitei e contei a situação com a minha mãe e Claudia me aconselhou a dar tempo para ela. Aliado a isso, ela ainda disse que ia nos ajudar financeiramente para que vivêssemos bem juntos. Em dado momento, diante das olhadas do carinha da mesa da frente eu nem sabia se valia a pena continuar com Robert.
A sobremesa chegou e Robert disse que precisava voltar pro apartamento pra buscar uns papeis que precisava entregar no estágio que ele começaria na segunda. Estava me levantando quando Claudia me convidou para ir ao shopping e eu aceitei. Robert pareceu feliz e eu também estava. Robert saiu e ficamos até terminar a sobremesa e depois seguimos para o shopping. Pouco depois da saída de Robert, o carinha da mesa ao lado pediu a conta e foi embora apressado. O papo estava tão legal que eu nem pensei na situação.
Fomos ao shopping e passamos a tarde toda conversando, ela me comprou uma calça linda e me agradeceu muito por fazer o filho dela feliz. Percebi que ganhei uma amiga e estava muito bem por isso. Ela me levou de carro até o apartamento e subiu comigo para se despedir do filho dela. Abri a porta com a chave que já tinha e chamei pro Robert que não respondeu.
O procurei na cozinha, no banheiro e por fim cheguei ao quarto. Foi a maior decepção da minha vida. Nem o fato de ter passado por tudo aquilo com Marcio me deixou tão triste como aquela cena. Simplesmente vi Robert abraçado com o carinha lá do restaurante na cama que era nossa, no quarto que era nosso.
Meus olhos se encheram de lágrimas e o pior de tudo foi ver Robert acordando e me olhando como se quisesse dizer alguma coisa, mas não disse nada. Claudia também viu a cena e não falou nada, apenas me segurou e me levou para fora do apartamento. Eu me sentei na escada meio que anestesiado. Não chorei, não gritei, nem nada do tipo. Fiquei nervoso, mas sem dizer nada. Eu vi o carinha descer as escadas ao meu lado e vi que era a hora de entrar.
Do mesmo jeito que eu vi Robert estava na cama. Entrei no quarto e comecei a juntar algumas coisas sem dizer nada.
- Carlos, olha pra mim. Conversa comigo. Eu sei que o que eu fiz foi errado, mas eu quero te pedir perdão.
- Não perde seu tempo não. Não vale a pena.
Continuei juntando algumas coisas e Robert começou a chorar. Peguei minha mochila e sai do apartamento sendo seguido por Claudia, que me colocou em seu carro e me levou até uma pousada que tinha lá perto. Conversamos um monte de coisas e não chorei em momento nenhum. Só conseguia pensar na minha vida e me perguntar por que tava dando tudo errado sempre. Fiz de tudo por ele, me assumi e fui obrigado a abandonar toda minha vida e ele me traiu. O que eu fiz que ele não gostava? Por fim dormi, recebendo os carinhos de Claudia.
Me acordei no outro dia e percebi que tudo era verdade mesmo. Claudia me ligou avisando que estava chegando e fomos para uma padaria. Tomamos café sem nem tocar no assunto, até que Robert aparece na padaria...
Bom, essa é a penúltima parte do conto e eu queria pedir a vocês que comentem e deem nota com vontade nesse e no próximo conto. Lembrando que é uma história real, portanto o final não será exatamente um final, mas vces verão. Comentem muito, pois é o que me faz continuar escrevendo, inclusive continuar escrevendo além dessa história, já que planejo outras. Obrigado e até a próxima e última parte!