Sonho de uma Vida [Cap.5]

Um conto erótico de Daniel
Categoria: Homossexual
Contém 1369 palavras
Data: 24/02/2012 01:42:59
Assuntos: Amizade, Amor, Gay, Homossexual

- Ah sim... outra coisa Daniel, meu superior ligou, parece que vamos ser transferidos de novo, prepare-se para o fim do ano, vamos morar no Rio de janeiro.

- O QUÊ?! Mas pai... eu não quero sair de Recife.

- Já passamos muito tempo lá, cinco anos.

- Passamos o dobro disso em Manaus!

- Filho, não tem como voltar a trás, ponto final.

- (minha mãe fala) Amor, não precisava falar pra ele agora.

Eu me levanto com raiva e começo a andar sem direção, ouço meu pai chamando mas ignoro. Eu só conseguia pensar em Luan, como seria minha vida sem ele? Eu voltaria a ser o grande nerd solitário de sempre? Ele me completa, me traz paz e tranquilidade, não poderia ficar longe dele. Infelizmente, quando há uma ordem superior militar, ela deve ser cumprida. Eu andava pela areia, nem me importava de acabar me perdendo, mas não tinham muitas pessoas por lá mesmo. Até que ouço Luan atrás de mim me chamando...

- Daniel! Mano... o que houve?

Embora a minha viajem tivesse sido estragada por essa notícia do meu pai, eu não queria estragar a viajem do Luan, ele estava se divertindo tanto, e estava tão feliz, preferi não falar nada.

- Não é nada, está tudo bem.

- Então por que você se distanciou tanto andando para cá?

- Eu só... queria caminhar um pouco.

- Então devia ter me chamado poxa. Não sabe como eu adoro caminhar em direção a lugar nenhum? (risos)

- (risos)... Luan...

- Fala.

- Você sabe que não vamos ficar assim todo tempo né? Vai ter um dia que cada um vai seguir seu caminho.

- Não importa, a distância física não pode destruir uma amizade como a nossa.

- Mas, estar distante... não é a mesma coisa que quando estamos perto um do outro.

- Sim.. mas nós podemos nos falar por telefone, eu compro um celular, não iríamos perder contato.

- Sim... mas...

- Ei ei ei... isso não vai acontecer tão cedo, estamos no segundo ano, ainda temos até o fim do terceiro, aí então seguiremos nossos sonhos, eu vou para uma academia de oficiais da Marinha e você para a faculdade de Medicina.

- Vou sentir muitas saudades.

- É só aguentar, depois que eu me formar como oficial, eu vou poder escolher em que parte do Brasil eu vou morar, e é claro... vou para onde você estiver.

- Ah deixa dessa, eu não quero atrapalhar sua vida.

- Você faz parte da minha vida, e eu já decidi seu bobão, aonde você for, eu vou.

- Agora você pareceu Rute e eu Noemi... ahsaushuahsuahusa... (personagens da Bíblia)

- Ahsuahsuahsuhau... realmente, mas eu prefiro Davi e Jônatas. (personagens da Bíblia)

Caminhamos de volta a aonde estava minha família, logo voltamos para o hotel. Dois dias se passaram normalmente, então voltamos para Recife, nada de mais aconteceu no retorno, não ousei mais com nada em relação ao Luan, depois do que meus pais disseram, até deitar no braço dele eu tinha medo. Agora que eu sabia que iria me separar do Luan antes do previsto, queria aproveitá-lo ao máximo, pena que ele teve que deixar a escola, o que só piorou a situação, além disso minha mãe disse que eu não deveria ir quase todo dia para casa do Luan, pois iria incomodar sua família, gastar diariamente 2 reais de passagem, gastar uma hora e meia do meu tempo em um ônibus, gastar os suprimentos da mãe do Luan com os lanches e jantares, etc.

Acabei indo só uma vez por semana para a casa dele, as vezes duas, mas pelo menos eu passava o dia todo lá, jogávamos no videogame, jogávamos Xadrez, que aliás ele começou a me ensinar seus truques, andávamos de bicicleta e até "brincávamos" de Judô. Em agosto saímos para jantar (com a minha família é claro) no meu aniversário, já que eu não gostava de festas, ele também fazia aniversário em agosto, uma semana depois do meu. A cada mês que se passava eu ficava mais angustiado, minha família se mudaria no início de dezembro. Em setembro, aconteceu algo muito bom quando eu estava na casa do Luan, era fim de tarde, seu irmão e mãe não estavam em casa, eu e ele estávamos assistindo TV, esperávamos começar m filme que eu gostava muito, mas Luan nunca tinha assistido. Então a campainha da casa toca...

