Depois que escrevi os dois contos anteriores (Ex-hétero, minha história e Ex-hétero, o dia seguinte) mostrei ao Robin e tive sua permissão para compartilhar com vocês a nossa história de amor, sexo, companheirismo e muitas aventuras. Espero que gostem.
Sou o Batman, tenho 41 anos, 1,72m, 83kg, loiro, olhos azuis, e estava casado com uma mulher há 17 anos. Após os fatos descritos nos contos anteriores, decidi ir numa lan house para entrar em salas de bate papo mais à vontade pois minha mulher vivia muito desconfiada depois que confessei minhas indifelidades (com outras mulheres). Como vocês podem ter lido no primeiro conto, ela também teve uma relação extra-conjugal, porém ela ficou muito mais ciumenta que eu, depois disso. Vivia olhando meu celular e investigando o computador.
Na lan house, teclei com Gustavo, um rapaz de 21 anos, universitário e trocamos telefones. Poderia ter sido apenas mais um, entre tantos. Sinceramente não me interessava muito pelo fato dele ser tão novo. Apenas um ano mais velho que minha primeira filha. Eu já estava dirigindo de volta pra casa quando ele liga pra mim. Paro o carro e começamos a conversar e, apesar de não me lembrar o que conversamos, me chamou a atenção a voz calma, a tranquilidade da conversa, sem aquele negócio imediatista de comer ou ser comido, de ativo ou passivo, enfim, ele se diferenciou e isso foi decisivo pra eu querer conhecê-lo.
Uma sexta à noite minha esposa estaria trabalhando e marcamos um encontro. Porém, de última hora, precisei viajar com ela e furei meu compromisso com ele. Isso teve uma consequência pois ele foi num barzinho gls com amigos, bebeu muito, conheceu um cara, levou ele pro seu apartamento e sua mãe apareceu sem avisar e descobriu que ele era gay. Então, indiretamente, fui responsável pela saída de armário dele.
Na outra sexta, depois das minhas desculpas, marcamos de novo. Fui na porta da faculdade dele. Robin entrou no meu carro. E aquele sorriso perfeito foi a primeiracoisa que lembro dele, depois da sua voz, é claro. Um rapaz muito bonito, cabelos e olhos castanhos, 1,69m, magrinho, com um mega bell na orelha, cheio de estilo casual, elegante e jovem.
Era o cara mais bonito com quem eu tinha estado até então, mas não era apenas isso. Ele tinha conteúdo. Decidimos sair dali pra conversar mais. Fomos pra um estacionamento próximo e ficamos nos conhecendo. Conversamos muito. Ele também era comprometido com uma garota, era sua primeira namorada. Ela sabia que ele já havia ficado com homens e o aceitava. Achei isso incrível. Mais de uma hora de conversa e nada de nos tocarmos.
Perguntei se ele queria dar uma volta, ele disse que sim mas não poderia demorar pois tinha compromisso na faculdade. Ficamos rodando pela cidade. Paramos novamente num lugar mais tranquilo e demos nosso primeiro beijo. Lembro até hoje desse momento e do local. Acho que demorou umas 3 horas até nos beijarmos e achei que isso foi muito legal pois aí já havia algo entre a gente.
Então levei ele de volta à faculdade e ele perguntou se iríamos namorar. Eu disse que sim, mas ele me pediu pra gente ser exclusivo um do outro, apesar de eu ser casado e ele estar namorando. Achei aquilo curioso, mas entendi que não haveria mais ninguém além dos quatro e concordei.
Começamos a nos ver quase todas as noites, pois inventei que estava fazendo cursinho pra concurso. E, na maioria das vezes, íamos pra seu apartamento. Nesse período, eu não conseguia ser ativo com ele. Eu tinha muita vontade, mas simplesmente não conseguia. Acho que sentia culpa, ansiedade, enfim. Ele era muito paciente. Sempre que eu podia, estava ligando ou batendo papo com ele. Domingo de manhazinha sempre ia andar de bike e ficava horas no telefone.
Depois que o comheci, decidi que não era justo com minha esposa, mas principalmente comigo mesmo, viver uma vida de mentira. Planejei para o início do próximo ano, o pedido de separação, após o vestibular da minha filha.
Estávamos com 4 meses de "namoro", quando eu mandei um email pra ele agradecendo por algo que ele baixou na internet e, no final, eu dizia um grande beijo. Eu havia mudado naquele dia minha senha do email mas ela conseguiu ler esse email e veio me perguntar a respeito. Pedi pra gente sair de casa e falar mais à vontade. Então ela me perguntou se era uma mulher disfarçada de homem naquele email ou se era realmente um homem (portanto ela já desconfiava inclusive de minha homossexualidade).
Naquela hora, decidi dar um basta em tudo e falei pra ela que não iria dizer quem era. Apenas falei que não dava mais pra continuar. Eu poderia até dizer mas ela não iria parar de ficar me espionando, sofrendo. E eu não queria mais isso pra mim, nem pra ela. Ela insistia em saber e não queria a separação mas eu aproveitei a situação pra resolver tudo. Chegamos em casa, ela começou a quebrar algumas coisas, minha filhas não entendiam nada. Foi muito tenso, mas a decisão tava tomada. Dormi, ou melhor, fiquei na sala e, saí de madrugada, sem levar nada. Não sabia aonde ir, o que fazer.
Fui no apartamento do Robin. Cheguei e, chorando muito, falei tudo que havia acontecido. Ele ficou surpreso pois não imaginava que isso realmente fosse acontecer. Dormi chorando em seus braços. No dia seguinte, meu telefone não parava de tocar, era ela. Eu não atendia. Nem fui trabalhar. Voltei em casa, peguei algumas coisas. Fui dormir num hotel, aluguei uma quitinete. Vivi um sentimento de perda, fracasso, medo do desconhecido, mas também de liberdade, autenticidade.
Sentia muita falta das minhas filhas, não podia dizer nada ainda pra elas. Apenas podia compartilhar minha dor com o Robin. Quando olho pra trás, vejo quanto amor e paciência ele teve em tudo isso. Ele terminou seu namoro também e pudemos ser do outro totalmente.
Como não podíamos sair na cidade, então viajávamos pra poder ter mais liberdade. Fui, pela primeira vez em boates, hoteis, saunas, bares gls. Era tudo muito novo. Eu era uma outra pessoa. Outra vida. As pessoas no trabalho notaram que eu estava mais feliz, eu não falava, mas todos percebiam. Minha ex não parava de ligar, mandar e-mail, pedir pra minha família, pessoas da igreja e do trabalho me convencerem a voltar. Ela tava desesperada e eu lamentava muito e procurava não desampará-las, porém não tinha mais volta.
Ela dizia: você não é assim, isso não é normal. Ela dizia pra todo mundo que eu tava doente, desequilibrado. Foi muito dificil essa fase. Nunca pretendi ter casamento de fachada. Nao queria mentir. Mas as coisas foram ficando claras e eu preferi enfrentar.
Depois da separação, consegui ser ativo. E fui descobrindo uma vida muito melhor. Eu nem pensava que gostava tanto de sexo. Passei a fazer mais. E gostava também.
Na próxima, conto mais detalhes, aventuras. O objetivo aqui era compartilhar. Apesar de diferente, espero que tenham gostado. Aguardo comentários.
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