- Mano vou ali ver quem é...

A entrada da casa dele era bem próxima da sala, então deu para ouvir tudo...

- Ah, oi Karla! (Luan beija ela na boca)

- Oi amor, eu vim te chamar pra gente sair, estou muito entediada, vamos no cinema?

- Ah amor desculpa, agora não, o Daniel está aqui em casa, estamos esperando começar um filme, quer assistir conosco?

- Claro que NÃO!

- Calma, só estava convidando.

- Eu só queria passar um tempo a sós com você. O que é mais importante... sua namorada ou seu amiguinho?

- Qualé Karla, para com isso, outro dia nós vamos.

- Não! Me responde! Você não sairia comigo para ficar aqui com seu amiguinho?

- Sim... vejo você quase todo dia e ele só uma vez por semana.

- O QUÊ? Se é assim, está tudo acabado, não me ligue mais, não quero nem mesmo ver você.

- Qualé Karla, não seja tão infantil.

- COMO É?! Adeus Luan, esqueça que eu existo! (ela dá as costas e vai embora)

Logo Luan volta para a sala, eu estava sentado no sofá como quem não ouviu nada...

- Aconteceu alguma coisa Luan?

- Acabo de perder minha namorada.

- Pô mano que chato... o que houve?

- Quer saber, esquece, eu já sabia que não ia dar certo mesmo. Vou ali pegar a pipoca...

Quando ele saiu, não pude deixar de dar um grande sorriso, na verdade eu estava morrendo de rir por dentro. O filme começa, Luan traz a pipoca e começamos a assistir. Como eu já tinha assistido eu não estava prestando muita atenção, eu só pensava o quanto eu iria sentir saudades daquilo tudo. Depois de um tempo do filme ter começado, Luan, que estava sentado ao meu lado no sofá, deitasse apoiando a cabeça dele no meu colo. Eu fiquei com vergonha na hora, imagina se ele começar a sentir algo duro atrás da cabeça dele?! Então decidi voltar minha atenção ao filme pra manter o controle.

Setembro passa... chega Outubro, Outubro voa... chega Novembro. Faltava menos de um mês para eu ir embora para o Rio de Janeiro, uma cidade que eu nunca tinha ido embora ficasse muito próximo a Santos, cidade em que eu nasci. Eu tinha que dizer para o Luan, porém não podia simplesmente chegar e dizer: "Oi Mano, já te falei que vou embora fim desse mês? E provavelmente não nos veremos em muitos anos?". Eu tinha que ir com calma, então um dia falei para ele ir me encontrar em um ponto na praia de Boa Viagem no dia em que era para eu ir na casa dele, logo, meus pais não iriam saber que eu iria pegar um ônibus para ir à praia. Chegando lá, ele já estava me esperando em um banco no calçadão da praia...

- Oi Mano, tudo bem?

- Tudo.

- Você me disse que tinha algo para dizer, fiquei curioso, até me trouxe pra cá.

- Sim...

- Bem, então... o que é? Aconteceu algo erado?

- Não, quer dizer... sim, muito errado.

- Pode falar Daniel, não importa o que seja, eu não vou mudar em nada com você.

- Luan, eu sinto muito, eu... vou ter que ir embora.

- Como assim?

- Meu pai foi transferido para o Rio de janeiro, vamos embora fim desse mês.

- O QUÊ? Mano... não pode ser, então quer dizer que eu... só tenho DUAS semanas com você? Desde quando você sabia disso? (ele começou a ficar alterado, falar mais alto)

- Desde... de J... Julho... (minha voz começou a falhar, tinha um aperto enorme no meu peito)

- E NÃO me disse NADA? (ele falou bem alto)

- Me... me desculpa... por... por favor! Eu... não queria... (comecei a lagrimejar)

Ele estava com a respiração rápida, e com a cara fechada, eu olhava pra ele e tinha cada vez mais vontade de chorar, será que eu tinha perdido meu precioso amigo?

[CONTINUA]

Encontrei um tempinho pra continuar, por isso essa parte ficou mais curta que as outras.

Até o próximo! Não esqueçam de votar e comentar. Abraços.

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Comentários

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Nossa cara muito bom seus contos amo são lindos cara!!!

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Lindezaaaa!!!! Quero ler mais!!! Rsrs *-*

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